Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Nutrição no idoso internado
1. Nutrição no idoso hospitalizados
Carla Bezerra Lopes Almeida
Mayara MR Carvalho
Disciplina de Geriatria e Gerontologia
UH- Unidade Hospitalar
2. Introdução
• A desnutrição frequentemente não é
reconhecida nos pacientes idosos em
tratamento hospitalar.
• A prevalência pode chegar em até 60%.
• Estudos apontam que há uma relação
entre a desnutrição e o aumento do
tempo de internação, da morbidade e da
mortalidade
3. Introdução
• Muitos pacientes idosos:
- Dependem de renda (aposentadoria ou
pensão)
- Acesso restrito à alimentação (isolamento
social)
- Pouco conhecimento sobre nutrição ou são
dependentes de seus cuidadores ou de
instituições para o preparo de suas refeições.
- Podem ainda sofrer de depressão, perdas,
demência ou fazer uso de álcool.
4. Introdução
• A triagem nutricional deve ser realizada de forma
precoce ; em até 48 horas da admissão para
identificar o risco nutricional.
• Diversos fatores são considerados sinais de risco para
desnutrição, exigindo instrumentos com abordagem
multifatorial o que resulta em instrumentos pouco
práticos e viáveis.
• Assim, para atender a necessidade da identificação
de risco nutricional em idosos e sua complexidade de
forma simples e aplicável, Guigoz et al. publicaram a
Miniavaliação Nutricional (MNA®).
5. Triagem nutricional
• A MNA® não exige uma equipe especializada
para sua aplicação, podendo ser realizada por
qualquer profissional treinado.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Teste simples
Não invasivo
Fácil de ser aplicado (10 a 15 min)
Não oneroso
Altamente específico (98%) e sensível (96%)
boa reprodutibilidade
6. Triagem nutricional
• A MAN é um questionário composto por
18 questões, subdividido em quatro
domínios:
- Antropometria
- Dietética
- Avaliação global
- Autoavaliação
• Cada questão possui um valor numérico
que varia de 0 a 3
9. Avaliação Nutricional
• Medidas antropométricas
- Vantagens : baixo custo, não invasivas ,seguras e possue
equipamento portátil (facilita o trabalho à beira do leito)
- É uma avaliação é precisa e com boa exatidão
- Possibilitando identificar os agravos à saúde, como
desnutrição e obesidade, e avaliar as mudanças do
estado nutricional.
- Permitem predizer a quantidade de tecido adiposo e
muscular
10. Avaliação Nutricional
• Medidas antropométricas recomendadas
para o idoso hospitalizado são:
1. peso
2. estatura
3. circunferência do braço (CB)
4. dobra cutânea do tríceps (DCT)
5. dobra cutânea subescapular (DCSE)
6. circunferência da panturrilha (CP)
7. FPP
8. velocidade de perda de peso (VPP)
9. IMC
12. Avaliação Antropométrica
ESTATURA
• Fita métrica
• Estatura estimada:
- Homens:
46,93 + 2,24 comprimento da perna + 2,72 amarelo +
0,14 pardo + 4,44 nível
-
Mulheres
37,08 + 2,35 comprimento da perna + 1,61 branco +
5,84 amarelo + 3,75 nível
•
Em que:
Amarelo: valor 1, se os indivíduos forem orientais, e 0 para os de outra cor;
Pardo: valor 1, se os indivíduos forem de cor parda, e 0 para os demais;
Branco: valor 1, se os indivíduos forem de cor branca, e 0 para os demais;
Nível de escolaridade: valor 1 nos indivíduos com mais de 8 anos estudados e 0 nos demais.
13. Avaliação Antropométrica
VELOCIDADE DE PERDA DE PESO (VPP)
• alta velocidade de perda pode estar
associada à perda preponderante de
massa muscular
• Perda de peso que exceda 10% do
peso corpóreo em 6 meses, 7% em 3
meses ou 5% em 1 mês é classificada
como severa/intensa.
