2. As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) consistem em eventos
adversos infecciosos que são adquiridas durante a prestação dos cuidados de saúde.
Portanto, pode-se adquirir uma infecção, no hospital, nos serviços de hemodiálise, na
assistência domiciliar, em procedimentos ambulatoriais e nas clínicas odontológicas. As
principais IRAS são: Infecção do Sítio Cirúrgico, Pneumonia, Infecção do trato
Urinário e Infecção da Corrente Sanguínea.
Segundo o Center for Disease Control and Prevention, as infecções do sítio cirúrgico são
definidas como infecções que ocorrem 30 dias após a cirurgia sem implante, ou dentro
de 90 dias se um implante for colocado e a infecção estiver relacionada à cirurgia.
EPIDEMIOLOGIA
As infecções do sítio
cirúrgico (ISC) são
uma infecção comum
associada à assistência
à saúde (IRAS).
3. No Brasil, a ISC ocupa a
terceira posição dentre as
infecções encontradas nos
serviços de saúde....
Embora tenham sido feitos avanços nas práticas de controle de
infecção, incluindo melhorias na ventilação da sala operatória,
métodos de esterilização, barreiras, técnica cirúrgica e
disponibilidade de profilaxia antimicrobiana, as Infecções de Sítio
Cirúrgico (ISC) continuam sendo uma causa substancial de
morbidade, hospitalização e óbito, além do que nos EUA:
É responsável por 20% de todas as IRAS e está associada a um
aumento de 2 a 11 vezes no risco de
mortalidade.
É o tipo de IRAS mais caro, com um custo anual estimado de
US$ 3,3 bilhões.
Prolonga o tempo de permanência hospitalar em 9,7 dias.
Custo da hospitalização aumentado em mais de US$ 20.000 por
admissão.
Magnitude do problema
4. Idade – O suprimento nervoso e vascular da pele
diminui com a idade da pessoa, essas alterações
fisiológicas predispõem à lentidão ou
má cicatrização de feridas em idosos.
Tempo de internação pré-operatória –
preferencialmente, o paciente deverá internar no
mesmo dia do
procedimento cirúrgico ou no dia anterior.
Paciente – colonizado por microrganismos resistentes.
FATORES DE RISCO
5. Diabetes – acarreta no paciente alterações fisiopatológicas da cicatrização, complicações
vasculares, neuropáticas e efeitos inibitórios do mecanismo de defesa.
Obesidade – considerada fator de risco significativo devido à baixa perfusão de oxigênio e ao
aumento da duração do procedimento cirúrgico em função do excesso de tecido adiposo , que
dificulta o acesso a estruturas a serem operadas.
Terapia para câncer – quimioterapia e radioterapia aumentam o risco subsequente de ISC.
Tabagismo – o tabagismo está associado a efeitos adversos significativos após a cirurgia, incluindo
infecção do sítio cirúrgico e complicações pulmonares. Parar de fumar 4 a 6 semanas é
recomendado antes da cirurgia para reduzir o risco de ISC e de complicações pulmonares.
6. CONCEITO
Etiologia da Infecção do Sítio Cirúrgico
A fonte mais comum de agentes patogênicos para a
maioria das ISC é a flora endógena da pele do
paciente,
membranas mucosas ou vísceras ocas, pois ao se
incisar a pele ou membranas mucosas, esses tecidos
são expostos, podendo ocorrer o risco de
contaminação.
A contaminação por fontes exógenas de ISC– pode
ocorrer por transmissão de microrganismos pela equipe
cirúrgica, por instrumentos cirúrgicos ou o ambiente
durante o ato cirúrgico.
7.
8. Classificação da Cirurgia segundo potencial de
contaminação
A classificação de acordo com o potencial de contaminação da
ferida é utilizada para estratificar o risco de ISC e serve de base
como indicador de qualidade da assistência ao paciente.
As taxas segundo o potencial de contaminação de ISC são:
Cirurgia Limpa: risco de ISC < 2%.
Limpa – contaminada: risco de ISC (< 10%).
Contaminada: risco de ISC (em torno de 20%).
9. Cirurgias Limpas
São cirurgias realizadas em tecidos, na ausência de infecção e
nenhum sinal de inflamação local e em que não ocorreram
penetrações no Trato Respiratório, Trato Gastrointestinal, Genital
e Urinário (vísceras ocas). São primariamente fechadas e, se
necessário, drenar, utilizar DRENO fechado. Cirurgias que
acompanham o traumatismo não penetrante (fechado) devem ser
incluídas nessa categoria se obedecerem aos critérios acima.
