SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 20
Baixar para ler offline
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
1
Recomendações para Prevenção de
Infecção em Sítio Cirúrgico
Brasília - DF
2017
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
2
HOSPITAL DA REGIÃO LESTE
Autor:
Drª FLAVIA OLIVEIRA COSTA
Médica Infectologista do NCIRAS- HRL
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
3
Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) podem ser classificadas como:
1. ISC Incisional Superficial: acomete pele e tecido celular subcutâneo
2. ISC Incisional Profunda: acomete fáscia e músculo
3. ISC Órgão / Cavidade: acomete sítios inferiores à camada muscular, ex.:
cavidade peritoneal
São consideradas ISC as que ocorrem até 30 dias de sua realização quando não há
implantes e até 90 dias as que recebem implantes.
Cuidados referentes à Profilaxia Cirúrgica:
O paciente cirúrgico deve ser avaliado em três momentos distintos:
1. Pré-operatório
2. Intra-operatório
3. Pós-operatório
1. Cuidados no Pré-Operatório:
Intervir em fatores intrínsecos ao paciente (exceto em situações de
urgência/emergência)
- Instruir o paciente a parar de fumar 30 dias antes da cirurgia
- Compensar as doenças de base (p.ex diabetes)
- Reduzir o excesso de peso
- Descontinuar ou reduzir a dose de corticoesteróides
Realizar exames específicos e gerais, inerentes ao pré-operatório cirúrgico de
grande porte e conforme necessidade da especialidade.
Avaliação e tratamento de focos no pré-operatório. Caso não haja tempo ,em caso
de urgência, descrever em prontuário as condições dentária do paciente
Busca de focos infecciosos
EAS + urocultura
Rx de tórax
Swab nasal (p/ pacientes já internados há mais de 15 dias)
Realizar descolonização em pacientes colonizados por S. aureus ou internado há
mais de 15 dias (na indisponibilidade de Swab nasal)
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
4
- Banho com clorexidine degermante (1 x ao dia) + Mupirocina nasal,
inguinal, cubital e atrás das orelhas de 12/12h pelo período mínimo 03 dias e
idealmente 05 dias. Manter descolonização por mais 05 dias de pós-
operatório.
 Banho com clorexedina
O banho com antisséptico está reservado para situações especiais como antes da
realização de cirurgias de grande porte, cirurgias com implantes ou em situações
específicas como surtos.
Como Executar:
- Na noite anterior ao dia da cirurgia
- No dia da cirurgia, 2 horas antes do procedimento cirúrgico, banho com clorexedina
degermante a 2 ou 4%.
- Deve ser banho de corpo inteiro, de aspersão caso o paciente deambule, ou no leito, caso
seja acamado.
- Usar 180ml de solução de clorexedina por banho.
- Após ensaboar o corpo, deixar o sabão agir por 3 a 4 minutos e enxaguar todo o excesso.
Recomendações:
1) Incluir a higiene do couro cabeludo e os cuidados com as unhas.
2) Os cabelos devem estar secos no momento de encaminhar o paciente ao Centro
Cirúrgico
3) Fornecer toalhas limpas ao paciente
4) Enfatizar a importância da higiene oral
5) Orientar previamente o paciente, nas cirurgias eletivas, quanto aos cuidados pré-
operatórios e o banho com clorexidina degermante.
6) Realizar a troca da roupa de cama ou da maca de transporte após o banho e antes do
paciente deitar-se novamente.
7) Entender e considerar o processo da higiene pré-operatória como prioridade.
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
5
 Enfatizar a importância da higiene oral; nos casos que houver previsão de
entubação orotraqueal fazer higiene oral com clorexidina 0,12%.
- Após a escovação diária realizar bochecho com solução oral de clorexedina
0,12%(disponível na farmácia) na noite anterior e na manhã do procedimento
cirúrgico
 Controle rigoroso das glicemias nas 24 h que precedem a cirurgia nos pacientes
diabéticos, visando glicemias < 150 mg/dL
 Não realizar tricotomia na sala cirúrgica.
2.Cuidados no Intra-operatório
 Tricotomia
Não deve ser feita de rotina, se os pelos tiverem que ser removidos, deve-se fazê-
lo imediatamente antes da cirurgia, utilizando tricotomizadores elétricos, e fora da
sala de cirurgia. O uso de laminas está contra indicado
a. A tricotomia deve ser realizada com tricotomizador elétrico
b. Não deve ser realizada na sala cirúrgica pois,a dispersão de pelos soltos podem
potencialmente contaminar o sítio cirúrgico e o campo estéril. Deve ser realizada na área de
RPA (recuperação pós-anestésica)
c. Imediatamente antes de entrar na sala cirúrgica
d. Cremes depilatórios não devem ser utilizados, sob o risco de causar reações adversas.
e. Deve-se tomar extremo cuidado para não causar cortes na pele
 Controle de glicemia
a) Manter a normoglicemia, evitando-se os riscos de hipoglicemia e de hiperglicemia
(idealmente abaixo de 180 mg/dL).
b) Recomenda-se realizar glicemia capilar de 1/1h. Instalar insulinoterapia IV contínua em
caso de duas glicemias consecutivas acima de 150 mg/dL
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
6
 Controle de temperatura Corporal
Tanto a hipotermia (<35º) e quanto hipertermia associam-se com maior índice de sangramento
infecção de sítio cirúrgico e eventos cardiovasculares A recomendação é manter a temperatura
corpórea acima de 35,5ºC no período perio-peratório.
 Antisepsia cirúrgica das mãos
a) O procedimento deve durar 3 a 5 minutos; utiliza-se água de torneira, escova estéril
impregnada com degermante e compressa estéril. A técnica deve seguir as orientações da
ANVISA.
b) Deve-se atentar para a limpeza das unhas, utilizando-se uma espátula para retirar a
sujidade debaixo delas;
c) Não é recomendado o uso de água quente, que favorece o ressecamento da pele.
d) Remover todos os adornos das mãos e antebraços, como anéis, relógios e pulseiras,
antes de iniciar a degermação ou antissepsia cirúrgica das mãos;
e) É proibido o uso de unhas artificiais;
f) Manter unhas curtas;
g) Manter o leito ungueal e subungueal limpos,
As luvas cirúrgicas, em cirurgias com implante de prótese, devem ser trocadas
ANTES do implante, ao mudar o sítio de cirurgia e a cada 2 a 3 horas de cirurgia. Em
caso de enluvamento duplo as duas luvas devem ser trocadas
 Circulação de pessoal
a) Manter as portas das salas cirúrgicas fechadas durante o ato operatório;
b) Limitar o número de pessoas na sala operatória, manter o número de pessoas
necessário para atender o paciente e realizar o procedimento;
c) Evitar abrir e fechar a porta da sala operatória desnecessariamente;
d) Não levar celular, bolsas e alimentos para dentro da sala cirúrgica.
 Preparo da pele do paciente
Os seguintes cuidados devem ser seguidos durante o preparo intraoperatório da
pele do paciente:
a) Lavar a área a ser operada com solução anti-septica degermante a base de
clerexedina a 4% ou PVPI a 10% e após, enxaguar com solução fisiológica e
remover compressa estéril, retirando todo resíduo. Após, aplicar a solução
alcóolica e deixar secar naturalmente.
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
7
b) A solução alcóolica deve secar naturalmente pelo risco de queimadura
quando em contato com a placa de bisturi
c) Realizar degermação do membro ou local próximo da incisão cirúrgica antes de
aplicar solução antisséptica;
d) Realizar a antissepsia no campo operatório no sentido centrífugo circular (do
centro para a periferia) e ampla o suficiente para abranger possíveis extensões da
incisão, novas incisões ou locais de inserções de drenos, com solução alcoólica de
PVPI ou clorexidina.
e) Pode ser usado clorexedina com PVPI desde que respeitado intervalo de 5
minutos entre uma solução e outra (em caso de falta e necessidade de misturar
degermante de um com solução de outro)
 Drenos
A inserção dos drenos geralmente deve ocorrer no momento da cirurgia,
preferencialmente em uma incisão separada, diferente da incisão cirúrgica; a
recomendação é fazer uso de sistemas de drenagens fechados, e a remover o mais breve
possível.
Não se justifica manutenção de antibioticoprofilaxia pela presença de
dreno.
 Paramentação
A equipe de campo cirúrgico deve fazer uso de paramentação completa (avental e luvas
estéreis, touca, óculos, máscara). O avental cirúrgico, juntamente com as luvas constitui
barreira contra a liberação de microorganismos da pele da equipe e contaminação do