15. Avaliação Antropométrica
IMC
• Esse método é muito utilizado em razão da
facilidade de aplicação, das comparações
entre populações e da boa correlação com a
morbidade e a mortalidade .
IMC aumento no risco de doenças
cardiovasculares, câncer e diabetes
IMC associam positivamente a doenças
infecciosas e anorexia.
17. Avaliação Antropométrica
Circunferência de panturrilha (CP)
• Medida sensível da massa muscular nos
idosos, indicando alterações que ocorrem
com a idade e o decréscimo na atividade
física
• É recomendada para pacientes restritos ao
leito e deve ser realizada na perna esquerda,
na sua parte mais protuberante.
• Ideal > ou = 31 cm (ambos os sexos)
18. Avaliação Antropométrica
Circunferência do braço (CB)
• Medida no braço esquerdo flexionado em
ângulo reto.
• Mede-se o ponto médio entre as
extremidades do processo acromial da
escápula e o olécrano da ulna.
• Com o braço relaxado e estendido ao longo
do corpo, contorna-se com fita métrica o
ponto médio, sem pressionar os tecidos
moles.
19. Avaliação Antropométrica
Dobra cutânea do tríceps (DCT)
• Indicador de reserva calórica
•
Deve ser realizada no braço esquerdo, sobre o tríceps,
no ponto médio entre o acrômio e o olécrano. O braço
deverá estar relaxado e paralelo ao tronco, com o
indivíduo em pé ou deitado.
• O aparelho utilizado é um skinfold caliper, que deverá
exercer pressão de 10 g/mm² de prega cutânea.
• O caliper deverá estar posicionado paralelo ou
perpendicularmente ao piso para medida realizada em
indivíduos em pé ou deitados, respectivamente.
21. Avaliação Antropométrica
Dobra cutânea subescapular (DCSE)
• Também é um indicador de reserva calórica e medida
pelo caliper
• O indivíduo deverá flexionar o braço esquerdo atrás das
costas, de modo a formar um ângulo de 90° na parte
posterior do corpo. Dessa forma, obtêm-se a protrusão
da escápula e maior facilidade para demarcação do
ponto anatômico, que se localiza no ângulo inferior da
escápula.
• Em seguida, o indivíduo deverá ficar com os braços
distendidos ao longo do corpo. Com os dedos polegar e
indicador da mão esquerda, o examinador deverá
destacar a dobra e coletar a medida em direção
diagonal à escápula
23. Avaliação Antropométrica
Força de preensão palmar (FPP)
• Dinamômetro
• O indivíduo deve estar com o ombro
aduzido em posição neutra e o
cotovelo fletido a 90º, devendo ser
realizada nos dois braços.
• Devem ser feita três medidas,
considerando-se o maior valor entre
elas.
25. Avaliação Antropométrica
Força de preensão palmar (FPP)
• A FPP é maior nos homens que nas
mulheres, em todas as faixas etárias e
em ambos os lados, em função da mão
dominante.
• Nos homens, a mão dominante é, em
média, 10% mais forte e, nas mulheres,
12%.
26. Avaliação Antropométrica
FPP
• Não existe, até o momento, um ponto de
corte adequado para a desnutrição na
população.
• Atualmente, o que é utilizado pela maioria
dos estudos é o proposto por Klidjian et al.,
que sugere que valores abaixo de 85% dos
valores médios de uma população saudável
seriam um indicativo de desnutrição em
indivíduos hospitalizados.
27. Avaliação Antropométrica
• Figueiredo et al. sugere a utilização das
seguintes equações na predição de valores
normais para a medida de FPP
• Mão direita = (idade × 0,18) +
(sexo × 16,90) + (IMC × 0,23) + 31,33
• Mão esquerda = (idade × 0,16)+
(sexo × 16,68) + (IMC × 0,29) + 26,60
28. Avaliação Antropométrica
FPP
• O estudo brasileiro Sabe, de base
populacional e específico da população
idosa do município de São Paulo, publicou
os pontos de corte para a medida da força
de preensão palmar ajustada para o IMC.
