Este documento discute mastite bovina, incluindo tipos, microrganismos causadores, estrutura da glândula mamária, sinais clínicos, testes de detecção, prejuízos, controle e prevenção. As principais medidas de controle incluem higiene na ordenha, tratamento de casos clínicos, terapia de vaca seca e treinamento de produtores e ordenhadores. O documento enfatiza a importância da prevenção para reduzir novos casos e custos de produção.
3. Microrganismos que causam mastite contagiosa:
Staphylococcus aureus e
Streptococcus agalactiae
Microrganismos que causam mastite ambiental:
Escherichia coli
Klebsiella
Streptococcus uberis
Streptococcus dysgalactiae
Streptococcus bovis
Enterococcus
Pseudomonas
Leveduras, algas
Mastite ou mamite
E. coli
S. aureus
E. coli
4. Glândula mamária
Estrutura do úbere
Assim se divide a glândula
mamária, isto é, em quatro partes
conhecidas por quartos mamários.
7. O que é significa Contagem de Células
Somáticas (CCS)?
•São as células de defesa que o organismo animal produz em
função de alguma inflamação;
•Essas células passam da corrente sanguínea para a mama;
•O teste que avalia a quantidade de células somáticas no leite
é conhecido por CCS.
8. O que significa CTB?
• É o número total de bactérias contidas no leite (UFC/mL);
• Indica as condições de higiene de ordenha, da ordenhadeira,
dos utensílios de ordenha, etc.
• Estes microrganismos crescem em altas temperaturas.
9. Principal consequência da CTB alta - Leite Ácido
• Comum em leite com contagem acima de 1.000.000 UFC/ml;
• Leite em temperaturas altas – bactérias transformam lactose
em ácido lático.
• Leite de dois tetos de uma vaca não higienizados:
1.765.000 M.O./ml
• Leite dos demais tetos da mesma vaca após a higienização:
168.000 M.O./ml
•Leite ordenhado em balde mal
lavado: 618.000 germes/ml
•Leite ordenhado em balde bem
lavado: 292 germes/ml
EEfeito da higiene na carga microbiana do leite
10. Testes para identificar mastite subclínica
1- California Mastitis Test – CMT.
Material necessário
13. Teste de Contagem de Células Somáticas
• individual: com amostras de leite de cada vaca
• de rebanho: com amostras de leite do tanque de
refrigeração
Rebanho (amostra tanque):
Vacas (amostra individual):
14. Interpretação e estimativa da influência do
número de células somáticas na produção
de leite de rebanhos
CCS
(x1.000)
Estimativa da gravidade do
problema
Redução na
produção (%)
% Animais
infectados
<250 Pouca ou nenhuma Irrelevante 6
250 – 500 Média 4 10
500 – 750 Acima da média 7 26
750 – 1.000 Ruim 15 ± 42
> 1.000 Muito ruim 18 ± 54
Fonte: Circular Técnica 70 – Embrapa Gado de Leite
15. Prejuízos devido a mastite
• Diminuição na produção de leite;
• Altos custos com casos clínicos;
• Custos com descarte e morte de animais;
17. Controle e prevenção da mastite
Esguichar os primeiros jatos de leite em uma caneca de fundo
escuro:
•Detectar mastite clínica
•Redução na contagem bacteriana
1º jato – 16.000 Microorganismos/mL
2º jato – 480 Microorganismos/mL
3º jato – 360 Microorganismos/mL
18. Mastite Clínica: sinais
Grau 1: forma branda, leite anormal (pode haver
alterações de cor, presença de grumos, pus, sangue,
coágulos)
Grau 2: alterações no leite e na glândula mamária (dor,
edema, rubor, calor)
Grau 3: leite e glândula mamária anormal, vaca pode
apresentar apatia, desidratação, hipertermia
20. Controle e prevenção da mastite
Fatores de risco para novas infecções e
infecções crônicas
• Características relacionadas ao rebanho:
1. Comprar animais de fora
2. Não descartar animais com infecção crônica
3. Não realizar exames microbiológicos
• Características relacionadas a cada vaca
1. Período de lactação
2. Ordem de parto
21. Medidas essenciais no controle da mastiteMedidas essenciais no controle da mastite
• Conhecer o problema de cada propriedadeConhecer o problema de cada propriedade
• Rotina de ordenhaRotina de ordenha
• Limpeza e manutenção do equipamentoLimpeza e manutenção do equipamento
• Higiene e conforto no ambiente de permanência dos animaisHigiene e conforto no ambiente de permanência dos animais
• Tratamento imediato dos casos clínicosTratamento imediato dos casos clínicos
• Terapia de vaca secaTerapia de vaca seca
• Descarte e segregação de animais crônicosDescarte e segregação de animais crônicos
• Ter um plano de biossegurança na propriedade (compraTer um plano de biossegurança na propriedade (compra
animais)animais)
• Capacitar os funcionários (treinamento)Capacitar os funcionários (treinamento)
• Contar com uma adequada assistência técnicaContar com uma adequada assistência técnica
22. Controle e prevenção da mastite
Principais Fontes de Contaminação
Microbianas• Ordenhar tetos sujos;
• Ordenhador (mãos e roupas sujas);
• Utensílios e equipamentos de ordenha inadequados e
sujos;
• Água, local sujo;
• Glândula mamária infectada;
23. Controle e prevenção da mastite
Limpeza das instalações
• Medidas diárias de limpeza no espaço de produção e
proximidades.
