SlideShare uma empresa Scribd logo
Consulta Nefrológica em 10 Minutos

                                                                                      Hipercalemia
                                                                                      Hyperkalemia
Paulo Novis Rocha
Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia, Brasil
Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Residência em Clínica Médica no Medical College of
Pennsylvania e em Nefrologia na Duke University, título de especialista em Clínica Médica e Nefrologia pelo American Boards of Internal Medicine e em Nefrologia pela
Sociedade Brasileira de Nefrologia, Doutorado em Medicina pela UFBA, Professor Adjunto do Departamento de Medicina da FMB-UFBA.
             Como os rins são os principais responsáveis pela homeostase do potássio, hipercalemia             pode-se dizer que hipercalemia sustentada só ocorre na vigência de um problema renal.
é um tema do dia-a-dia do Nefrologista. A primeira etapa na avaliação de um caso de hipercalemia                           Este problema pode ser “quantitativo”, como na IRA ou DRC avançada, onde há
é determinar se existe uma emergência. Para isso, além do nível sérico de potássio, o                          uma redução no número de néfrons funcionantes, ou “qualitativo”, por um defeito no manejo
eletrocardiograma (ECG) é essencial. Com a elevação do potássio sérico, há aumento da amplitude                tubular de potássio, como encontrado nas acidoses tubulares hipercalêmicas e nos pacientes que
da onda T, achatamento da onda P, redução no intervalo QT e prolongamento do intervalo PR; em                  utilizam inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), diuréticos poupadores
seguida, ocorre prolongamento do intervalo QRS, evolução para uma “sine wave” e, eventualmente,                de potássio, heparina, anti-inflamatórios não hormonais, ou trimetoprim.
parada cardíaca. Hipercalemia com alterações ao ECG, especialmente quando já há prolongamento                              Muitas vezes, a prescrição de um paciente contém drogas capazes de causar
do QRS, caracteriza uma emergência. Nestes casos, uma ampola (10 ml) de gluconato de cálcio a                  hipercalemia por ambos mecanismos. Esquemas para insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
10% deve ser administrada por via endovenosa imediatamente para estabilizar a membrana                         contendo, digoxina, betabloquadores, heparina, inibidores do SRAA e espironolactona, por
miocárdica. Em seguida, outras medidas devem ser tomadas visando reduzir a concentração sérica                 exemplo, são quase modelos experimentais de hipercalemia! De fato, desde a publicação do
de potássio (Tabela 1)1.                                                                                       estudo RALES3, tem havido aumento na incidência e na mortalidade por hipercalemia nestes
             Não havendo emergência (ou depois de tomadas as medidas emergenciais                              pacientes4.
necessárias), o Nefrologista deve realizar história e exame físico detalhados e revisar os exames                          Quando nenhum dos mecanismos acima estiver presente, deve-se contemplar a
laboratoriais, visando identificar o(s) mecanismo(s) de hipercalemia operante(s) no seu paciente.              possibilidade de pseudo-hipercalemia; outra pista seria hipercalemia severa, mas sem alterações
O manejo em longo prazo do paciente hipercalêmico depende da identificação - e correção -                      ao ECG. As causas de pseudo-hipercalemia incluem: hemólise traumática durante a punção,
desses mecanismos 2.                                                                                           garroteamento prolongado, abrir e fechar mão repetidamente antes da punção 5, trombocitose (>
             Os principais mecanismos de hipercalemia são:                                                     1 milhão) ou leucocitose (> 50 mil) severas e coleta de amostra do mesmo braço onde está sendo
             1) Desvio do líquido intra-celular (LIC) para o extra-celular (LEC): o nosso                      feita infusão de potássio. O diagnóstico pode ser confirmado através da dosagem do potássio no
organismo contém cerca de 50 a 55 meq/kg de potássio, sendo que 98% se encontra no LIC. Esta                   plasma, em amostra de sangue heparinizado.
concentração de potássio no LIC é mantida às custas de transporte ativo, pela bomba Na+-K+-                                Embora esta seção seja chamada de “Consulta Nefrológica em 10 minutos”, a
ATPase presente nas membranas celulares. O movimento de apenas 1,5 a 2,0% de potássio do LIC                   avaliação criteriosa do paciente hipercalêmico geralmente requer bem mais tempo que isso!
para o LEC pode resultar em hipercalemia potencialmente fatal. Situações clínicas que favorecem
um desvio de potássio do LIC para o LEC incluem: acidose metabólica (principalmente as                                                                      REFERÊNCIAS
hiperclorêmicas), lise celular (queimaduras, hemólise, rabdomiólise, necrose tissular),
                                                                                                               1     Burton DR. Clinical manifestations and treatment of hyperkalemia. UpToDate Online [internet]. [Acesso em: 16
hiperosmolaridade, deficiência de insulina, paralisia periódica hipercalêmica e algumas drogas                       mar 2009]. Disponível em: http://www.uptodate.com/patients/content/topic.do?topicKey=~ CfTB3rp2IR_R09
(succinilcolina, digital, beta-bloqueadores).                                                                  2     Palmer BF. Managing hyperkalemia caused by inhibitors of the renin-angiotensin-aldosterone system. N
             2) Diminuição na excreção renal: em indivíduos normais, um aumento na ingestão                          Engl J Med. 2004;351:585-92.
de potássio na dieta estimula a secreção de aldosterona, que, ao nível do néfron distal, promove:              3     Pitt B, Zannad F, Remme WJ, Cody R, Castaigne A, Perez A, et al. The effect of spironolactone on morbidity
             • maior reabsorção de sódio, o que aumenta a eletronegatividade do lúmen tubular;                       and mortality in patients with severe heart failure. Randomized Aldactone Evaluation Study Investigators. N
                                                                                                                     Engl J Med, 1999;341:709-17.
             • maior atividade da enzima Na+-K+ ATPase;
             • abertura de canais de potássio na membrana luminal.                                             4     Juurlink DN, Mamdani MM, Lee DS, Kopp A, Austin PC, Laupacis A, et al. Rates of hyperkalemia after
                                                                                                                     publication of the Randomized Aldactone Evaluation Study. N Engl J Med, 2004;351:543-51.
             Estes mecanismos culminam em maior secreção tubular de potássio. Devido à
                                                                                                               5     Don BR, Sebastian A, Cheitlin M, Christiansen M, Schambelan M. Pseudohyperkalemia caused by fist
grande capacidade dos rins em aumentar a excreção urinária de potássio frente a sobrecargas,                         clenching during phlebotomy. N Engl J Med, 1990;322:1290-2.
               Tabela 1. Manejo Agudo da Hipercalemia

