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Artigo de Revisão

          Hipercalcemia Associada a Neoplasias: Uma Abordagem Prática

               Hypercalcemia Associated With Malignancies: A Practical Approach

                         Rosélia Ribeiro dos Santos Lobão1, Paulo Novis Rocha2
   Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia1; Serviço de Imunologia do Hospital Universitário
                    Professor Edgard Santos, Universidade Federal da Bahia2; Salvador, BA, Brasil



                   hipercalcemia associada a neoplasias é uma entidade altamente


       A           relevante para o hematologista e oncologista. Em estágios
                   avançados, os cânceres de mama, pulmão e o mieloma múltiplo
                   cursam freqüentemente com hipercalcemia que, por sua vez,
                   pode causar complicações neurológicas, digestivas e renais.
                   Apesar de não influenciar a sobrevida a longo prazo, o
                   tratamento adequado da hipercalcemia é capaz de reverter
                   essas complicações e facilitar o manejo clínico desses pacientes.
                   Neste artigo, fazemos uma sucinta revisão dos mecanismos
                   geradores de hipercalcemia associada a neoplasias e do
                   armamentário disponível para o tratamento desta condição.
                   Palavras-chaves: hipercalcemia, neoplasia, diagnóstico,
                   tratamento.
                   Abstract. Hypercalcemia associated with malignancy is a
                   highly relevant condition to the practicing Hematologist-
                   Oncologist. Patients with advanced breast or lung cancer or
                   multiple myeloma often develop hypercalcemia that may lead
                   to a variety of neurologic, gastrointestinal or renal
                   complications. Although it may not influence long-term
                   survival, adequate treatment of hypercalcemia can reverse
                   these complications and improve the management of these
                   patients. In this manuscript, we provide a brief review of the
                   mechanisms involved in the development of hypercalcemia in
                   patients with malignancies and discuss the treatment options
                   available for this condition.
                   Key words: hypercalcemia, neoplasia, diagnosis, treatment.




    A hipercalcemia é um distúrbio eletrolítico               influenciar a sobrevida a longo prazo, o tratamento
 altamente freqüente na prática hemato-oncológica,            adequado da hipercalcemia é capaz de corrigir a
 podendo ocorrer em 20 a 30% dos pacientes com                sintomatologia e facilitar o manejo desses
 câncer durante o curso da doença1. Os cânceres de            pacientes4.
 mama, pulmão e o mieloma múltiplo são os que mais               O diagnóstico e tratamento adequados da
 freqüentemente cursam com hipercalcemia. O                   hipercalcemia exigem uma compreensão dos
 aumento dos níveis séricos de cálcio pode causar             mecanismos envolvidos na elevação dos níveis
 alterações neurológicas, digestivas e renais2,3,             séricos de cálcio. Neste contexto, a hipercalcemia
 complicando significativamente o quadro clínico              associada a neoplasias pode ser classificada em
 dos pacientes. Além disso, a ocorrência de                   quatro tipos (Tabela 1)1. O primeiro tipo é a
 hipercalcemia no curso de neoplasias geralmente              hipercalcemia osteolítica, encontrada em pacientes
 denota um mau prognóstico 4. Apesar de não                   com metástases ósseas (mama, pulmão, rim,

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Hipercalcemia Associada a Neoplasias                                                   Artigo de Revisão

