O documento fornece valores de referência laboratoriais normais para vários exames, incluindo ácidos biliares, ácido úrico, albumina, amilase, aspartato aminotransferase, alanina aminotransferase, amônia, bilirrubinas, cálcio, cloretos, creatinina sérica, creatinina cinase total, CK-MB e desidrogenase láctica. Os valores são úteis para avaliar a saúde e monitorar possíveis problemas hepáticos, renais e cardíacos.
A palavra PSICOSSOMATICA tem como raiz as palavras gregas: Psico (alma, mente), somática (corpo).
É a parte da medicina que estuda os efeitos da mente sobre o corpo.
Pessoas desajustadas emocionalmente tendem a ficarem mais doentes.
Exemplo do efeito da mente sobre o corpo: uma pessoa recebe uma notícia da morte de um parente. O choque emocional é muitas vezes tão forte que o cérebro desarma o "disjuntor" e a pessoa desmaia. Em alguns casos a descarga de hormônios e adrenalina no coração é tão forte que a pessoa morre na hora ao receber uma notícia terrível.
O que entra na sua mente ou coração pode em um instante te matar.
Maus sentimentos de rancor e mágoa podem envenenar o organismo lentamente.
A medicina psicossomática é uma concepção “holística” da medicina pluricausal que tem como objetivo estudar não a doença isolada, mas o homem doente, que é o paciente humanizado na sua mais completa perspectiva nosológica e ecológica. Numerosos argumentos parecem indicar a realidade das ligações clínicas e experimentais entre a vida emocional, os problemas psíquicos e o disfuncionamento de órgãos ou o aparecimento de lesões viscerais. Os estudos anatómicos e fisiológicos desempenham um papel capital ao nível do hipotálamo, do sistema límbico e dos diferentes sistemas neuroendocrinológicos (hipófise, corticoadrenal e medulloadrenal). No nível experimental, além de limitar as úlceras obtidas por diferentes técnicas no rato de laboratório, deve-se insistir nos experimentos de Weiss que mostraram que as úlceras pépticas do rato, sob certas condições, dependem de duas variáveis: o número de estímulos que o animal deve enfrentar e os feedbacks informativos mais ou menos úteis que recebe em troca. As investigações realizadas no doente mostram a importância dos problemas funcionais em relação às anomalias do sistema nervoso autônomo ou às anomalias dos gânglios intramurais, o que talvez explique a noção de órgãos-alvo dos problemas. Considerando os conceitos mais recentes que valorizam o papel dos fatores genéticos na determinação das doenças psicossomáticas, pode-se conceber que os determinantes psicológicos, afetivos ou ambientais, são cofatores que se integram a fatores somáticos, genéticos, constitucionais e nutricionais para produzir o quadro mórbido final.
2. Exames Laboratoriais - Valores Normais
Ácidos Biliares Totais
Sérico em jejum - 0.3 - 2.3 µg/ml; 1 hora pós-prandial - 1.8 - 3.2 µg/ml
Úteis na monitorização da função hepática. O fígado sintetiza ácidos biliares a partir do
colesterol. São absorvidos pelo íleo e removidos quase completamente do fígado antes de
alcançar a circulação sistêmica. Os ácidos biliares aumentam a solubilidade das gorduras da
dieta, facilitando sua absorção e a de vitaminas lipossolúveis. Estão aumentados na icterícia
obstrutiva (comprometimento da função hepática ou refluxo a partir dos ductos biliares
bloqueados) e diminuídos na insuficiência hepática.
Ácido Úrico
Sérico - 2.0 - 7.0 mg/dl; Urina - 50 - 700 mg/dia
O ácido úrico (AU) do plasma é filtrado pelos glomérulos e reabsorvidos (90%) pelos túbulos.
