Educação do Campo como Fator de Desenvolvimento Regional Sustentável
Avaliação Emancipatória
1. Avaliação Emancipatória
Professora: Elaine Maria Dias de Oliveira
URI – Campus de Santiago, julho de 2012
2. Educação como Direito
Constituição: Educação é direito público
subjetivo inalienável. Responsabilidade
de quem?
* Acesso
* Permanência
* Sucesso
3. Que relação há
entre sucesso na escola
e avaliação da
aprendizagem?
Avaliação:
* como instrumento/meio de
aprendizagem;
* como forma de tomada de consciência
sobre sua realidade pessoal e/ou
coletiva.
5. Para refletir:
A história do rato.
Romão disse a um ratinho que ia passando por perto dele:
- “ Pare aí. Temos já de ir ao juiz. Quero te acusar.”
“Vamos”, respondeu o ratinho. “A consciência de nada me acusa e
saberei defender-me.”
“Muito bem”, disse o gato. “Aqui estamos diante do senhor juiz”.
“Não o vejo”, disse o ratinho.
“O juiz sou eu”, disse o gato.
“E o júri?”, perguntou o ratinho.
“O júri também sou eu”, disse o gato.
“ E o promotor?”, perguntou o ratinho.
“O promotor também sou eu”, disse o gato. Então você é tudo?”,
perguntou o ratinho.
“Sim, porque sou o gato. Vou acusar você, julgar você e comer
você.”
Lewis Corroll
6. Avaliar não é :
* Não é aplicação de provas e de
instrumentos avaliativos, isto é testagem;
* Não é correção de provas e atribuição
de notas, isto é medida.
* Não é julgamento unilateral;
* Não é rotulação dos alunos em
capazes e incapazes;
7. QUANDO A ESCOLA É DE
VIDRO
Rute Rocha
Eu ia a escola todos os dias de manhã e quando
chegava, logo, logo, eu tinha que me meter no
vidro. É, no vidro!
Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro
não dependia do tamanho de cada um, não! O vidro
dependia da classe em que a gente estudava.
Se você estava no primeiro ano, ganhava um vidro
de um tamanho. Se você fosse do segundo ano,
seu vidro era um pouquinho maior. E assim, os
vidros iam crescendo à medida que você ia
passando de ano.
8. Se não passasse de ano era um horror.
Você tinha que usar o mesmo vidro do ano
passado. Coubesse ou não coubesse.
Aliás nunca ninguém se preocupou em
saber se a gente cabia nos vidros. E para
falar a verdade, ninguém cabia direito.
Uns eram gordos, outros eram muito
grandes, uns eram pequenos e ficavam
afundados no vidro, nem assim era
confortável.
9.
A gente não escutava direito o que os
professores diziam, os professores não
entendiam o que a gente falava, e a gente
nem podia respirar direito...
A gente só podia respirar direito na hora do
recreio ou na aula de educação física. Mas
aí a gente já estava desesperado de tanto
ficar preso e começava a correr, a gritar, a
bater uns nos outros.
10. Para refletir... Quais são os
Reflexos da Avaliação da
Aprendizagem entre os
meus alunos? ( Vídeo Gabriel
Pensador)
"O que mata um jardim não é
o abandono. O que mata um
jardim é esse olhar de quem
por ele passa indiferente."
Mario Quintana ....
11. O que é avaliação
para os alunos?
Video
Avaliação- Prêmio ou Punição.avi
12. Conceituando a
Avaliação da
Aprendizagem
“A avaliação deve ser um instrumento auxiliar
da aprendizagem e não um mero instrumento
de aprovação e reprovação de alunos.”
(LUCKESI,1998)
“A Avaliação é um processo de captação das
necessidades, a partir do confronto entre a
situação atual e a desejada, visando uma
intervenção na realidade para favorecer a
aproximação entre ambas”(Vasconcelos,1998)
13. “Avaliar é ser capaz de acompanhar o processo
de construção do conhecimento do educando,
para ajudá-lo a superar obstáculos.”
(Vasconcelos,1998)
A avaliação escolar é um instrumento de poder e
de controle que está relacionado aos objetivos,
as finalidades, aos interesses que estão em jogo
no trabalho educativo. Para contribuir com o
processo educativo deve ter como função
diagnosticar o desenvolvimento da
aprendizagem, investigar as dificuldades e
indicar alternativas de superação das mesmas.
