1. Assistência de Enfermagem
na manutenção de um meio
biologicamente seguro.
Profª. Me Jackeline Patrícia Gomes de Moraes
Enfermagem Cirúrgica
2. Portaria n.2.616/98 – MS
“ qualquer infecção adquirida após a internação do
paciente e que se manifeste durante a internação
ou após a alta, quando puder ser relacionada com
a internação ou procedimentos hospitalares”
O que é Infecção Hospitalar?
INFECÇÃO RELACIONADA À
ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IrAS),
3. A mesma portaria descreve: “ infecção constatada
ou em incubação no ato de admissão do paciente
desde que não relacionada com internação anterior
no mesmo hospital”
E a Infecção Comunitária?
5. Fontes de Infecção Ligadas ao Homem/
Material e no Ambiente Hospitalar.
Cadeia
epidemiológica
da IrAS
Hospedeiro suscetível Reservatórios
Vias de penetração Vias de eliminação
Formas de transmissão
Agente infeccioso
Imunodepressão, Diabetes
melito, Cirurgia,
Queimaduras,
idosos
Pessoas,
Equipamentos,
Água.
Excreções,
Secreções,
Pele,
Gotículas.
Contato direto, Ingestão,
Fômites, transmissão
pelo ar.
Mucosas, TG Intestinal,
T G Urinário,
T Respiratório,
Lesão de pele.
Bactérias, Fungos, Virus,
Riquétsias, Protozoários
6. Fontes de Infecção Ligadas ao Homem/
Material e no Ambiente Hospitalar.
Cadeia
epidemiológica
da IrAS
Hospedeiro
suscetível Reservatórios
Vias de penetração Vias de eliminação
Formas de transmissão
Agente infeccioso
Imunizações, cuidados
com a saúde,
reconhecimento dos
pacientes de alto risco
Higiene das mãos,
esterilização,
antibioticos e
antimicrobianos
Precauções baseadas na
transmissão, esterilização
ou uso de materiais
descartáveis, saude do
empregado, saneamento
ambiental
Curativo integro e seco,
higiene das mãos, uso de
luvas ao manuseio de
líquidos do org., evitar
tossir e espirrar, lixo e
descarte de resíduos.
Higiene das mãos, uso de
pesticidas, refrigeração
adequada, esterilização,
precauções padrão,
isolamentos…
Higiene das mãos,
técnica asséptica,
máscara,descarte
adequado de pérfuro-
cortantes, cuidado
com cateter e feridas
Identificação exata e rápida
do microorganismo
7. Locais e causas de IrAS
Trato respiratório
Responsáveis por 15 a 18% das infecções
relacionadas à assistência à saúde
25% de todas as infecções adquiridas nas UTIs.
podendo variar de 10 a 60%.
8. Locais e causas de IrAS
Equipamento contaminado de terapia respiratória,
Desprezo inadequado das secreções mucosas,
Falha em utilizar técnica asséptica na aspiração,
Técnica imprópria da lavagem das mãos.
9. Trato urinário
Locais e causas de IrAS
A ITU é a mais comum entre as
infecções relacionadas a procedimentos invasivos,
Compreende mais de 40% de todas as infecções adquiridas
em instituições.
Cerca de 70% a 88% dos casos de ITU ocorrem em
pacientes submetidos a cateterismo vesical,
10. Locais e causas de IrAS
Inserção de cateter urinário
Técnica imprópria da
lavagem das mãos
Técnica imprópria de coleta de amostra
Refluxo urinário, irrigações
Sistema de drenagem aberto
– Técnica imprópria da lavagem das mãos
11. Corrente sanguínea
Locais e causas de IrAS
As infecções primárias de corrente sanguínea (IPCS)
estão entre as mais comumente relacionadas à
assistência à saúde.
Cerca de 60% das bacteremias nosocomiais estão associadas
a algum dispositivo intravascular.
Dentre os mais frequentes fatores de risco conhecidos para IPCS,
podemos destacar o uso de cateteres vasculares centrais,
principalmente os de curta permanência.
A mortalidade varia entre pacientes, podendo atingir até 69%.
12. Locais e causas de IrAS
Contaminação dos líquidos
endovenosos
Técnica inadequada durante
administração de soluções ou
derivados do sangue
Cuidado inadequado com o local
de inserção do dispositivo
Técnica imprópria da lavagem das
mãos
13. Feridas cirúrgicas ou traumáticas
Locais e causas de IrAS
A Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC) é uma das
principais infecções relacionadas à assistência à
saúde no Brasil,
Ocupa a terceira posição entre todas as infecções
em serviços de saúde,
Compreende 14% a 16% daquelas encontradas
em pacientes hospitalizados.