Representa o produto final do metabolismo das purinas. O teor de AU no plasma é influenciado
por fatores renais e extra-renais. A gota é uma doença típica do aumento de AU, assim como
insuficiência renal. Outras doenças relacionadas ao aumento de AU são: leucemia, policitemia,
psoríase, mixedema, hipo e hiperparatireoidismo, HAS, IAM, obesidade, linfoma, acidose,
hipotireoidismo, eclâmpsia, mieloma múltiplo, anemia perniciosa, necrose tecidual, inflamação e
terapia diurética. Embora toda diminuição do funcionamento renal acompanhe-se em geral do
aumento dos níveis de AU no soro, esse exame é raramente utilizado por influências dos fatores
extra-renais nestes níveis. O AU pode diminuir após administração de drogas (alupurinol,
salicilato e meio de contraste para o Rx).
Albumina
Sérico - 3.5 - 5.0 g/dl; Urina - 20 - 100 mg/dia
A albumina sérica é um veículo de transporte para substâncias e o principal determinante da
função oncótica plasmática. Sua concentração sangüínea é determinada por sua distribuição entre
os leitos intra e extra vasculares, pelas velocidades de sua síntese e degradação e pelo volume
plasmático. Ela está reduzida em casos de Kwarshiokor, hepatopatia crônica avançada (fígado
produz parte dela por dia e a sua diminuição reflete a gravidade e cronicidade da hepatopatia),
nefropatias crônicas (perda urinárias), infecções crônicas e agudas, processos inflamatórios
intensos, estados de absorção intestinal prejudicada, mieloma múltiplo, e carcinomas
metastáticos. Está aumentada em hemoconcentração, desidratação e diabete insípido.
3. Amilase
Sérico - 80 - 180 U/dl; Urina - < 20 U/hora
A amilase e a lipase são enzimas digestivas produzidas no pâncreas. Elas estão aumentadas no
primeiro dia da pancreatite e retornam ao normal de 3 a 7 dias após o quadro agudo. Podem
permanecer normais se em episódios anteriores parte do tecido acinar tiver sido destruída ou se
houver hipertrigliceridemia comcomitante (inibidor). Também pode estar aumentada na
insuficiência renal e em condições abdominais graves (úlceras perfuradas, oclusão vascular
mesentérica e obstrução intestinal). Em geral, todo processo agudo em áreas adjacentes ao
pâncreas pode ocasionar elevação da amilase.
Aspartato Aminotransferase
Sérico - 4 - 18 U/l
As atividades mais elevadas da AST se encontram no tecido cardíaco, músculo esquelético,
fígado e um pouco nos rins, pâncreas, baço e eritrócitos. No IAM os valores começam a subir 6 a
8h depois da dor, atingindo seu ápice 24 a 48h, baixando no quarto ou quinto dia. Os valores
máximos são proporcionais a gravidade da lesão miocárdica .Também aumenta na insuficiência
cardíaca, pericardite, lesões musculares, doenças do SNC, hepatites virais ou medicamentosas,
pancreatite, infarto renal, eclampsia, neoplasias, hemólise e alcoolismo. É importante no
diagnóstico de hepatite viral, onde o pico máximo aparece entre o 17º e 20º dia, retornando ao
normal entre a 3a e a 5 a semana.
Alanina Aminotransferase
Sérico - 0 - 22 UI/l
São úteis como testes de triagem na doença hepática. A elevação da ALT é relativamente
específica para doença hepatobiliar e dosagens são úteis para acompanhar a evolução desta
doença. Encontra-se aumentada na hepatite, cirrose, metástases hepáticas, icterícia obstrutiva,
mononucleose infecciosa e congestão hepática. Diminuida na deficiência de vit. B.
Amônia
Sérico - < 45 µg/dl
O fígado remove a amônia do sangue resultante do metabolismo dos aminoácidos,
transformando-a em uréia para após excretá-la pelo rim. Na vigência de uma disfunção hepática
grave ou alterações da circulação porto-sistêmica, os níveis de amônia podem estar aumentados.
O nível sérico de amônia é utilizado para confirmar o diagnóstico de encefalopatia hepática e
4. para monitorizar o sucesso terapêutico. Os níveis de amônia sérica podem estar elevados também
em outras situações como aumento da ingesta de alimentos ricos em protínas, sangramento
gastrintestinal alto, em resposta a estados de alcalose metabólica ou hiperpotassemia e na
síndrome de Reye.
