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Lurdes Martins
O poema está escrito em versos decassilábicos, com
predomínio do decassílabo heróico (acentos na 6 a e 10a
sílabas).

É considerado o metro mais adequado à poesia épica,
pelo seu ritmo grave e vigoroso.

Surgem também alguns raros exemplos de decassílabo
sáfico (acentos na 4ª, 8a e 10a sílabas).
As estrofes são de oito versos (oitavas) e
apresentam o seguinte esquema rimático :
abababcc.

A este tipo estrófico costuma chamar-se oitava
rima, oitava heróica ou oitava italiana.
As estrofes estão distribuídas por 10
Cantos. O número de estrofes por canto
varia de 87, no Canto VII, a 156 no Canto
X.

No seu conjunto, o poema apresenta 1102
estrofes.
As partes constituintes

Os Lusíadas constroem-se pela sucessão de quatro partes:




Proposição - parte introdutória, na qual o poeta anuncia o que
vai cantar. (Canto I, ests. 1-3)
Invocação - pedido de ajuda às divindades inspiradoras.

A principal Invocação é feita às Tágides, no Canto I, ests. 4 e 5;
além desta, há mais três: a Calíope, no Canto III, ests. 4 e 5, às
Nin-fas do Tejo e do Mondego, no Canto VII, ests. 78-82 e,
finalmente, a Calíope, no Canto X, est. 8.
Dedicatória - oferecimento do poema a uma personalidade
importante.

Esta parte, facultativa, pode ter origem nas Geórgicas de Virgílio
ou nos Fastos de Ovídio; não existe em nenhuma das epopeias
da Antiguidade.
Narração - parte que constitui o corpo da epopeia; a narrativa
das acções levadas a cabo pelo protagonista.

Começando no Canto I, est. 19, só termina no Canto X, est. 144,
apresentando apenas pequenas interrupções pontuais.
Obra narrativa complexa, Os Lusíadas constroem-se através da articulação
de quatro planos narrativos, não deixando, ainda assim, de apresentar uma
exemplar unidade de ação.

Como plano narrativo fulcral apresenta-nos a Viagem de Vasco da Cama à
índia. Continua-mente articulado a este e paralelo a ele, surge um segundo
plano que diz respeito à intervenção dos Deuses do Olimpo na Viagem.
Encaixado no primeiro plano, tem lugar um terceiro, que é constituído pela
História de Portugal, contada por Vasco da Gama ao Rei de Melinde, por
Paulo da Gama ao Catual de Calecut e por entidades divinas que vaticinam
futuros feitos dos Portugueses. Um quarto plano é constituído pelas
considerações do poeta.
A obra
DEFINIÇÃO DE EPOPEIA
Em Síntese:
O Camões escreveu Os Lusíadas sob a forma de
  narrativa épica ou epopeia, forma muito
  utilizada na Antiguidade Clássica e que Camões
  conhecia bem.
O Definição de epopeia
O Uma epopeia, forma literária da Antiguidade
  Clássica, define-se como uma narrativa,
  estruturada em verso, que narra, através de
  uma linguagem cuidada, os feitos grandiosos de
  um herói, com interesse para toda a
  Humanidade.

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Os Lusíadas - epopeia e estrutura (revisões)

  • 2. O poema está escrito em versos decassilábicos, com predomínio do decassílabo heróico (acentos na 6 a e 10a sílabas). É considerado o metro mais adequado à poesia épica, pelo seu ritmo grave e vigoroso. Surgem também alguns raros exemplos de decassílabo sáfico (acentos na 4ª, 8a e 10a sílabas).
  • 3. As estrofes são de oito versos (oitavas) e apresentam o seguinte esquema rimático : abababcc. A este tipo estrófico costuma chamar-se oitava rima, oitava heróica ou oitava italiana.
  • 4. As estrofes estão distribuídas por 10 Cantos. O número de estrofes por canto varia de 87, no Canto VII, a 156 no Canto X. No seu conjunto, o poema apresenta 1102 estrofes.
  • 5. As partes constituintes Os Lusíadas constroem-se pela sucessão de quatro partes: Proposição - parte introdutória, na qual o poeta anuncia o que vai cantar. (Canto I, ests. 1-3)
  • 6. Invocação - pedido de ajuda às divindades inspiradoras. A principal Invocação é feita às Tágides, no Canto I, ests. 4 e 5; além desta, há mais três: a Calíope, no Canto III, ests. 4 e 5, às Nin-fas do Tejo e do Mondego, no Canto VII, ests. 78-82 e, finalmente, a Calíope, no Canto X, est. 8.
  • 7. Dedicatória - oferecimento do poema a uma personalidade importante. Esta parte, facultativa, pode ter origem nas Geórgicas de Virgílio ou nos Fastos de Ovídio; não existe em nenhuma das epopeias da Antiguidade.
  • 8. Narração - parte que constitui o corpo da epopeia; a narrativa das acções levadas a cabo pelo protagonista. Começando no Canto I, est. 19, só termina no Canto X, est. 144, apresentando apenas pequenas interrupções pontuais.
  • 9. Obra narrativa complexa, Os Lusíadas constroem-se através da articulação de quatro planos narrativos, não deixando, ainda assim, de apresentar uma exemplar unidade de ação. Como plano narrativo fulcral apresenta-nos a Viagem de Vasco da Cama à índia. Continua-mente articulado a este e paralelo a ele, surge um segundo plano que diz respeito à intervenção dos Deuses do Olimpo na Viagem. Encaixado no primeiro plano, tem lugar um terceiro, que é constituído pela História de Portugal, contada por Vasco da Gama ao Rei de Melinde, por Paulo da Gama ao Catual de Calecut e por entidades divinas que vaticinam futuros feitos dos Portugueses. Um quarto plano é constituído pelas considerações do poeta.
  • 12. Em Síntese: O Camões escreveu Os Lusíadas sob a forma de narrativa épica ou epopeia, forma muito utilizada na Antiguidade Clássica e que Camões conhecia bem. O Definição de epopeia O Uma epopeia, forma literária da Antiguidade Clássica, define-se como uma narrativa, estruturada em verso, que narra, através de uma linguagem cuidada, os feitos grandiosos de um herói, com interesse para toda a Humanidade.