                            Medida                             Mecanismo                            Início de ação                       Duração de ação                              Prescrição
                                                                                        ETAPA I - MEDIDAS EMERGENCIAIS

                           Cálcio a                     Estabilização da membrana                      1 – 3 min                             0,5 – 1 hora                  Gluconato de cálcio 10%, 10 ml
                                                                 miocárdica                                                                                                             EV

                                                               Desvio p/ LIC                          15 – 30 min                            1 – 2 horas                  Bicarbonato de sódio 8,4%, 50 ml
                    Bicarbonato de sódio b
                                                                                                                                                                                        EV

                       Insulina regular c                      Desvio p/ LIC                          15 – 60 min                            4 – 6 horas                    Insulina R 10 U EV + Glicose
                                                                                                                                                                                     50%, 50 ml

                         β2-agonista d                         Desvio p/ LIC                          15 – 30 min                            2 – 4 horas                  Fenoterol 10 mg via nebulização
                                                                     ETAPA II - MEDIDAS PARA REMOÇÃO DE POTÁSSIO DO ORGANISMO

                   Furosemida ± SF 0,9% e                 Remoção por via renal                      0,5 – 2 horas                           4 – 6 horas                     Furosemida, 40-200 mg, EV

                            Sorcal f                     Remoção por via intestinal                   1 – 2 horas                            4 – 6 horas                  Sorcal 30 a 60g, VO ou enema de
                                                                                                                                                                                       retenção
                        Hemodiálise g                  Remoção via extra-corpórea                       Imediato                         Duração da diálise                  Depende da [K+] no banho,
                                                                                                                                                                              duração, fluxo de sangue

               a   Deve ser a primeira medida se houver alterações ao ECG. Cuidado no paciente que usa digital: diluir a ampola e correr em 20 minutos. Não administrar se houver suspeita de
                   intoxicação digitálica.
               b   Mais eficaz em pacientes com acidose metabólica. Dose pode variar de acordo com a severidade da acidose. Não administrar junto com cálcio ou em pacientes congestos. No
                   paciente hipovolêmico, hipercalêmico, e acidótico, diluir 15 ampolas de NaHCO3 em 850 ml de SG5% (150 meq/L) e usar como expansor no lugar de SF 0,9%.
               c   Administração de glicose é desnecessária se o paciente estiver muito hiperglicêmico (> 250 mg/dl).
               d   As doses utilizadas para hipercalemia são bem maiores que as habitualmente usadas para broncoespasmo. Além do fenoterol, pode-se também utilizar o salbutamol. Outra opção
                   seria terbutalina por via subcutânea.
               e   No paciente hipervolêmico, usar apenas furosemida. No paciente hipovolêmico, iniciar com SF 0,9% e associar furosemida apenas após estabelecer normovolemia. Preferir
                   NaHCO3 como expansor se houver acidose associada.
               f   Para administração VO, o sorcal deve ser diluído em manitol (200 ml) para evitar constipação. Outra alternativa é o sorbitol.
               g   Método de eleição no paciente com IRA ou DRC estágio V. A hemodiálise convencional é mais confiável que os métodos contínuos na hipercalemia aguda severa.