próstata) ou mieloma múltiplo. Nestes casos, o          Cálcio total corrigido= cálcio encontrado + [(4 -
aumento do cálcio sérico ocorre como conseqüência       albumina) x 0,8]
da atividade osteoclástica em áreas de infiltração
neoplásica na medula óssea. Citocinas como IL-1 e          Por outro lado, em raros casos de mieloma
TNF exercem uma participação importante pois            múltiplo com produção elevada de imunoglobulinas
aceleram a transformação de precursores de              carreadoras de cálcio (calcium-binding
osteoclastos em osteoclastos maduros5. O segundo        immunoglobulins), o valor do cálcio total pode estar
tipo é a hipercalcemia humoral maligna (HHM),           superestimado, ocasionando um falso diagnóstico
causada pela secreção do PTH-rp (peptídeo               de hipercalcemia. Portanto, todo diagnóstico de
relacionado ao PTH) na circulação sistêmica pelas       hipercalcemia deve ser confirmado através da
células tumorais6-10. Este é o mecanismo mais           dosagem do cálcio ionizável16.
comum de hipercalcemia associada a neoplasias. O           Embora não existam guidelines, a maioria dos
PTH-rp tem propriedades hipercalcemiantes, pois         autores classifica a hipercalcemia em três níveis,
atua de forma semelhante ao PTH, aumentando a           de acordo com os valores do cálcio total corrigido1,17:
reabsorção óssea (aumento da atividade                     1) leve, abaixo de 12,0 mg/dL;
osteoclástica), a reabsorção de cálcio na porção           2) moderada, entre 12 e 13,9 mg/dL (3,0 a 3,4
ascendente espessa da alça de Henle e no túbulo                mmol/L);
distal, promovendo fosfatúria. Os tumores que mais         3) maligna ou severa, acima de 14 mg/dL (3,5
comumente causam HHM são: carcinomas de                        mmol/L).
células escamosas (cabeça e pescoço, esôfago, colo         Atualmente, não há critérios semelhantes para
uterino, pulmão), câncer de rim, ovário e               classificação da severidade da hipercalcemia
endométrio, linfoma associado ao HTLV-I e câncer        utilizando valores de cálcio ionizável.
de mama; no entanto, vale ressaltar que virtualmente       Uma vez detectada hipercalcemia em um paciente
qualquer tumor pode causar esta síndrome11-13. O        com neoplasia, é recomendável afastar outras
terceiro tipo é causado pela secreção da forma ativa    condições clínicas que eventualmente possam estar
da vitamina D (calcitriol ou 1,25 di-hidroxi vitamina   causando ou contribuindo para o aparecimento deste
D3) pelo tumor, o que leva a hipercalcemia por uma      distúrbio, tais como: hiperparatireoidismo primário18,19,
maior absorção intestinal de cálcio14. O quarto tipo    uso de diuréticos tiazídicos, tuberculose e sarcoidose.
baseia-se na produção ectópica do PTH (e não PTH-          O plano diagnóstico complementar da
rp) por células tumorais. Esta é uma condição rara,     hipercalcemia neste pacientes envolve a dosagem do
havendo poucos casos descritos na literatura1.          PTH-intacto, PTH-rp e calcitriol. Na quase totalidade
                                                        dos casos de hipercalcemia associada a neoplasias,
                                                        os níveis de PTH-intacto estarão baixos (à exceção
                       Diagnóstico                      dos casos onde existe secreção de PTH pelo tumor
                                                        ou hiperparatireoidismo primário concomitante). Do
                                                        ponto de vista de imagem, o envolvimento ósseo deve
   O diagnóstico de hipercalcemia é geralmente          ser pesquisado através da realização da cintilografia
feito através da dosagem do cálcio sérico total. No     exceto em casos de mieloma múltiplo, onde a
entanto, este método pode sofrer interferências que     radiografia simples é o exame de escolha1.
podem ocasionar diagnósticos falso-positivos e
falso-negativos. A hipoalbuminemia é a situação
clínica que mais comumente ocasiona diagnóstico                            Quadro Clínico
falso-negativo, uma vez que cerca de 50% do cálcio
total é ligado à albumina15. Por esta razão, devemos
sempre utilizar a fórmula abaixo para correção do          Dependendo da severidade e rapidez de
cálcio total pelo valor da albumina:                    instalação, os pacientes com hipercalcemia podem


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Artigo de Revisão                                                             Rosélia Ribeiro Lobão e Paulo Rocha




 apresentar graus variados de comprometimento dos      essas drogas são pouco eficazes em corrigir
 seguintes aparelhos2,3:                               hipercalcemia causadas por metástases osteolíticas
                                                       de tumores sólidos.
 Neurológico: sonolência, fraqueza, depressão,            O tratamento definitivo da hipercalcemia em
 letargia, estupor, podendo chegar ao coma profundo    pacientes com neoplasia requer o tratamento da
 e convulsões, principalmente quando houver            doença de base, mas, infelizmente, isto nem sempre
 hipofosfatemia associada; a presença de               é possível. O tratamento paliativo está resumido na
 hipofosfatemia é comum em pacientes com HHM,          Tabela 2 e consiste de:
 naqueles com produção ectópica de PTH verdadeiro
 e em alguns pacientes com hipercalcemia tumoral       Medidas gerais: suspensão de drogas que possam
 do tipo osteolítica (Tabela 1);                       estar contribuindo para hipercalcemia (sais de
                                                       cálcio, análogos da vitamina D e diuréticos
 Digestivo: anorexia, náuseas, vômitos, constipação,   tiazídico). Quando possível, reduzir (ou suspender)
 dor abdominal difusa, úlcera péptica e pancreatite    medicações de efeito sedativo e estimular a
 aguda;                                                deambulação. A reposição de fosfato deve ser feita
                                                       sempre que houver hipofosfatemia concomitante,
 Urinário: resistência à ação do hormônio anti-        mas com atenção para não elevar o produto cálcio
 diurético, o que leva a uma redução na capacidade     x fósforo acima de 40;
 de concentração urinária e poliúria (diabetes
 insipidus nefrogênico). Nos pacientes com             Aumento da excreção renal de cálcio: a expansão
 hipercalcemia maligna, a poliúria pode ser intensa    do volume intravascular com soro fisiológico 0,9%
 e levar a insuficiência renal aguda por mecanismo     é necessária para corrigir a hipovolemia e a
 pré-renal. A presença de sintomas gastrintestinais    insuficiência renal aguda. Não havendo contra-
 como anorexia, náuseas e vômitos, pode agravar o      indicação, deve-se fazer inicialmente 1 a 2 litros de
 quadro pré-renal.                                     soro fisiológico a 0,9% em uma hora. Uma vez
                                                       corrigida a hipovolemia, a continuada administração
                                                       de soro fisiológico a 0,9% (200 a 500 mL/hora)
                     Tratamento                        induz natriurese e, conseqüentemente, calciurese
                                                       (uma vez que a excreção renal de cálcio está
                                                       intimamente ligada à excreção de sódio). Neste
    O tratamento da hipercalcemia em pacientes com     momento, a calciurese pode ser intensificada através
 neoplasia depende da severidade do quadro e do        da administração concomitante de um diurético de
 mecanismo gerador de hipercalcemia. Pacientes         alça como a furosemida. É importante frisar que a
 assintomáticos com hipercalcemia leve (< 12 mg/       furosemida deve ser usada apenas após correção da
 dL) não necessitam de intervenção imediata para       hipovolemia e que diuréticos tiazídicos estão contra-
 normalização do cálcio sérico. Em contraste,          indicados, pois diminuem a excreção renal de cálcio
 indivíduos com hipercalcemia severa (< 14 mg/dL)      e, portanto, podem agravar a hipercalcemia.
 devem ser tratados imediatamente, independente da
 presença de sintomas. A agressividade e urgência      Redução da reabsorção óssea:
 do tratamento de pacientes com hipercalcemia
 moderada dependem da presença de sintomas ou          - Bifosfonatos: inibem a atividade osteoclástica e
 complicações (como insuficiência renal aguda) de      resistem à degradação enzimática pelas fosfatases.
 hipercalcemia. O mecanismo gerador de                 Pela sua eficácia e tolerabilidade, são drogas de 1a
 hipercalcemia deve também ser considerado; por        escolha no tratamento da hipercalcemia associada
 exemplo, hipercalcemia mediada pela produção de       a neoplasias. Atingem efeito máximo em 2 a 4 dias,
 calcitriol responde bem a corticóides enquanto que    portanto devem ser administrados em conjunto com


