1) O documento discute a complexidade da farmacoterapia, definindo-a como o número e características dos medicamentos prescritos, incluindo doses diárias, restrições alimentares e informações adicionais.
2) A complexidade da terapia pode dificultar a adesão ao tratamento e causar interações medicamentosas e efeitos colaterais. Ela depende do tipo de doença ou grupo e pode ser medida por vários instrumentos.
3) Instrumentos como o MRCI avaliam a complexidade considerando a forma de dosagem, frequência
2. O que é complexidade?
• 1. Que abrange ou encerra muitos elementos ou
partes. 2. Observável sob vários pontos de vista. 3.
Diz-se de um conjunto, de um todo cujos elementos
são combinados de maneira a oferecer certa
dificuldade para a análise; complicado.
4. Complexidade da Farmacoterapia
“a complexidade do regime consiste de múltiplas
características do regime prescrito incluindo, mas
não limitando, o número de diferentes medicações
no regime, o número de doses por dia, o número de
unidades de dosagem por dose, o numero total de
unidades por dia e restrições de comida por dose.”
Stone VE, Hogan JW, Schuman P, Rompalo AM, Howard AA, Korkontzelou C, et al. Antiretroviral Regimen Complexity, Self-Reported Adherence, and HIV
Patients' Understanding of Their Regimens: Survey of Women in the HER Study. J Acquir Immune Defic Syndr 2001; 28(2):124-131.
5. Complexidade da Farmacoterapia
Número de Número de
medicamentos doses por dia
Informações
adicionais
Um conceito teórico independente de fatores clínicos, farmacológicos e demográficos
6. Adesão X Complexidade
• Complexidade pode auxiliar na predição da adesão
• Complexidade é um dos principais obstáculos para a
adesão ao tratamento
▫ Principalmente o número de medicamentos prescritos
8. Complexidade da Farmacoterapia
• Os pontos críticos da complexidade dependem do
tipo de enfermidade ou do grupo especial que está
se acompanhando:
▫ Ex.
Idosos – 12 ou mais doses por dia de medicamentos
HIV – Restrição de alimento por dose
9. Complexidade da Farmacoterapia
• Dificuldade em se medir a complexidade pela falta
de uniformidade na sua definição
▫ Conseqüência alguns aspectos são ignorados como por
ex.:
Instruções especiais associadas a dose
Ações requeridas de gerenciamento para administrar o
comprimido
10. Complexidade da Farmacoterapia
• Principais conseqüências de terapias complexas:
▫ Baixa adesão ao tratamento
▫ Interações medicamentosas
▫ Reações adversas
“O que aparenta relativamente simples para uma pessoa
pode ser complexa para outra”
Johnson M, Griffiths R, Piper M, Langdon R. Risk Factors for an Untoward Medication Event Among Elders in Community-Based
Nursing Caseloads in Australia. Public Health Nursing 2005; 22(1):36-44.
11. Complexidade da Farmacoterapia
• Doses diárias X adesão
▫ Revisão sistemática (1986-2000):
Claxton AJ, Cramer J, Pierce C. A Systematic Review of the Associations Between Dose Regimens and Medication Compliance.
Clinical Therapeutics 2001; 23(8):1296-1310
12. Complexidade da Farmacoterapia
• Doses diárias X adesão
▫ New england journal (2005)
Regime de uma dose, uma vez ao dia é o que melhor
ajuda a maximizar a adesão ao tratamento,
principalmente quando combinado com visitas
freqüentes de reforço ao profissional de saúde
Osterberg L, Blaschke T. Adherence to medication. N Engl J Med 2005;353(5):487-497.