Endereço para correspondência:
Paulo Novis Rocha
Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia
Departamento de Medicina
Av. Reitor Miguel Calmon, s/nº, Vale do Canela
40110-100 - Salvador – BA, Brasil
Tel/Fax: (71) 3283-8862/8863/8864
E-mail: paulonrocha@ufba.br




                                                                                                                                                                                 J Bras Nefrol 2009;31(1):5

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Disturbios hidreletroliticos
Disturbios hidreletroliticosDisturbios hidreletroliticos
Disturbios hidreletroliticos
Nady Ribeiro
 
O cálcio
O cálcioO cálcio
O cálcio
lukeni2015
 
Exames Laboratoriais
Exames LaboratoriaisExames Laboratoriais
Exames Laboratoriais
Biomedicina
 
Insuficiência renal
Insuficiência renalInsuficiência renal
Insuficiência renal
Anderson Santana
 
Exames de Laboratório
Exames de LaboratórioExames de Laboratório
Exames de Laboratório
Sheyla Amorim
 
Apresentação
ApresentaçãoApresentação
Apresentação
Daniel Modesto
 
Bioquímica
BioquímicaBioquímica
Bioquímica
HIAGO SANTOS
 
Suporte Nutricional No Paciente com Lesão Renal Aguda
Suporte Nutricional No Paciente com Lesão Renal AgudaSuporte Nutricional No Paciente com Lesão Renal Aguda
Suporte Nutricional No Paciente com Lesão Renal AgudaFederal University of Bahia
 
Trabalho de equilíbrio hidroeletrolítico
Trabalho de equilíbrio hidroeletrolíticoTrabalho de equilíbrio hidroeletrolítico
Trabalho de equilíbrio hidroeletrolíticoTeresa Oliveira
 
Insuficiência renal crónica
Insuficiência renal crónicaInsuficiência renal crónica
Insuficiência renal crónicaLénise Parreira
 
Aula 5 - B
Aula 5 - BAula 5 - B
Iv curso de medicina intensiva i renal a
Iv curso de medicina intensiva i renal aIv curso de medicina intensiva i renal a
Iv curso de medicina intensiva i renal actisaolucascopacabana
 
Nefrologia Principais Patologias Causadoras de IRA e IRC
Nefrologia   Principais Patologias Causadoras de IRA e IRCNefrologia   Principais Patologias Causadoras de IRA e IRC
Nefrologia Principais Patologias Causadoras de IRA e IRC
Hamilton Nobrega
 
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básico
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básicoDisturbio hidroeletrolítico e ácido básico
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básicomarciakaladinha
 
17disturbios equilibrio hidroeletrolitico hipocalemia hipon_atremia
17disturbios equilibrio hidroeletrolitico hipocalemia hipon_atremia17disturbios equilibrio hidroeletrolitico hipocalemia hipon_atremia
17disturbios equilibrio hidroeletrolitico hipocalemia hipon_atremia
Emmanuele Pietro
 
Fisiologia humana insuficiência renal
Fisiologia humana insuficiência renalFisiologia humana insuficiência renal
Fisiologia humana insuficiência renal
x.x Costa
 

Mais procurados (19)

Disturbios hidreletroliticos
Disturbios hidreletroliticosDisturbios hidreletroliticos
Disturbios hidreletroliticos
 
Enzimas
EnzimasEnzimas
Enzimas
 
O cálcio
O cálcioO cálcio
O cálcio
 
Exames Laboratoriais
Exames LaboratoriaisExames Laboratoriais
Exames Laboratoriais
 
Insuficiência renal
Insuficiência renalInsuficiência renal
Insuficiência renal
 
Exames de Laboratório
Exames de LaboratórioExames de Laboratório
Exames de Laboratório
 
Apresentação
ApresentaçãoApresentação
Apresentação
 
Bioquímica
BioquímicaBioquímica
Bioquímica
 
Suporte Nutricional No Paciente com Lesão Renal Aguda
Suporte Nutricional No Paciente com Lesão Renal AgudaSuporte Nutricional No Paciente com Lesão Renal Aguda
Suporte Nutricional No Paciente com Lesão Renal Aguda
 
Trabalho de equilíbrio hidroeletrolítico
Trabalho de equilíbrio hidroeletrolíticoTrabalho de equilíbrio hidroeletrolítico
Trabalho de equilíbrio hidroeletrolítico
 