campo operatório.
a) Devem ser utilizadas luvas estéreis (de procedimento cirúrgico). Enluvamento
duplo com troca das duas luvas a cada 3 horas de procedimento
b) A máscara cirúrgica deve cobrir totalmente a boca e nariz e deve ser utilizada ao
entrar na sala cirúrgica se o instrumental estiver exposto ou se cirurgia estiver
em andamento, a fim de impedir a contaminação da área cirúrgica, bem como
do instrumental cirúrgico por microorganismos originados do trato respiratório
superior da equipe cirúrgica.
c) Não conversar ou cantar durante a cirurgia.
d) Se notar que a máscara facial está úmida, solicitar sua troca à circulante.
Pois, nessa situação perde seu papel de filtro.
e) Antes de se paramentar o profissional que participará do procedimento cirúrgico
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
8
deve remover os adornos (anéis, pulseiras, relógios etc).
 Antibioticoprofilaxia
Algumas recomendações devem ser observadas no que tange ao emprego
da antibioticoprofilaxia:
• Conhecimento da flora microbiana colonizadora do sítio cirúrgico;
• Atividade do agente profilático escolhido deve abranger a maioria dos
patógenos prováveis de causarem infecção;
• O agente profilático deve ser administrado numa dose que proporcione uma
concentração tissular efetiva antes da contaminação bacteriana intra-operatória;
• Dose: Cefazolina 2g EV e ≥ 90 Kg usar 3g EV. Administrar 30 minutos
antes da incisão cirúrgica;
• se vancomicina usar 1g EV 1 hora antes da incisão cirúrgica (rápida infusão
de vancomicina pode causar hipotensão, o que pode ser perigoso durante a
indução anestésica, portanto administrá-la em 1h);
• Se quinolona administrá-la 2 horas antes do procedimento.
• A vancomicina poderá ser empregada em clínicas onde o MRSA for causa
frequente de infecção de sítio cirúrgico ou em pacientes previamente
colonizados com MRSA.
• Pacientes alérgicos a penicilinas e cefalosporinas ,optar por clindamicina,
quinolona ou vancomicina (sendo esta a última opção)
• Repique - em procedimentos com duração  3 horas, usar dose única de
cefazolina. Procedimentos que durem por mais de 3 horas demandam uma
dose efetiva adicional.
• Procedimentos com perdas sanguíneas de 1500ml ou hemodiluição,
independente do tempo cirúrgico, requerem repique.
• Pacientes portadores de MRSA - Aqueles que necessitam submeter-se a
tratamento cirúrgico, recomendamos a descolonização tópica prévia do MRSA.
Se a descolonização prévia não for possível, e quando a profilaxia está indicada,
o esquema deverá incluir o uso de vancomicina;
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
9
• Pacientes em uso de antibiótico - Quando o paciente apresenta uma patologia
infecciosa que requeira tratamento antibiótico e necessite de intervenção
cirúrgica, recomendamos ajustar a dose, garantindo a administração em
horário próximo à cirurgia e nível tecidual durante todo o procedimento. De
acordo com cada caso, o antibiótico terapêutico será mantido posteriormente, por
período variável, conforme prescrição prévia, para continuidade do tratamento
anterior.
Propriedades farmacológicas dos antimicrobianos.
Antibiótico Meia-vida Dose terapêutica Intervalo usual das
doses (horas)
Repique*
Ampicilina/sulbactam
1 hora 1-2g 06 02
Cefazolina
1,5 hora 1-2g 08 03
Cefuroxime
1,2 hora 750mg 08 03
Cefoxitina
40-60 minutos 1g 06 02
Clindamicina
2,5 horas 600mg 08 04
Ciprofloxacino
7,5 horas 200mg 12 12
Gentamicina
2-4 horas 1,5-2,0mg/Kg 08 08
Metronidazol
8 horas 500mg 08 08
Vancomicina
4-8 horas 500mg 06 08
 A dose intra-operatória deve ser duas vezes a meia-vida, para manter níveis
séricos adequados.
CIRURGIA GERAL
PROCEDIMENTO DROGA DOSE NA INDUÇÃO
Gastroduodenal (a)
Cefazolina 2g EV
Colecistectomia aberta e Cefazolina 2g EV
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
10
Vídeo-laparoscópica (b)
Hérnia não recidivada
Hérnia recidivada ou com
prótesec
Cefazolina
Cefazolina
2g EV
2g EV
Esofágica
Gentamicina + Clindamicina
Ou
cefazolina + Clindamicina
240mg EV + 600mg EV
2g + 600mg EV
Apendicectomia d Gentamicina + Metronidazol
240mg EV + 500mg EV
Esplenectomia e,f Cefazolina 2g
CPREg
Ciprofloxacina
Ou
Ceftazidima
400mg EV
2g EV
Trauma abdominal h
Gentamicina + Clindamicina
ou
Genta +Metronidazol
240mg EV + 600mg EV
240mgEV+ 500mg EV
Hepatobiliares Cefazolina 2g EV
Cefazolina 2g EV
Ampicilina/sulbactam 3g EV
Clindamicina 600mg EV; Gentamicina 5mkg/kg
Ciprofloxacina 400 mg EV
Metronidazol 500mg EV
a. Profilaxia em pacientes com alto risco: hemorragias, neoplasias, estenose pilórica, uso de
bloqueador H2, obesidade mórbida, gastrostomia endoscópica percutânea.
b. Profilaxia indicada em pacientes com alto risco: maiores de 60 anos, colecistite aguda
recente, colangite, cirurgia biliar prévia e coledocolitíase.
c. Em procedimentos sob anestesia local recomenda-se a realização de antibioticoprofilaxia
com dose única de cefazolina na indução anestésica.
d. Nas apendicites com peritonite, abscesso ou perfuração trata-se de antibioticoterapia e
não profilaxia.
e. Vacinação anti-pneumocócica 2 semanas antes da cirurgia eletiva e, na cirurgia de urgência,
vacinar na alta, após a fase de catabolismo nos casos indicados segundo a literatura.
f. Antibioticoprofilaxia nos pacientes com esquistossomose.
g. Proporcionar cobertura contra Pseudomonas aeruginosa.
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
11
h. Profilaxia somente recomendada se na laparotomia não for evidenciada lesão de vísceras
ocas.
CIRURGIA TORÁCICA
PROCEDIMENTO ANTIBIOTICO DROGA DURAÇÃO
Drenagem
torácica
Trauma
Penetrante
Sim
Cefazolina -1g EV
cada 8 horas
24h
Trauma
Fechado
Não
Pneumectomias Sim Cefazolina única
CIRURGIA COLOPROCTOLÓGICA
PROCEDIMENTO ANTIBIOTICO DROGA DURAÇÃO
Hemorroidectomia
aberta
Não
Hemorroidectomia
fechada
sim Gentamicina +
Clindamicina
ou
Metronidazol +
.Ampicilina/sulbactam
ùnica
Cólon e íleo a
Sim Gentamicina +
Clindamicina
Ou
Metronidazol +
Ampicilina/sulbactam
24h-72h
Gentamicina 5mg/kg EV + Clindamicina 600mg EV
ou
Metronidazol 500 mg EV +
Ampicilina/sulbactam 3g EV
a. Limpeza mecânica no pré-operatório.
NEUROCIRURGIA
PROCEDIMENTO ATB DROGA DURAÇÃO
Hérnia Discal e
Laminectomias
Sim
Cefazolina
2g Dose única
Cirurgia coluna
com fixação com
instrumental
Sim
Cefazolina
2g 24 h
Fístula liquórica e Não Eficácia não
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
12
Dose indução : Cefazolina 2g EV.
Repique : Fazer 2g EV a cada 3 horas de procedimento
Dose na indução: Clindamicina 600mg EV e repetir se necessário a cada 4 horas
MASTOLOGIA
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DROGA DURAÇÃO
Mastectomia Sim Cefazolina única
Cefazolina 2g EV
CIRURGIA GINECOLÓGICA
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DROGA DURAÇÃO
Histerectomia (vaginal e
abdominal)
Sim Cefazolina única
Curetagem Sim Cefazolina única
Retocele Sim Cefazolina única
Cistocele Sim Cefazolina única
Laparotomia Sim Cefazolina única
Laparoscopia sim Cefazolina única
Inserção de DIU Não
Biópsia endometrial Não
Histeroscopia a Não Cefazolina
Histerossalpingografia Não Cefazolina
Cefazolina 2g EV
a. Exceto se o exame mostrar tubas dilatadas – usar doxiciclina 100 mg 12/12h por
cinco dias.
b. Usar clindamicina 600mg EV em alérgicos a cefalosporinas.
c. Usar ciprofioxacino 400mg EV ou gentamicina 240mg EV em caso de presença de
infecção e manter no pós-operatório como terapêutico. Cirurgias vídeoassistidas
seguem a mesma recomendação.
CIRURGIA UROLÓGICA
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DROGA
Cistoscopia Não
pneumoencéfalo
pós-trauma
estabelecida
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
13
Orquiectomia Não
Postectomia Não
Varicocele/Hidrocele Não
Vasectomia Sim Cefazolina
Prostatectomia
(RTU/PTV/Laser)
Sim b
Levofloxacina ou cipro
Uretrotomia interna Sim Levofloxacinaou cipro
Uretroplastia aberta Sim Cefazolina
Sling sintético Sim Cefazolina
Cistectomia c Sim Ampicilina/Sulbactam
Nefrectomia Sim Cefazolina
CirurgiaVídeo Sim Cefazolina
Nefrolitotripsia percutânea
(coraliforme)
Sim Levofloxacina ou cipro
Prótese peniana Sim Cefazolina + Gentamicina
Bíopsia prostática Sim Levofloxacina ou cipro
Pielografia Sim Cefazolina
Ureteroscopia Sim Cefazolina
Stent (duplo J) Sim Cefazolina
Estudo urodinâmico e
Cistoscopia