Bilirrubinas
Sérico - 0,2 - 1,2 mg/dl (Direta 0 - 0,2 mg/dl)
Urina - Negativo
A Bilirrubina (BI) é um pigmento resultante do catabolismo da hemoglobina presente nas
hemácias . Ao passar pelo interior dos hepatócitos, a BI conjuga-se com o ácido glucurônico pela
ação da glucoroniltransferase. No plasma ela se encontra sob duas formas: conjugada (direta,
solúvel em água) e livre (indireta, insolúvel em água, a qual circula ligada à albumina). A
presença de hiperbilirrubinemia causa icterícia. A icterícia pré-hepática decorre do excesso da BI
não conjugada resultante na maioria das vezes do aumento na produção. Ex:Anemia hemolítica e
Icterícia Fisiológica onde além do aumento na produção ocorre maior reabsorção da BI. A
icterícia de origem hepática ocorre principalmente por lesão hepatocelular. Ex: Hepatite viral,
hepatite medicamentosa, cirrose, Síndromes de Gilbert, Crigler Naijar e Dubin Johnson. A pós-
hepática ocorre por obstrução que impede o fluxo de bile para o intestino. Ex: Cálculos biliares,
carcinoma de pâncreas, coágulos. Na desordem pós hepática, além da BI conjugada, aumenta o
colesterol a fosfatase alcalina e os ácidos biliares.
Cálcio
Sérico (Ca total) - 8,5 - 10,5 mg/dl
Cálcio ionizado - 4.7 - 5.3 mg/dl
Urina (24 horas) - 50 -200 mg/dia
O cálcio (Ca) tem muitas funções, entre elas, formação dos ossos e dentes, coagulação
sanguínea, contratilidade neuromuscular e condução miocárdica. A manutenção do nível sérico
do Ca é dependente de sua ingesta diária (0,5-1 g/dia), da absorção GI, da excreção renal e
principalmente da reserva óssea (99% do Ca está nos ossos). No plasma apenas 50% do cálcio
está presente na forma ionizada (forma responsável pela contratilidade neuromuscular e
condução miocárdica), estando o restante ligado a proteínas (principalmente albumina) ou
formando ânions como citrato, bicarbonato e o fosfato. A hipercalcemia é causada pelo
hiperparatireoidismo, metástases ósseas, sarcoidose, hipertireoidismo, intoxicação por vit. D,
insuficiência supra-renal aguda, tireotoxicose, acromegalias e uso de diuréticos tiazídicos. A
hipocalcemia está associada a hipoalbuminemia, acidoses crônicas hipovitaminoses D,
hipoparatireoidismo, hipofosfatemia, pancreatite aguda, deficiência de magnésio, acidose tubular
renal e uso de corticóides e anticonvulsivantes. Seus resultados também são valorizados na
osteoporose e nos pacientes com fraturas de repetição.
5. Cloretos
Sérico - 98 - 106 mEq/l; Urina (24 horas) - 110 - 250 mEq/dia
Os cloretos são os ânions mais abundantes do líquido extracelular. Desempenham papel
importante na manutenção da distribuição da água , pressão osmótica e neutralidade elétrica. A
hipocloremia aparece na falta de ingesta de sal, diarréia intensa, vômitos prolongados, nefrites e
insuficiência adrenal aguda. A hipercloremia é sinal de desidratação e diminuição do fluxo
sanguïneo renal (pela ICC por exemplo). Também aumentado na obstrução prostática,
hiperventilação, hipoproteinemia e anemia.
Creatinina Sérica
Sérico - 0,6 - 1,2 mg/dl
A creatinina é produzida a partir da creatina muscular sendo sintetizada no fígado, rim e
pâncreas. Devido as suas propriedades farmacocinéticas (produção e excreção renal
razoavelmente constantes) e a conveniência clínica, suas dosagens séricas são usadas como
marcador da função renal. Quadros de insuficiência renal, seja pré-renal, renal ou pós-renal
causam invariavelmente aumento nos seus níveis séricos. As principais causas pré-renais são:
insuficiência cardíaca, hipovolemia ( hemorragia, queimaduras, perdas externas - diarréias,
vômitos, fístulas - e perdas internas - terceiro espaço ) e hipotensão/choque. As principais causas
renais são: lesões renais ( gromerular, tubular, vascular ou do tecido intersticial renal), drogas ou
substâncias nefrotóxicas (principalmente antibióticos e AINES), síndrome da lise tumoral e
trombose bilateral da artéria ou veia renal. As principais causas pós-renais são: hipertrofia
prostática, compressão dos ureteres ou do colo vesical e impactação de calcúlos. É utilizada no
monitoramento trans e pós-anestésico de transplantes renais.