Exemplos: Hérnias, cirurgias da tireóide, cirurgias cardíacas,
neurocirurgia, artroplastia do quadril, cirurgias ortopédicas
eletivas, mastectomia parcial e radical, cirurgia de ovário,
esplenectomia, cirurgia vascular, etc. Esplenectomia realizada
após trauma fechado – é considerada limpa.
10.
11. Cirurgias Limpas Contaminadas
São cirurgias em que ocorre penetração no Trato
Respiratório, Trato Gastrointestinal, Genital e Urinário sob
condições controladas e rara contaminação no perioperatório
(sem contaminação significativa) e sem infecção.
Exemplos: histerectomia abdominal, intestino delgado,
cirurgias de vias biliares sem estase ou obstruçãobiliar,
cirurgia gástrica e duodenal, apêndice, vagina e a orofaringe.
12.
13. Cirurgias contaminadas
São feridas abertas, recentes e acidental. Em adição, operações com
grande quebra da técnica asséptica (por exemplo, massagem cardíaca
externa) ou derramamento grosseiro de conteúdo gastrointestinal na
cavidade abdominal e em tecidos onde há processo inflamatório agudo, sem
secreção purulenta, incluindo necrose tecidual (gangrena seca) são
incluídas como cirurgias contaminadas.
Exemplos: cirurgia do cólon, intranasal,
bucal e dental.
15. Cirurgias infectadas
Feridas traumáticas antigas com
presença de tecido desvitalizado,
corpo estranho, contaminação
fecal ou infecção clínica presente
(purulenta) ou vísceras ocas
perfuradas.
16.
17. Definição de Infecção do Sítio Cirúrgico(ISC)
São definidas como infecções que ocorrem 30 dias após a
cirurgia sem implante, ou dentro de 90 dias se um implante
for colocado e a infecção estiver relacionada à cirurgia.
Data da infecção para ISC: a data da infecção é a data
do procedimento cirúrgico.
18.
19.
20. Definição de Infecção do Sítio Cirúrgico(ISC)
São definidas como infecções que ocorrem 30 dias após a
cirurgia sem implante, ou dentro de 90 dias se um implante
for colocado e a infecção estiver relacionada à cirurgia.
Data da infecção para ISC: a data da infecção é a data
do procedimento cirúrgico.
21. Recomendações Relacionadas ao Centro Cirúrgico
É constituído de um conjunto de áreas e instalações que permitem
efetuar as intervenções cirúrgicas nas melhores condições de
segurança para o paciente, e de conforto para a equipe integrada
que o assiste.
Estruturalmente, no centro cirúrgico, dentre outros fatores, o
sistema de ventilação tem dois objetivos:
climatização (conforto térmico para o paciente e equipe cirúrgica) e
redução da contaminação sítio operatório e dos equipamentos
cirúrgicos.
22. Definição de Infecção do Sítio Cirúrgico(ISC)
São definidas como infecções que ocorrem 30 dias após a
cirurgia sem implante, ou dentro de 90 dias se um implante
for colocado e a infecção estiver relacionada à cirurgia.
Data da infecção para ISC: a data da infecção é a data
do procedimento cirúrgico.
25. Definição de Infecção do Sítio Cirúrgico(ISC)
São definidas como infecções que ocorrem 30 dias após a
cirurgia sem implante, ou dentro de 90 dias se um implante
for colocado e a infecção estiver relacionada à cirurgia.
Data da infecção para ISC: a data da infecção é a data
do procedimento cirúrgico.
26. Recomendação 1 - Banho Pré-operatório
Sabão neutro deve ser realizado na noite anterior e na manhã da
cirurgia, para todas as cirurgias. Para cirurgias ortopédicas,
neurológicas e cardíacas – quando se indicar o banho com
clorexidina degermante deve ser seguido o protocolo descrito no
texto*.
Banho com de Gluconato de Clorexidina*
É importante seguir a técnica de aplicação do banho com de Gluconato
de Clorexidina com base degermante a 4%, descrita abaixo:
Perguntar ao paciente se possui alergia a esse produto. Em caso de
pacientes alérgicos, não realizar o banho;
Realizar banho com água morna;
Lavar os cabelos com água morna;
Caso o paciente, use sabão ou xampu regular, deve-se certificar que o
sabão ou xampu usados foram
removidos completamente, pois o Gluconato Clorexidina degermante a
4% é inativado por sabonetes e
xampus.
