3. O Brasil é o terceiro maior
produtor mundial de leite, com mais
de 34 bilhões de litros por ano,
com produção em cerca de 98%
dos Municípios brasileiros, tendo a
predominância de pequenas e
médias propriedades, empregando
cerca de 4 milhões de pessoas
(MAPA, 2022).
Introdução
4. O país conta com mais de 1 milhão de
propriedades produtoras de leite e as
projeções do agronegócio da
Secretaria de Política Agrícola,
estimam que, para 2030, irão
permanecer os produtores mais
eficientes, que se adaptarem à nova
realidade de adoção de tecnologia,
melhorias na gestão e maior eficiência
técnica e econômica (MAPA, 2022).
Introdução
5. O leite é um alimento de
grande valor nutricional para o
consumo humano, que tem
considerável importância
econômica e produtiva em
todo o mundo, principalmente a
países considerados em
desenvolvimento e em sistemas
de agricultura familiar.
Introdução
6. No Brasil, o leite é um dos seis produtos
mais relevantes do setor agropecuário
brasileira, que gera emprego e renda
para a população, como também auxilia
no suprimento da cadeia alimentar. Desde
o início da década de 90, a atividade
leiteira vem evoluindo no nosso país, na
busca de ser eficiente no mercado
global, com foco na produção em grande
escala de produtos diferenciados.
Introdução
7. Assim, na prática da Bovinocultura
de leite, a gestão de manejo
ambiental, sanitário e reprodutivo
são primordiais para aliar a
elevação da qualidade do leite com
a melhoria dos indicadores
financeiros do negócio, sem deixar
de lado os princípios de
sustentabilidade e bem-estar
animal.
Introdução
8. Manejo Ambiental na
bovinocultura de leite ocorre
quando há interferência no
conforto do animal em relação ao
ambiente como por exemplo:
vacas precisam de áreas
sombreadas, bebedouros e
abrigos para mantêm o controle
do estresse térmico.
Manejo Ambiental
9. Em animais sob efeitos
estressantes ambientais,
climáticos ocorre a
diminuição do
comportamento estral e
da ovulação.
Manejo Ambiental
10. No sistema extensivo o ILPF é uma das alternativas de manejo ambiental de maior eficiência.
O ILPF consiste em associar na mesma área a produção agrícola por meio da formação de uma lavoura, a pastagem com
os animais de produção e o componente arbóreo. É dividido em:
Manejo Ambiental
Sistema Extensivo: Pastagem
11. Sistema Intensivo da bovinocultura é um confinamento
total durante o período produtivo das vacas leiteiras. Os
animais permanecem lado a lado em baias individuais,
geralmente presos em correntes no pescoço e recebem
sua alimentação no cocho. Normalmente ficam soltos
durante a ordenha, uma hora aproximadamente, quando
aproveitam para caminhar. Neste sistema o manejo
ambiental não ocorre.
Manejo Ambiental
Sistema Intensivo: Confinamento
12. Os benefícios da implantação do Manejo Ambiental na bovinocultura de leite:
• Reduz o custo de produção devido ao menor consumo de água, ração, energia, fertilizantes,
combustíveis, etc.;
• Melhora a eficiência no uso de insumos, principalmente dos nutrientes contidos na dieta e nos
fertilizantes químicos e orgânicos;
• Otimiza o uso da mão de obra;
• Aumenta a vida útil de máquinas e equipamentos;
• Melhora o nível de instrução e a capacidade técnica do produtor(a) e de seus colaboradores;
• Disponibiliza mais área agricultável para produção e mais área de preservação para o
cumprimento da legislação ambiental.
Manejo Ambiental
13. O manejo sanitário dos bovinos de
leite compreende um conjunto de
medidas de natureza profilática que
tem a finalidade de impedir que
doenças interfiram no desempenho
do rebanho, garantindo, ainda, a
qualidade do leite consumido pelo
homem e utilizado pelas indústrias
de laticínios.