Creatinina Cinase (CK) total
Sérico - Homens 55 - 170 U/l; Mulheres 45 - 135 U/l
A CK está associada com a geração de ATP nos sistemas contráteis ou de transporte. Ela catalisa
a transformação de ADP em ATP. É considerada uma enzima marcadora de lesões musculares
(musculatura cardíaca ou voluntária). Está aumentada em: necrose ou inflamação do miocárdio -
IAM, miocardite - necrose, inflamação ou atrofia da musculatura estriada - após cirurgias
cardíacas ou torácicas, cardioversão, distrofia muscular progressiva, esclerose amiotrófica
lateral, polimiosite, distrofia miotônica, queimadura térmica e elétrica, rabdomiólise, exercício
severo e prolongado, status epileticus, últimas semanas da gestação e após o parto, hipertermia
maligna, hipotermia, miopatia endócrina, hipotireoidismo, acromegalia e uso de cocaína.
6. Encontra-se levemente aumentada após injeções IM, hemólise moderadas e convulsões em
crianças. Apresenta-se diminuída nos casos de hipertireoidismo não tratado, em pessoas com
diminuição da massa muscular, na gestação, pelo uso de drogas como fenotiazinas e predinisona
e por toxinas e inceticidas.
CK-MB
Sérico - < 5% da CK total; < 10 ng/ml
A CK-MB é uma isoenzima incluída na dosagem de CK total que é mais comumente usada para
identificação mais precoce de lesões miocárdicas. Encontra-se aumentada em IAM, contusões
cardíacas, cirurgias cardíacas, cardioversão, angioplastia, pericardite, miocardite, taquicardia
supraventricular prolongada, cardiomiopatias, insuficiência cardíaca congestiva, doenças do
colágeno envolvendo o miocárdio e após angiografias coronarianas. Encontra-se aumentada por
causas não cardíacas em traumas da musculatura esquelética, rabdomiólise extensa,
mioglobinúria, queimadura elétrica e térmica, hipertermia maligna, doenças da musculatura
esquelética, síndrome de Reye, colecistite aguda, infecções, exacerbações agudas da DPOC,
cetoacidose diabética, choque séptico, uso de drogas (aspirina, tranquilizantes ...) e em algumas
neoplasias. Em casos de suspeita de IAM a sua dosagem seriada tem se tornado o padrão ouro
para o diagnóstico com 24 horas do início dos sintomas. Nestes casos o aumento da CK-MB é
usualmente evidente com 4-6 horas, atingindo um pico com 15-24 horas de evolução do quadro.
Amostras seriadas de 6/6 horas são mais adequadas para identificação do pico sérico. Valores da
CK-MB devem ser registrados em unidades e porcentagem nos casos em que existe a
possibilidade de lesões na musculatura esquelética e miocárdica simultâneamente, onde a
porcentagem pode não parecer aumentada.
Desidrogenase láctica (LDH)
Sérico - 50 - 115 U/l
É uma enzima muito inespecífica, sendo usada para o diagnóstico de IAM nos casos em que a
dosagem das enzimas séricas só foi possível após 24 horas de instalação do quadro clínico
(aumenta em 12 a 24 horas, atinge o máximo em 2 a 4 dias e retorna ao normal em 8 a 14 dias).
Encontra-se aumentada em outras doenças do coração, fígado, pulmões, rins, sistema múscular,
sistema hematológico e tumores malignos. Valorizada no diagnóstico de embolia pulmonar e
como confirmação de anemia hemolítica.