Sim d
Ciprofloxacina
Cefazolina 2g EV na indução anestésica. Repique 1g 4/4h e manutenção 1g EV
de 8/8h até completar o período acima determinado.
Levofloxacina 500mg EV dose única.
Ampicilina/Sulbactam 3g EV e mantendo 3g EV de 6/6h por 24h.
Gentamicina 5mg/Kg Max 240mg/dia
Ciprofloxacina 500 mg VO 4 horas antes do procedimento.
a. Urocultura prévia negativa. A urocultura positiva demanda tratamento de acordo
com o antibiograma ou operar na vigência de terapia antimicrobiana.
b. Profilaxia indicada em pacientes com cateterização prolongada, urocultura positiva
ou desconhecida. Em situações em que o paciente apresentar bacteriúria
assintomática e havendo necessidade urgente de cirurgia, deve-se adotar a seguinte
conduta baseada na urocultura com antibiograma: iniciar o tratamento no dia da
cirurgia e manter o antibiótico até a retirada da sonda vesical ou até completar o
tratamento por 10 dias.
c. Antibioticoprofilaxia tanto na derivação interna (neo-bexiga) quanto na derivação
externa (Bricker).
d. Realizar antibioticoprofilaxia somente em pacientes com alto volume residual,
diabéticos e com bexiga neurogênica
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
14
CIRURGIA ORTOPÉDICA
PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DROGA DURAÇÃO
Fixação de fratura
fechada
Sim Cefazolina única
Fratura de quadril com
uso de pinos
Sim Cefazolina única
Artroplastia Sim Cefazolina 24h
Cirurgias limpas sem
uso de próteses
Não
recomendado
- -
Cefazolina 2g EV e manter 1g EV de 8/8h por 24 h em artroplastia.
Em pacientes > 90kg usar doses de cefazolina 3g e vancomicina de 1,5g na
indução.
Classificação de Gustilo-Anderson modificada para Fraturas expostas
Tipo I Fratura exposta, limpa, exposição < 1cm
Tipo II Fratura exposta > 1cm de extensão, sem dano
excessivo das partes moles, sem retalhos ou avulsões
Tipo III Fratura segmentar, ou com dano excessivo de partes
moles, ou amputação traumática
Tipo IIIA Dano extenso das partes moles, lacerações, fraturas
segmentares, ferimentos por arma de fogo (baixa velocidade),
com boa cobertura óssea de partes moles
Tipo IIIB Cobertura inadequada de partes moles ao osso
Tipo IIIC Com lesão arterial importante, requerendo reparo
Fraturas com sujidade grosseira, considerar como IIIC
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
15
Fraturas fechadas
A) Cefazolina 2g EV na indução anestésica. Repique com 1g a cada 3/3h.
B) Clindamicina 600mg EV na indução anestésica. Repique com 600mg a
cada 6 horas de cirurgia
Fraturas expostas
Grau I
A) Cefazolina 2g EV. Repique de 3/3 horas. Manter 1g 8/8hs até
completar 48horas
B) Clindamicina 600g EV. Repique de 600mg 4/4h.
.Manter clindamicina 600mg de 6/6h ate 48h.
Grau II
A) Oxacilina 2g + Gentamicina 1mg/kg (dose máxima de 240mg/dia
,infundir em 1 hora) por 7 dias.
B) Clindamicina 600mg + Gentamicina 1mg/kg (Max 240mg)
Manter o esquema com clindamicina 600mg 6/6hs + Gentamicina
3mg/kg (Max 240mg ) 7 dias
C) Cefazolina 2g + Gentamicina 1mg/kg (no 1o atendimento) e manter o
esquema com cefazolina 1g 8/8hs + Gentamicina 3mg/kg(Max 240mg) 7 dias
*Na falta da gentamicina, a amicacina pode ser utilizada na dose de
15mg/kg em dose única diária. Dose máxima 1g/dia, infusão em 1 hora
Grau III
A) Clindamicina 600mg + Gentamicina 1mg/kg (Máx 240mg/dia)e manter o
esquema com clindamicina 600mg 6/6hs + Gentamicina 3mg/kg/dia por 5 a 7
dias.
B) Cefazolina 2g + Gentamicina 1mg/kg (no 1o atendimento) e manter o
esquema com cefazolina 1g 6/6hs + Gentamicina 3mg/kg/dia por 5 a 7 dias
(máximo de 240mg/dia, infusão em 1 hora)
Na suspeita de infecção por anaeróbios (por ex, queda em bueiros)
associar metronidazol 500mg EV 8/8hs ou clindamicina 600mg EV 6/6hs
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
16
3.Cuidados no Pós-Operatório
 Antibioticoprofilaxia
O objetivo da antibioticoprofilaxia é reduzir a carga microbiana da pele no momento da
incisão cirúrgica. Não há benefícios na extensão do uso de antibioticoprofilaxia além das
24horas de pós-operatório. Além de selecionar microbiota atrapalha diagnóstico de infecções
latentes.
 Avaliação de curativos
a) O primeiro curativo cirúrgico deve ser feito pelo cirurgião, após o procedimento
cirúrgico, (utilizar OPSITE em esternorrafias)
b) O curativo deve ser trocado diariamente, e sempre que se apresentar molhado, solto
ou com sujidade
c) Manter descobertas as feridas com bom aspecto de cicatrização e sem exsudato.
d) Em feridas com cicatrização por primeira intenção (bordos aproximados por suturas),
realizar o curativo com soro fisiológico 0,9%, com toque suave
1 . Curativo de feridas com cicatrização por primeira intenção (bordos
aproximados por sutura)
a) Recomenda-se permanecer com curativo estéril por 24 h a 48 h, exceto se houver
drenagem da ferida ou indicação clínica;
b) O primeiro curativo cirúrgico deverá ser realizado pela equipe médica ou
enfermeiro especializado. O enfermeiro poderá realizar o curativo a partir do
segundo dia de pós-operatório (PO) ou conforme conduta;
c) Substituir o curativo antes das 24 h ou 48 h se molhar, soltar, sujar ou a critério
médico;
d) Remover o curativo anterior com luvas de procedimento;
e) Realizar o curativo com toque suave de SF 0,9% em incisão cirúrgica;
f) Avaliar local da incisão, se não apresenta exsudato manter as incisões expostas até
a remoção da sutura. Nestes casos recomenda-se higienizar as incisões com água e
sabão comum durante o banho e secar o local com toalhas limpas e secas;
g) Registrar o procedimento e comunicar a equipe médica em casos de sangramento
excessivo, deiscências e sinais flogísticos.
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
17
2. Curativos de feridas com cicatrização por segunda e terceira intenção
(bordos separados)
a) Feridas com tecido de granulação: utilizar coberturas que mantenham o meio
úmido, como: hidropolímero, hidrogel, AGE, alginato de cálcio e rayon com
petrolato;
b) Feridas cavitárias: utilizar alginato de cálcio, carvão (cuidado com as
proeminências ósseas), hidropolímero e hidrogel;
c) Feridas com hipergranulação: utilizar rayon com petrolato, bastão com nitrato
de prata e curativos de silicone;
d) Feridas com fibrina viável (branca): utilizar coberturas que mantenham o meio
úmido, como hidropolímero, hidrogel, AGE, alginato de cálcio, carvão ativado e
rayon com petrolato. Remover apenas quando apresentar excessos;
e) Feridas com tecido necrótico: utilizar hidrogel ou colagenase. Caso não ocorra
melhora evolutiva, solicitar a avaliação da cirurgia plástica;
f) Feridas infectadas: sugerir avaliação da clínica médica e CCIH quanto à
necessidade de identificação do microorganismo para terapêutica adequada.
Utilizar carvão ativado, hidropolímero com prata e alginato com prata;
g) Feridas com tecido de epitelização e bordas: proteger o frágil tecido neoformado
com AGE ou rayon com petrolato
3. Conduta para a Realização de Curativo em Paciente com Fixador Externo
Limpar os locais de inserção dos pinos com Soro Fisiológico 0,9%
removendo crostas e sujidades. Após, realizar toque de álcool a 70%; primeiro na
inserção dos pinos, depois na área periferida e por último, no fixadorPosteriormente,
ocluir com gazes, acolchoado e atadura de crepom.
4. Tipos de Curativos:
A escolha do curativo depende do tipo de ferida, estágio de cicatrização e
processo de cicatrização de cada paciente. Os aspectos da ferida com relação à
presença de inflamação, infecção, umidade e condições das bordas da ferida
devem ser avaliados.
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
18
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
19
Tipo de Cobertura Ação Indicação
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL
Secretaria de Estado de Saúde - SES
Hospital da Região Leste
Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde
20
Tipo de Cobertura Ação Indicação
Bibliografia
1. Série : Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Medidas de
Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. 2017
2. Guia Sanford 2017.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Particularidades do centro_cirurgico_(1)
Particularidades do centro_cirurgico_(1)Particularidades do centro_cirurgico_(1)
Particularidades do centro_cirurgico_(1)Zeca Ribeiro
 