32. Intervenção nutricional
Recomendações nutricionais
- Segundo as recomendações nutricionais (DRI,
2001), as necessidades de vitamina D são:
10 mcg/dia (51 a 70 anos )
15 mcg/dia (> 71 anos)
- Em relação ao cálcio:
1.000 mg/dia (31 a 50 anos)
1.200 mg/dia (>e 50 anos)
33. Intervenção nutricional
Recomendações nutricionais (Proteínas)
• As DRI para proteína recomendam 0,8
g/kg/dia para adultos e idosos,
independentemente da idade
• Para idosos, Wolfe et al. Recomendam o
consumo de 1,5 g de proteínas/kg/dia
ou em torno de 15 a 20% do valor
calórico total (VCT) ingerido, a fim de
melhorar a funcionalidade.
35. Intervenção nutricional
• Na presença de situações como úlcera
por pressão, infecções, fraturas,
imobilidade, doenças, desnutrição,
fragilidade e estresse hospitalar, os
idosos necessitam de no mínimo 1 g
de proteína/kg/dia e em torno de 32
a 38 de calorias/kg/dia para idosos
desnutridos.
36. Intervenção nutricional
Balanço calórico e aceitação alimentar
• O balanço calórico é definido como a
diferença entre a necessidade energética
total e a quantidade de calorias ingeridas
durante um período de 24 horas.
• A análise da aceitação alimentar é realizada
mediante registros diários preenchidos por 3
a 7 dias pelos pacientes e/ou por seus
cuidadores hospitalizados. Considera-se
adequada a ingestão mínima diária de 75%
das refeições oferecidas.
37. Intervenção nutricional
• Aqueles que não atingirem essa
recomendação por 7 dias consecutivos
deverão ser avaliados quanto ao tipo
de terapia nutricional (TN) a ser
indicada, seja oral, enteral ou
parenteral.
38. Intervenção nutricional
• É comum o idoso internado reduzir
sua ingestão calórica por inapetência
e/ou disfagia, o que pode levar a
deficiências nutricionais.
• Apenas 10% deles terão capacidade
de consumir quantidades suficientes
de alimentos para corrigi-las.
39. Terapia nutricional
• A TN deve ser indicada:
- desnutrição ou em risco de desenvolvê- la
- ingestão oral inferior a 75% da oferta
alimentar
- disfagia
- doenças catabólicas
- perda de peso involuntária superior a 5% em
3 meses ou maior que 10% em 6 meses.
40. Terapia nutricional
• Objetivos:
- oferecer
energia,
proteína
e
micronutrientes
em
quantidades
suficientes
- manter ou melhorar o estado nutricional
- proporcionar condições para a melhor
reabilitação
- promover a qualidade de vida
- reduzir a morbidade e a mortalidade.
42. Terapia Oral
• A finalidade é complementar ou
suplementar
as
necessidades
nutricionais
• Não deve ser utilizada como substituta
das refeições ou como única fonte
alimentar.
• Pode ser caseira ou industrializada,
sendo esta última classificada em
especializada ou padrão, sob a forma de
pó ou líquido.
43. Terapia enteral
• Conceito segundo a Anvisa; 6 de julho de 2000:
“ Trata- se de “alimento para fins especiais, com
ingestão controlada de nutrientes, na forma
isolada ou combinada, de composição definida
ou estimada, especialmente formulada e
elaborada para uso por sondas ou via oral,
industrializada ou não, utilizada exclusiva ou
parcialmente para substituir ou completar a
alimentação oral em pacientes desnutridos ou
não, conforme suas necessidades nutricionais,
em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar,
visando à síntese ou à manutenção dos tecidos,
órgãos ou sistemas”
44. Terapia enteral
• Considerada precoce quando seu início ocorre nas
primeiras 48 a 72 horas da internação hospitalar . Capaz
de diminuir a mortalidade, quando comparada à
nutrição enteral tardia.
