[1] Uma mulher portadora do HIV desenvolveu hiperinfecção por Strongyloides stercoralis, provavelmente adquirida durante moradia em região endêmica na Argentina. [2] A imunossupressão causada pelo HIV aumentou o risco de hiperinfecção, que levou a falência respiratória e óbito. [3] Análise cuidadosa do histórico epidemiológico pode prevenir casos fatais de hiperinfecção em pacientes imunocomprometidos.
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Strongyloides stercoralis hyperinfection in a patient with aids
1. Strongyloides stercoralis
Hyperinfection in a Patient With AIDS
Fonte: Journal of the International Association of
Phisians in AIDS Care – Volume 000 Number 00 – Abril
2009.
Autores: Amadeo Javier Bava, MD, PhD
Alcides R. Troncoso, MD, PhD
2. Strongyloides stercoralis
“Strongylos” = arredondado; esférico;
“stercus” = esterco;
Causa a doença estrongiloidíase, estrongiloidose ou
anguilulose;
Regiões Tropicais e Subtropicais;
Infecta preferencialmente mamíferos;
É um importante problema médico e social.
3.
4. Larva Rabditóide
Vestíbulo bucal curto
(diferente da l. rabditóide da
Ancylostoma);
Primórdio genital nítido
(diferente da l. rabditóide
da Ancylostoma);
Cauda pontiaguda.
5. Larva Filarióide
Esôfago longo;
Cauda entalhada
(diferente da l. filarióide
da Ancylostoma);
Forma infectante do
parasita (L3).
8. Sintomas
Forma Aguda (penetração e fase pulmonar):
o Lesões cutâneas;
o Síndrome de Loeffler (tosse, falta de ar, bronquite),
febre, crises asmatiformes;
Forma crônica (intestinal):
o Moderada: dor abdominal, náuseas, vômitos,
diarréia, má absorção;
Forma Disseminada (hiperinfecção):
o Larvas em diversos órgãos;
o Infecções bacterianas secundárias;
9. Hiperinfecção
o Auto-infecção interna acelerada;
o Alto número de parasitas no pulmão e intestino
delgado;
o Potencialmente fatal, caso não seja diagnosticado
precocemente;
o Acontece, na sua grande maioria, em indivíduos
imunodeprimidos, com constipação intestinal e que
ingerem corticoesteróides.
10.
11. Pacientes Imunodeprimidos
Uso de drogas imunosupressoras.
Radioterapia.
Uso Sistêmico de corticoesteróides.
Lupus.
Indivíduos imunodeprimidos por:
Neoplasias;
Síndrome Nefrótica;
HIV (AIDS);
Gravidez;
Desnutrição;
14. Paciente
Dados: Sintomas:
Mulher de 41 anos Febre;
de idade;
Tosse persistente;
Caucasiana; Dispnéia (falta de ar);
Aparentava estar
Portadora do vírus
severamente doente;
HIV;
15. Exames/Resultados
Exame físico Broncoespasmo;
Raio X Infiltração bilateral intersticial,
normalmente relacionada com pneumonia
causada por Pneumocystis jiroveci (PCP).
16. Histórico Médico
Infecções Oportunistas:
PCP (Pneumonia por Pneumocystis jiroveci);
Encefalite por Toxoplasma;
17. o Clínico geral;
o 48hrs: Atendimento de emergência na
ambulância (traqueobronquite aguda);
o 72hrs: Hospital especializado em
pulmão;
o 96hrs: Hospital “Franscisco J. Muñiz”,
especializado em doenças tropicais e
infecciosas.
21. Diagnóstico/Resultados
o Presença de Strongyloides stercoralis em
estágio de hiperinfecção.
o Provavelmente foi infectada quando morou
na província de Corrientes, no nordeste da
Argentina (região endêmica).
22. A paciente não resistiu e
morreu de falência
respiratória.
24. A fatalidade da hiperinfecção por S. stercoralis está
relacionada com a AIDS?
o Porque o parasita não foi encontrado no exame de
fezes?
Quem você culpa por não ter analisado os outros fatores
do histórico médico dela? Como:
• Morar ou viajar para uma região endêmica;
• Andar descalços em regiões sem higiene;
• Condições sanitária precárias;
• Baixo grau de educação;
25. O diagnóstico precoce e o tratamento
oferecem uma alta porcentagem de cura;
Poucos pacientes que convivem com a AIDS
adquirem hiperinfecção por S. stercoralis;
Análise do histórico epidemiológico dos
pacientes, principalmente os
imunocomprometidos evitam esse tipo de
fatalidade;
A família se opôs a realização da autópsia.
