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QUESTÃO 1 
Com a descrição do professor Aristides Leão, um brasileiro de destaque na 
área da fisiopatologia das cefaléias, que relatou a depressão alastrante cortical, ou 
depressão alastrante de Leão, pôde relacionar o fenômeno clínico da aura da 
enxaqueca com tal mecanismo, que, mais recentemente, pôde ser observado em 
estudos de neuro-imagem funcional no ser humano. Através das ferramentas de 
neurofisiologia, sedimentou-se a importância da hiperexcitabilidade cortical, que 
explica a fotofobia, fonofobia, osmofobia presentes na enxaqueca. Dando um passo 
adiante, a teoria de que a irritabilidade do humor tão presente nos períodos críticos e 
intercríticos da enxaqueca seria também resultado de uma hiperexcitabilidade cortical 
mesolímbica. 
Com a avalanche de descobertas de mutações e polimorfismos relacionados à 
enxaqueca, o componente genético contribuiu para o entendimento da 
hiperexcitabilidade cortical e da aura e abre a perspectiva de ser a enxaqueca uma 
doença de canais iônicos, assim chamada canalopatia. No entanto, outros 
sistemas também são sugeridos como importantes na fisiopatologia da enxaqueca 
através dos estudos genéticos. Stephen Peroutka levantou o importante papel da 
dopamina na enxaqueca, estrada que vem sendo explorada cada vez mais em 
estudos na área das cefaléias. O sistema adrenérgico também vem sendo estudado 
por alguns grupos de pesquisa. 
O sistema nervoso central sofre grande influência de aminoácidos. Os 
aminoácidos são divididos em inibitórios e excitatórios em relação à sua função no 
cérebro. O maior neurotransmissor excitatório no cérebro é o glutamato e o de maior 
importância inibitória é o ácido gama-amino-butírico (GABA). Ambos ativam receptores 
ionotrópicos (GABA-A, ligantes a canais iônicos) e metabotrópicos (GABA-B, G 
protein-coupled) e são geralmente associados a comunicação neural. São 
identificados atualmente 16 subunidades de receptores de glutamato ionotrópicas e 8 
metabotrópicas, assim como 21 ionotrópicas e 2 metabotrópicas de GABA. Os 
receptores de glutamato ionotrópicos são NMDA (NR1, NR2A-D, NR3), AMPA (GluR1- 
4), e cainato (GluR5-7, KA1,2), e os metabotrópicos são classificados em grupo 1 
(mGlu1,5) grupo 2 (mGlu2,3) e grupo 3 (mGlu4,6,7,8). 
O glutamato vem sendo responsabilizado e tido como crucial no 
desenvolvimento dasensitização central na fisiopatologia da cefaléia. Mostramos 
em estudo recente que os níveis de glutamato no líquido cefalorraquidiano de 
pacientes com enxaqueca crônica estava aumentado comparado a controles e 
ainda mais aumentados naqueles com comorbidade com fibromialgia. A
fibromialgia consiste em um processo de sensitização central caracterizada pela 
alodínia de pressão presente nos pontos dolorosos característicos da síndrome. 
Portanto, os mecanismos que levam o cérebro do migranoso apresentar 
elevado nível de excitabilidade neuronal parecem ser baseados, principalmente, 
em alterações do funcionamento dos canais iônicos, especialmente dos canais 
de cálcio, em disfunções mitocondriais que alteram o metabolismo energético 
neuronale, finalmente, na constatação de que o cérebro do paciente migranoso 
possui baixos níveis de Mg++. 