Fibrinogênio
Sérico - 200 - 400 mg/dl
É o precursor da fibrina na coagulação sanguínea. Pode ser estimado pelo tempo de trombina ou
medido diretamente. Está aumentado em inflamações agudas, pós operatório, pancreatite aguda e
radioterapia. Está diminuído em afibrogenemia congênita, insuficiência hepática grave e
infecções virais.
7. Fosfatase Alcalina
Sérico - 13 - 43 UI/l
Compõe-se de um grupo de enzimas que hidrolisam as ligações de éster de fosfato orgânico in
vitro a um pH alcalino. Está presente em muitos tecidos (fígado, ductos biliares, intestino, osso,
rim, placenta e nos leucócitos). Sua função fisiológica não é totalmente conhecida, sabe-se que
ela exerce um papel na deposição de hidroxipatita no osteóide para formação óssea. A fosfatase
alcalina eleva-se principalmente nas obstruções extra-hepáticas por cálculo ou câncer de
pâncreas e em doenças ósseas. Pode encontrar-se elevada também nas doenças do pâncreas, dos
pulmões, na gestação ou em câncer com metástases ósseas e hepáticas.
Gasometria Arterial
As dosagens dos gases sanguíneos desempenham papel essencial no atendimento de pacientes
submetidos a cirurgias de grande porte (cirurgias cardíacas, torácicas, neurológicas, transplantes
etc..) e em quadros de insuficiência respiratória aguda ou crônica. Resulta da análise dos gases
no sangue arterial, obtido através de punção direta de uma artéria periférica, observando-se o
rigor técnico necessário para que a amostra produza resultados confiáveis. O exame gasométrico
permite a identificação de quadros de alcalose ou acidose, prováveis etiologias e implicações,
bem como acompanhamento evolutivo das afecções que os desencadeiam, do tratamento
utilizado e do prognóstico.
Valores normais dos determinantes do equilíbrio ácido-base
Parâmetros Sangue arterial Sangue venoso
pH 7.37 -7.43 7.32 - 7.38
pCO2 (mmHg) 36 - 44 42 - 50
HCO3 (mEq/l) 22 - 26 23 - 27
8. Glicose
Sérico - Jejum adulto 60 - 100 mg/dl; Jejum > 60 anos - 80 - 115 mg/dl
A glicose sérica se mantém em limítes estreitos pela regulação hormonal que se dá
principalmente pela insulina, cortisol, adrenalina e glucagon.. Encontra-se aumentada no DM,
feocromocitoma, hiperparatireoidismo, cushing, acromegalia, lesões cerebrais, hepatopatia,
nefrose e em uso de glicose EV, tiazídicos e corticóides. Encontra-se diminuída por dose
excessiva de insulina, insulinoma, Addison, mixedema, insuficiência hepática, hepatoma e por
mal absorção.
Hematócrito (Ht)
Sérico - Masculino 39 - 49 %; Feminino 35 - 45 %
É o volume de hemáceas centrifugadas. Está aumentado na hemoconcentração (choque,
queimaduras, desidratação) e eritrocitoses. Está diminuído na hemodiluição (pós-hemorrágica ou
por soro) e anemias.
Hemoglobina (Hb)
Sérico - Masculino 13,5 - 17,5 g/dl; Feminino 12,0 - 16,0 g/dl
As hemoglobinas são proteínas carreadoras de oxigênio encontradas nas hemáceas que
apresentam interação reversível com este gás. A afinidade da hemoglobina normal pelo oxigênio
é afetada por muitos fatores. A síntese da Hb depende da cordenação e regulação dos genes da
globina do heme e do ferro. Em pacientes com hemoglobinopatias, as anormalidades clínicas são
atribuídas a alterações da estrutura, da função ou produção de Hb. Tais patologias são geralmente
hereditárias, mas podem ser adquiridas por exposições tóxicas ou neoplasias hematológicas.
Hemoglobina Corpuscular Média (HCM)
Sérico - 26 - 34 pg/célula
Denota o volume e a característica do conteúdo da hemoglobina. Hipocromia é quando o indice
está abaixo do mínimo. Permite classificar as anemias.
9. Leucograma
Idade Leuc. Totais Neutro. Totais Segm. Bast. Linf. Mon. Eos. Bas.