Manejo Sanitário
14. O manejo sanitário inicia-se com as bezerras, pois
elas serão as futuras produtoras de leite. Ao nascer
as bezerras são recolhidas, da maternidade, pesadas,
passam pelo processo de cura do umbigo (imersão do
coto do umbigo em solução iodada durante 3 dias até
secagem completa e queda) e então são colocadas
para mamar o colostro em uma mamadeira. Em
seguida são levadas para o bezerreiro onde ficará
até ser desmamadas.
Manejo Sanitário
15. Todos os cuidados tomados em relação ao manejo sanitário, é muito
importante principalmente na introdução de novos animais ao rebanho, pois
eles podem trazer para seu rebanho doenças.
Uma estratégia importante é o isolamento dos animais recém adquiridos
deixando em quarentena. Desse modo, forma-se uma barreira sanitária,
prevenindo a introdução de patógenos na propriedade. Essa é uma prática
segundo na qual os animais permanecem por 40 dias isolados dos demais,
em condições adequadas, até a realização de determinados testes
sanitários ou para manifestações de sintomas clínicos.
Manejo Sanitário
16. A obtenção de índices de excelência na produção leiteira está baseada em um adequado manejo sanitário do rebanho.
Assim, torna-se fundamental garantir um manejo sanitário satisfatório, apropriadas condições de higiene ambiental,
além de um programa robusto de imunização das principais patologias que acometem o gado leiteiro. O atendimento
dessas condições propiciará que os animais expressem ao máximo seu potencial genético, proporcionando,
consequentemente, maior produtividade e retorno econômico aos produtores.
Manejo Sanitário
17. Manejo Sanitário
Esquema vacinal para as principais
doenças bovinas no Brasil (MAPA).
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
19. Mastite
Mastite é um processo
inflamatório da glândula mamária
que pode ser de natureza
infecciosa (provocada por
microrganismos) ou não-
infecciosa (provocada por
agentes físicos, químicos, etc.).
20. Os Tipos de Mastites
A infecção na glândula mamária provoca alterações na composição do leite produzido, que podem variar
conforme o agente infeccioso e a intensidade da doença. Essa enfermidade pode ser classificada em Mastite
clínica (ambiental) e Mastite subclínica (contagiosa).
21. Problema da Mastite
A mastite bovina é o problema de saúde mais importante que afeta o gado leiteiro em
todas as áreas produtoras do mundo.
A ocorrência da mastite é influenciada por uma variedade de fatores não relacionados,
tais como a conformação do úbere, as condições do esfíncter da teta, as condições
gerais de higiene, os procedimentos de ordenha, as condições da ordenhadeira mecânica,
etc.
A mastite, além de reduzir a produção, influi negativamente na qualidade do leite e
produz prejuízos devido ao descarte de animais e ao aumento dos custos de produção.
22. A recomendação para o tratamento da mastite clínica é que o mesmo seja feito logo após o
diagnóstico diário, por meio da caneca de fundo escuro e que obedeça ao antibiograma do
rebanho. Já o diagnóstico da mastite subclínica deve ser feito como rotina, podendo-se
utilizar para esse fim a contagem de células somáticas, o CMT ou outro teste que determine
a presença de reação inflamatória.
Tratamento das Mastites
23. O controle da Mastite é composto de:
higiene da ordenha, imersão das tetas em
solução desinfetante antes e após a
ordenha, tratamento de vacas no período
seco, controle higiênico do ambiente,
tratamento das mastites clínica, descarte
de vacas com mastite crônica, e
manutenção do equipamento de ordenha.
Controle das Mastites
24. A Tuberculose é uma enfermidade
infecto-contagiosa crônica,
granulomatosa, caracterizada por
lesões denominados tubérculos. É
uma importante zoonose, cuja
prevalência tem aumentado muito
entre os seres humanos
imunodeficientes.
Tuberculose
25. Nos bovinos, a tuberculose é
causada pelo Mycobacterium bovis,
bastonete ácido-resistente que não
se cora bem pelo Gram. A
composição lipídica do bacilo tem
grande importância na imunidade
do hospedeiro e na resistência aos
desinfetantes ácidos e álcalis.