39 complicações cirurgia de cp
39   complicações cirurgia de cp39   complicações cirurgia de cp
39 complicações cirurgia de cpONCOcare
 
Apostila enfermagem em centro cirúrgico (1)
Apostila   enfermagem em centro cirúrgico (1)Apostila   enfermagem em centro cirúrgico (1)
Apostila enfermagem em centro cirúrgico (1)Francisco da silva Torres
 
Principais Cirurgias
Principais CirurgiasPrincipais Cirurgias
Principais CirurgiasZeca Ribeiro
 
ambiente cirúrgico - centro cirúrgico
ambiente cirúrgico - centro cirúrgicoambiente cirúrgico - centro cirúrgico
ambiente cirúrgico - centro cirúrgicoGuilherme Sicuto
 
009 intubacao em_sequencia_rapida_na_pediatria_17092014
009 intubacao em_sequencia_rapida_na_pediatria_17092014009 intubacao em_sequencia_rapida_na_pediatria_17092014
009 intubacao em_sequencia_rapida_na_pediatria_17092014italofg
 
Assistencia enfermagem-cirurgica-1
Assistencia enfermagem-cirurgica-1Assistencia enfermagem-cirurgica-1
Assistencia enfermagem-cirurgica-1Heraldo Maia
 
Clínica cirúrgica-e-centro-cirúrgico
Clínica cirúrgica-e-centro-cirúrgicoClínica cirúrgica-e-centro-cirúrgico
Clínica cirúrgica-e-centro-cirúrgicoconcursohub
 
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4Aline Bandeira
 
Centrocirurgicoe 140827063934-phpapp02
Centrocirurgicoe 140827063934-phpapp02Centrocirurgicoe 140827063934-phpapp02
Centrocirurgicoe 140827063934-phpapp02Carine Silvestrini
 
Atividades no pré e trans operatório
Atividades no pré e trans operatórioAtividades no pré e trans operatório
Atividades no pré e trans operatórioSilvânia Galdino
 
Histerectomia cuidados de enfermagem
Histerectomia cuidados de enfermagemHisterectomia cuidados de enfermagem
Histerectomia cuidados de enfermagemRoberto Moreira Silva
 
Classificação das cirurgias
Classificação das cirurgiasClassificação das cirurgias
Classificação das cirurgiasJéssica Ferreira
 
Assistência ao paciente em ventilação mecânica
Assistência ao paciente em ventilação mecânicaAssistência ao paciente em ventilação mecânica
Assistência ao paciente em ventilação mecânicaCaio Veloso da Costa, ICU-PT
 

Mais procurados (20)

Centro CirúRgico Parte 1
Centro CirúRgico Parte 1Centro CirúRgico Parte 1
Centro CirúRgico Parte 1
 
Particularidades do centro_cirurgico_(1)
Particularidades do centro_cirurgico_(1)Particularidades do centro_cirurgico_(1)
Particularidades do centro_cirurgico_(1)
 
Manipulacao qt
Manipulacao qtManipulacao qt
Manipulacao qt
 
39 complicações cirurgia de cp
39   complicações cirurgia de cp39   complicações cirurgia de cp
39 complicações cirurgia de cp
 
Apostila enfermagem em centro cirúrgico (1)
Apostila   enfermagem em centro cirúrgico (1)Apostila   enfermagem em centro cirúrgico (1)
Apostila enfermagem em centro cirúrgico (1)
 
enfermagem cirugica
enfermagem cirugicaenfermagem cirugica
enfermagem cirugica
 
Principais Cirurgias
Principais CirurgiasPrincipais Cirurgias
Principais Cirurgias
 
ambiente cirúrgico - centro cirúrgico
ambiente cirúrgico - centro cirúrgicoambiente cirúrgico - centro cirúrgico
ambiente cirúrgico - centro cirúrgico
 
009 intubacao em_sequencia_rapida_na_pediatria_17092014
009 intubacao em_sequencia_rapida_na_pediatria_17092014009 intubacao em_sequencia_rapida_na_pediatria_17092014
009 intubacao em_sequencia_rapida_na_pediatria_17092014
 
Assistencia enfermagem-cirurgica-1
Assistencia enfermagem-cirurgica-1Assistencia enfermagem-cirurgica-1
Assistencia enfermagem-cirurgica-1
 
Clínica cirúrgica
Clínica cirúrgicaClínica cirúrgica
Clínica cirúrgica
 
Clínica cirúrgica-e-centro-cirúrgico
Clínica cirúrgica-e-centro-cirúrgicoClínica cirúrgica-e-centro-cirúrgico
Clínica cirúrgica-e-centro-cirúrgico
 
Boas Práticas na Obtenção e Manutenção do Acesso Venoso Periférico em Pediatria
Boas Práticas na Obtenção e Manutenção do Acesso Venoso Periférico em PediatriaBoas Práticas na Obtenção e Manutenção do Acesso Venoso Periférico em Pediatria
Boas Práticas na Obtenção e Manutenção do Acesso Venoso Periférico em Pediatria
 
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
Períodos Perioperatórios: Pré Operatório AULA 4
 
Centrocirurgicoe 140827063934-phpapp02
Centrocirurgicoe 140827063934-phpapp02Centrocirurgicoe 140827063934-phpapp02
Centrocirurgicoe 140827063934-phpapp02
 
Atividades no pré e trans operatório
Atividades no pré e trans operatórioAtividades no pré e trans operatório
Atividades no pré e trans operatório
 