A sensibilização do neurônio central do sistema trigeminal acontece 
quando ocorre a estimulação repetitiva do aferente primário, que leva à liberação 
contínua de glutamato na sinapse com o neurônio de 2ª ordem, o qual promove 
a remoção da molécula de Mg++ dos receptores NMDA permitindo a entrada de 
cálcio e conseqüente alteração gênica dessa célula. Esse fenômeno parece estar 
presente nos ataques prolongados de migrânea 
QUESTÃO 2 
Dentre as teorias sobre o mecanismo de ação de anestésicos locais (AL) 
podemos destacar as que tentam explicar efeitos diretos sobre a proteína canal de 
sódio, ou aquelas que enfocam os efeitos da interação dos anestésicos com a fase 
lipídica membranar. Sabe-se que há uma correlação direta entre a hidrofobicidade 
da molécula anestésica (medida pelo coeficiente de partição) e a sua potência 
clínica. Sendo assim, é natural pensar que qualquer que seja o mecanismo de 
ação dos AL ele deve passar por uma interação com a bicamada lipídica. Os 
anestésicos na sua forma neutra são os que podem melhor explicar este tipo de 
interação, pois possuem maior hicrofobicidade em relação à forma protonada. 
Ao escolhermos os anestésicos para este estudo, a Benzocaina (BZC, um éster) 
nos chamou atenção, pois é um composto que não se protona em pH fisiológico. 
Para que pudéssemos compara-la com outros anestésicos, escolhemos a Lidocaina 
(LDC, uma amino-amida) e a Tetracaína (TTC, uma amino-éster) ambas já 
anteriormente estudadas em nosso laboratório (de Paula & Schreier, 1995) e que 
possuem amina ionizável em pH próximo a 7,4. Porém, todos os experimentos com 
LDC e a TTC foram realizados em pH 10,5 para que estivessem na forma 
desprotonada.
QUESTÃO 3 
O diabetes neonatal (DN) é uma condição rara caracterizada por hiperglicemia, 
que necessita de tratamento com insulina, diagnosticado nos primeiros meses de vida. 
Clinicamente pode ser classificado em DN transitório quando ocorre remissão da 
doença em poucos meses, podendo haver recorrência posterior; ou permanente 
quando, como o nome indica, não ocorre remissão. Ambas as condições são 
geneticamente heterogêneas; entretanto a maioria dos casos de DN transitório é 
decorrente de anormalidades da região de imprinted no cromossomo 6q24. Mutações 
ativadoras em heterozigose no gene KCNJ11, que codifica a subunidade Kir6.2 do 
canal de potássio ATP-sensível, são a causa mais comum de DN permanente. 
QUESTÃO 4 
Formação reticular é uma parte do tronco cerebral (ou tronco encefálico) que 
está envolvida em ações como os ciclos de sono, o despertar e a filtragem de 
estímulos sensoriais, para distinguir os estímulos relevantes dos estímulos 
irrelevantes. A sua principal função é ativar o córtex cerebral. 
A formação reticular e outras estruturas do tronco encefálico, determinam como 
se expressam pelo corpo as descargas neuronais, normais ou anormais. Tais 
descargas, que trazem como resultado geralmente transtornos somáticos, podem ser 
desviadas destas estruturas para buscar outras formas de saída. Cada célula de 
nosso corpo, tem um limiar potencial de energia entre 40 e 90 minivoltz, funcionando 
como minibaterias de potássio – elemento chave para qualquer movimento, até 
mesmo dos olhos (processo de despolarização celular) – Cremos, que os 
desencadeares epiléticos, estejam diretamente relacionados com as concentrações de 
potássio no organismo, desencadeando liberações de correntes de energia 
desordenadamente. 
“O cloreto de potássio age resumidamente da seguinte maneira: quando injetado o 
potássio de difunde amplamente pelo organismo e em grandes doses vai causar uma 
descompensaçao nos impulsos elétricos condutores do coração que entra em "tilt" e primeiro 
ha uma intensa arritmia e logo em seguida uma queda brusca nos batimentos.” 
Alguns medicamentos e certas condições provocam o deslocamento do potássio para 
dentro ou para fora das células, afetando significativamente a concentração de
potássio no sangue. 
A hipercalemia (concentração sérica alta de potássio) é uma concentração sangüínea 
de potássio superior a 5,0 miliequivalentes (mEq) por litro de sangue. Em geral, a 
hipercalemia é mais perigosa que a hipocalemia. Uma concentração de potássio 
superior a 5,5. 