Tuberculose
26. No animal tuberculoso, o microrganismo é eliminado por secreções do
trato respiratório, fezes, leite, urina, sêmen e corrimentos genitais.
Em animais confinados, a infecção ocorre usualmente por inalação.
Alguns fatores de risco são importantes na rápida disseminação da
tuberculose no rebanho: estabulação, confinamento, aglomerações,
manejo e instalações inadequadas.
Tuberculose
27. No Brasil, a tuberculose continua sendo um grave problema de saúde dos rebanhos
leiteiros, gerando prejuízos com o descarte de animais, queda na produtividade, baixa
qualidade do leite, condenação de carcaças, gastos com serviços veterinários,
medicamentos, etc.
Tuberculose
28. O diagnóstico da tuberculose é
feito por meio do teste cutâneo
de alergia à tuberculina. É
aconselhado o uso da tuberculina
PPD (derivado protéico
purificado) bovina.
Diagnóstico da Tuberculose
29. Para testes de triagem e quando não
houver disponibilidade de material
adequado, a prova pode ser executada
na prega anacaudal. Como rotina, deve-
se utilizar a prova intradérmica na
paleta ou na região cervical, utilizando
o paquímetro para aferição das
reações.
Diagnóstico da Tuberculose
30. A Brucelose é uma enfermidade
infecciosa dos bovinos, causada pela
Brucella abortus, cocobacilo Gram-
negativo, parasito intracelular
facultativo que tem predileção pelo
sistema reprodutivo. Os principais
sintomas da doença são aborto e
infertilidade temporária ou permanente.
Brucelose
31. As principais fontes de infecção para os rebanhos são a placenta e os líquidos
fetais de animais abortados, geralmente ao redor do sétimo mês ou ainda, as
membranas fetais de animal infectado com o parto a termo.
As fêmeas não gestantes podem reter as bactérias nos gânglios linfáticos
supramamários e quando em gestação, após breve período de bacteriemia, esses
microrganismos são atraídos para o útero grávido, provocando aborto devido a
placentite necrótica e endometrite ulcerativa.
Brucelose
32. O principal sintoma observado nos rebanhos contaminados é o aborto no terço final
da gestação. A vacinação das bezerras dos três a seis meses de idade, com a
vacina B-19 em dose única deve ser utilizada sistematicamente para o controle da
infecção.
Brucelose
33. O diagnóstico da doença pode ser realizado por meio de testes sorológicos para pesquisa de
aglutininas anti-brucelas e o isolamento da bactéria. Para triagem, em rebanhos ou mistura de
rebanhos é utilizado o “c”, que utiliza o leite para a pesquisa de aglutininas. Em rebanhos indenes
deve ser evitada a entrada de animais provenientes de rebanhos reagentes.
Diagnóstico da Brucelose
34. Os Clostrídios são bactérias Gram-positivas, anaeróbias, de forma bacilar,
esporuladas e que apresentam como habitat o solo e o trato intestinal do
homem e dos animais. As bactérias do gênero Clostridium causam doença,
basicamente por dois mecanismos: invasão dos tecidos e produção de toxinas.
Clostridiose
35. TRÊS GRUPOS que ocorre nos bovinos de leite:
• Neurotóxico (botulismo);
• Histotóxico (carbúnculo sintomático e edema maligno);
• Enterotoxigênico (enterotoxemias).
Os tipos de Clostridioses
36. O Botulismo é a doença resultante da ingestão e da absorção de toxinas pré-formadas
do C. botulinum, presente em alimentos deteriorados. Para os bovinos são importantes as
toxinas dos tipos C e D. A doença manifesta-se por paralisia flácida da musculatura
esquelética, seguida por alto índice de letalidade. A evolução da doença pode ser aguda
ou subaguda, determinando paralisia motora progressiva. A toxina age ao nível da placa
motora, bloqueando as junções colinérgicas pela inativação irreversível do mecanismo de
liberação pré-sináptica da acetilcolina. O diagnóstico deve ser baseado em achados
clínicos e de laboratório. A profilaxia é feita por meio de vacinas específicas.