Insuficiência renal crónica
Insuficiência renal crónicaInsuficiência renal crónica
Insuficiência renal crónica
 
Aula 5 - B
Aula 5 - BAula 5 - B
Aula 5 - B
 
Iv curso de medicina intensiva i renal a
Iv curso de medicina intensiva i renal aIv curso de medicina intensiva i renal a
Iv curso de medicina intensiva i renal a
 
Nefrologia Principais Patologias Causadoras de IRA e IRC
Nefrologia   Principais Patologias Causadoras de IRA e IRCNefrologia   Principais Patologias Causadoras de IRA e IRC
Nefrologia Principais Patologias Causadoras de IRA e IRC
 
Exames Laboratoriais
Exames LaboratoriaisExames Laboratoriais
Exames Laboratoriais
 
Aula 6 - B
Aula 6 - BAula 6 - B
Aula 6 - B
 
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básico
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básicoDisturbio hidroeletrolítico e ácido básico
Disturbio hidroeletrolítico e ácido básico
 
17disturbios equilibrio hidroeletrolitico hipocalemia hipon_atremia
17disturbios equilibrio hidroeletrolitico hipocalemia hipon_atremia17disturbios equilibrio hidroeletrolitico hipocalemia hipon_atremia
17disturbios equilibrio hidroeletrolitico hipocalemia hipon_atremia
 
Fisiologia humana insuficiência renal
Fisiologia humana insuficiência renalFisiologia humana insuficiência renal
Fisiologia humana insuficiência renal
 

Semelhante a Hipercalemia

Hipertermia maligna
Hipertermia malignaHipertermia maligna
Hipertermia maligna
Lucas Borges
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosRodrigo Biondi
 
cuidados pre, trans e pos operatorios - introdução
 cuidados pre, trans e pos operatorios - introdução cuidados pre, trans e pos operatorios - introdução
cuidados pre, trans e pos operatorios - introdução
Michelly Battisti
 
U drogas na_emergencia
U drogas na_emergenciaU drogas na_emergencia
U drogas na_emergenciaabbeysants
 
Manejo da Meningite Bacteriana na Infância
Manejo da Meningite Bacteriana na InfânciaManejo da Meningite Bacteriana na Infância
Manejo da Meningite Bacteriana na Infância
Professor Robson
 
Dtp 16 sp
Dtp 16 spDtp 16 sp
Dtp 16 sp
pauloalambert
 
2. Distúrbios do Cálcio.pdf
2. Distúrbios do Cálcio.pdf2. Distúrbios do Cálcio.pdf
2. Distúrbios do Cálcio.pdf
ssuserc539d82
 
Fisiologia
FisiologiaFisiologia
Fisiologia
André Luiz Ferraz
 
Cetoacidose Diabética
Cetoacidose DiabéticaCetoacidose Diabética
Cetoacidose Diabética
Joyce Wadna
 
Insuficiência renal aguda
Insuficiência renal agudaInsuficiência renal aguda
Insuficiência renal agudaAna Nataly
 
Anotações de Enfermagem aplicados à UTI.
Anotações de Enfermagem aplicados à UTI.Anotações de Enfermagem aplicados à UTI.
Anotações de Enfermagem aplicados à UTI.
documentos9
 
Fast Hug
Fast HugFast Hug
Fast Hug
galegoo
 
Relato de caso - CBA 2012
Relato de caso - CBA 2012Relato de caso - CBA 2012
Relato de caso - CBA 2012
Paulo Cardoso
 
Protocolo de emergência pediátrica
Protocolo de emergência pediátricaProtocolo de emergência pediátrica
Protocolo de emergência pediátricaAntonio Souto
 
Intoxicações exógenas aula
Intoxicações exógenas   aulaIntoxicações exógenas   aula
Intoxicações exógenas aula
Eduardo Tibali
 
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoArtigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoErick Bragato
 
Alterações eletrolíticas
Alterações eletrolíticasAlterações eletrolíticas
Alterações eletrolíticassgtrobertson
 

Semelhante a Hipercalemia (20)

Hipertermia maligna
Hipertermia malignaHipertermia maligna
Hipertermia maligna
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
 
Cirrosis
CirrosisCirrosis
Cirrosis
 
cuidados pre, trans e pos operatorios - introdução
 cuidados pre, trans e pos operatorios - introdução cuidados pre, trans e pos operatorios - introdução
cuidados pre, trans e pos operatorios - introdução
 
U drogas na_emergencia
U drogas na_emergenciaU drogas na_emergencia
U drogas na_emergencia
 
Manejo da Meningite Bacteriana na Infância
Manejo da Meningite Bacteriana na InfânciaManejo da Meningite Bacteriana na Infância
Manejo da Meningite Bacteriana na Infância
 