 122     RSBC • Ano VIII • N° 30 • 2° Trimestre 2005                                         www.sbcancer.org.br
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                                                                                          Rosélia Ribeiro Lobão e Paulo Rocha




Tabela 1. Tipos de hipercalcemia associada a neoplasias

    Tipo de                     %           Metástase            Agente                      Tipos de tumores
    hipercalcemia                            óssea               causal

    Osteolítica                 20             +++          Citocinas e PTH-rp           Mama, mieloma múltiplo,
                                                                                         pulmão (non-small cell),
                                                                                         próstata, cérebro.
    HHM                         80              +           PTH-rp                       Esôfago, pulmão (small
                                                                                         cell), rins, ovário e
                                                                                         endométrio.
    Hipervitaminose D           <1              V           1,25 di-hidroxi              Linfomas
                                                            vitamina D3
    PTH ectópico                <1              V           PTH-intacto                  V
    Adaptada (com permissão).
    +++: muito freqüente; ++: freqüente; +: pouco freqüente; V: variável.


Tabela 2. Tratamento farmacológico da hipercalcemia associada à neoplasia

    Intervenção                                          Dose                                  Efeitos colaterais

    1. Fluidos e diuréticos
    SF 0,9%                            200 – 500 mL/hora, dependendo do status             Congestão pulmonar
                                       cardiovascular e renal.
    Furosemida                         20 – 40mg EV, até de 2/2 horas (após a              Hipovolemia, hipo-
                                       volemia ter sido restaurada com SF 0,9%)            calemia e hipomagnesemia
    2. Bifosfonatos.
    Pamidronato                        60 – 90 mg EV durante 2hs diluído em                Febre
p                                      200 mL SG5%
    Zoledronato                        4mg EV durante tempo ≥15min diluído em              Nefrotoxicidade e febre
                                       50 mL de SG5%
    3. Drogas de 2a escolha
    Corticosteróides        Prednisona 60mg VO por 10 dias                                 Hiperglicemia, hipoca-
                            lemia, HAS
    Mitramicina             Dose única 25 µ/kg durante 4 - 6 hs                            Nefrotoxicidade, hepato-
                            em SF 0,9%                                                     xicidade e mieloto-
                                                                                           xicidade
    Calcitonina                        4 - 8 UI/kg SC ou IM de12/12hs                      Náuseas e alergia
    Nitrato de gálio                   100-200 mg/m2 de SAC EV durante                     Nefrotoxicidade
                                       24hs por 5 dias

    Adaptada (com permissão).
    Abreviações: SC – subcutânea; IM – intra-muscular; SAC – superfície de área corporal; VO – via oral; EV – endovenosa;
    SG – soro glicosado; SF – soro fisiológico; HAS – hipertensão arterial sistêmica