Clostridiose - Botulismo
37. O C. chauvoei é o agente do carbúnculo sintomático, uma doença infecciosa aguda, não-contagiosa
que se caracteriza pela formação de gases nas grandes massas musculares dos bovinos. É uma
infecção telúrica, não sendo muito comum sua ocorrência em animais estabulados. Os esporos
entram na corrente sanguínea após penetrarem na mucosa digestiva.
Alguns dados de pesquisa mostraram que o bacilo pode ser encontrado no fígado e no baço de
animais clinicamente sadios, ao abate. Os sintomas são tumefações enfisematosas típicas da
doença, que ocorrem principalmente nos músculos glúteos, claudicação e elevação da temperatura
corporal (41⁰C). Nos casos agudos da doença, a morte pode ocorrer entre 24 e 48 horas após o
início dos sintomas. As bacterinas polivalentes são utilizadas para o controle dessa doença. O
tratamento é feito a base de penicilinas.
Clostridiose - Carbúnculo sintomático
38. O Edema maligno é uma infecção pelo C. septicum, entre outros clostrídeos, que se
caracteriza pela formação de edemas crepitantes no local da infecção. Essas feridas
podem apresentar espuma amarelada. A doença em geral é consequência de
castração, descorna, parto ou inoculações praticadas sem cuidados de assepsia. O
diagnóstico pode ser feito tendo como base aspectos macroscópicos da sistemática
com bacterinas. O tratamento pode ser eficiente, quando feito rapidamente ao
surgimento dos primeiros sintomas. O antibiótico de escolha é a penicilina.
Clostridiose - Edema maligno
39. As Enterotoxemias são doenças que ocorrem nos bovinos, devido à absorção de toxinas
produzidas pelo Clostridium perfringens no trato digestivo. O C. perfringens tipo D é o
principal responsável pelos quadros de enterotoxemias nos bovinos. As condições
predisponentes são a alimentação pobre em fibras e a mudança brusca no tipo de
alimentação. Essa doença está associada a rebanhos alimentados com altos teores de
concentrados que propiciam a exacerbação dos clostrídios no trato intestinal, com
produção e absorção de toxinas. Os sintomas são: depressão, anorexia, inércia, ataxia e
diarreia. Nos casos agudos pode ocorrer a morte súbita.
Clostridiose - Enterotoxemias
40. A febre aftosa é uma das enfermidades
virais que causam maiores prejuízos à
pecuária brasileira, pela restrição do
comércio de animais e seus produtos por
parte dos países livres da doença. Existem
sete tipos descritos de vírus da aftosa,
imunologicamente diferentes: O, A, C, SAT-
1, SAT-2, SAT-3 e ASIA-1. No Brasil, são
prevalentes os sorotipos O, A e C.
Febre aftosa
41. Os sinais clínicos da doença são típicos das doenças vesiculares: anorexia, febre, sialorreia, vesículas que
formam úlceras e se localizam no epitélio oral, espaços interdigitais, tetos e região coronária dos cascos. Não
há tratamento específico para a doença, por ser uma infecção viral.
O controle da doença é feito por meio da vacinação sistemática com a vacina oleosa de ação prolongada, de
acordo com calendário oficial. Essa vacinação poderá levar à erradicação.
Febre aftosa
42. O diagnóstico da febre aftosa pode
ser realizado pelos sinais clínicos e
testes sorológico, como fixação de
complemento, vírus
soroneutralização e ELISA.
Diagnóstico da Febre aftosa
Teste Sorológico - ELISA
43. Raiva dos herbívoros é uma enfermidade viral,
aguda e fatal, caracterizada por sinais
nervosos, representados por agressividade,
mudanças de comportamento, paralisia
progressiva e morte. É causada por vírus da
família Rhabdoviridae do gênero Lyssavírus. A
transmissão da doença nos bovinos é feita
pelo morcego hematófago, Desmodus
rotundus.