Neonato 9.1- 34.0 6 - 23.5 6.0 - 20.0 <3.5 2.5 - 10.5 < 3.5 < 2.0 < 0.4
1-23 meses 6 .0- 14.0 1.1 - 6.6 1.0 - 6.0 <1 1.8 - 9.0 <1 <0.7 <0.1
2 - 9 anos 4.0 - 12.0 1.4 - 6.6 1.2 - 6.0 <1 1.0 - 5.5 <1 <0.7 <0.1
10-17 anos 4.0 - 10.5 1.5 - 6.6 1.3 - 6.0 <1 1.0 - 3.5 <1 <0.7 <0.1
> 18 anos 4.0 - 10.5 1.5 - 6.6 1.3 - 6.0 <1 1.5 - 3.5 <1 <0.7 <0.1
Valores de referência ( x 103/mm3)
A contagem de leucócitos acompanhada da sua contagem diferencial é de grande utilidade na
prática clínica, sendo um dos exames mais comumente solicitados por profissionais da área da
saúde. É de grande auxílio no diagnóstico de infecções das mais diversas etiologias e em
distúrbios hematológicos principalmente nas leucemias. Entretanto existem outras causas que
podem levar a alterações na contagem de leucócitos, são elas:
• Leucocitose fisiológica, que é normal no recém nascido, no exercício físico
vigoroso, por medo e emoções intensas, pelo calor externo e pela altura.
• Leucocitose não infecciosa (asséptica), que ocorre por dor intensa, pós-
hemorrágica, em quadros com sintomas motores ( vômitos, convulsões,
taquicardia), hipertermia não infecciosa, queimaduras, choque traumático,
irradiação, neoplasias, coma, endocrinopatias e por intoxicação medicamentosa.
• Leucopenia constitucional (freqüente em deprimidos e esgotados - sem a presença
de outra patologia).
• Leucopenia pós-prandial, a qual ocorre em pessoas propensas.
Lipase
Sérico - Adultos 10 - 140 U/l; de 60 anos 18 - 180 U/l
10. É uma enzima digestiva produzida pelo pâncreas, assim como a amilase. Está aumentada no
primeiro dia da pancreatite aguda e retorna ao normal em 3 a 7 dias. Pode aumentar na
insuficiência renal, em condições abdominais graves, no câncer de pâncreas e na administração
de opiácios (contração do esfíncter de oddi) Diminui na DM e em algumas infecções.
Magnésio
Sérico - 1.9 - 2.5 mEq/l
È o segundo cátion mais abundante celular. Mais da metade do Mg do organismo se encontra
associado ao cálcio e fósforo no esqueleto. Entre as suas funções encontram-se a formação dos
ossos e dentes, a condução nervosa, a contração muscular estando envolvido também em
ativações enzimáticas. O seu aumento sérico pode ser observado em quadros de hipertireoidismo,
na insuficência renal, em infecções crônicas, na arteriosclerose, em hipertensão essencial, na
osteoartrite, na intoxicação por oxalatos e lítio. A diminuição do magnésio aparece na uremia,
raquitismo, epilepsia, hipo e hiperparatireoidismo, síndrome de má-absorção, esteatorréia,
alcoolismo, pancreatite aguda, sucção nasogástrica, uso de anfotericina B e aminoglicosídeos.
Plaquetas
Sérico - 150 000 - 450 000 /mm3
As plaquetas são formadas na medula óssea pelos megacariócitos. Na hemostasia liberam
vasoconstritores (tromboxano e serotonina) agregando-se formando o tampão além de
fornecerem superfície para ativação de fatores da coagulação. A redução das plaqueta séricas
pode ocorrer por distúrbios na produção ( def. de vit. B12 ou folato, leucemias, mielofibrose,
síndromes displásicas hematopoiéticas), na distribuição (Gaucher, esplenomegalia, linfoma) ou
destruição (púrpura trombocitopênica, leucemia, linfoma, LES, viroses e drogas). O aumento dos
seus níveis séricos, trombocitose, pode ser reacional (anemia ferropriva, hemorragias, doenças
inflamatórias, neoplasia) ou distúrbios mieloproliferativos (trombocitose essencial e policitemia
vera)
Potássio
Sérico - 3,6 - 5,2 mEq/l
É o principal cátion intracelular, sendo encontrado 23 vezes mais neste compartimento do que no
soro. O rim é o principal regulador do potássio sérico. A sua concentração no soro determina o
estado de irritabilidade muscular e neuromuscular. Está aumentado na acidose hiperpotassêmica,
acidose diabética, insuficiência adrenal, na hiperpotassemia hereditária entre outras. Encontra-se
diminuído na cirrose, desnutrição, vômitos, alcalose metabólica, diarréia, nefrose, uso de
diuréticos entre outros.