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Artigo de Revisão                                                             Rosélia Ribeiro Lobão e Paulo Rocha




 outras drogas de início curto de ação (solução salina   - Nitrato de gálio: embora o mecanismo de
 0,9% + furosemida, calcitonina). O etidronato, um       ação preciso seja desconhecido, esta droga
 bisfosfonato de primeira geração, tem sido              reduz a solubilidade de cristais de
 largamente substituído por bisfosfonatos mais           hidroxiapatita e possui ações diretas sobre os
 novos, como o pamidronato e zolendronato. Ambos         osteoclastos. Potente inibidor da reabsorção
 são mais eficazes que o etidronato em reduzir o         óssea 28 , o nitrato de gálio tem se mostrado
 cálcio sérico neste cenário. As principais diferenças   eficaz em reduzir os níveis de cálcio sérico em
 entre pamidronato e zolendronato estão relacionadas     pacientes com hipercalcemia maligna 29 .
 à praticidade do uso (tempo de infusão mais curto       Entretanto, a forma de administração (por via
 para o zolendronato) e ao preço (o pamidronato é        endovenosa durante 5 dias), o efeito retardado
 um pouco mais barato). Pelo seu potencial               (pico de ação em 5 a 8 dias) e a nefrotoxicidade
 nefrotóxico, zolendronato deve ser administrado         tem limitado o seu uso.
 apenas após expansão do volume intravascular
 (manter diurese ≥ 2 litros ao dia)20. O pamidronato     Diálise com banho pobre em cálcio: reservada
 parece ter menor potencial nefrotóxico, sendo           para casos de falência do tratamento clínico ou
 inclusive considerado por alguns autores seguro para    para pacientes com hipercalcemia maligna que
 uso em pacientes com disfunção renal21. Não             não podem receber grandes quantidades de
 obstante, casos de nefrotoxicidade relacionados ao      volume, como os portadores de insuficiência
 pamidronato já foram descritos, principalmente          renal crônica ou de insuficiência cardíaca
 quando doses superiores a 90 mg foram utilizadas22-     congestiva 30-33.
 25
   . Por isso, na prática clínica, esta droga também é
 administrada em grandes volumes (> 500 mL);
                                                                            Conclusões
 - Corticosteróides: inibem a produção de citocinas
 envolvidas na reabsorção óssea, reduzem a ação da
 vitamina D e inibem a absorção intestinal de cálcio.       A hipercalcemia é um dos distúrbios
 São mais efetivos em malignidade hematológica ou        metabólicos mais freqüentes na prática hemato-
 doenças relacionadas ao excesso de vitamina D;          oncológica. Com o advento dos bisfosfonatos, o
                                                         tratamento desta condição foi bastante
 - Calcitonina: inibe a atividade osteoclástica e        simplificado e hoje é possível normalizar o cálcio
 reduz rapidamente o cálcio sérico (2 a 6 horas),        sérico na maioria dos pacientes com
 porém seu efeito hipocalcêmico é fugaz devido à         hipercalcemia associada a neoplasias, com um
 taquifilaxia. Pelo seu potencial efeito analgésico,     mínimo de efeitos adversos. No entanto, outras
 alguns autores defendem o seu uso em casos de           medidas gerais, como a expansão do volume
 metástases ósseas dolorosas ou fraturas patológicas.    intravascular, não devem ser esquecidas. Devido
 Entretanto, uma revisão sistemática recente não         aos efeitos gastrointestinais e renais da
 encontrou evidências suficientes na literatura para     hipercalcemia, até que se prove o contrário, todo
 justificar o uso de calcitonina para aliviara a dor     paciente com hipercalcemia deve ser inicialmente
 causada por metástases ósseas26;                        considerado hipovolêmico. Os equívocos
                                                         relacionados ao manejo desses pacientes que mais
 - Mitramicina (Plicamicina): inibe a síntese de         freqüentemente ocorrem são a correção
 RNA em osteoclastos. Após dose única por via            inadequada da hipovolemia e a utilização precoce
 venosa, a redução do cálcio sérico se inicia em 12      da furosemida. O uso de furosemida antes da
 horas e atinge um pico em 48 a 72 horas. Apesar da      correção adequada da volemia pode exacerbar a
 sua eficácia, tem sido pouco utilizada devido ao seu    hipovolemia, causar piora da função renal e,
 perfil de efeitos colaterais27;                         conseqüentemente, agravar a hipercalcemia.


 124      RSBC • Ano VIII • N° 30 • 2° Trimestre 2005                                        www.sbcancer.org.br
Hipercalcemia Associada a Neoplasias                                                                Artigo de Revisão

