1. Ministério da Educação
Universidade federal de Santa Maria
Assessoramento e acompanhamento
pedagógico às redes e sistemas de ensino na
iplementação do PROINFÂNCIA em
municípios da região centro-norte do Estado
do Rio Grande do Sul
Profª Drª. Sueli Salva
2. Alguns aspectos a considerar:
Frequentar a creche e pré-escola é um direito social da
criança.
As crianças pequenas são “extremamente capazes de
tomarem iniciativas e agirem, ou seja, podem perceber e
movimentar-se, dispondo assim de amplos recursos [ ... ]
necessitam para seu crescimento circunstâncias favoráveis
e exitosas, para que possam conquistar sua independência
na simultaneidade em que vão gradualmente exercendo
sua autonomia.” (BARBOSA, 2009, p. 23)
Ação Pedagógica Com Crianças
Pequenas
3. Têm um corpo capaz de sentir, pensar, emocionar-se,
imaginar, transformar, inventar, criar, dialogar: um
corpo produtor de história e cultura. Porém, para
tornarem-se sujeitos precisam se relacionar com
outras crianças e adultos. Estar junto aos outros
significa estabelecer relacionamentos e interações
vinculados aos contextos sociais e culturais.
(BARBOSA, 2009, p. 23-24)
Crianças: nas suas diversidades e
diferenças são seres completos
4. Como organizar a ação pedagógica
que possibilite à criança o seu pleno
desenvolvimento?
5. É importante realizar alguma forma de registro sobre
as interações das crianças e sobre aspectos
trabalhados.
Escrever as experiências possibilita que você possa
refletir sobre elas. Os registros são memórias dos
acontecimentos. “O registro diário é apontado como
um documento reflexivo do professor, espaço no
qual pode marcar suas incertezas” . (Ostetto, 2008)
Registrar para planejar
6. A forma não é o mais importante, “mas os princípios
que sustentam uma ou outra organização. Depende
da visão de mundo, de criança, de educação, de
processo educativo que temos e queremos”.
Como planejar...como organizar a
ação pedagógica?
7. “Pode ser considerado um dos mais rudimentares, está
baseado na preocupação do educador em preencher o
tempo de trabalho com o grupo de crianças entre um e
outro momento da rotina” (Ostetto, 2000).
Ex. Segunda-feira
Modelagem com massinha.
Quebra-cabeça.
Audição de histórias.
Preenchimento de exercícios em folha mimeografada.
Planejamento baseado em listagem
de atividades
15. Planejamento baseado em datas comemorativas –
argumentos para se contrapor
“- Ah, mas na sociedade todos falam, todos comemoram
essas datas!” “- As crianças vem pra creche já falando ...” É
certo que as crianças trazem para dentro da escola o que
vivem, ouvem e veem fora dela. Mas será argumento
suficiente essa evidencia? Qual o papel da educação
infantil: repetir/reproduzir o que circula na sociedade em
geral ou discutir e questionar conteúdos e vivências que
trazem as crianças? É apenas respeitar a realidade imediata
ou ampliar a sua visão de mundo. É discutir e negociar
significados ou legitimar um sentido único veiculado nas
praticas comemorativas de consumo?
21. O tema não pode ser desenvolvido por toda a escola, pois o
interesse da criança de 1 anos é diferente da criança de 2 anos por
exemplo.
Cuidar para não reduzir a uma simples lista de atividades.
As atividades não podem ser repetidas mecanicamente.
Ex. tema “circo”: visitar o circo, pintar o palhaço, contar uma
história sobre o circo, escrever um texto coletivo sobre o circo,
repetindo as atividades em outro tema escolhido.
“Toma-se o tema como uma fôrma, dentro da qual um ou outro
ingrediente pode ser trocado, mas o produto vai sair do mesmo
jeitinho...sob o controle do formador” (Ostetto, 2000, p. 187).
Alertas em relação a esse tipo de
planejamento
22. Várias propostas pedagógicas colocadas em prática nas
décadas de 80 e 90 em São Paulo, Santa Catarina e
Paraná, defenderam a pré-escola como espaço
pedagógico e, portanto lugar de conhecimento.
Neste sentido a pré-escola como espaço de
aprendizagem e articulação com o ensino posterior,
oferecido nas sérias iniciais.
Planejamento baseado em conteúdos
organizados por área de conhecimento
23. Segue apontando noções a serem trabalhadas na pré-escola,
contemplando conteúdos básicos das quatro grandes áreas do
conhecimento: língua portuguesa, matemática, ciências
naturais e ciências sociais.
Esse viés rompia com a prática assistencialista e de apenas
cuidado. A educação infantil virou escola e as crianças alunos.
Tudo parecia estar indo bem... mas... !
E os bebês? E a especificidade da educação infantil?
As perguntas revelaram que a proposta conteudista não estava
indo bem!
Planejamento baseado em conteúdos
organizados por área de conhecimento
24. Todas as propostas apresentadas encaminham o
trabalho para crianças de 4 e 5 anos.
E para as crianças de o a 3 anos?
O planejamento depende em grande parte da
atuação do professor, está submetido a direção que
lhe impõe o professor, da sua intenção. A forma de
planejamento expressa atitude, concepção de
mundo, concepção de criança.
Da crítica às possibilidades, do compromisso à
prática: repensando o planejamento do trabalho
na educação infantil incluindo os bebês
25. Significa entrar na relação com as crianças (e não com
alunos), mergulhar na aventura em busca do
desconhecido, construir a identidade de grupo junto
com as crianças. Assim, mais do que conteúdos da
matemática, da língua portuguesa e das ciências, o
planejamento na educação infantil é essencialmente
linguagem, formas de expressão, leituras de mundo
que nos rodeia e que nos coisa espanto e paixão por
desvendá-lo, formulando perguntas e convivendo
com a dúvida.
Um planejamento bem planejado...
26. O planejamento na educação infantil precisa romper com essa
ideia, considerando que é o momento pedagógico por
excelência.
O caráter pedagógico da educação infantil é TODO o
cotidiano, pois “ao atender o bebê, o adulto não apenas lhe
dá cuidado físico mas o insere no mundo simbólico de sua
cultura ao interpretar suas expressões, gestos, postura”
(Oliveira et alii 1992, p. 41) “O pedagógico não está na
atividade em si, mas na postura do educador, na interação,
na troca de experiências e partilha de significados
possibilitando às crianças acesso a novos conhecimentos.”
(Ostetto, 2000, p. 192)
Hora da atividade?!
36. Espaço para expressão das diversas linguagens.
Espaço para a brincadeira.
Espaços para a criação da brincadeira.
O caráter educativo-pedagógico passa por:
O contexto da educação
40. Nas situações significativas para as crianças.
Nas suas preocupações.
Nas suas perguntar.
Onde está a curiosidade.
Em relação aos bebês:
Prestar atenção ao choro, balbucio, gesto, palavra,
ação. (p. 194)
Prestar atenção