Emergências oncologias
Emergências oncologiasEmergências oncologias
Emergências oncologias
 
Dtp 16 sp
Dtp 16 spDtp 16 sp
Dtp 16 sp
 
Antihipertensivos vasodilatadores-selma
Antihipertensivos vasodilatadores-selmaAntihipertensivos vasodilatadores-selma
Antihipertensivos vasodilatadores-selma
 
2. Distúrbios do Cálcio.pdf
2. Distúrbios do Cálcio.pdf2. Distúrbios do Cálcio.pdf
2. Distúrbios do Cálcio.pdf
 
Fisiologia
FisiologiaFisiologia
Fisiologia
 
Cetoacidose Diabética
Cetoacidose DiabéticaCetoacidose Diabética
Cetoacidose Diabética
 
Insuficiência renal aguda
Insuficiência renal agudaInsuficiência renal aguda
Insuficiência renal aguda
 
Anotações de Enfermagem aplicados à UTI.
Anotações de Enfermagem aplicados à UTI.Anotações de Enfermagem aplicados à UTI.
Anotações de Enfermagem aplicados à UTI.
 
Fast Hug
Fast HugFast Hug
Fast Hug
 
Relato de caso - CBA 2012
Relato de caso - CBA 2012Relato de caso - CBA 2012
Relato de caso - CBA 2012
 
Protocolo de emergência pediátrica
Protocolo de emergência pediátricaProtocolo de emergência pediátrica
Protocolo de emergência pediátrica
 
Intoxicações exógenas aula
Intoxicações exógenas   aulaIntoxicações exógenas   aula
Intoxicações exógenas aula
 
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque sépticoArtigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico
 
Alterações eletrolíticas
Alterações eletrolíticasAlterações eletrolíticas
Alterações eletrolíticas
 

Mais de Federal University of Bahia

Análise de Sobrevivência
Análise de SobrevivênciaAnálise de Sobrevivência
Análise de Sobrevivência
Federal University of Bahia
 
Hiponatremia revisão geral em 20 min
Hiponatremia   revisão geral em 20 minHiponatremia   revisão geral em 20 min
Hiponatremia revisão geral em 20 min
Federal University of Bahia
 
Avaliação hemodinâmica no paciente criticamente enfermo
Avaliação hemodinâmica no paciente criticamente enfermoAvaliação hemodinâmica no paciente criticamente enfermo
Avaliação hemodinâmica no paciente criticamente enfermoFederal University of Bahia
 
O Que Mudou no Tratamento da Lesão Renal Aguda nos úLtimos 10 Anos
O Que Mudou no Tratamento da Lesão Renal Aguda nos úLtimos 10 AnosO Que Mudou no Tratamento da Lesão Renal Aguda nos úLtimos 10 Anos
O Que Mudou no Tratamento da Lesão Renal Aguda nos úLtimos 10 AnosFederal University of Bahia
 

Mais de Federal University of Bahia (20)

Análise de Sobrevivência
Análise de SobrevivênciaAnálise de Sobrevivência
Análise de Sobrevivência
 
Regressão Logística
Regressão LogísticaRegressão Logística
Regressão Logística
 
Regressão Linear Simples
Regressão Linear SimplesRegressão Linear Simples
Regressão Linear Simples
 
Correlação
CorrelaçãoCorrelação
Correlação
 
Hiponatremia
HiponatremiaHiponatremia
Hiponatremia
 
Acute Kidney Injury in Nephrotic Syndrome
Acute Kidney Injury in Nephrotic SyndromeAcute Kidney Injury in Nephrotic Syndrome
Acute Kidney Injury in Nephrotic Syndrome
 
Hiponatremia revisão geral em 20 min
Hiponatremia   revisão geral em 20 minHiponatremia   revisão geral em 20 min
Hiponatremia revisão geral em 20 min
 
Distúrbio
DistúrbioDistúrbio
Distúrbio
 
Avaliação hemodinâmica no paciente criticamente enfermo
Avaliação hemodinâmica no paciente criticamente enfermoAvaliação hemodinâmica no paciente criticamente enfermo
Avaliação hemodinâmica no paciente criticamente enfermo
 
O Que Mudou no Tratamento da Lesão Renal Aguda nos úLtimos 10 Anos
O Que Mudou no Tratamento da Lesão Renal Aguda nos úLtimos 10 AnosO Que Mudou no Tratamento da Lesão Renal Aguda nos úLtimos 10 Anos
O Que Mudou no Tratamento da Lesão Renal Aguda nos úLtimos 10 Anos
 
Estratificação da Lesão Renal Aguda
Estratificação da Lesão Renal AgudaEstratificação da Lesão Renal Aguda
Estratificação da Lesão Renal Aguda
 