O KCL faz parada cardíaca quando uma concentração superior a 5,5 mEq 
por litro de sangue começa por afetar o sistema de condução elétrica do 
coração. Se o nível no sangue continuar a aumentar, o ritmo cardíaco torna-se 
anormal e o coração pode deixar de bater.

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Fisiologia

  • 1. QUESTÃO 1 Com a descrição do professor Aristides Leão, um brasileiro de destaque na área da fisiopatologia das cefaléias, que relatou a depressão alastrante cortical, ou depressão alastrante de Leão, pôde relacionar o fenômeno clínico da aura da enxaqueca com tal mecanismo, que, mais recentemente, pôde ser observado em estudos de neuro-imagem funcional no ser humano. Através das ferramentas de neurofisiologia, sedimentou-se a importância da hiperexcitabilidade cortical, que explica a fotofobia, fonofobia, osmofobia presentes na enxaqueca. Dando um passo adiante, a teoria de que a irritabilidade do humor tão presente nos períodos críticos e intercríticos da enxaqueca seria também resultado de uma hiperexcitabilidade cortical mesolímbica. Com a avalanche de descobertas de mutações e polimorfismos relacionados à enxaqueca, o componente genético contribuiu para o entendimento da hiperexcitabilidade cortical e da aura e abre a perspectiva de ser a enxaqueca uma doença de canais iônicos, assim chamada canalopatia. No entanto, outros sistemas também são sugeridos como importantes na fisiopatologia da enxaqueca através dos estudos genéticos. Stephen Peroutka levantou o importante papel da dopamina na enxaqueca, estrada que vem sendo explorada cada vez mais em estudos na área das cefaléias. O sistema adrenérgico também vem sendo estudado por alguns grupos de pesquisa. O sistema nervoso central sofre grande influência de aminoácidos. Os aminoácidos são divididos em inibitórios e excitatórios em relação à sua função no cérebro. O maior neurotransmissor excitatório no cérebro é o glutamato e o de maior importância inibitória é o ácido gama-amino-butírico (GABA). Ambos ativam receptores ionotrópicos (GABA-A, ligantes a canais iônicos) e metabotrópicos (GABA-B, G protein-coupled) e são geralmente associados a comunicação neural. São identificados atualmente 16 subunidades de receptores de glutamato ionotrópicas e 8 metabotrópicas, assim como 21 ionotrópicas e 2 metabotrópicas de GABA. Os receptores de glutamato ionotrópicos são NMDA (NR1, NR2A-D, NR3), AMPA (GluR1- 4), e cainato (GluR5-7, KA1,2), e os metabotrópicos são classificados em grupo 1 (mGlu1,5) grupo 2 (mGlu2,3) e grupo 3 (mGlu4,6,7,8). O glutamato vem sendo responsabilizado e tido como crucial no desenvolvimento dasensitização central na fisiopatologia da cefaléia. Mostramos em estudo recente que os níveis de glutamato no líquido cefalorraquidiano de pacientes com enxaqueca crônica estava aumentado comparado a controles e ainda mais aumentados naqueles com comorbidade com fibromialgia. A
  • 2. fibromialgia consiste em um processo de sensitização central caracterizada pela alodínia de pressão presente nos pontos dolorosos característicos da síndrome. Portanto, os mecanismos que levam o cérebro do migranoso apresentar elevado nível de excitabilidade neuronal parecem ser baseados, principalmente, em alterações do funcionamento dos canais iônicos, especialmente dos canais de cálcio, em disfunções mitocondriais que alteram o metabolismo energético neuronale, finalmente, na constatação de que o cérebro do paciente migranoso possui baixos níveis de Mg++. A sensibilização do neurônio central do sistema trigeminal acontece quando ocorre a estimulação repetitiva do aferente primário, que leva à liberação contínua de glutamato na sinapse com o neurônio de 2ª ordem, o qual promove a remoção da molécula de Mg++ dos receptores NMDA permitindo a entrada de cálcio e conseqüente alteração gênica dessa célula. Esse fenômeno parece estar presente nos ataques prolongados de migrânea QUESTÃO 2 Dentre as teorias sobre o mecanismo de ação