14. “Se buscamos uma escola que não
seja uma preparação para a vida, mas
que seja ela mesma uma rica
experiência de vida, se buscamos uma
escola que não seja reprodutora dos
modelos sociais discriminatórios, mas
promotora do desenvolvimento integral
de todos os alunos, temos de repensar
a avaliação”.(VASCONCELOS, 2000)
15. Avaliação
Emancipatória
“A avaliação emancipatória caracteriza-se
como um processo de descrição, análise e
crítica de uma dada realidade, visando
transformá-la.
A avaliação emancipatória tem dois
objetivos básicos:
Iluminar o caminho da transformação e
beneficiar as audiências no sentido de torná-
las autodeterminadas.” (Ana Maria Saul)
16. Avaliação
Emancipatória
Para Ana Maria Saul “A emancipação prevê
que a consciência crítica da situação e a
proposição de alternativas de solução para
que a mesma constitua-se em elementos de
luta transformadora para os diferentes
participantes da avaliação”.
17. Avaliação
Emancipatória
A avaliação emancipatória é um dos pilares
da reestruturação curricular do ensino médio;
Ela é um dos eixo do processo de
aprendizagem, portanto necessita partir da
realidade, para apontar os avanços do aluno,
bem como, indicar meios para a superação
de dificuldades que o estudante apresenta.
18. Função da Avaliação
“(...) será possibilitar ao educador condições
de compreensão do estágio em que o aluno
se encontra, tendo em vista poder trabalhar
com ele para que saia do estágio defasado
em que se encontra e possa avançar em
termos dos conhecimentos necessários.
(LUCKESI, 2005, p. 81)
19. Avaliação
Emancipatória
A avaliação emancipatória parte da
colaboração, do comprometimento com a
mudança de paradigmas, com a formação
de novos sujeitos, e, portanto, de
transformar a realidade. Assim, é necessário
um trabalho planejado e executado com a
participação de todos e que tenha resultados
significativos e concretos. Portanto, o
educando precisa participar desse processo.
20. Avaliação
Emancipatória
Segundo Saul (2001), a avaliação emancipatória
está situada numa vertente político-pedagógica
cujo interesse primordial é emancipador, ou seja,
libertador, visando provocar a crítica, de modo a
libertar o sujeito de condicionamentos
deterministas. O compromisso principal desta
avaliação é o de fazer com que as pessoas direta
ou indiretamente envolvidas em uma ação
educacional escrevam a sua “própria história” e
gerem suas próprias alternativas de ação.
21. Como construir uma
avaliação
emancipatória?
A escola precisa definir é qual a concepção de pessoa e de
sociedade que se quer formar;
Definir as mudanças esperadas nas relações professor/aluno;
Repensar a metodologia de trabalho;
Repensar os instrumentos avaliativos e suas funções;
Garantir ao educando direto de participação real nesse
processo;
Fazer uso do processo dialógico como garantia de vez e voz a
todos os envolvidos no processo;
Traçar objetivos e metas (plano de ação), coletivo;
22. Avaliação e transformação
da sociedade
Se o nosso sonho é participar de uma
sociedade em que todos tenham voz e vez,
então é preciso transformar tudo.
Vasconcellos (1998) diz que mudar a
avaliação é mudar a sociedade... afinal, o que
está se discutindo é um projeto de uma nova
sociedade. É possível acreditar em uma
sociedade que tenha lugar para todos,
inclusive para os mais pobres? Será possível
construir essa sociedade?
23. Como construir uma
sociedade que tenha lugar
para todos?
Mudando do paradigma cientificista
/cartesiano/positivista para o paradigma
emancipatório;
Transformando as relações na escola;
Mudando a concepção de ensino e
aprendizagem;
Valendo-se do método dialético;
Mudando radicalmente a forma de avaliar.
24.
25. Que reflexão podemos fazer a partir
da imagem anterior? Que
necessidades revela?
Rever a concepção de avaliação é
rever, sobretudo, as concepções de
conhecimento, de ensino, de
aprendizagem, de educação, de
escola e de sociedade.
26. Impõe pensar em um novo projeto
pedagógico apoiado em princípios
e valores comprometidos com a
construção do cidadão critico
participativo.
Somente após essa consciente
revolução é que a avaliação será
vista como função diagnóstica e
transformadora da realidade.
27. A mudança do
paradigma de
avaliação
Da avaliação classificatória para a
avaliação
diagnóstica/formativa/emancipatória.
Da avaliação com fim em si mesma
para a avaliação de processo
construtivo;
28. O modelo classificatório de avaliação, no
qual os alunos são considerados
aprovados ou não aprovados, oficializa a
concepção de sociedade excludente
adotada, muitas vezes
inconscientemente, pela escola.