Amostragem
AmostragemAmostragem
Amostragem
 
Amostragem
AmostragemAmostragem
Amostragem
 
Princípios de Estatística Inferencial - II
Princípios de Estatística Inferencial - IIPrincípios de Estatística Inferencial - II
Princípios de Estatística Inferencial - II
 
Estatística Descritiva
Estatística DescritivaEstatística Descritiva
Estatística Descritiva
 
Princípios de Estatística Inferencial - I
Princípios de Estatística Inferencial - IPrincípios de Estatística Inferencial - I
Princípios de Estatística Inferencial - I
 
Uso de Bicarbonato na Acidose Metabólica
Uso de Bicarbonato na Acidose MetabólicaUso de Bicarbonato na Acidose Metabólica
Uso de Bicarbonato na Acidose Metabólica
 
Discurso Paraninfia FMB-UFBA 2008.1
Discurso Paraninfia FMB-UFBA 2008.1Discurso Paraninfia FMB-UFBA 2008.1
Discurso Paraninfia FMB-UFBA 2008.1
 
Ira No Ofidismo
Ira No OfidismoIra No Ofidismo
Ira No Ofidismo
 
Hiponatremia
HiponatremiaHiponatremia
Hiponatremia
 

Último

Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino MédioCaderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
rafaeloliveirafelici
 
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e LamarckEvolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
luanakranz
 
MAIO LARANJA EU DEFENDO AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
MAIO LARANJA EU DEFENDO AS CRIANÇAS E ADOLESCENTESMAIO LARANJA EU DEFENDO AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
MAIO LARANJA EU DEFENDO AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
estermidiasaldanhada
 
Profissão de Sociólogo - Bourdieu et al.
Profissão de Sociólogo - Bourdieu et al.Profissão de Sociólogo - Bourdieu et al.
Profissão de Sociólogo - Bourdieu et al.
FelipeCavalcantiFerr
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Ligia Galvão
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Letras Mágicas
 
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdfO autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
Letícia Butterfield
 
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxDIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
cleanelima11
 
Química orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptxQuímica orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptx
KeilianeOliveira3
 
Roteiro para análise do Livro Didático .pptx
Roteiro para análise do Livro Didático .pptxRoteiro para análise do Livro Didático .pptx
Roteiro para análise do Livro Didático .pptx
pamellaaraujo10
 
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdfProjeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Bibliotecas Infante D. Henrique
 
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptxSlides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Saudações e como se apresentar em português
Saudações e como se apresentar em portuguêsSaudações e como se apresentar em português
Saudações e como se apresentar em português
jacctradutora
 
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
goncalopecurto
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
RenanSilva991968
 
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxCIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
MariaSantos298247
 
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdfCorreção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Edilson431302
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Centro Jacques Delors
 
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docxPROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
Escola Municipal Jesus Cristo
 

Último (20)

Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino MédioCaderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
 
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e LamarckEvolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
 
MAIO LARANJA EU DEFENDO AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
MAIO LARANJA EU DEFENDO AS CRIANÇAS E ADOLESCENTESMAIO LARANJA EU DEFENDO AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
MAIO LARANJA EU DEFENDO AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
 
Profissão de Sociólogo - Bourdieu et al.
Profissão de Sociólogo - Bourdieu et al.Profissão de Sociólogo - Bourdieu et al.
Profissão de Sociólogo - Bourdieu et al.
 
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividadeAproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
Aproveitando as ferramentas do Tableau para criatividade e produtividade
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
 
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdfO autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
O autismo me ensinou - Letícia Butterfield.pdf
 
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxDIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
 
Química orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptxQuímica orgânica e as funções organicas.pptx
Química orgânica e as funções organicas.pptx
 
Roteiro para análise do Livro Didático .pptx
Roteiro para análise do Livro Didático .pptxRoteiro para análise do Livro Didático .pptx
Roteiro para análise do Livro Didático .pptx
 
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdfProjeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
Projeto aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos.pdf
 
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptxSlides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
Slides Lição 10, CPAD, Desenvolvendo uma Consciência de Santidade, 2Tr24.pptx
 
Saudações e como se apresentar em português
Saudações e como se apresentar em portuguêsSaudações e como se apresentar em português
Saudações e como se apresentar em português
 
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões"Está o lascivo e   doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
"Está o lascivo e doce passarinho " de Luís Vaz de Camões
 
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxSlides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptx
 
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdfAPOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
APOSTILA DE TEXTOS CURTOS E INTERPRETAÇÃO.pdf
 
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxCIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
 
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdfCorreção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
Correção do 1º Simulado Enem 2024 - Mês de Abril.pdf
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
 