                                                                    18. Stone MJ, Lieberman ZH, Chakmakjian ZH, Matthews JL.
              Referências Bibliográficas                                Coexistent multiple myeloma and primary
                                                                        hyperparathyroidism. JAMA 1982;247(6):823-4.
                                                                    19. Kara IO, Sahin B, Yapar Z. Breast cancer and concomitant
                                                                        primary hyperparathyroidism: description of two patients.
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                                                                    23. Janssen van DK, Neyns B, Van der NP, Verbeelen D.
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    hormone-related protein implicated in malignant
                                                                        nephritis) in a patient with osteolytic bone metastases.
    hypercalcemia: cloning and expression. SCIENCE
                                                                        NEPHRON 2001;89(4):467-8.
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    synthetic peptide from human tumor to parathyroid hormone
                                                                        mechanisms of bisphosphonate nephrotoxicity. AM J
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                                                                        induced nephrotoxic tubular necrosis - a case report. CLIN
    parathyroid hormone-like peptide. N ENGL J MED
                                                                        NEPHROL 2004;61(1):63-7.
    1988;319(9):556-63.
                                                                    26. Martinez MJ, Roque M, Onso-Coello P, et al. Calcitonin
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                                                                        for metastatic bone pain. COCHRANE DATABASE SYST
    serum levels of a parathyroid hormone-like protein in
                                                                        REV 2003;(3):CD003223.
    malignancy-associated hypercalcemia. ANN INTERN
                                                                    27. Thurlimann B, Waldburger R, Senn HJ, Thiebaud D.
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10. Burtis WJ, Brady TG, Orloff JJ, et al. Immunochemical
                                                                        hypercalcemia: a prospective randomized crossover trial.
    characterization of circulating parathyroid hormone-related
                                                                        ANN ONCOL 1992;3(8):619-23.
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    carcinoma of the bladder producing parathyroid hormone-
                                                                        literature. CLIN NEPHROL 1979;12(6):285-90.
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                                                                        hypercalcemia of malignancy in a newborn. PEDIATR
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    corrected for protein, albumin, and pH to correctly assess
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    1978;46(6):986-93.                                              Santos Lobão. Hospital Universitário Prof. Edgard Santos.
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www.sbcancer.org.br                                                          RSBC • Ano VIII • N° 30 • 2° Trimestre 2005    125

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Hipercalcemia em pacientes oncológicos: abordagem diagnóstica e terapêutica