O resultado da avaliação é considerado
portanto, como uma sentença, um
veredicto oficial da capacidade daquele
aluno que fica registrado e é perpetuado
para o resto de sua vida.
30. A dimensão sociológica
da avaliação
Como se estabelecem as relações sociais e
de poder entre professor – aluno no processo
de avaliação?
* Na avaliação classificatória:
Transmissor - coerção - autoritário
* Na avaliação emancipatória: Educador -
acompanhamento - democrático
31.
32. Essas relações sociológicas são também
políticas :
“A avaliação como instrumento de discriminação e
seleção social ( ... ) assume na escola a tarefa de
separar os “aptos” dos “inaptos”, os “capazes” dos
“incapazes”. Além disso cumpre a função de legitimar
o sistema dominante:
- junto aos “aptos”, convidando-os a fazer parte, a
tomarem seus “justos” lugares:
- junto aos “inaptos”, impingindo-lhes a
inculcação, a domesticação, convencendo-os de que
são incapazes e por isso “merecem” o lugar que têm
na sociedade.”
( Vasconcelos, 1995 )
33. O mais triste porém é
que a publicação dos
resultados não revela o
que o aluno conseguiu
aprender, é um
resultado fictício,
definindo um perfil,
pela cristalização
desse falso resultado.
34. Funções e concepções de
avaliação
Lucke- Hoffman Saul Vasconcon- Romão Hadji
si celos
Diagós- Mediado- Emanci- Dialético- Dialógi- Prognós
tica ra patória Libertadora ca tica
.............
.
Formati-
va
Classifi Classifi- Classifi- Classificatória Classifi- Cumula-
catória catória catória -Excludente catória tiva
terminal
35. Na concepção de Luckesi
(2001),
avaliar é acolher o aluno no seu ser e no
modo de ser para, a partir daí, decidir o que
fazer.
Isso implica na possibilidade de verificar
uma situação da forma como se apresenta,
para depois intervir.
Agindo dessa forma, o processo avaliativo
será visivelmente progressivo.
36. Luckesi, (2000, p. 28), aborda a
questão da avalia ção da
aprendizagem escolar, explicitando
que:
“ Importa estarmos cientes de que a
avaliação educacional, em geral, e a
avaliação da aprendizagem escolar, em
particular, são meios e não fins em si
mesmas, estando assim delimitadas pela
teoria e prática que as
circunstancializam.”
37. Concluindo:
Entendemos que a avaliação
emancipatória não se dá, nem se dará,
num vazio conceitual, mas sim
dimensionada por um modelo teórico
de mundo e de educação, traduzido
em prática pedagógica dialógica,
acolhedora.
38. A AVALIAÇÃO
DIAGÓSTICA É
ELEMENTO
FUNDAMENTAL
NA
CONSTRUÇÃO
DO
CONHECIMENTO
39. A Avalia ção "Emancipat ória":
A avaliação emancipatória caracteriza-se como um
processo de descrição, análise e crítica de uma dada
realidade, visando transformá-la.(...) está situada
numa vertente político-pedagógica cujo interesse
primordial é emancipador, ou seja, libertador, visando
provocar a crítica, de modo a libertar o sujeito de
condicionamentos deterministas.
O compromisso principal desta avaliação é o de fazer
com que as pessoas direta ou indiretamente
envolvidas em uma ação educacional escrevam a sua
"própria história" e gerem as suas próprias
alternativas de ação.
(SAUL, 2000, p. 61).
40. Avaliação frente a
proposta do Ensino
Médio Politécnico.
* Avaliar o desenvolvimento do projeto;
* Avaliar a participação do coletivo do projeto;
* Avaliar a performance pessoal em relação
ao coletivo;
* Avaliar a aquisição individual em relação as
atitudes, habilidades, competências e
conhecimentos mobilizados no
desenvolvimento do projeto.
41. Avaliação do
Desenvolvimento do
Projeto
O que foi positivo na execução do projeto?
O que podemos apontar como negativo na
execução do projeto “XX”?
O que deve ser mudado na execução dos
novos projetos?
Que outros elementos poderíamos incluir na
elaboração de um novo projeto?
42. Avaliação sobre o
Coletivo do Projeto:
Analise a postura, o comprometimento e a
responsabilidade de cada um dos
participantes na execução do projeto “XX”.
Que elementos devem ser repensados para
o próximo projeto?