14. Locais e causas de IrAS
Preparação inadequada da pele
(tricotomia e banho) antes da cirurgia
Falha ao limpar adequadamente a
superfície cutânea
Falha ao utilizar a técnica asséptica
durante as trocas de curativos
Técnica imprópria da
lavagem das mãos
15. • “ O controle da infecção relacionada à
assitência à saúde não é de
responsabilidade apenas de um grupo
especializado ou específico de profissionais,
mas de todos aqueles que realizam
procedimentos de assistência”.
(Lacerda,2003)
Fontes de Infecção Ligadas ao Homem/
Material e no Ambiente Hospitalar.
16. Atuação do enfermeiro no controle da infecção
Já para prevenir e controlar sua
disseminação o enfermeiro utiliza-se de
certos princípios e procedimentos.
O tratamento do processo infeccioso inclui
a eliminação de organismos e o apoio às
defesas do cliente.
17. Atuação do enfermeiro no controle da infecção
• Esterilização
Controle ou eliminação dos agentes infectantes
Limpeza
Desinfecção
19. Atuação do enfermeiro no controle da infecção
– drenagem de bolsas e coletores.
Controle ou eliminação dos reservatórios
banho;
trocas de curativos; feridas
cirúrgicas
dispor de artigos contaminados em
recipientes adequados, como também
o transporte;
material perfuro cortante;
mesa de cabeceira;
20. Atuação do enfermeiro no controle da infecção
• amostras laboratoriais devem ser protegidas.
Controle das vias de eliminação
evitar falar, tossir ou espirrar diretamente sobre
feridas, artigos estéreis abertos;
lidar cuidadosamente com exsudatos;
uso de máscaras, capotes e óculos de proteção
quando houver possibilidade de borrifos e luvas de
procedimentos;
uso de recipiente e sacos de lixo apropriados
para descartes de material contaminado;
21. Atuação do enfermeiro no
controle da infecção
• Controle da transmissão
Lavagem das mãos
22. Atuação do enfermeiro no controle da infecção
• Microbiota transitória
Microbiota residente
lavagem das mãos
degermação das mãos
24. Controle das vias de penetração
Manutenção da integridade da
pele e mucosas
Manipulação adequada dos
cateteres urinários
Abrir recipientes
de drenagem
apenas para
anotar o volume
drenado
Descarte
imediato de
perfuro
cortantes
25. Precaução padrão
Proteção do hospedeiro susceptível
São medidas de proteção no manuseio de artigos
contaminados ou quando houver risco de contato com:
sangue,
líquidos corporais, secreções e excreções (exceto suor),
Mucosas.
Objetivo: evitar a transmissão de infecções (conhecidas ou
não) do paciente para o profissional de saúde.
26. www.hucff.ufrj.br
Proteção do hospedeiro susceptível
Precaução baseada na transmissão
CONTATO
Deve ser utilizada quando o paciente estiver
colonizado ou infectado por bactérias ou com outros
patógenos transmissíveis por contato.
27. Proteção do hospedeiro susceptível
Precaução baseada na transmissão
RESPIRATÓRIA - GOTÍCULAS
Indicadas para pacientes portadores de microrganismos
transmitidos por gotículas de tamanho superior a 5 micras, que
podem ser geradas durante tosse, espirro, conversação ou
realização de diversos procedimentos.
28. Proteção do hospedeiro susceptível
Precaução baseada na transmissão
RESPIRATÓRIA POR AEROSSÓIS
Indicadas para pacientes portadores de
microrganismos transmitidos por aerossóis (tamanho
inferior a 5 micra); que podem ser geradas durante
tosse, espirro, conversação, realização de diversos
procedimentos e respiração.
29. Medidas para manter o ambiente biologicamente
seguro
• Conjunto de ações deliberadas
desenvolvidas sistematicamente, com
vistas à redução máxima possível da
incidência e da gravidade das infecções
hospitalares.
30. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
É a remoção mecânica de sujidade realizada
pela aplicação de energia mecânica (fricção),
química (soluções detergentes, desencrostantes
ou enzimáticas) ou térmica.
Limpeza
31. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
Objetivos:
• Remover sujidades,
• Remover ou reduzir a
quantidade de
microorganismos,
• Preservar materiais,
equipamentos e superfícies.