Raiva dos herbívoros
44. O período de incubação pode variar entre
um e três meses. Os animais infectados,
após o período de incubação, apresentam
outras três fases: período prodrômico,
fase de excitação e fase paralítica, que
termina com a morte.
A sintomatologia predominante é da forma
paralítica.
Raiva dos herbívoros
45. Com o auxílio de medidas de segurança, são coletadas amostras do
encéfalo do animal.
O diagnóstico pode ser feito por histologia (imunofluorescência
direta - IFD), detectando os corpúsculos de Negri, que são
característicos da raiva, e através do isolamento viral em
camundongos ou em cultivo celular.
Diagnóstico - Raiva bovina
46. O controle da doença
é feito por meio do
uso de vacinas e do
controle da população
de morcegos
hematófogos.
Controle da Raiva bovina
47. O manejo reprodutivo na
bovinocultura leiteira tem como foco
elevar a experiência do produtor por
meio de técnicas, levando-se em
consideração o ambiente ao qual o
animal está inserido, tipo de animal,
recursos financeiros e funcionários
que farão todo o processo de
eficiência reprodutiva.
Manejo Reprodutivo
48. As técnicas específicas
pretendem melhorar as
parições, de modo que cada
fêmea tenha um bezerro
anualmente, recebendo o
cuidado necessário quanto
ao peso e ao desmame.
Manejo Reprodutivo
49. Para obter um bom manejo reprodutivo é necessário adotar algumas estratégias como a utilização
de ficha de controle que inclui os dados: data do nascimento, identificação dos animais, ocorrência
de cio, data da inseminação artificial com identificação do reprodutor utilizado, confirmação da
prenhez, previsão de secagem, data do parto, abortos e outras ocorrências.
Manejo Reprodutivo
50. A produtividade e rentabilidade de um sistema de produção de leite dependem de um
eficiente manejo reprodutivo.
Quanto mais tecnificado for o sistema de produção principalmente quando se utilizam
biotécnicas direcionadas à reprodução, como controle farmacológico do ciclo estral,
inseminação artificial (IA), inseminação artificial em tempo fixo (IATF), transferência de
embriões (TE) e produção de embriões in vitro (PIV), maior serão os desafios para que
uma ótima eficiência reprodutiva seja atingida.
Manejo Reprodutivo
51. Como os índices reprodutivos afetam diretamente a produtividade do rebanho, cabe a
todos os produtores conhecer, mensurar e analisar os índices reprodutivos. Veja a tabela
abaixo os principais parâmetros reprodutivos utilizados na bovinocultura de leite e seus
respectivos valores ideais para um bom acompanhamento do rebanho.
Eficiência reprodutiva
52. Os índices que ajudam a mensurar a eficiência reprodutiva de um rebanho bovino.
• Intervalo entre partos (IEP)
• Intervalo parto-concepção (IPC)
• Taxa de serviço (TS)
• Taxa de concepção (TC)
• Número de serviços por prenhez
• Taxa de detecção de cio
• Taxa de abortos
• Idade ao primeiro parto
Eficiência reprodutiva
53. O ciclo estral das vacas é o momento compreendido entre os dois períodos de receptividade sexual, isto é, o
período de estro. Durante esse momento, mudanças morfofuncionais ocorrem no sistema hipotálamo-
hipófiseovário-útero, como preparação para a fêmea para a ovulação e concepção. As fêmeas são
poliéstricas anual, em que os ciclos estrais duram por volta de 21 dias, sofrendo variação entre 17 a 24 dias.
Ciclo Estral
54. O estro, ou cio é um período que pode ser definido pela
receptibilidade sexual das fêmeas, e pelo aumento do
estrógeno produzido pelas células foliculares, e pode durar
entre 12 e 30 horas em vacas.
As altas concentrações de estrógeno nesse período
sensibilizam o sistema nervoso central, levando a fêmea a
manifestar comportamento sexual.
O comportamento mais característico do início dessa fase é
a aceitação da monta por outras fêmeas ou pelo macho,
resultante da ocorrência do pico de LH pré-ovulatório.