de anestésicos locais (AL) podemos destacar as que tentam explicar efeitos diretos sobre a proteína canal de sódio, ou aquelas que enfocam os efeitos da interação dos anestésicos com a fase lipídica membranar. Sabe-se que há uma correlação direta entre a hidrofobicidade da molécula anestésica (medida pelo coeficiente de partição) e a sua potência clínica. Sendo assim, é natural pensar que qualquer que seja o mecanismo de ação dos AL ele deve passar por uma interação com a bicamada lipídica. Os anestésicos na sua forma neutra são os que podem melhor explicar este tipo de interação, pois possuem maior hicrofobicidade em relação à forma protonada. Ao escolhermos os anestésicos para este estudo, a Benzocaina (BZC, um éster) nos chamou atenção, pois é um composto que não se protona em pH fisiológico. Para que pudéssemos compara-la com outros anestésicos, escolhemos a Lidocaina (LDC, uma amino-amida) e a Tetracaína (TTC, uma amino-éster) ambas já anteriormente estudadas em nosso laboratório (de Paula & Schreier, 1995) e que possuem amina ionizável em pH próximo a 7,4. Porém, todos os experimentos com LDC e a TTC foram realizados em pH 10,5 para que estivessem na forma desprotonada.
  • 3. QUESTÃO 3 O diabetes neonatal (DN) é uma condição rara caracterizada por hiperglicemia, que necessita de tratamento com insulina, diagnosticado nos primeiros meses de vida. Clinicamente pode ser classificado em DN transitório quando ocorre remissão da doença em poucos meses, podendo haver recorrência posterior; ou permanente quando, como o nome indica, não ocorre remissão. Ambas as condições são geneticamente heterogêneas; entretanto a maioria dos casos de DN transitório é decorrente de anormalidades da região de imprinted no cromossomo 6q24. Mutações ativadoras em heterozigose no gene KCNJ11, que codifica a subunidade Kir6.2 do canal de potássio ATP-sensível, são a causa mais comum de DN permanente. QUESTÃO 4 Formação reticular é uma parte do tronco cerebral (ou tronco encefálico) que está envolvida em ações como os ciclos de sono, o despertar e a filtragem de estímulos sensoriais, para distinguir os estímulos relevantes dos estímulos irrelevantes. A sua principal função é ativar o córtex cerebral. A formação reticular e outras estruturas do tronco encefálico, determinam como se expressam pelo corpo as descargas neuronais, normais ou anormais. Tais descargas, que trazem como resultado geralmente transtornos somáticos, podem ser desviadas destas estruturas para buscar outras formas de saída. Cada célula de nosso corpo, tem um limiar potencial de energia entre 40 e 90 minivoltz, funcionando como minibaterias de potássio – elemento chave para qualquer movimento, até mesmo dos olhos (processo de despolarização celular) – Cremos, que os desencadeares epiléticos, estejam diretamente relacionados com as concentrações de potássio no organismo, desencadeando liberações de correntes de energia desordenadamente. “O cloreto de potássio age resumidamente da seguinte maneira: quando injetado o potássio de difunde amplamente pelo organismo e em grandes doses vai causar uma descompensaçao nos impulsos elétricos condutores do coração que entra em "tilt" e primeiro ha uma intensa arritmia e logo em seguida uma queda brusca nos batimentos.” Alguns medicamentos e certas condições provocam o deslocamento do potássio para dentro ou para fora das células, afetando significativamente a concentração de
  • 4. potássio no sangue. A hipercalemia (concentração sérica alta de potássio) é uma concentração sangüínea de potássio superior a 5,0 miliequivalentes (mEq) por litro de sangue. Em geral, a hipercalemia é mais perigosa que a hipocalemia. Uma concentração de potássio superior a 5,5. O KCL faz parada cardíaca quando uma concentração superior a 5,5 mEq por litro de sangue começa por afetar o sistema de condução elétrica do coração. Se o nível no sangue continuar a aumentar, o ritmo cardíaco torna-se anormal e o coração pode deixar de bater.