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docxPROPOSTA CURRICULAR  EDUCACAO FISICA.docx
PROPOSTA CURRICULAR EDUCACAO FISICA.docx
 

Hipercalemia

  • 1. Consulta Nefrológica em 10 Minutos Hipercalemia Hyperkalemia Paulo Novis Rocha Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia, Brasil Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Residência em Clínica Médica no Medical College of Pennsylvania e em Nefrologia na Duke University, título de especialista em Clínica Médica e Nefrologia pelo American Boards of Internal Medicine e em Nefrologia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, Doutorado em Medicina pela UFBA, Professor Adjunto do Departamento de Medicina da FMB-UFBA. Como os rins são os principais responsáveis pela homeostase do potássio, hipercalemia pode-se dizer que hipercalemia sustentada só ocorre na vigência de um problema renal. é um tema do dia-a-dia do Nefrologista. A primeira etapa na avaliação de um caso de hipercalemia Este problema pode ser “quantitativo”, como na IRA ou DRC avançada, onde há é determinar se existe uma emergência. Para isso, além do nível sérico de potássio, o uma redução no número de néfrons funcionantes, ou “qualitativo”, por um defeito no manejo eletrocardiograma (ECG) é essencial. Com a elevação do potássio sérico, há aumento da amplitude tubular de potássio, como encontrado nas acidoses tubulares hipercalêmicas e nos pacientes que da onda T, achatamento da onda P, redução no intervalo QT e prolongamento do intervalo PR; em utilizam inibidores do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), diuréticos poupadores seguida, ocorre prolongamento do intervalo QRS, evolução para uma “sine wave” e, eventualmente, de potássio, heparina, anti-inflamatórios não hormonais, ou trimetoprim. parada cardíaca. Hipercalemia com alterações ao ECG, especialmente quando já há prolongamento Muitas vezes, a prescrição de um paciente contém drogas capazes de causar do QRS, caracteriza uma emergência. Nestes casos, uma ampola (10 ml) de gluconato de cálcio a hipercalemia por ambos mecanismos. Esquemas para insuficiência cardíaca congestiva (ICC) 10% deve ser administrada por via endovenosa imediatamente para estabilizar a membrana contendo, digoxina, betabloquadores, heparina, inibidores do SRAA e espironolactona, por miocárdica. Em seguida, outras medidas devem ser tomadas visando reduzir a concentração sérica exemplo, são quase modelos experimentais de hipercalemia! De fato, desde a publicação do de potássio (Tabela 1)1. estudo RALES3, tem havido aumento na incidência e na mortalidade por hipercalemia nestes Não havendo emergência (ou depois de tomadas as medidas emergenciais pacientes4. necessárias), o Nefrologista deve realizar história e exame físico detalhados e revisar os exames Quando nenhum dos mecanismos acima estiver presente, deve-se contemplar a laboratoriais, visando identificar o(s) mecanismo(s) de hipercalemia operante(s) no seu paciente. possibilidade de pseudo-hipercalemia; outra pista seria hipercalemia severa, mas sem alterações O manejo em longo prazo do paciente hipercalêmico depende da identificação - e correção - ao ECG. As causas de pseudo-hipercalemia incluem: hemólise traumática durante a punção, desses mecanismos 2. garroteamento prolongado, abrir e fechar mão repetidamente antes da punção 5, trombocitose (> Os principais mecanismos de hipercalemia são: 1 milhão) ou leucocitose (> 50 mil) severas e coleta de amostra do mesmo braço onde está sendo 1) Desvio do líquido intra-celular (LIC) para o extra-celular (LEC): o nosso feita infusão de potássio. O diagnóstico pode ser confirmado através da dosagem do potássio no organismo contém cerca de 50 a 55 meq/kg de potássio, sendo que 98% se encontra no LIC. Esta plasma, em amostra de sangue heparinizado. concentração de potássio no LIC é mantida às custas de transporte ativo, pela bomba Na+-K+- Embora esta seção seja chamada de “Consulta Nefrológica em 10 minutos”, a ATPase presente nas membranas celulares. O movimento de apenas 1,5 a 2,0% de potássio do LIC avaliação criteriosa do paciente hipercalêmico geralmente requer bem mais tempo que isso! para o LEC pode resultar em hipercalemia potencialmente fatal. Situações clínicas que favorecem um desvio de potássio do LIC para o LEC incluem: acidose metabólica (principalmente as REFERÊNCIAS hiperclorêmicas), lise celular (queimaduras, hemólise, rabdomiólise, necrose tissular), 1 Burton DR. Clinical manifestations and treatment of hyperkalemia. UpToDate Online [internet]. [Acesso em: 16 hiperosmolaridade, deficiência de insulina, paralisia periódica hipercalêmica e algumas drogas mar 2009]. Disponível em: http://www.uptodate.com/patients/content/topic.do?topicKey=~ CfTB3rp2IR_R09 (succinilcolina, digital, beta-bloqueadores). 