  • 1. Artigo de Revisão Hipercalcemia Associada a Neoplasias: Uma Abordagem Prática Hypercalcemia Associated With Malignancies: A Practical Approach Rosélia Ribeiro dos Santos Lobão1, Paulo Novis Rocha2 Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia1; Serviço de Imunologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Universidade Federal da Bahia2; Salvador, BA, Brasil hipercalcemia associada a neoplasias é uma entidade altamente A relevante para o hematologista e oncologista. Em estágios avançados, os cânceres de mama, pulmão e o mieloma múltiplo cursam freqüentemente com hipercalcemia que, por sua vez, pode causar complicações neurológicas, digestivas e renais. Apesar de não influenciar a sobrevida a longo prazo, o tratamento adequado da hipercalcemia é capaz de reverter essas complicações e facilitar o manejo clínico desses pacientes. Neste artigo, fazemos uma sucinta revisão dos mecanismos geradores de hipercalcemia associada a neoplasias e do armamentário disponível para o tratamento desta condição. Palavras-chaves: hipercalcemia, neoplasia, diagnóstico, tratamento. Abstract. Hypercalcemia associated with malignancy is a highly relevant condition to the practicing Hematologist- Oncologist. Patients with advanced breast or lung cancer or multiple myeloma often develop hypercalcemia that may lead to a variety of neurologic, gastrointestinal or renal complications. Although it may not influence long-term survival, adequate treatment of hypercalcemia can reverse these complications and improve the management of these patients. In this manuscript, we provide a brief review of the mechanisms involved in the development of hypercalcemia in patients with malignancies and discuss the treatment options available for this condition. Key words: hypercalcemia, neoplasia, diagnosis, treatment. A hipercalcemia é um distúrbio eletrolítico influenciar a sobrevida a longo prazo, o tratamento altamente freqüente na prática hemato-oncológica, adequado da hipercalcemia é capaz de corrigir a podendo ocorrer em 20 a 30% dos pacientes com sintomatologia e facilitar o manejo desses câncer durante o curso da doença1. Os cânceres de pacientes4. mama, pulmão e o mieloma múltiplo são os que mais O diagnóstico e tratamento adequados da freqüentemente cursam com hipercalcemia. O hipercalcemia exigem uma compreensão dos aumento dos níveis séricos de cálcio pode causar mecanismos envolvidos na elevação dos níveis alterações neurológicas, digestivas e renais2,3, séricos de cálcio. Neste contexto, a hipercalcemia complicando significativamente o quadro clínico associada a neoplasias pode ser classificada em dos pacientes. Além disso, a ocorrência de quatro tipos (Tabela 1)1. O primeiro tipo é a hipercalcemia no curso de neoplasias geralmente hipercalcemia osteolítica, encontrada em pacientes denota um mau prognóstico 4. Apesar de não com metástases ósseas (mama, pulmão, rim, 120 RSBC • Ano VIII • N° 30 • 2° Trimestre 2005 www.sbcancer.org.br
  • 2. Hipercalcemia Associada a Neoplasias Artigo de Revisão próstata) ou mieloma múltiplo. Nestes casos, o Cálcio total corrigido= cálcio encontrado + [(4 - aumento do cálcio sérico ocorre como conseqüência albumina) x 0,8] da atividade osteoclástica em áreas de infiltração neoplásica na medula óssea. Citocinas como IL-1 e Por outro lado, em raros casos de mieloma TNF exercem uma participação importante pois múltiplo com produção elevada de imunoglobulinas aceleram a transformação de precursores de carreadoras de cálcio (calcium-binding osteoclastos em osteoclastos maduros5. O segundo immunoglobulins), o valor do cálcio total pode estar tipo é a hipercalcemia humoral maligna (HHM), superestimado, ocasionando um falso diagnóstico causada pela secreção do PTH-rp (peptídeo de hipercalcemia. Portanto, todo diagnóstico de relacionado ao PTH) na circulação sistêmica pelas hipercalcemia deve ser confirmado através da células tumorais6-10. Este é o mecanismo mais dosagem do cálcio ionizável16. comum de hipercalcemia associada a neoplasias. O Embora não existam guidelines, a maioria dos PTH-rp tem propriedades hipercalcemiantes, pois autores classifica a hipercalcemia em três níveis, atua de forma semelhante ao PTH, aumentando a de acordo com os valores do cálcio total corrigido1,17: reabsorção óssea (aumento da atividade 1) leve, abaixo de 12,0 mg/dL; osteoclástica), a reabsorção de cálcio na porção 2) moderada, entre 12 e 13,9 mg/dL (3,0 a 3,4 ascendente espessa da alça de Henle e no túbulo mmol/L); distal, promovendo fosfatúria. Os tumores que mais 3) maligna ou severa, acima de 14 mg/dL (3,5 comumente causam HHM são: carcinomas de mmol/L). células escamosas (cabeça e pescoço, esôfago, colo Atualmente, não há critérios semelhantes para uterino, pulmão), câncer de rim, ovário e classificação da severidade da hipercalcemia endométrio, linfoma associado ao HTLV-I e câncer utilizando valores de cálcio ionizável. de mama; no entanto, vale ressaltar que virtualmente Uma vez detectada hipercalcemia em um paciente qualquer tumor pode causar esta síndrome11-13. O com neoplasia, é recomendável afastar outras terceiro tipo é causado pela secreção da forma ativa condições clínicas que eventualmente possam estar da vitamina D (calcitriol ou 1,25 di-hidroxi vitamina causando ou contribuindo para o aparecimento deste D3) pelo tumor, o que leva a hipercalcemia por uma distúrbio, tais como: hiperparatireoidismo primário18,19, maior absorção intestinal de cálcio14. O quarto tipo uso de diuréticos tiazídicos, tuberculose e sarcoidose. baseia-se na produção ectópica do PTH (e não PTH- O plano diagnóstico complementar da rp) por células tumorais. Esta é uma condição rara, hipercalcemia neste pacientes envolve a dosagem do havendo poucos casos descritos na literatura1. PTH-intacto, PTH-rp e calcitriol. Na