• Benefícios da NEP :
-
melhora da imunidade intestinal
prevenção da translocação bacteriana
melhora do balanço nitrogenado
prevenção da atrofia do tecido intestinal
diminuição da incidência de complicações infecciosas e
da permanência hospitalar
- Otimização dos custos.
45. Terapia enteral
• Indicações
- quando a ingestão alimentar não
atingir as necessidades nutricionais e
houver perda de peso e/ ou presença
de
doenças/cirurgias
que
impossibilitem a alimentação via oral,
devendo estar o trato gastrointestinal
íntegro ou parcialmente funcionante.
46. Terapia enteral
• Deve ser iniciada somente em
pacientes
hemodinamicamente
estáveis e desde que seja utilizada por
um período mínimo de 5 a 7 dias.
47.
48. Terapia enteral
•
-
Complicações:
aumento do resíduo gástrico
distensão abdominal
Diarreia
Obstipação
Vômitos
Regurgitação da dieta
Obstrução da SNE
Deslocamento acidental da SNE
Passagem acidental da sonda enteral no trato
respiratório
- Epistaxe e sinusite (1,8 a 4,7%)
- Interações fármaco-nutriente
49. Terapia parenteral
• A principal indicação da NPT é
oferecer
aporte
nutricional
e
metabólico aos pacientes que não
podem se alimentar adequadamente
pelo trato gastrointestinal, seja por via
oral ou via enteral, em razão da
disfunção ou oclusão.
50. Terapia parenteral
• As indicações absolutas são:
-
vômitos incoercíveis ou intratáveis
diarreia grave de difícil controle
mucosite ou esofagite (quimioterapia, por exemplo)
íleo paralítico/grandes cirurgias abdominais
obstrução intestinal completa
repouso intestinal/fístulas enterocutâneas de alto
débito
peritonite
síndrome do intestino curto
má absorção grave
pré-operatório no qual a cirurgia não possa ser adiada e
o paciente tem desnutrição grave.
51. Terapia parenteral
• As contraindicações são:
-
pacientes
hemodinamicamente
instáveis
(choque
hipovolêmico,
cardiogênico ou séptico)
- edema agudo de pulmão
- anúria com ou sem diálise.
52. Terapia parenteral
• subdividida em periférica ou total.
• Periférica : administrada por veias periféricas e,
geralmente, é utilizada por curtos períodos (7 a
10 dias), não atingindo completamente as
necessidades nutricionais - veias periféricas não
toleram soluções hipertônicas.
• Central : administrada por veia central e,
usualmente, é indicada quando há necessidade
superior a 7 a 10 dias, com possibilidade de
oferta
calórica-proteica
completa,
com
osmolaridade maior que 1.000 mOsm/L.
53. Terapia parenteral
• A TNP pode ser usada como TN total
ou para suplementar outro tipo de
nutrição
que
não
atinja
as
necessidades calóricas diárias totais
54. Reintrodução da alimentação oral
• Critérios:
- Na presença de deglutição efetiva e segura e
- quando o paciente atingir ingestão alimentar de
aproximadamente 50 a 75% das necessidades
nutricionais, pode-se iniciar o desmame da TNE
- Quando aceitação alimentar oral atinja mais que
75% das necessidades nutricionais, é preciso
acompanhar por 3 dias consecutivos, suspender
a TNE e indicar a TNO
55. Bibliografia
• I Consenso Brasileiro de Nutrição e
Disfagia em Idosos hospitalizados.
2011 – SBGG
• JBI Intervenções efetivas para idosos
desnutridos
hospitalizados
Best
Practice 11 (2) 2007.