O documento discute infecções hospitalares no centro cirúrgico, suas causas e formas de prevenção. As infecções cirúrgicas são responsáveis por 38% das infecções hospitalares em pacientes cirúrgicos e aumentam em sete dias o tempo de internação. A higienização correta das mãos é a principal medida de prevenção, porém os profissionais de saúde frequentemente não a realizam de forma adequada.
2. O que é Infecção Hospitalar?
• Infecção que ocorre durante a internação em um
hospital ou outras instalações de saúde.
• Geralmente elas comprometem qualquer tecido, órgão
ou cavidade envolvido na cirurgia e causam um grande
impacto na recuperação do paciente, podendo
comprometer a qualidade da assistência à saúde.
• ISCs são uma grande causa de morbidade e
mortalidade em pacientes que passam por cirurgias.
• Responsáveis por cerca de 38% do total das infecções
hospitalares em pacientes cirúrgicos e 16% do total de
infecções hospitalares¹, além de aumentarem em mais
sete dias o tempo de internação.
4. Causas da
Infecção
Hospitalar no
Centro Cirúrgico:
• Entre os principais tipos de infecções
hospitalares, estão: as respiratórias,
as urinárias, a septicemia e as de
ferida cirúrgica.
• Uso de equipamentos contaminados;
• Higienização inadequada das mãos e
ambiente;
• Falta de esterilização correta;
• Exposição a bactérias
• Resistentes aos antibióticos.
5. Como prevenir as Infecções Hospitalares?
• O segredo da prevenção contra as Infecções Hospitalares está na higienização correta das mãos. É muito
importante manter uma rotina de lavagem com água e sabão e/ou álcool 70%. Essa ação é indicada para os
pacientes, visitantes e os profissionais da saúde.
Profissionais da saúde
• Devem usar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas que reduzem a possibilidade de
transmissão de microrganismos presentes nos pacientes e superfícies. Avental para prevenir a contaminação
das roupas e pele do profissional. Usar máscaras, toucas e protetor ocular quando houver risco de
respingos, fluídos corporais e sangue que podem atingir mucosas como nariz, boca e olhos.
• Estabelecer boa comunicação com os pacientes para que entendam a importância destes cuidados.
Visitantes
• Devem sempre higienizar as mãos e/ou usar álcool 70%, na chegada/saída do hospital e antes e depois de tocar
o paciente ou superfícies ao redor.
• Retirar adornos como brincos, pulseiras, relógios, cordões, piercings e anéis.
• Manter unhas curtas e limpas.
• Não levar alimentos sem o consentimento dos médicos e nutricionistas.
• Não sentar na cama do paciente.
• Se apresentar sintomas gripais é recomendado adiar a visita para evitar a contaminação do paciente e das
demais pessoas presentes no hospital.
6. O que é
necessário
para
ocorrer uma
infecção ?
3 elementos básicos:
um agente infeccioso
uma pessoa suscetível
um modo de transmissão
7. Paciente susceptível
Fatores do hospedeiro
Intervenções médicas:
Cateteres venosos centrais
Ventilação mecânica
Nutrição parenteral
Grohskopf et al: Journal of Pediatrics, 2002
8. Modo de transmissão
5 modos de transmissão mais conhecidos:
Contato
Gotículas
Aerossóis
Veículos comuns
Vetor
9. Contato
Contato direto: pessoa
infectada diretamente para
uma outra pessoa
Contato indireto: mãos contaminadas de profissionais da
saúde, equipamentos hospitalares e ambiente hospitalar
10. Contato
Locais em um quarto de paciente
que ainda estão contaminados
com enterococcus resistente à
vancomicina depois de cuidar de
um paciente com este patógeno
11. Equipamentos
e vestimenta
• Limpar estetoscópios entre pacientes
• Outros possíveis focos de transmissão:
• telefones/celulares
• teclados
• jalecos
• adornos
14. Veículo
comum
• Um agente infeccioso é disseminado
por fonte comum contaminada tais como
comida, água ou medicamentos. Por
exemplo: Salmonela
• As medicações em bolsa ou frascos
devem preferencialmente possuir apenas
uma
• entrada e chegar prontas da farmácia
• custos elevados para implementar
• grandes benefícios posteriores
15. Vetor
Uma doença é transmitida aos humanos por
um animal ou um inseto tais como raiva,
malária ou dengue
16. Prevenindo a transmissão de
infecções
A intervenção número 1 para prevenir
a disseminação de agentes infecciosos
em ambientes hospitalares é a
CUIDADOSA HIGIENIZAÇÃO
DAS MÃOS por todos os
profissionais da saúde
17. Higienização
das mãos
Estima-se que 80% da transmissão de
agentes infecciosos em hospitais ocorra pelas
mãos dos profissionais de saúde
18. Higienização das
mãos
• Foi demonstrado por diversos estudos que a
adesão à higiene das mãos entre médicos,
enfermeiros e outros profissionais da saúde é
baixa em todo mundo com proporção de 36 a
48%
• World Health Organization Global Patient
Safety Challenge 2006
19. Higienização
das mãos
• Barreiras na adesão à higiene das mãos:
• Protocolos para higienização das mãos não estão claros
• Conhecimento limitado sobre prevenção de infecção
• Produtos não disponíveis ou distantes do paciente
• Produtos que causam irritação / alergia na pele
• Ocupados demais
• Esquecimento
Há 3 elementos básicos necessários para ocorrer uma infecção:
Primeiro, deve haver um agente infeccioso tal como bactéria, parasita, vírus ou fungo. Fontes de agentes infecciosos incluem humanos, animais e o meio ambiente.
Segundo, uma pessoa deve estar susceptível aos agentes infecciosos.