2 Palmer BF. Managing hyperkalemia caused by inhibitors of the renin-angiotensin-aldosterone system. N 2) Diminuição na excreção renal: em indivíduos normais, um aumento na ingestão Engl J Med. 2004;351:585-92. de potássio na dieta estimula a secreção de aldosterona, que, ao nível do néfron distal, promove: 3 Pitt B, Zannad F, Remme WJ, Cody R, Castaigne A, Perez A, et al. The effect of spironolactone on morbidity • maior reabsorção de sódio, o que aumenta a eletronegatividade do lúmen tubular; and mortality in patients with severe heart failure. Randomized Aldactone Evaluation Study Investigators. N Engl J Med, 1999;341:709-17. • maior atividade da enzima Na+-K+ ATPase; • abertura de canais de potássio na membrana luminal. 4 Juurlink DN, Mamdani MM, Lee DS, Kopp A, Austin PC, Laupacis A, et al. Rates of hyperkalemia after publication of the Randomized Aldactone Evaluation Study. N Engl J Med, 2004;351:543-51. Estes mecanismos culminam em maior secreção tubular de potássio. Devido à 5 Don BR, Sebastian A, Cheitlin M, Christiansen M, Schambelan M. Pseudohyperkalemia caused by fist grande capacidade dos rins em aumentar a excreção urinária de potássio frente a sobrecargas, clenching during phlebotomy. N Engl J Med, 1990;322:1290-2. Tabela 1. Manejo Agudo da Hipercalemia Medida Mecanismo Início de ação Duração de ação Prescrição ETAPA I - MEDIDAS EMERGENCIAIS Cálcio a Estabilização da membrana 1 – 3 min 0,5 – 1 hora Gluconato de cálcio 10%, 10 ml miocárdica EV Desvio p/ LIC 15 – 30 min 1 – 2 horas Bicarbonato de sódio 8,4%, 50 ml Bicarbonato de sódio b EV Insulina regular c Desvio p/ LIC 15 – 60 min 4 – 6 horas Insulina R 10 U EV + Glicose 50%, 50 ml β2-agonista d Desvio p/ LIC 15 – 30 min 2 – 4 horas Fenoterol 10 mg via nebulização ETAPA II - MEDIDAS PARA REMOÇÃO DE POTÁSSIO DO ORGANISMO Furosemida ± SF 0,9% e Remoção por via renal 0,5 – 2 horas 4 – 6 horas Furosemida, 40-200 mg, EV Sorcal f Remoção por via intestinal 1 – 2 horas 4 – 6 horas Sorcal 30 a 60g, VO ou enema de retenção Hemodiálise g Remoção via extra-corpórea Imediato Duração da diálise Depende da [K+] no banho, duração, fluxo de sangue a Deve ser a primeira medida se houver alterações ao ECG. Cuidado no paciente que usa digital: diluir a ampola e correr em 20 minutos. Não administrar se houver suspeita de intoxicação digitálica. b Mais eficaz em pacientes com acidose metabólica. Dose pode variar de acordo com a severidade da acidose. Não administrar junto com cálcio ou em pacientes congestos. No paciente hipovolêmico, hipercalêmico, e acidótico, diluir 15 ampolas de NaHCO3 em 850 ml de SG5% (150 meq/L) e usar como expansor no lugar de SF 0,9%. c Administração de glicose é desnecessária se o paciente estiver muito hiperglicêmico (> 250 mg/dl). d As doses utilizadas para hipercalemia são bem maiores que as habitualmente usadas para broncoespasmo. Além do fenoterol, pode-se também utilizar o salbutamol. Outra opção seria terbutalina por via subcutânea. e No paciente hipervolêmico, usar apenas furosemida. No paciente hipovolêmico, iniciar com SF 0,9% e associar furosemida apenas após estabelecer normovolemia. Preferir NaHCO3 como expansor se houver acidose associada. f Para administração VO, o sorcal deve ser diluído em manitol (200 ml) para evitar constipação. Outra alternativa é o sorbitol. g Método de eleição no paciente com IRA ou DRC estágio V. A hemodiálise convencional é mais confiável que os métodos contínuos na hipercalemia aguda severa. Endereço para correspondência: Paulo Novis Rocha Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia Departamento de Medicina Av. Reitor Miguel Calmon, s/nº, Vale do Canela 40110-100 - Salvador – BA, Brasil Tel/Fax: (71) 3283-8862/8863/8864 E-mail: paulonrocha@ufba.br J Bras Nefrol 2009;31(1):5