27. Não aplicar em face, olhos, boca, nariz e ouvidos;
Não utilizar esponja para aplicação da Clorexidina;
Após tomar o banho, desligar o chuveiro e aplicar com as mãos a
solução de 100 ml de Gluconato de
Clorexidina degermante a 4%, do pescoço para baixo, sobretudo na
região a ser operada, nas axilas,
pregas mamárias, regiões inguinais, órgãos genitais e região anal;
Deixar secar a espuma por 2 minutos antes de enxaguar;
Não utilizar desodorante, creme e algum tipo de pó ou loção, pois
inativa a Clorexidina;
Utilizar roupas e toalhas limpas após o banho com Clorexidina
28.
29. o aplicar o produto sobre a
pele e ocorrer alguma
reação alérgica, deve-se
suspender imediatamente e
procurar orientação médica.
30. Recomendação 2 -
Pesquisa nasal para S. aureus e descolonização de
portadores. Não há consenso na literatura para se fazer
pesquisa nasal e descolonização de rotina para pacientes
submetidos a cirurgia. O risco de infecção em portadores
nasal de S. aureus, tem sido estudado principalmente em
pacientes cirúrgicos das seguintes especialidades,
ortopedia, cardíaca e neurocirurgia com implantes e
pacientes imunossuprimidos.
Colonização prévia é fator de risco pré-operatório para
infecção de sítio cirúrgico.
31. Recomendação 3 -
Preparação mecânica do cólon e uso de
antibióticos orais. Recomenda-se que a
preparação mecânica do cólon isolada (sem
administração de antibióticos orais) não seja
utilizada para a redução de ISC sem
pacientes adultos submetidos a cirurgia
colorretal eletiva
32. Recomendação 4 -
Tricotomia
Pacientes que irão se submeter a
qualquer procedimento cirúrgico,
cabelos/pelos não devem ser removidos
ou, se estritamente necessária, realizar
com tricomizador elétrico com lâmina
descartável. Não realizar na
sala de cirurgia.
33.
34. Recomendação 5 -
Antissepsia das mãos da equipe cirúrgica
Recomendações na utilização de antissépticos:
1. Verificar as datas de validade, indicar a data de abertura do frasco e
conservar segundo as
recomendações ao abrigo da luz e do calor (principalmente se for
inflamável) checar a duração de
utilização após abertura do produto e se o frasco fica bem fechado.
2. Toda a equipe cirúrgica deverá higienizar as mãos com sabonete neutro e água
ao chegar no centro
cirúrgico, após ter vestido a roupa privativa (toca e máscara).
3. Deve ser realizada com antisséptico degermante à base de
Polivinilpirrolidona-iodo a 10%; (PVP-I) ou Clorexidina a 2% (GHG)- toda a
equipe cirúrgica
35. Preparo da pele da equipe cirúrgica, tem como finalidades:
1. Redução do número de bactérias.
2. Remover todos os adornos das mãos e antebraços como: anéis, relógios e
pulseiras, antes de iniciar a
antissepsia das mãos;
3. É proibido o uso de unhas artificiais;
4. Manter unhas curtas;
5. Atualmente, quase todos os estudos desencorajam o uso de escovas, que não
são mais recomendadas para preparação pré-operatória das mãos, uma vez que a
utilização de esponja descartável reduziu a contagem bacteriana nas mãos tão
eficazmente quanto esfregar com uma escova. A própria Organização Mundial da
Saúde (OMS) não recomenda o uso de escovas para essa finalidade devido a seu
efeito abrasivo.
36. Vigilância pós-alta das ISC
O acompanhamento pós-alta cirúrgico no monitoramento das ISC, deve ser
realizado pelo NUCIH, a fim de melhorar a qualidade no atendimento, evitar
também a subnotificação dos casos e aumentar a confiabilidade
das taxas de ISC dos serviços.
Ela pode ser realizada através de:
No retorno ao ambulatório;
Teleconsulta;
Busca fonada;
Por carta, e-mail ou outros meios.
37. Cirurgia Segura
Checklist de cirurgia segura é uma das ferramentas
mais poderosas para evitar erros e eventos adversos.
A realização de um checklist de cirurgia segura é uma
das ferramentas mais poderosas para evitar erros e
eventos adversos. mostrou que a taxa de mortes e de
complicações cirúrgicas caiu mais de 30% nos oito
hospitais que participaram de um programa piloto da
OMS para implantação de um checklist cirúrgico.