Terceiro, o modo de transmissão é a maneira que o agente infeccioso chega à pessoa susceptível. O modo de transmissão é o elemento chave na quebra do ciclo infeccioso. A maioria das práticas de prevenção de infecções são indicadas para a atingir esse elemento.
Recém-nascidos têm o sistema imune imaturo e pacientes cardiopatas têm outras condições tais como asplenia ou síndrome de Di George que aumentam o risco de infecção.
As três intervenções mais comuns que aumentam o risco de infecções associadas à assistência a saúde nos pacientes pediátricos são:
O uso de cateteres venosos centrais, ventilação mecânica e nutrição parenteral.
Além destes, o a abertura prolongada do esterno e exposição a transfusões de sangue adicionam risco para o desenvolvimento de infecções.
Há 5 modos de transmissão de agentes infecciosos mais conhecidos:
Contato, gotículas, aerossóis, veículo comum e vetor.
Os modos de transmissão variam de acordo com o tipo de agente infeccioso e alguns podem ser transmitidos por mais de uma via.
Contato é o modo de transmissão mais comum e é dividido em 2 categorias: direto e indireto.
Contato direto envolve a transferência de agentes infecciosos de uma pessoa infectada diretamente para uma outra pessoa.
Contato indireto envolve a transferência de um agente infeccioso por meio de um objeto intermediário contaminado ou uma pessoa.
As mãos contaminadas de profissionais da saúde são importantes contribuidores para a transmissão no contato indireto.
A transmissão por contato indireto pode também ocorrer quando equipamentos ou o ambiente não estão limpos adequadamente entre a troca de pacientes no mesmo leito.
A ilustração mostra os locais em um quarto de um paciente que ainda estão contaminados com enterococcus resistente à vancomicina (VRE) depois de cuidar de um paciente com este patógeno.
Como pode ver, as superfícies mais tocadas, rapidamente se tornam contaminadas pela flora do paciente.
Agentes infecciosos podem ser disseminados quando médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde não limpam suas mãos ao deixar o quarto do paciente.
Equipamentos pessoais, profissionais e vestuário também podem espalhar agentes infecciosos quando em contato com o paciente.
Deve-se disponibilizar swabs de álcool 70% em cada quarto para que os profissionais limpem seus estetoscópios ao examinar pacientes diferentes.
Há muitos estudos que demonstram telefones, teclados e roupas como potenciais focos de infecção.
Os equipamentos devem ser limpos a cada começo de plantão e telefone celulares pessoais não são autorizados dentro da UTI.
Vestuário também podem disseminar patógenos. Profissionais da saúde devem usar uniforme limpo todos os dias. Jalecos devem ser lavados com frequência.
A transmissão por gotículas ocorre quando gotículas respiratórias carregando agentes infecciosos são impulsionadas a curta distância por meio de: tosse, espirro ou sucção endotraqueal.
Estes agentes podem causar infecções quando entram no nariz, nos olhos ou na boca de uma pessoa susceptível.
Não é necessário contato próximo com a pessoa doente.
São exemplos de doenças transmitidas por gotículas a influenza, a coqueluche e a meningococcemia.
A transmissão pelo ar ocorre quando partículas minúsculas que contem agentes infecciosos permanecem suspensas no ar por um logo período de tempo. Estas partículas podem ser levadas por longas distâncias nas correntes de ar.
Infecções ocorrem quando as partículas são inaladas por pessoas susceptíveis.
Não é necessário um contato próximo com a pessoa doente.
São exemplos a varicela, a caxumba e a tuberculose.
A transmissão por meio de um veículo comum ocorre quando um agente infeccioso é disseminado por fonte comum contaminada tais como comida, água ou medicamentos. Por exemplo a salmonelose.
As medicações em bolsa ou frascos devem preferencialmente possuir apenas uma entrada e quando possível chegarem já preparadas da farmácia.
Esta é uma rotina cara para ser implementada, porém com grandes benefícios posteriores.
A transmissão por meio de um vetor ocorre quando uma doença é transmitida aos humanos por um animal ou um inseto, tais como a raiva, a malária ou a dengue.
A intervenção número 1 para prevenir a disseminação de agentes infecciosos em ambientes hospitalares é a cuidadosa higienização das mãos pelos médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde.
Estima-se que 80% da transmissão de agentes infecciosos em hospitais ocorra por meio das mãos dos profissionais de saúde.
Agentes infecciosos podem sobreviver nas mãos por períodos que variam de alguns minutos até mais de uma hora.
Isto demonstra claramente a necessidade de uma cuidadosa higiene das mãos.
No entanto, diversos estudos demonstraram que a adesão à higiene das mãos entre médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde é baixa ao redor de todo mundo, variando de 36 a 48%.
Quando médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde são questionados sobre o por que não lavam as mãos, eles frequentemente respondem:
As orientações para higienização das mãos não são claras.
Existe falta de orientação sobre a importância da higiene das mãos ou não sabem quando fazer a higiene das mãos.
Produtos de higiene das mãos ou pias estão localizados em áreas distantes dos cuidados ao paciente.
Não gostam dos produtos devido ao odor, alergias ou irritação na pele.
Estão ocupados demais ou o paciente está grave demais para eles pararem para fazer a higiene das mãos.
Ou, até mesmo, se esquecem de fazer a higiene adequada das mãos.
Este pôster da OMS mostra os 5 momentos para higiene das mãos
Número 1: antes do contato com o paciente.
Número 2: antes de uma tarefa asséptica tais como trocar um curativo ou manusear um cateter.
Número 3: depois de exposição a fluídos corpóreos.
Número 4: depois do contato com o paciente.
E número 5: depois de contato com as imediações do paciente.