quase totalidade dos casos de hipercalcemia associada a neoplasias, os níveis de PTH-intacto estarão baixos (à exceção Diagnóstico dos casos onde existe secreção de PTH pelo tumor ou hiperparatireoidismo primário concomitante). Do ponto de vista de imagem, o envolvimento ósseo deve O diagnóstico de hipercalcemia é geralmente ser pesquisado através da realização da cintilografia feito através da dosagem do cálcio sérico total. No exceto em casos de mieloma múltiplo, onde a entanto, este método pode sofrer interferências que radiografia simples é o exame de escolha1. podem ocasionar diagnósticos falso-positivos e falso-negativos. A hipoalbuminemia é a situação clínica que mais comumente ocasiona diagnóstico Quadro Clínico falso-negativo, uma vez que cerca de 50% do cálcio total é ligado à albumina15. Por esta razão, devemos sempre utilizar a fórmula abaixo para correção do Dependendo da severidade e rapidez de cálcio total pelo valor da albumina: instalação, os pacientes com hipercalcemia podem www.sbcancer.org.br RSBC • Ano VIII • N° 30 • 2° Trimestre 2005 121
  • 3. Artigo de Revisão Rosélia Ribeiro Lobão e Paulo Rocha apresentar graus variados de comprometimento dos essas drogas são pouco eficazes em corrigir seguintes aparelhos2,3: hipercalcemia causadas por metástases osteolíticas de tumores sólidos. Neurológico: sonolência, fraqueza, depressão, O tratamento definitivo da hipercalcemia em letargia, estupor, podendo chegar ao coma profundo pacientes com neoplasia requer o tratamento da e convulsões, principalmente quando houver doença de base, mas, infelizmente, isto nem sempre hipofosfatemia associada; a presença de é possível. O tratamento paliativo está resumido na hipofosfatemia é comum em pacientes com HHM, Tabela 2 e consiste de: naqueles com produção ectópica de PTH verdadeiro e em alguns pacientes com hipercalcemia tumoral Medidas gerais: suspensão de drogas que possam do tipo osteolítica (Tabela 1); estar contribuindo para hipercalcemia (sais de cálcio, análogos da vitamina D e diuréticos Digestivo: anorexia, náuseas, vômitos, constipação, tiazídico). Quando possível, reduzir (ou suspender) dor abdominal difusa, úlcera péptica e pancreatite medicações de efeito sedativo e estimular a aguda; deambulação. A reposição de fosfato deve ser feita sempre que houver hipofosfatemia concomitante, Urinário: resistência à ação do hormônio anti- mas com atenção para não elevar o produto cálcio diurético, o que leva a uma redução na capacidade x fósforo acima de 40; de concentração urinária e poliúria (diabetes insipidus nefrogênico). Nos pacientes com Aumento da excreção renal de cálcio: a expansão hipercalcemia maligna, a poliúria pode ser intensa do volume intravascular com soro fisiológico 0,9% e levar a insuficiência renal aguda por mecanismo é necessária para corrigir a hipovolemia e a pré-renal. A presença de sintomas gastrintestinais insuficiência renal aguda. Não havendo contra- como anorexia, náuseas e vômitos, pode agravar o indicação, deve-se fazer inicialmente 1 a 2 litros de quadro pré-renal. soro fisiológico a 0,9% em uma hora. Uma vez corrigida a hipovolemia, a continuada administração de soro fisiológico a 0,9% (200 a 500 mL/hora) Tratamento induz natriurese e, conseqüentemente, calciurese (uma vez que a excreção renal de cálcio está intimamente ligada à excreção de sódio). Neste O tratamento da hipercalcemia em pacientes com momento, a calciurese pode ser intensificada através neoplasia depende da severidade do quadro e do da administração concomitante de um diurético de mecanismo gerador de hipercalcemia. Pacientes alça como a furosemida. É importante frisar que a assintomáticos com hipercalcemia leve (< 12 mg/ furosemida deve ser usada apenas após correção da dL) não necessitam de intervenção imediata para hipovolemia e que diuréticos tiazídicos estão contra- normalização do cálcio sérico. Em contraste, indicados, pois diminuem a excreção renal de cálcio indivíduos com hipercalcemia severa (< 14 mg/dL) e, portanto, podem agravar a hipercalcemia. devem ser tratados imediatamente, independente da presença de sintomas. A agressividade e urgência Redução da reabsorção óssea: do tratamento de pacientes com hipercalcemia moderada dependem da presença de sintomas ou - Bifosfonatos: inibem a atividade osteoclástica e complicações (como insuficiência renal aguda) de resistem à degradação enzimática pelas fosfatases. hipercalcemia. O mecanismo gerador de Pela sua eficácia e tolerabilidade, são drogas de 1a hipercalcemia deve também ser considerado; por escolha no tratamento da hipercalcemia associada exemplo, hipercalcemia mediada pela produção de a neoplasias. Atingem efeito máximo em 2 a 4 dias, calcitriol responde bem a corticóides enquanto que portanto devem ser administrados em conjunto com 122 RSBC • Ano VIII • N° 30 • 2° Trimestre 2005 www.sbcancer.org.br
  • 4. Hipercalcemia Associada a Neoplasias Artigo de Revisão Rosélia Ribeiro Lobão e Paulo Rocha Tabela 1. Tipos de hipercalcemia associada a neoplasias Tipo de % Metástase Agente Tipos de tumores hipercalcemia óssea causal Osteolítica 20 +++ Citocinas e PTH-rp Mama, mieloma múltiplo, pulmão (non-small cell), próstata, cérebro. HHM 80 + PTH-rp Esôfago, pulmão (small cell), rins, ovário e endométrio. Hipervitaminose D <1 V 1,25 di-hidroxi Linfomas vitamina D3 PTH ectópico <1 V PTH-intacto V Adaptada (com permissão). +++: muito freqüente; ++: freqüente; +: pouco freqüente; V: variável. Tabela 2. Tratamento farmacológico da hipercalcemia associada à neoplasia Intervenção Dose Efeitos colaterais 1. Fluidos e diuréticos SF 0,9% 200 – 500 mL/hora, dependendo do status Congestão pulmonar cardiovascular e renal. Furosemida 20 – 40mg EV, até de 2/2 horas (após a Hipovolemia, hipo- volemia ter sido restaurada com SF 0,9%) calemia e hipomagnesemia 2. Bifosfonatos. Pamidronato 60 – 90 mg EV durante 2hs diluído em Febre p 200 mL SG5% Zoledronato 4mg EV durante tempo ≥15min diluído em Nefrotoxicidade e febre 50 mL de SG5% 3. Drogas de 2a escolha Corticosteróides Prednisona 60mg VO por 10 dias Hiperglicemia, hipoca- lemia, HAS Mitramicina Dose única 25 µ/kg durante 4 - 6 hs Nefrotoxicidade, hepato- em SF 0,9% xicidade e mieloto- xicidade Calcitonina 4 - 8 UI/kg SC ou IM de12/12hs Náuseas e alergia Nitrato de gálio 100-200 mg/m2 de SAC EV durante Nefrotoxicidade 24hs por 5 dias Adaptada (com permissão). Abreviações: SC – subcutânea; IM – intra-muscular; SAC – superfície de área corporal; VO – via oral; EV – endovenosa; SG – soro glicosado; SF – soro fisiológico; HAS – hipertensão arterial sistêmica www.sbcancer.org.br RSBC • Ano VIII • N° 30 • 2° Trimestre 2005 123