Limpeza
32. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
• Abrange:
– Teto
– Paredes
– Janelas
– Mobiliário
– Piso
Limpeza de ambiente
33. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
( Resolução RDC ANVISA nº306/04)
Resíduos sólidos em serviços de saúde
Grupo “A” – Biológicos ou Infectantes
Grupo “B” – Químicos
Grupo “C” – Radioativos
Grupo “D” – Comuns
Grupo “E” – Perfuro cortantes
34. Limpeza
Classificação de Spauling (1986)
críticos – todo e qualquer artigo que penetre em tecido ou
líquido estéril. Devem ser esterilizados.
Artigos
semi-críticos – todo e qualquer artigo que entre em
contato com membrana mucosa íntegra ou pele não
íntegra, devem ser livres de todos os microorganismos
não – críticos – todo e qualquer artigo que entre em
contato apenas com pele íntegra, ou não entre em
contato.
35. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
LIMPEZA DE ÁREAS HOSPITALARES
Microrganismo Tempo de Sobrevivência
Acinetobacter spp. 3 dias a 11 meses
Clostridium difficile (esporos) >5 meses
15 min – 3 hrs: forma vegetativa
Enterococcus (incl. VRE) 5 dias > 46 meses
Serratia marcescens 3 dias – 2 meses;
Piso seco = 5 semanas
Klebsiella spp. 2hrs a > 30 meses
Pseudomonas aeruginosa 6 hrs a 16 meses
Staphylococcus aureus (incl. MRSA) 7 dias > 7 meses
Hepatitis B virus (HBV) > 1 semana
Vírus da imunodeficiência humana
(HIV)
3-4 dias
Norovirus ( gastroenterite) 8 hrs a mais de 2 semanas
Adapted from Hota B, et al. Clin Infect Dis 2004;39:1182-9.Kramer A, et al. BMC Infectious Diseases
2006;6:130 e McFarland L, et al. AJIC 2007.
36. LIMPEZA E DESINFECÇÃO AJUDAM A
REDUZIR A TRANSMISSÃO DE INFECÇÕES ?
• Considerável número de estudos têm mostrado
que melhorar a limpeza e desinfecção de
superfícies ambientais pode reduzir a transmissão
de microrganismos como C. difficile, Enterococcus
vancomicina-resistente (VRE), e S. aureus
meticilina-resistente (MRSA), Acinetotobacter.
Kaatz GW et al. Am J Epidemiol 1988;127:1289 ; Mayfield JL et al. Clin Infect Dis 2000;31:995
Hayden MK et al. Clin Infect Dis 2006;42:1552 ; Boyce JM et al. Infect Control Hosp Epidemiol 2008;29:723
Dancer SJ et al. BMC Med 2009;7:28 ; Otter, Yezli, French.Infect Control Hosp Epidemiol 2011;32(7):687-699
Donskey CJ. AJIC. May 2013
37. Fatores que favorecem a contaminação do ambiente:
• Mãos dos profissionais de saúde em contato com as
superfícies;
• Ausência da utilização de técnicas apropriadas pelos
profissionais de saúde;
• Manutenção de superfícies úmidas ou molhadas;
• Manutenção de superfícies empoeiradas;
• Condições precárias de revestimentos;
• Manutenção de matéria orgânica sem rápida remoção.
38. PRODUTO NÍVEL DE
DESINFECÇÃO
TEMPO DE
EXPOSIÇÃO
RESTRIÇÕES
DE USO
EPI
ÁCIDO
PERACÉTICO A
0,2%
ALTO 10 minutos Danifica metais Máscara de filtro
químico, avental
impermeável,
óculos, luva de
borracha cano
longo, botas
HIPOCLORITO DE
SÓDIO A 1%
MÉDIO 30 minutos Danifica metais e
mármore
Avental
impermeável, luva
de borracha cano
longo,botas,
óculos
ÁLCOOL A 70% MÉDIO 30 segundos Danifica acrílico e
borracha
Luva de borracha
QUATERNÁRIO
DE AMONIA
BAIXO 30 minutos Não há Luva de borracha
39. AREAS LIMPEZA
CONCORRENTE
LIMPEZA TERMINAL OBSERVAÇÕES
CRITICAS
Un . Internação
Bloco cirúrgico
Demais unidades
Limpeza e desinfecção
2x/dia e quando
necessário
Após cada cirurgia
Limpeza e desinfecção
1x/dia e quando
necessário
Após alta, óbito,
transfer6encia do
paciente ou cada 7 dias
Ao fim do dia
Semanal
A limpeza do mobiliário e
equipamentos é de
responsabilidade do
corpo de enfermagem
SEMICRÍTICA
Un . Internação
Ambulatório,
consultórios,
serviço diagnóstico
Limpeza 1x/dia e
quando necessário
Limpeza 1x/dia e
quando necessário
Após alta, óbito,
transfer6encia do
paciente ou cada 15 dias
Semanal devido ao alto
fluxo de pessoas
A limpeza de artigos e
equipamentos é de
responsabilidade do
corpo de enfermagem. O
mobiliário, do profissional
da limpeza.