Histerectomia cuidados de enfermagem
Histerectomia cuidados de enfermagemHisterectomia cuidados de enfermagem
Histerectomia cuidados de enfermagem
 
Infecções Sitio Cirurgico
Infecções Sitio CirurgicoInfecções Sitio Cirurgico
Infecções Sitio Cirurgico
 
Classificação das cirurgias
Classificação das cirurgiasClassificação das cirurgias
Classificação das cirurgias
 
Assistência ao paciente em ventilação mecânica
Assistência ao paciente em ventilação mecânicaAssistência ao paciente em ventilação mecânica
Assistência ao paciente em ventilação mecânica
 

Semelhante a Manual cir. 2017 hrl r2

Terapia antineoplasica graziela_0110(2)
Terapia antineoplasica graziela_0110(2)Terapia antineoplasica graziela_0110(2)
Terapia antineoplasica graziela_0110(2)Kayo Alves Figueiredo
 
AULA ISC - CIRURGICA CC.pdf INFECÇÃO CIRUGICA
AULA ISC - CIRURGICA CC.pdf INFECÇÃO CIRUGICAAULA ISC - CIRURGICA CC.pdf INFECÇÃO CIRUGICA
AULA ISC - CIRURGICA CC.pdf INFECÇÃO CIRUGICATHIALYMARIASILVADACU
 
Protocolos -cir_cardiaca
Protocolos  -cir_cardiacaProtocolos  -cir_cardiaca
Protocolos -cir_cardiacadoriene
 
aulatemposcirurgicos-140521160158-phpapp02.pdf
aulatemposcirurgicos-140521160158-phpapp02.pdfaulatemposcirurgicos-140521160158-phpapp02.pdf
aulatemposcirurgicos-140521160158-phpapp02.pdfRodolfoFreitas21
 
Assepsia e antissepsia
Assepsia e antissepsiaAssepsia e antissepsia
Assepsia e antissepsiaDanilo Modesto
 
Biosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagemBiosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagemGabriela Montargil
 
Apostila de biossegurança nas ações de enfermagem
Apostila de biossegurança nas ações de enfermagemApostila de biossegurança nas ações de enfermagem
Apostila de biossegurança nas ações de enfermagemDouglas Oliveira
 
ESCOVAÇÃO CIRURGICA DAS MÃOS-convertido.pptx
ESCOVAÇÃO CIRURGICA DAS MÃOS-convertido.pptxESCOVAÇÃO CIRURGICA DAS MÃOS-convertido.pptx
ESCOVAÇÃO CIRURGICA DAS MÃOS-convertido.pptxElissandraMalaquias
 
PARAMENTAÇÃO - TECNICAS DE PR22EPARO.pdf
PARAMENTAÇÃO - TECNICAS DE PR22EPARO.pdfPARAMENTAÇÃO - TECNICAS DE PR22EPARO.pdf
PARAMENTAÇÃO - TECNICAS DE PR22EPARO.pdfStephanieVieira24
 
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptassistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptbianca375788
 
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptassistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptgizaraposo
 
Assistencia enfermagem-cirurgica
Assistencia enfermagem-cirurgicaAssistencia enfermagem-cirurgica
Assistencia enfermagem-cirurgicaFatianeSantos
 

Semelhante a Manual cir. 2017 hrl r2 (20)

Terapia antineoplasica graziela_0110(2)
Terapia antineoplasica graziela_0110(2)Terapia antineoplasica graziela_0110(2)
Terapia antineoplasica graziela_0110(2)
 
AULA ISC - CIRURGICA CC.pdf INFECÇÃO CIRUGICA
AULA ISC - CIRURGICA CC.pdf INFECÇÃO CIRUGICAAULA ISC - CIRURGICA CC.pdf INFECÇÃO CIRUGICA
AULA ISC - CIRURGICA CC.pdf INFECÇÃO CIRUGICA
 
Aula SOBECC 2011 Cristiane Pavanello
Aula  SOBECC 2011 Cristiane PavanelloAula  SOBECC 2011 Cristiane Pavanello
Aula SOBECC 2011 Cristiane Pavanello
 
Aula tempos cirurgicos
Aula tempos cirurgicosAula tempos cirurgicos
Aula tempos cirurgicos
 
Protocolos -cir_cardiaca
Protocolos  -cir_cardiacaProtocolos  -cir_cardiaca
Protocolos -cir_cardiaca
 
aulatemposcirurgicos-140521160158-phpapp02.pdf
aulatemposcirurgicos-140521160158-phpapp02.pdfaulatemposcirurgicos-140521160158-phpapp02.pdf
aulatemposcirurgicos-140521160158-phpapp02.pdf
 
Instrumentação cirúrgica thaty
Instrumentação cirúrgica thatyInstrumentação cirúrgica thaty
Instrumentação cirúrgica thaty
 
Assepsia e antissepsia
Assepsia e antissepsiaAssepsia e antissepsia
Assepsia e antissepsia
 
Biosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagemBiosegurança nas ações de enfermagem
Biosegurança nas ações de enfermagem
 
Catarina cirurgia
Catarina cirurgiaCatarina cirurgia
Catarina cirurgia
 
Katia02
Katia02Katia02
Katia02
 
Aula 1.ppt
Aula 1.pptAula 1.ppt
Aula 1.ppt
 
Apostila de biossegurança nas ações de enfermagem
Apostila de biossegurança nas ações de enfermagemApostila de biossegurança nas ações de enfermagem
Apostila de biossegurança nas ações de enfermagem
 
Katia
KatiaKatia
Katia
 
ESCOVAÇÃO CIRURGICA DAS MÃOS-convertido.pptx
ESCOVAÇÃO CIRURGICA DAS MÃOS-convertido.pptxESCOVAÇÃO CIRURGICA DAS MÃOS-convertido.pptx
ESCOVAÇÃO CIRURGICA DAS MÃOS-convertido.pptx
 
PARAMENTAÇÃO - TECNICAS DE PR22EPARO.pdf
PARAMENTAÇÃO - TECNICAS DE PR22EPARO.pdfPARAMENTAÇÃO - TECNICAS DE PR22EPARO.pdf
PARAMENTAÇÃO - TECNICAS DE PR22EPARO.pdf
 
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptassistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
 
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptassistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
 
Assistencia enfermagem-cirurgica
Assistencia enfermagem-cirurgicaAssistencia enfermagem-cirurgica
Assistencia enfermagem-cirurgica
 
Pre operativo
Pre operativoPre operativo
Pre operativo
 

Último

cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 

Último (8)

cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 

Manual cir. 2017 hrl r2

  • 1. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 1 Recomendações para Prevenção de Infecção em Sítio Cirúrgico Brasília - DF 2017
  • 2. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 2 HOSPITAL DA REGIÃO LESTE Autor: Drª FLAVIA OLIVEIRA COSTA Médica Infectologista do NCIRAS- HRL
  • 3. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 3 Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) podem ser classificadas como: 1. ISC Incisional Superficial: acomete pele e tecido celular subcutâneo 2. ISC Incisional Profunda: acomete fáscia e músculo 3. ISC Órgão / Cavidade: acomete sítios inferiores à camada muscular, ex.: cavidade peritoneal São consideradas ISC as que ocorrem até 30 dias de sua realização quando não há implantes e até 90 dias as que recebem implantes. Cuidados referentes à Profilaxia Cirúrgica: O paciente cirúrgico deve ser avaliado em três momentos distintos: 1. Pré-operatório 2. Intra-operatório 3. Pós-operatório 1. Cuidados no Pré-Operatório: Intervir em fatores intrínsecos ao paciente (exceto em situações de urgência/emergência) - Instruir o paciente a parar de fumar 30 dias antes da cirurgia - Compensar as doenças de base (p.ex diabetes) - Reduzir o excesso de peso - Descontinuar ou reduzir a dose de corticoesteróides Realizar exames específicos e gerais, inerentes ao pré-operatório cirúrgico de grande porte e conforme necessidade da especialidade. Avaliação e tratamento de focos no pré-operatório. Caso não haja tempo ,em caso de urgência, descrever em prontuário as condições dentária do paciente Busca de focos infecciosos EAS + urocultura Rx de tórax Swab nasal (p/ pacientes já internados há mais de 15 dias) Realizar descolonização em pacientes colonizados por S. aureus ou internado há mais de 15 dias (na indisponibilidade de Swab nasal)
  • 4. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 4 - Banho com clorexidine degermante (1 x ao dia) + Mupirocina nasal, inguinal, cubital e atrás das orelhas de 12/12h pelo período mínimo 03 dias e idealmente 05 dias. Manter descolonização por mais 05 dias de pós- operatório.  Banho com clorexedina O banho com antisséptico está reservado para situações especiais como antes da realização de cirurgias de grande porte, cirurgias com implantes ou em situações específicas como surtos. Como Executar: - Na noite anterior ao dia da cirurgia - No dia da cirurgia, 2 horas antes do procedimento cirúrgico, banho com clorexedina degermante a 2 ou 4%. - Deve ser banho de corpo inteiro, de aspersão caso o paciente deambule, ou no leito, caso seja acamado. - Usar 180ml de solução de clorexedina por banho. - Após ensaboar o corpo, deixar o sabão agir por 3 a 4 minutos e enxaguar todo o excesso. Recomendações: 1) Incluir a higiene do couro cabeludo e os cuidados com as unhas. 2) Os cabelos devem estar secos no momento de encaminhar o paciente ao Centro Cirúrgico 3) Fornecer toalhas limpas ao paciente 4) Enfatizar a importância da higiene oral 5) Orientar previamente o paciente, nas cirurgias eletivas, quanto aos cuidados pré- operatórios e o banho com clorexidina degermante. 6) Realizar a troca da roupa de cama ou da maca de transporte após o banho e antes do paciente deitar-se novamente. 7) Entender e considerar o processo da higiene pré-operatória como prioridade.
  • 5. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 5  Enfatizar a importância da higiene oral; nos casos que houver previsão de entubação orotraqueal fazer higiene oral com clorexidina 0,12%. - Após a escovação diária realizar bochecho com solução oral de clorexedina 0,12%(disponível na farmácia) na noite anterior e na manhã do procedimento cirúrgico  Controle rigoroso das glicemias nas 24 h que precedem a cirurgia nos pacientes diabéticos, visando glicemias < 150 mg/dL  Não realizar tricotomia na sala cirúrgica. 2.Cuidados no Intra-operatório  Tricotomia Não deve ser feita de rotina, se os pelos tiverem que ser removidos, deve-se fazê- lo imediatamente antes da cirurgia, utilizando tricotomizadores elétricos, e fora da sala de cirurgia. O uso de laminas está contra indicado a. A tricotomia deve ser realizada com tricotomizador elétrico b. Não deve ser realizada na sala cirúrgica pois,a dispersão de pelos soltos podem potencialmente contaminar o sítio cirúrgico e o campo estéril. Deve ser realizada na área de RPA (recuperação pós-anestésica) c. Imediatamente antes de entrar na sala cirúrgica d. Cremes depilatórios não devem ser utilizados, sob o risco de causar reações adversas. e. Deve-se tomar extremo cuidado para não causar cortes na pele  Controle de glicemia a) Manter a normoglicemia, evitando-se os riscos de hipoglicemia e de hiperglicemia (idealmente abaixo de 180 mg/dL). b) Recomenda-se realizar glicemia capilar de 1/1h. Instalar insulinoterapia IV contínua em caso de duas glicemias consecutivas acima de 150 mg/dL
  • 6. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 6  Controle de temperatura Corporal Tanto a hipotermia (<35º) e quanto hipertermia associam-se com maior índice de sangramento infecção de sítio cirúrgico e eventos cardiovasculares A recomendação é manter a temperatura corpórea acima de 35,5ºC no período perio-peratório.  Antisepsia cirúrgica das mãos a) O procedimento deve durar 3 a 5 minutos; utiliza-se água de torneira, escova estéril impregnada com degermante e compressa estéril. A técnica deve seguir as orientações da ANVISA. b) Deve-se atentar para a limpeza das unhas, utilizando-se uma espátula para retirar a sujidade debaixo delas; c) Não é recomendado o uso de água quente, que favorece o ressecamento da pele. d) Remover todos os adornos das mãos e antebraços, como anéis, relógios e pulseiras, antes de iniciar a degermação ou antissepsia cirúrgica das mãos; e) É proibido o uso de unhas artificiais; f) Manter unhas curtas; g) Manter o leito ungueal e subungueal limpos, As luvas cirúrgicas, em cirurgias com implante de prótese, devem ser trocadas ANTES do implante, ao mudar o sítio de cirurgia e a cada 2 a 3 horas de cirurgia. Em caso de enluvamento duplo as duas luvas devem ser trocadas  Circulação de pessoal a) Manter as portas das salas cirúrgicas fechadas durante o ato operatório; b) Limitar o número de pessoas na sala operatória, manter o número de pessoas necessário para atender o paciente e realizar o procedimento; c) Evitar abrir e fechar a porta da sala operatória desnecessariamente; d) Não levar celular, bolsas e alimentos para dentro da sala cirúrgica.  Preparo da pele do paciente Os seguintes cuidados devem ser seguidos durante o preparo intraoperatório da pele do paciente: a) Lavar a área a ser operada com solução anti-septica degermante a base de clerexedina a 4% ou PVPI a 10% e após, enxaguar com solução fisiológica e remover compressa estéril, retirando todo resíduo. Após, aplicar a solução alcóolica e deixar secar naturalmente.
  • 7. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 7 b) A solução alcóolica deve secar naturalmente pelo risco de queimadura quando em contato com a placa de bisturi c) Realizar degermação do membro ou local próximo da incisão cirúrgica antes de aplicar solução antisséptica; d) Realizar a antissepsia no campo operatório no sentido centrífugo circular (do centro para a periferia) e ampla o suficiente para abranger possíveis extensões da incisão, novas incisões ou locais de inserções de drenos, com solução alcoólica de PVPI ou clorexidina. e) Pode ser usado clorexedina com PVPI desde que respeitado intervalo de 5 minutos entre uma solução e outra (em caso de falta e necessidade de misturar degermante de um com solução de outro)  Drenos A inserção dos drenos geralmente deve ocorrer no momento da cirurgia, preferencialmente em uma incisão separada, diferente da incisão cirúrgica; a recomendação é fazer uso de sistemas de drenagens fechados, e a remover o mais breve possível. Não se justifica manutenção de antibioticoprofilaxia pela presença de dreno.  Paramentação A equipe de campo cirúrgico deve fazer uso de paramentação completa (avental e luvas estéreis, touca, óculos, máscara). O avental cirúrgico, juntamente com as luvas constitui barreira contra a liberação de microorganismos da pele da equipe e contaminação do campo operatório. a) Devem ser utilizadas luvas estéreis (de procedimento cirúrgico). Enluvamento duplo com troca das duas luvas a cada 3 horas de procedimento b) A máscara cirúrgica deve cobrir totalmente a boca e nariz e deve ser utilizada ao entrar na sala cirúrgica se o instrumental estiver exposto ou se cirurgia estiver em andamento, a fim de impedir a contaminação da área cirúrgica, bem como do instrumental cirúrgico por microorganismos originados do trato respiratório superior da equipe cirúrgica. c) Não conversar ou cantar durante a cirurgia. d) Se notar que a máscara facial está úmida, solicitar sua troca à circulante. Pois, nessa situação perde seu papel de filtro. e) Antes de se paramentar o profissional que participará do procedimento cirúrgico