Detecção do cio
55. Em vacas leiteiras de alta produção, as manifestações de cio já são naturalmente baixas, e isso parece estar relacionado
a maior taxa metabólica e menores concentrações séricas de estrógeno. Dessa forma esses animais aceitam a monta por
um período de tempo mais curto do que o esperado, influenciando também no número de montas, intensidade e duração
do cio. Logo, quanto mais produtora for a vaca, menor a intensidade e a manifestação dos sinais de cio. Ademais, outros
fatores também podem influenciar no estro, como por exemplo: doenças do trato reprodutivo, fatores ambientais como o
estresse térmico, o piso de concreto no alojamento dessas vacas também demonstra diferenças na intensidade do cio,
quando comparado a vacas mantidas em pasto.
Detecção do cio
56. A monta natural é quando o macho e a fêmea realizam a cópula
em liberdade, sem a interferência do homem.
A monta natural tem como vantagens: a economia de mão-de-obra
e possibilita melhor aproveitamento de cios. Porém também
encontramos alguns pontos negativos na utilização da monta
natural: dificuldade da anotação do dia de cobertura; diminui a vida
útil do touro pelo excesso de montas, aumenta a possibilidade de
acidente com o touro, favorecimento da transmissão de doenças da
reprodução, como: viroses, triconomose e campilobacteriose.
Sistemas de acasalamento
Monta natural
57. A monta controlada é realizada de forma que os touros só entram em contato com as fêmeas quando elas
estiverem apresentando sinais de cio, evitando, assim, o desgaste do animal e facilitando a anotação do dia
da cópula para uma programação do parto. E até mesmo um trabalho de secagem nos animais em lactação.
Essa técnica é mais eficiente do que a monta natural tradicional, pois aumenta a vida útil do touro, diminui a
possibilidade de acidente com o reprodutor, facilita as anotações reprodutivas e possibilita melhor
aproveitamento do touro, que pode vir a servir mais de 100 vacas por ano.
Porém, a monta controlada traz suas desvantagens, pois aumenta os gastos com mão de obra, acarreta
maior perda de cios e necessita de instalações adequadas.
Sistemas de acasalamento
Monta controlada
58. A inseminação artificial (IA) é um procedimento que
tem como objetivo introduzir o sêmen, puro ou
diluído, no aparelho reprodutor da fêmea em
condições tais que permita aos espermatozoides
encontrar o óvulo e fecundá-lo. É importante
destacar que a IA deve ser adotada em
propriedades que já possuam bom nível tecnológico,
com boa escrituração zootécnica e adequados
manejos sanitário e nutricional, sem os quais não se
obterá sucesso com a técnica.
Inseminação artificial
59. A IA permite que o médio e o pequeno
produtor utilizem em seus rebanhos
sêmen de reprodutores de alto mérito
genético. Tal fato não seria possível
caso os produtores tivessem de
adquirir um reprodutor por valores
inacessíveis à sua realidade econômica.
Inseminação artificial
60. • Possibilita o uso de sêmen com teste de progênie.
• Evita gastos de investimento com a compra e manutenção do reprodutor na
propriedade.
• Evita a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, uma vez que os touros
doadores de sêmen são submetidos a rigorosos testes, preservando, assim, a
condição sanitária do rebanho.
• Permite cruzamentos alternados entre raças diferentes.
• Possibilita a melhoria de certas características desejáveis com os acasalamentos
corretivos. É possível direcionar o acasalamento de maneira a aumentar a produção
e corrigir características lineares.
Vantagens da Inseminação artificial
61. • Aumenta o número de descendentes de um reprodutor.
• Permite utilizar touros com problemas adquiridos que impossibilitem a monta ou
mesmo após a sua morte.
• Previne acidentes com fêmeas, principalmente as novilhas, em cruzamentos com
touros pesados.
• Previne acidentes com pessoas, pelo comportamento agressivo de alguns touros.
• Reduz a dificuldade no parto, pelo uso de touros que, comprovadamente, produzem
filhos de pequeno porte no nascimento.