  • 5. Artigo de Revisão Rosélia Ribeiro Lobão e Paulo Rocha outras drogas de início curto de ação (solução salina - Nitrato de gálio: embora o mecanismo de 0,9% + furosemida, calcitonina). O etidronato, um ação preciso seja desconhecido, esta droga bisfosfonato de primeira geração, tem sido reduz a solubilidade de cristais de largamente substituído por bisfosfonatos mais hidroxiapatita e possui ações diretas sobre os novos, como o pamidronato e zolendronato. Ambos osteoclastos. Potente inibidor da reabsorção são mais eficazes que o etidronato em reduzir o óssea 28 , o nitrato de gálio tem se mostrado cálcio sérico neste cenário. As principais diferenças eficaz em reduzir os níveis de cálcio sérico em entre pamidronato e zolendronato estão relacionadas pacientes com hipercalcemia maligna 29 . à praticidade do uso (tempo de infusão mais curto Entretanto, a forma de administração (por via para o zolendronato) e ao preço (o pamidronato é endovenosa durante 5 dias), o efeito retardado um pouco mais barato). Pelo seu potencial (pico de ação em 5 a 8 dias) e a nefrotoxicidade nefrotóxico, zolendronato deve ser administrado tem limitado o seu uso. apenas após expansão do volume intravascular (manter diurese ≥ 2 litros ao dia)20. O pamidronato Diálise com banho pobre em cálcio: reservada parece ter menor potencial nefrotóxico, sendo para casos de falência do tratamento clínico ou inclusive considerado por alguns autores seguro para para pacientes com hipercalcemia maligna que uso em pacientes com disfunção renal21. Não não podem receber grandes quantidades de obstante, casos de nefrotoxicidade relacionados ao volume, como os portadores de insuficiência pamidronato já foram descritos, principalmente renal crônica ou de insuficiência cardíaca quando doses superiores a 90 mg foram utilizadas22- congestiva 30-33. 25 . Por isso, na prática clínica, esta droga também é administrada em grandes volumes (> 500 mL); Conclusões - Corticosteróides: inibem a produção de citocinas envolvidas na reabsorção óssea, reduzem a ação da vitamina D e inibem a absorção intestinal de cálcio. A hipercalcemia é um dos distúrbios São mais efetivos em malignidade hematológica ou metabólicos mais freqüentes na prática hemato- doenças relacionadas ao excesso de vitamina D; oncológica. Com o advento dos bisfosfonatos, o tratamento desta condição foi bastante - Calcitonina: inibe a atividade osteoclástica e simplificado e hoje é possível normalizar o cálcio reduz rapidamente o cálcio sérico (2 a 6 horas), sérico na maioria dos pacientes com porém seu efeito hipocalcêmico é fugaz devido à hipercalcemia associada a neoplasias, com um taquifilaxia. Pelo seu potencial efeito analgésico, mínimo de efeitos adversos. No entanto, outras alguns autores defendem o seu uso em casos de medidas gerais, como a expansão do volume metástases ósseas dolorosas ou fraturas patológicas. intravascular, não devem ser esquecidas. Devido Entretanto, uma revisão sistemática recente não aos efeitos gastrointestinais e renais da encontrou evidências suficientes na literatura para hipercalcemia, até que se prove o contrário, todo justificar o uso de calcitonina para aliviara a dor paciente com hipercalcemia deve ser inicialmente causada por metástases ósseas26; considerado hipovolêmico. Os equívocos relacionados ao manejo desses pacientes que mais - Mitramicina (Plicamicina): inibe a síntese de freqüentemente ocorrem são a correção RNA em osteoclastos. Após dose única por via inadequada da hipovolemia e a utilização precoce venosa, a redução do cálcio sérico se inicia em 12 da furosemida. O uso de furosemida antes da horas e atinge um pico em 48 a 72 horas. Apesar da correção adequada da volemia pode exacerbar a sua eficácia, tem sido pouco utilizada devido ao seu hipovolemia, causar piora da função renal e, perfil de efeitos colaterais27; conseqüentemente, agravar a hipercalcemia. 124 RSBC • Ano VIII • N° 30 • 2° Trimestre 2005 www.sbcancer.org.br
  • 6. Hipercalcemia Associada a Neoplasias Artigo de Revisão 18. Stone MJ, Lieberman ZH, Chakmakjian ZH, Matthews JL. Referências Bibliográficas Coexistent multiple myeloma and primary hyperparathyroidism. JAMA 1982;247(6):823-4. 19. Kara IO, Sahin B, Yapar Z. Breast cancer and concomitant primary hyperparathyroidism: description of two patients. 1. Stewart AF. Clinical practice. Hypercalcemia associated ACTA MED AUSTRIACA 2004;31(3):81-4. with cancer. N ENGL J MED 2005;27;352(4):373-9. 20. Markowitz GS, Fine PL, Stack JI, et al. Toxic acute tubular 2. Carroll MF, Schade DS. A practical approach to hypercalcemia. necrosis following treatment with zoledronate (Zometa). AM FAM PHYSICIAN 2003;1;67(9):1959-66. KIDNEY INT 2003;64(1):281-9. 3. Inzucchi SE. Understanding hypercalcemia. Its metabolic basis, 21. Machado CE, Flombaum CD. Safety of pamidronate in signs, and symptoms. POSTGRAD MED 2004;115(4):69-6. patients with renal failure and hypercalcemia. CLIN 4. 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