  • 8. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 8 deve remover os adornos (anéis, pulseiras, relógios etc).  Antibioticoprofilaxia Algumas recomendações devem ser observadas no que tange ao emprego da antibioticoprofilaxia: • Conhecimento da flora microbiana colonizadora do sítio cirúrgico; • Atividade do agente profilático escolhido deve abranger a maioria dos patógenos prováveis de causarem infecção; • O agente profilático deve ser administrado numa dose que proporcione uma concentração tissular efetiva antes da contaminação bacteriana intra-operatória; • Dose: Cefazolina 2g EV e ≥ 90 Kg usar 3g EV. Administrar 30 minutos antes da incisão cirúrgica; • se vancomicina usar 1g EV 1 hora antes da incisão cirúrgica (rápida infusão de vancomicina pode causar hipotensão, o que pode ser perigoso durante a indução anestésica, portanto administrá-la em 1h); • Se quinolona administrá-la 2 horas antes do procedimento. • A vancomicina poderá ser empregada em clínicas onde o MRSA for causa frequente de infecção de sítio cirúrgico ou em pacientes previamente colonizados com MRSA. • Pacientes alérgicos a penicilinas e cefalosporinas ,optar por clindamicina, quinolona ou vancomicina (sendo esta a última opção) • Repique - em procedimentos com duração  3 horas, usar dose única de cefazolina. Procedimentos que durem por mais de 3 horas demandam uma dose efetiva adicional. • Procedimentos com perdas sanguíneas de 1500ml ou hemodiluição, independente do tempo cirúrgico, requerem repique. • Pacientes portadores de MRSA - Aqueles que necessitam submeter-se a tratamento cirúrgico, recomendamos a descolonização tópica prévia do MRSA. Se a descolonização prévia não for possível, e quando a profilaxia está indicada, o esquema deverá incluir o uso de vancomicina;
  • 9. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 9 • Pacientes em uso de antibiótico - Quando o paciente apresenta uma patologia infecciosa que requeira tratamento antibiótico e necessite de intervenção cirúrgica, recomendamos ajustar a dose, garantindo a administração em horário próximo à cirurgia e nível tecidual durante todo o procedimento. De acordo com cada caso, o antibiótico terapêutico será mantido posteriormente, por período variável, conforme prescrição prévia, para continuidade do tratamento anterior. Propriedades farmacológicas dos antimicrobianos. Antibiótico Meia-vida Dose terapêutica Intervalo usual das doses (horas) Repique* Ampicilina/sulbactam 1 hora 1-2g 06 02 Cefazolina 1,5 hora 1-2g 08 03 Cefuroxime 1,2 hora 750mg 08 03 Cefoxitina 40-60 minutos 1g 06 02 Clindamicina 2,5 horas 600mg 08 04 Ciprofloxacino 7,5 horas 200mg 12 12 Gentamicina 2-4 horas 1,5-2,0mg/Kg 08 08 Metronidazol 8 horas 500mg 08 08 Vancomicina 4-8 horas 500mg 06 08  A dose intra-operatória deve ser duas vezes a meia-vida, para manter níveis séricos adequados. CIRURGIA GERAL PROCEDIMENTO DROGA DOSE NA INDUÇÃO Gastroduodenal (a) Cefazolina 2g EV Colecistectomia aberta e Cefazolina 2g EV
  • 10. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 10 Vídeo-laparoscópica (b) Hérnia não recidivada Hérnia recidivada ou com prótesec Cefazolina Cefazolina 2g EV 2g EV Esofágica Gentamicina + Clindamicina Ou cefazolina + Clindamicina 240mg EV + 600mg EV 2g + 600mg EV Apendicectomia d Gentamicina + Metronidazol 240mg EV + 500mg EV Esplenectomia e,f Cefazolina 2g CPREg Ciprofloxacina Ou Ceftazidima 400mg EV 2g EV Trauma abdominal h Gentamicina + Clindamicina ou Genta +Metronidazol 240mg EV + 600mg EV 240mgEV+ 500mg EV Hepatobiliares Cefazolina 2g EV Cefazolina 2g EV Ampicilina/sulbactam 3g EV Clindamicina 600mg EV; Gentamicina 5mkg/kg Ciprofloxacina 400 mg EV Metronidazol 500mg EV a. Profilaxia em pacientes com alto risco: hemorragias, neoplasias, estenose pilórica, uso de bloqueador H2, obesidade mórbida, gastrostomia endoscópica percutânea. b. Profilaxia indicada em pacientes com alto risco: maiores de 60 anos, colecistite aguda recente, colangite, cirurgia biliar prévia e coledocolitíase. c. Em procedimentos sob anestesia local recomenda-se a realização de antibioticoprofilaxia com dose única de cefazolina na indução anestésica. d. Nas apendicites com peritonite, abscesso ou perfuração trata-se de antibioticoterapia e não profilaxia. e. Vacinação anti-pneumocócica 2 semanas antes da cirurgia eletiva e, na cirurgia de urgência, vacinar na alta, após a fase de catabolismo nos casos indicados segundo a literatura. f. Antibioticoprofilaxia nos pacientes com esquistossomose. g. Proporcionar cobertura contra Pseudomonas aeruginosa.
  • 11. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 11 h. Profilaxia somente recomendada se na laparotomia não for evidenciada lesão de vísceras ocas. CIRURGIA TORÁCICA PROCEDIMENTO ANTIBIOTICO DROGA DURAÇÃO Drenagem torácica Trauma Penetrante Sim Cefazolina -1g EV cada 8 horas 24h Trauma Fechado Não Pneumectomias Sim Cefazolina única CIRURGIA COLOPROCTOLÓGICA PROCEDIMENTO ANTIBIOTICO DROGA DURAÇÃO Hemorroidectomia aberta Não Hemorroidectomia fechada sim Gentamicina + Clindamicina ou Metronidazol + .Ampicilina/sulbactam ùnica Cólon e íleo a Sim Gentamicina + Clindamicina Ou Metronidazol + Ampicilina/sulbactam 24h-72h Gentamicina 5mg/kg EV + Clindamicina 600mg EV ou Metronidazol 500 mg EV + Ampicilina/sulbactam 3g EV a. Limpeza mecânica no pré-operatório. NEUROCIRURGIA PROCEDIMENTO ATB DROGA DURAÇÃO Hérnia Discal e Laminectomias Sim Cefazolina 2g Dose única Cirurgia coluna com fixação com instrumental Sim Cefazolina 2g 24 h Fístula liquórica e Não Eficácia não
  • 12. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 12 Dose indução : Cefazolina 2g EV. Repique : Fazer 2g EV a cada 3 horas de procedimento Dose na indução: Clindamicina 600mg EV e repetir se necessário a cada 4 horas MASTOLOGIA PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DROGA DURAÇÃO Mastectomia Sim Cefazolina única Cefazolina 2g EV CIRURGIA GINECOLÓGICA PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DROGA DURAÇÃO Histerectomia (vaginal e abdominal) Sim Cefazolina única Curetagem Sim Cefazolina única Retocele Sim Cefazolina única Cistocele Sim Cefazolina única Laparotomia Sim Cefazolina única Laparoscopia sim Cefazolina única Inserção de DIU Não Biópsia endometrial Não Histeroscopia a Não Cefazolina Histerossalpingografia Não Cefazolina Cefazolina 2g EV a. Exceto se o exame mostrar tubas dilatadas – usar doxiciclina 100 mg 12/12h por cinco dias. b. Usar clindamicina 600mg EV em alérgicos a cefalosporinas. c. Usar ciprofioxacino 400mg EV ou gentamicina 240mg EV em caso de presença de infecção e manter no pós-operatório como terapêutico. Cirurgias vídeoassistidas seguem a mesma recomendação. CIRURGIA UROLÓGICA PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DROGA Cistoscopia Não pneumoencéfalo pós-trauma estabelecida