Sódio
11. Sérico - 137 - 145 mEq/l; Urina (24h) - 220 mEq/dia
Está envolvido no equilíbrio ácido-básico, exercendo influência na pressão osmótica, pH
sanguíneo, contratilidade muscular e transmissão nervosa.
Tempo de Protrombina
Plasma - 10 - 12 segundos
É o tempo de coagulação medido apósa adição de tromboplastina e fosfolipídios a uma amostra
de sangue. Este teste verifica a presença de fatores da via extrínseca e comum, sendo mais
sensível para detectar deficiências dos fatores VII e X.e de vitamina K. A tromboplastina usada
pelos diversos laboratórios varia na sua responsividade a anticoagulação induzida pelo warfarin,
portanto o INR (international normalized ratio) é utilizado para uniformizar o registros dos TP’s
entre os laboratórios.
Tempo se sangramento (TS)
Sérico - 2.5 a 9.0 minutos
É um exaeme funcional da atividade plaquetária. Trombocitopenia como também distúrbios
plaquetários qualitativos, doença de Von Willebrand, vasculites e distúrbios do tecido conjuntivo
podem prolongar o TS. É importante ressaltar que a sensibilidade e a especificidade deste teste
para prever sangramentos cirúrgicos é baixa.
Tempo de Tromboplastina Parcial (TTP)
Sérico - 60 - 85 segundos
É o tempo de coagulação para o plasma após a adição de fosfolipídios e cálcio. Prolongações são
causadas pela inibição ou deficiências de fatores (<30%) das vias intrínseca e comum
(fibrinogênio, protrombina, fatores V, VIII, IX, X, XI, e XII).
Tempo de Trombina (TT)
Sérico - 15 segundos
É o tempo de coagulação para o plasma após a adição de trombina. Hipo e disfibrinogenemia,
coagulação intravascular disseminada e heparina (causa aumento da antitrombina plasmática)
causam elevações do TT normal.
Uréia
Sérico - 15 - 40 mg/dl
12. O fígado remove amônia do sangue transformando-a em uréia para após excretá-la pelo rim. Em
casos de disfunção hepática grave, desvio porto-sistêmico, insuficiência renal, nefropatia
maligna, glomerulonefrite, nefrose, esclerose renal, anúria, insuficiência circulatória(ICC,
choque etc..), desidratação cloropênica (vômitos, diarréia), queimaduras, infecções (pneumonia,
sepsis, difteria e escarlatina), hemorragia digestiva, quadros neurológicos agudos, coma diabético
e insuficiência adrenal os níveis de uréia podem estar aumentados(hiperazotemia).
Volume Corpuscular Médio (VCM)
Sérico - 80 - 100 fl
Mede as hemácias, é o índice hematimétrico mais importante no diagnóstico diferencial de
anemias. As hemácias quando estão acima do valor máximo são macrocíticas e abaixo do
mínimo , microcíticas.
Referências Bibliográficas
Tierney M.T. Current Medical Diagnosis & Treatment. 40th ed. McGraw-Hill 2001.
Doherty G.M. The Washington Manual of Surgery. 2th ed. Lippincott Willians 1999.
Harrison'S. Principles of Internal Medicine. 15 th. ed. McGraw-Hill 2001.
Stefani, S. D. Clínica médica consulta rápida. 2 ed. Artmed, 2002
Wallach, J. Interpretation of diagnosis tests. 6 th ed. Little, Brown, 1996