NÃO CRÍTICA
Limpeza 1x/dia e
quando necessário Mensal
40. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
• É o processo de eliminação ou
inibição do crescimento
bacteriano na pele e mucosa. É
realizada pelo uso de anti-
sépticos que são formulações
hipoalergênicas e de baixa
caustidade e são classificados
em bactericida ou
bacteriostático.
ANTISSEPSIA
41. ANTISSEPTICO MODO DE
AÇÃO
RAPIDEZ DE
AÇÃO E EFEITO
RESIDUAL
INATIVAÇÃO
POR MATÉRIA
ORGANICA
TOXICIDADE
ALCOOL 70% Desnaturação
proteica
Excelente / nenhum Mínima Ressecamento da
pele, inflamável e
volátil
Clorexedina
- Degermante 2-4%
- Alcóolica 0,5%
- Aquosa 0,2%
Ruptura da
parede celular
Boa /
excelente de 6 – 8
hs
Mínima Ototoxicidade,
lesão de córnea
IODO E IODÓFOROS
- Degermante
- Alcóolica
- Aquosa
- 10% com1% de iodo
livre
Oxidação dos
componentes
celulares
Regular /
boa 2 – 4 hs Sim
Absorção pela pele
com possível
toxicidade, reações
alérgicas, irritação
da pele
42. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
• É o termo que denomina as
práticas que reduzem ou
eliminam os agentes
infecciosos, seus reservatórios
e os veículos transmissores.
ASSEPSIA
43. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
• Envolve práticas de
confinamento e redução
da presença de
microorganismos. É
chamada também de
técnica de limpeza.
ASSEPSIA MÉDICA
44. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
Medidas que previnem a
contaminação de itens que
estão completamente livres
de microorganismos. Também
conhecida como técnica de
esterilização.
ASSEPSIA CIRÚRGICA
45. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
• após expirada a data de validade o item é
considerado contaminado;
Princípios de assepsia cirúrgica:
a esterilidade é preservada tocando-se um item
estéril com outro também estéril, do contrário é
considerado contaminado;
havendo alguma dúvida em relação à esterilidade
de um item , o mesmo é considerado contaminado;
46. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
– a umidade é considerada um fator contaminante;
Princípios de assepsia cirúrgica:
um item esterilizado aberto para uso de um
paciente, mesmo que não utilizado, é
considerado contaminado para outro paciente;
a tosse, o espirro ou a conversa exagerada
sobre um campo estéril causa contaminação;
47. Medidas para manter o ambiente
biologicamente seguro
Os princípios de assepsia cirúrgica são observados:
durante cirurgias,
realização de procedimentos invasivos (inserção de cateter
urinário),
tratamento de ferimentos expostos.
Referências bibliográficas:
Potter, Perry Fundamentos de Enfermagem- conceitos, processo e prática;
4ª ed. Guanabara/Koogan; 2013.
Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar
Limpeza,Desinfecção de Artigos e Áreas hospitalares e antissepsia: 2ªed.
2004.
Lacerda,R.A. Controle de Infecção em Centro Cirúrgico: fatos, mitos e
controvérsias. São Paulo; Atheneu Editora, 2003.
www.anvisa.gov.br
http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/images/documentos/livro
s/Livro4-MedidasPrevencaoIRASaude.pdf
48. Recomendações de práticas de prevenção de infecções -
CDC
• Higiene das mãos;
• Seleção de EPIs;
• Higiene respiratória da tosse;
• Higiene ambiental;
• Cuidados com material, equipamentos, roupas,
utensílios alimentares;
• Segurança na administração de medicações injetáveis;
• Prevenção de acidentes com material perfuro cortante
e material biológico;
• Evite tocar desnecessariamente as superfícies próximas
ao paciente.