13. Instrumentos para medir a
complexidade
• Medication Complexity Index (MCI)
▫ Kelley (1998)
Não validado
Resultado de um estudo com o MCI
▫ Johnson (2005):
Nesse estudo verificou-se características fortemente relacionadas com a
complexidade da farmacoterapia sendo elas:
1) tomar 5 ou mais medicações regularmente
2) tomar 12 ou mais doses por dia
3) ter medicamento prescrito por mais de um médico
4) Adesão ao tratamento (correlação negativa)
14. Instrumentos para medir a
complexidade
• Medication Regimen Complexity Index (MRCI)
▫ George (2004)
Validado e traduzido para o português (Índice da
Complexidade da Farmacoterapia)
3 seções A, B e C
informações sobre formas de dosagens
informações de freqüências de doses
informações adicionais
15. Instrumentos para medir a complexidade
• Epilepsy Medication and Treatment Complexity
Index (EMTCI)
▫ Dilorio (2003)
Modificado pelas ações necessárias para alguns
medicamentos para epilepsia
4 seções A, B, C e D
informações sobre formas de dosagens
informações de freqüências de doses
Instruções especiais
Ações de administração
16. Instrumentos para medir a complexidade
• Medication Regimen Complexity Scale (MRCS)
▫ Tucker (2002)
4 afirmações pontuadas numa escala Likert de 5 pontos
-1 (strongly agree) a 5 (strongly disagree)
Dificuldades quanto a administração dos medicamentos
item 1 = “The size of some of my pills makes them hard to swallow”;
item 2 = “Because some of my pills are hard to swallow, I don’t like taking
them”;
item 3 = “I don’t like taking some of my pills or medicines because they taste
bad”;
item 4 = “I don’t like taking some of my pills or medicines because they
make me feel sick.”
17. Instrumento para redução da
complexidade
Horas Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
6 am
8 am
10 am
12 am
2 pm
4 pm
6 pm
8 pm
10 pm
12 pm
2 am
18. Melchiors AC, Correr CJ, Fernández-Llimos F. Translation and validation into Portuguese language of the medication
regimen complexity index. Arquivos brasileiros de cardiologia. 2007/11/10 ed. 2007 Oct;89(4):210–8.
19. ICFT - Seção A
Formas de dosagem peso
Cápsulas/comprimidos 1
Gargarejos/colutórios 2
ORAL Gomas/pastilhas 2
Líquidos 2
Pós/Grânulos 2
Spray/comprimidos sublinguais 2
Cremes/Géis/Pomadas 2
Emplastros 3
TOPICO Tinturas/Soluções de uso tópico 2
Pastas 3
Adesivos transdérmicos/Patches 2
Spray de uso tópico 1
Gotas/cremes/pomadas para o ouvido 3
Colírios/gotas para os olhos 3
OUVIDO, Géis/pomadas para os olhos 3
OLHOS E Gotas/cremes/pomadas nasais 3
NARIZ Spray nasal 2
Accuhalers (pó seco para inalação/ 3
diskus)
Aerolizers (cápsulas para inalação) 3
INALAÇÃO Inaladores de dose medida (bombinha) 4
Nebulizador (ar comprimido/ultra-sônico) 5
Oxigênio/concentrador 3
Turbuhalers (pó seco para inalação) 3
Outros inaladores de pó-seco 3
Fluido para diálise 5
Enemas 2
Injeções: -Pré-caregadas 3
OUTROS - Ampolas/frascos-ampolas 4
Supositórios/ óvulos vaginais 3
Analgesia Controlada pelo Paciente 2
Supositório 2
Cremes vaginais 2
Total seção A
20. ICFT – Seção B
Total X Peso
Peso
Total
Freqüência
de dose Medicações
1 x dia 1
1 x dia S/N 0,5
2 x dia 2
2 x dia S/N 1
3 x dia 3
3 x dia S/N 1,5
4 x dia 4
4 x dia S/N 2
12/12h 2,5
12/12 h
1,5
S/N
8/8h 3,5
8/8h S/N 2
6/6h 4,5
6/6h S/N 2,5
4/4h 6,5
4/4 h S/N 3,5
2/2h 12,5
2/2h S/N 6,5
S/N 0,5
Dias
alternados
2
ou menor
freqüência
Oxigênio
1
S/N
Oxigênio
2
<15hrs
Oxigênio
3
>15hrs
Total seção B
21. ICFT – Seção C
medicações
Peso x
Peso
Total
N° de
Instruções adicionais Medicações
Partir ou triturar o comprimido 1
Dissolver o comprimido/pó 1
Múltiplas unidades ao mesmo
tempo (ex.: 2 comprimidos, 2 1
jatos)
Dose variável (ex.: 1-2
1
cápsulas, 2-3 jatos)
Tomar/usar em horário
específico (ex.: manhã, noite, 1
8 AM)
Relação com alimento (ex.:
com alimento, antes das
1
refeições, depois das
refeições)
Tomar com liquido específico 1
Tomar/usar conforme
2
indicado
Reduzir ou aumentar a dose
2
progressivamente
Doses alternadas (ex.: 1
manhã e 2 noite, 1/2 em dias 2
alternados)
Total seção C