• Higiene dos equipamentos, instalações e maquinários.
• Higienização com detergente neutro, água potável, escovas,
vassouras, baldes e luvas.
Saúde e higiene do ordenhador
24. Controle e prevenção da mastite
• Manutenção do equipamento
• Realizar a limpeza e desinfecção diária dos
equipamentos de ordenha
• Usar detergentes e desinfetantes apropriados para
a higienização
• Fazer inspeção visual - resíduos ou depósito nas
superfícies
Capacitar o ordenhador
25. Controle e prevenção da mastite
Manejo do animal durante a ordenha
Opção 1
Opção 2
26. Controle e prevenção da mastite
Duas premissas:
•Evitar novas infecções
•Tratar as infecções já existentes
27. Tratamento da mastite clínica
• Quanto mais cedo o diagnóstico e mais rápido o início do
tratamento, maior é a chance de cura.
• Cuidados com aplicação da bisnaga: podem veicular bactérias
para interior do teto.
• Confirmação de cura clínica: leite normal depois de 5 dias e
sem recidiva até 3 semanas pós tratamento.
• Vacas mais velhas e aquelas com histórico de casos clínicos
podem não responder bem ao tratamento.
29. Terapia de vaca seca
• Previne novas infecções no período seco
• Trata as infecções subclínicas adquiridas durante a
lactação
• Taxa de cura: 70-90%
Taxa de Infecção com o uso ou não da terapia de vaca seca
Semtratamentoparaas
vacassecas
Tratamentodasvacassecas
comcefalosporina
Mastiteclínicanoperíodoseco 12de134vacas(8,96%) 0de117vacas(0%)
Novainfecçãonoparto 42de122vacas(34,4%) 12de117vacas(10,3%)
BERRY e HILLERTON, 2000
30. Antibióticos no leite
Problemas relacionados aos antibióticos:
•De saúde: tumores malignos, reações alérgicas, seleção de
bactérias resistentes
•Técnicos: Resistência térmica
- Reduz/Inibe a atividade de culturas lácticas.
-Pasteurização (72-75 ºC/15-20s): nenhuma/pouca ação.
-UHT (130-140ºC/2-4s): não elimina.
-Fervura: destroi 50% da penicilina, 66% da estreptomicina e
90% da oxitetraciclina e tetraciclina.
31. Prevenção de resíduos de antibióticos
no leite
• Ler o rótulo e a bula do antibiótico: período de descarte do leite;
recomendações quanto ao uso e via de aplicação; dosagem
recomendada.
• Identificar os animais tratados e ordenhá-los separadamente
• Descartar o leite dos quatro quartos mamários (conforme
informações da bula)
• Anotar todos os tratamentos realizados, registrando o dia do
início do tratamento, o medicamento administrado e o período
de descarte do leite.
34. Importância do treinamento prático e
teórico para produtores e ordenhadores
• Tornam-se mais responsáveis;
• Põem em prática os ensinamentos;
• Procuram novos conhecimentos.