Vantagens da Inseminação artificial
62. IATF é uma técnica onde é determinado o dia e horário que um lote de fêmeas serão inseminadas.
Esse manejo irá sincronizar a ovulação das fêmeas bovinas por meio da administração de
medicamentos em dias predeterminados.
Os hormônios que sincronizam a ovulação têm sido amplamente utilizados para viabilizar a
inseminação artificial de vacas de leite no Brasil. Essa prática tem impacto direto no desempenho
reprodutivo, pois aumenta consideravelmente a taxa de serviço e reduz o intervalo parto-concepção e
entre partos. Se o primeiro serviço pós-parto de um rebanho excede 80 dias, tempo suficiente para
a fêmea exibir cio após o período voluntário de espera, o produtor pode se beneficiar com o uso de
hormônios para induzir o cio e a ovulação.
Inseminação artificial em tempo fixo (IATF)
63. A transferência de embriões é uma biotécnica para garantir uma maior produção de descendentes com
características avançadas que não seria viável naturalmente. Para isso, integra a genética de animais entre
diferentes países, pela facilidade de transporte. O grande potencial é realizar a introdução do embrião em
outra égua de regiões e países diferentes, aumentando a adaptação do feto, com técnicas de melhoramento.
Geralmente, a doadora ao sofrer superovulação, proporciona um número maior de folículos fecundados, e
assim, os embriões são transferidos para receptoras, elevando o manejo. Com essa técnica, a implantação de
um embrião ocorre no sétimo dia de desenvolvimento em uma receptora, sendo caracterizada como barriga
de aluguel. Com isso, a técnica permite que garanhões avançados possuam maior número de descendentes
com características corporais que o mercado exige.
Transferência de embriões (TE)
64. A produção in vitro de embriões (Pive) bovinos consiste em uma biotecnologia da reprodução bem
estabelecida e atualmente está disponível para uso em sistemas de produção de leite no Brasil. Essa biotécnica
favorece o melhoramento genético animal, pois aumenta consideravelmente a produção de animais
geneticamente superiores a partir de material genético selecionado. A Pive visa produzir um grande número
de embriões, permitindo aumentar consideravelmente o número de descendentes gerados por doadora.
Produção de embriões in vitro (Pive)
65. A Pive é uma biotécnica que impede o desgaste das fêmeas doadoras dos oócitos por não
receberem tratamentos hormonais e permite também gerar embriões em situações nas quais
fisiologicamente isso não seria possível, como, por exemplo, em fêmeas pré-púberes, prenhes,
senis, com problemas de infertilidade adquirida ou ainda em período de puerpério.
Entretanto, pelo fato de a aspiração de oócitos das doadoras se tratar de uma biotécnica invasiva,
é importante que os animais sejam cuidadosamente acompanhados por médicos- -veterinários
capacitados, a fim de evitar patologias como aderências e fibroses nos ovários. Essas lesões
podem ser ocasionadas pelo uso excessivo ou não adequado das doadoras de oócitos.
Produção de embriões in vitro (Pive)
66. A Pive é composta por várias etapas. Inicia-se na
propriedade rural, passa para o laboratório e termina
novamente na propriedade. As etapas que constituem as
atividades de campo são a avaliação das doadoras (fêmeas
com genética superior) e a aspiração folicular guiada por
ultrassonografia desses animais que visa à colheita dos
oócitos (gametas femininos). Após a produção dos embriões
no laboratório, é necessário retornar à propriedade para
realizar a avaliação e a sincronização hormonal das
receptoras, conhecidas popularmente como barrigas de
aluguel.
Produção de embriões in vitro (Pive)
67. Concluímos que o Manejo Ambiental, Sanitário e Reprodutivo do bovino de leite é
necessário para que haja uma melhor qualidade na produção de leite, sabendo
que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões
de litros por ano, com produção em 98% dos municípios brasileiros, tendo a
predominância de pequenas e médias propriedades, empregando perto de 4
milhões de pessoas.
Conclusão