Notas do Editor
Falar das fontes e dos autores! Ler com calma e falar sobre o caso clínico.
Tem alta prevalência em regiões tropicais e subtropicais Infecta mamíferos como cães, gatos, macacos e o homem. É um importante problema médico e social pois é facilmente transmitido , tem caráter crônico e auto-infecção e pode originar hiperinfecção, disseminação e reagudização de indivíduos imunodeprimidos como o caso que veremos a seguir.
Fêmea Parasita: faz partenogênese. Tem corpo cilíndrico com aspecto filiforme. Extremidade anterior arredondada e e posterior afilada. Esôfago Longo. Não apresenta Receptáculo seminal . Fêmea de vida livre ou estercoral Corpo Fusiforme. Extremidade anterior arredondada e posterior afilada. Útero divergente. Possui receptáculo seminal. Põe 28 ovos por dia. Macho de vida livre Corpo fusiforme. Extremidade anterior arredondada e posterios recurvada ventralmente. Possui testículos, vesícula seminal, canal eferente e etc... Ovos Parecidos com os ovos dos Ancilostomídeos. Parece fina e transparente. Ovo da Fêmea Livre é maior que o ovo da Fêmea parasita. São encontradas em fezes diarréicas. Larva Rabditóide Possui vestíbulo bucal curto (compreimento menos que o diâmetro do corpo). Apresenta primórdio genital nítido (diferente das larvas rabditóides de Ancilostomídeos - não tem). Terminam em cauda pontiaguda. Larva Filarióide Esôfago longo (metade do comprimento da larva). Tem cauda entalhada (diferente das larvas filarióides do ancilostomídeos que é pontiaguda). É a foma infectante do parasito pois penetra na pele e na mucosa.
Forma infectante do parasita que penetra em pele e na mucosa.
A fase do ciclo que se passa no solo exige solo arenoso, umidade alta, temperatura em 27ºC e ausência de luz solar direta. As larvas secretam melanoproteases que facilitam na penetração e na migração desta nos tecidos. A penetração cutânea é discreta, com reação celular apenas em torno das larvas mortas que não conseguiram atingir o sistema respiratório.
Causa sintomas como: pulmonar - tosse, febre, dispnéia, crises de asma e, em casos mais graves, broncopneumonia, edema pulmonar e insuficiência respiratória. Intestinal – enterite catarral (alta produção de muco), endematosa (desaparecimento do relevo mucoso síndrome da má absorção), ulcerosa (parasitas provocam inflamação com eosinofilia intensa substituindo o tecido intestinal por fibroso – rigidez da mucosa intestinal). Em indivíduos com sistema imunitário saudável, a auto-infecção é eficientemente combatida, tornando a doença crônica, mas em imunodeprimidos como na SIDA / AIDS e outros, a auto-infecção pode causar problemas muito graves devido à multiplicação e constante invasão das larvas, caso chamado de hiper-infecção.
O diagnóstico não é feito com muita frequência pois os achados clínicos e radiográficos não são específicos.
PORÉM, É RARO!
Foi admitida na unidade de emergência. Tomava seu coquetel viral corretamente.
Devido a sua tosse persistente, ela já tinha ido a três médicos diferentes: Um clínico geral, que a deu um xarope, para suprimir a tosse. Ambulância de emergências, depois de 48 horas de febra a 38ºC, foi diagnosticada com traqueobronquite aguda , causada pela inalação de uma diversidades de broncodilatadores. Antes de chegar ao ponto da dispnéia, ela visitou um médico de um hospital especializado em pulmão, onde foi diagnosticada com PCP , onde foi receitado a administração do ATB trimetropin-sulfametoxazol oralmente. Como os sintomas não tinham melhorado e os ATB não estavam fazendo efeito, ela visitou o Hospital “Franscisco J. Muñiz”, especializado em doenças tropicais e infecciosas, onde médicos decidiram manter o tratamento dos ATB, porém, intravenosamente e com adição do corticóide. .
O lavado dessa amostra do sistema respiratório foi centrifugado e uma preparação foi feita a partir destes E os resultados obtidos foram:
Uma grande quantidade de larvas radbitóides e filarióides do S. stercoralis.
E uma pequena quantidade de ovos.
Ela morou na argentina por 30 anos em acomodações precárias, sem piso (terra), sem água potável e sem condições sanitária alguma e aterros sanitários. A paciente disse, antes de morrer que costumava andar constantemente nesse chão de terra onde ficavam a água sem tratamento e o lixo.