  • 13. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 13 Orquiectomia Não Postectomia Não Varicocele/Hidrocele Não Vasectomia Sim Cefazolina Prostatectomia (RTU/PTV/Laser) Sim b Levofloxacina ou cipro Uretrotomia interna Sim Levofloxacinaou cipro Uretroplastia aberta Sim Cefazolina Sling sintético Sim Cefazolina Cistectomia c Sim Ampicilina/Sulbactam Nefrectomia Sim Cefazolina CirurgiaVídeo Sim Cefazolina Nefrolitotripsia percutânea (coraliforme) Sim Levofloxacina ou cipro Prótese peniana Sim Cefazolina + Gentamicina Bíopsia prostática Sim Levofloxacina ou cipro Pielografia Sim Cefazolina Ureteroscopia Sim Cefazolina Stent (duplo J) Sim Cefazolina Estudo urodinâmico e Cistoscopia Sim d Ciprofloxacina Cefazolina 2g EV na indução anestésica. Repique 1g 4/4h e manutenção 1g EV de 8/8h até completar o período acima determinado. Levofloxacina 500mg EV dose única. Ampicilina/Sulbactam 3g EV e mantendo 3g EV de 6/6h por 24h. Gentamicina 5mg/Kg Max 240mg/dia Ciprofloxacina 500 mg VO 4 horas antes do procedimento. a. Urocultura prévia negativa. A urocultura positiva demanda tratamento de acordo com o antibiograma ou operar na vigência de terapia antimicrobiana. b. Profilaxia indicada em pacientes com cateterização prolongada, urocultura positiva ou desconhecida. Em situações em que o paciente apresentar bacteriúria assintomática e havendo necessidade urgente de cirurgia, deve-se adotar a seguinte conduta baseada na urocultura com antibiograma: iniciar o tratamento no dia da cirurgia e manter o antibiótico até a retirada da sonda vesical ou até completar o tratamento por 10 dias. c. Antibioticoprofilaxia tanto na derivação interna (neo-bexiga) quanto na derivação externa (Bricker). d. Realizar antibioticoprofilaxia somente em pacientes com alto volume residual, diabéticos e com bexiga neurogênica
  • 14. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 14 CIRURGIA ORTOPÉDICA PROCEDIMENTO ANTIBIÓTICO DROGA DURAÇÃO Fixação de fratura fechada Sim Cefazolina única Fratura de quadril com uso de pinos Sim Cefazolina única Artroplastia Sim Cefazolina 24h Cirurgias limpas sem uso de próteses Não recomendado - - Cefazolina 2g EV e manter 1g EV de 8/8h por 24 h em artroplastia. Em pacientes > 90kg usar doses de cefazolina 3g e vancomicina de 1,5g na indução. Classificação de Gustilo-Anderson modificada para Fraturas expostas Tipo I Fratura exposta, limpa, exposição < 1cm Tipo II Fratura exposta > 1cm de extensão, sem dano excessivo das partes moles, sem retalhos ou avulsões Tipo III Fratura segmentar, ou com dano excessivo de partes moles, ou amputação traumática Tipo IIIA Dano extenso das partes moles, lacerações, fraturas segmentares, ferimentos por arma de fogo (baixa velocidade), com boa cobertura óssea de partes moles Tipo IIIB Cobertura inadequada de partes moles ao osso Tipo IIIC Com lesão arterial importante, requerendo reparo Fraturas com sujidade grosseira, considerar como IIIC
  • 15. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 15 Fraturas fechadas A) Cefazolina 2g EV na indução anestésica. Repique com 1g a cada 3/3h. B) Clindamicina 600mg EV na indução anestésica. Repique com 600mg a cada 6 horas de cirurgia Fraturas expostas Grau I A) Cefazolina 2g EV. Repique de 3/3 horas. Manter 1g 8/8hs até completar 48horas B) Clindamicina 600g EV. Repique de 600mg 4/4h. .Manter clindamicina 600mg de 6/6h ate 48h. Grau II A) Oxacilina 2g + Gentamicina 1mg/kg (dose máxima de 240mg/dia ,infundir em 1 hora) por 7 dias. B) Clindamicina 600mg + Gentamicina 1mg/kg (Max 240mg) Manter o esquema com clindamicina 600mg 6/6hs + Gentamicina 3mg/kg (Max 240mg ) 7 dias C) Cefazolina 2g + Gentamicina 1mg/kg (no 1o atendimento) e manter o esquema com cefazolina 1g 8/8hs + Gentamicina 3mg/kg(Max 240mg) 7 dias *Na falta da gentamicina, a amicacina pode ser utilizada na dose de 15mg/kg em dose única diária. Dose máxima 1g/dia, infusão em 1 hora Grau III A) Clindamicina 600mg + Gentamicina 1mg/kg (Máx 240mg/dia)e manter o esquema com clindamicina 600mg 6/6hs + Gentamicina 3mg/kg/dia por 5 a 7 dias. B) Cefazolina 2g + Gentamicina 1mg/kg (no 1o atendimento) e manter o esquema com cefazolina 1g 6/6hs + Gentamicina 3mg/kg/dia por 5 a 7 dias (máximo de 240mg/dia, infusão em 1 hora) Na suspeita de infecção por anaeróbios (por ex, queda em bueiros) associar metronidazol 500mg EV 8/8hs ou clindamicina 600mg EV 6/6hs
  • 16. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 16 3.Cuidados no Pós-Operatório  Antibioticoprofilaxia O objetivo da antibioticoprofilaxia é reduzir a carga microbiana da pele no momento da incisão cirúrgica. Não há benefícios na extensão do uso de antibioticoprofilaxia além das 24horas de pós-operatório. Além de selecionar microbiota atrapalha diagnóstico de infecções latentes.  Avaliação de curativos a) O primeiro curativo cirúrgico deve ser feito pelo cirurgião, após o procedimento cirúrgico, (utilizar OPSITE em esternorrafias) b) O curativo deve ser trocado diariamente, e sempre que se apresentar molhado, solto ou com sujidade c) Manter descobertas as feridas com bom aspecto de cicatrização e sem exsudato. d) Em feridas com cicatrização por primeira intenção (bordos aproximados por suturas), realizar o curativo com soro fisiológico 0,9%, com toque suave 1 . Curativo de feridas com cicatrização por primeira intenção (bordos aproximados por sutura) a) Recomenda-se permanecer com curativo estéril por 24 h a 48 h, exceto se houver drenagem da ferida ou indicação clínica; b) O primeiro curativo cirúrgico deverá ser realizado pela equipe médica ou enfermeiro especializado. O enfermeiro poderá realizar o curativo a partir do segundo dia de pós-operatório (PO) ou conforme conduta; c) Substituir o curativo antes das 24 h ou 48 h se molhar, soltar, sujar ou a critério médico; d) Remover o curativo anterior com luvas de procedimento; e) Realizar o curativo com toque suave de SF 0,9% em incisão cirúrgica; f) Avaliar local da incisão, se não apresenta exsudato manter as incisões expostas até a remoção da sutura. Nestes casos recomenda-se higienizar as incisões com água e sabão comum durante o banho e secar o local com toalhas limpas e secas; g) Registrar o procedimento e comunicar a equipe médica em casos de sangramento excessivo, deiscências e sinais flogísticos.
  • 17. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 17 2. Curativos de feridas com cicatrização por segunda e terceira intenção (bordos separados) a) Feridas com tecido de granulação: utilizar coberturas que mantenham o meio úmido, como: hidropolímero, hidrogel, AGE, alginato de cálcio e rayon com petrolato; b) Feridas cavitárias: utilizar alginato de cálcio, carvão (cuidado com as proeminências ósseas), hidropolímero e hidrogel; c) Feridas com hipergranulação: utilizar rayon com petrolato, bastão com nitrato de prata e curativos de silicone; d) Feridas com fibrina viável (branca): utilizar coberturas que mantenham o meio úmido, como hidropolímero, hidrogel, AGE, alginato de cálcio, carvão ativado e rayon com petrolato. Remover apenas quando apresentar excessos; e) Feridas com tecido necrótico: utilizar hidrogel ou colagenase. Caso não ocorra melhora evolutiva, solicitar a avaliação da cirurgia plástica; f) Feridas infectadas: sugerir avaliação da clínica médica e CCIH quanto à necessidade de identificação do microorganismo para terapêutica adequada. Utilizar carvão ativado, hidropolímero com prata e alginato com prata; g) Feridas com tecido de epitelização e bordas: proteger o frágil tecido neoformado com AGE ou rayon com petrolato 3. Conduta para a Realização de Curativo em Paciente com Fixador Externo Limpar os locais de inserção dos pinos com Soro Fisiológico 0,9% removendo crostas e sujidades. Após, realizar toque de álcool a 70%; primeiro na inserção dos pinos, depois na área periferida e por último, no fixadorPosteriormente, ocluir com gazes, acolchoado e atadura de crepom. 4. Tipos de Curativos: A escolha do curativo depende do tipo de ferida, estágio de cicatrização e processo de cicatrização de cada paciente. Os aspectos da ferida com relação à presença de inflamação, infecção, umidade e condições das bordas da ferida devem ser avaliados.
  • 18. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 18
  • 19. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 19 Tipo de Cobertura Ação Indicação
  • 20. GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL Secretaria de Estado de Saúde - SES Hospital da Região Leste Núcleo de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde 20 Tipo de Cobertura Ação Indicação Bibliografia 1. Série : Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. 2017 2. Guia Sanford 2017.