O documento discute estratégias de inovação em produtos populares no Brasil. Analisa conceitos de produto e mercado popular, caracteriza o mercado brasileiro e identifica orientações estratégicas de empresas por meio de estudos de caso, concluindo que redução de custos é elemento central devido às limitações de renda dos consumidores.
As Orientações Estratégicas da Inovação em Produtos Populares
1. MÁRIO NASCIMENTO – MARIOAMARAL@GMAIL.COM
WWW.REACTIONCONSULTORIA.COM.BR
RESUMO ARTIGO: As Orientações Estratégicas da Inovação em Produtos Populares
2. Artigo
As Orientações Estratégicas da
Inovação em Produtos Populares
(RAC, 2008)
OBJETIVO
I. Conceituar produtos populares
II. Dimensionar e caracterizar os seus mercados
no Brasil
III. Identificar as orientações estratégicas da
inovação nestes mercados.
AUTORES
Paulo Tromboni de Souza Nascimento
Abraham Sin Oih Yu
Maria Cecília Sobral
marioamaral@gmail.com
3. INTRODUÇÃO
Contextualização Histórica - As multinacionais instalavam-se primeiro
para vender produtos importados, depois instalavam fábricas. Por fim, as
filiais mais ousadas criaram capacitação tecnológica local para adaptar
produtos (Ronstadt, 1984)
“Consumidor Pobre” - É preciso haver produtos concebidos para o
consumidor pobre (Prahalad e Lieberthal,1998)
Inovação - A inovação industrial decorre do encontro entre possibilidades
técnicas e oportunidades de mercado. (Freeman, 1974)
Gestão da Inovação - Um aspecto central da gestão da inovação: a
dificuldade de coordenar a divisão intelectual do trabalho (Krishnan &
Ulrich, 2001).
Extratos Teóricos em Destaque
marioamaral@gmail.com
4. METODOLOGIA
ANÁLISE CONCEITUAL DE DADOS SECUNDÁRIOS + ESTUDO DE CASO
A temática exigiu um trabalho de conceituação. Ex: O que se entende por produto e mercado populares?
Para dimensionar e caracterizar o mercado popular no Brasil recorreu-se à Pesquisa Nacional de
Domicílios [PNAD] do IBGE (2001) e aos dados do O Brasil em números (2002).
Para identificar os segmentos de produtos populares utilizou a Pesquisa de Orçamento Familiar; (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas da USP (1999)
Para uma primeira aproximação do tema das estratégias empresariais de inovação voltadas ao mercado
popular, optou-se por coletar artigos na imprensa geral que tratassem de empresas fabricantes de produtos
populares.
Esgotada a etapa anterior, procedeu-se a estudos de caso.
Os casos foram escolhidos a partir da entrevista com um diretor de compras de uma rede de supermercados.
marioamaral@gmail.com
5. PRODUTO POPULAR
I. PRODUTO POPULAR
Relacionado prioritariamente a atender aos consumidores das classes de menor
renda;
Preço baixo e qualidade são requisitos fundamentais para este mercado;
Não precisa ser necessariamente o mais barato de sua categoria, deve oferecer
condições (crédito, pontos de venda, atendimento às necessidades do
consumidor) que facilitem e viabilizem a sua aquisição.
Podem-se identificar situações em que consumidores mais abastados venham a
se interessar em adquirir esse produto.
Sobral, Assis e Farias (2005).
Carnês,
Consignado..
Tradeoff
marioamaral@gmail.com
6. II. MERCADO BRASILEIRO
DE PRODUTOS POPULARES
Classe C e D: ganham de 2 a 10 salários
mínimos e são 85 milhões de pessoas
Potencial de consumo de ~US$ 124
bilhões
• Não se abordou a classe E, do ponto de vista
da inovação, as classes C e D oferecem maior
variedade
• 60% dos gastos são itens básicos
(alimentação, gás, energia…). Todo o seu
dinheiro vai para o consumo. Praticamente
não há poupança.
• Ou seja, produtos populares têm de ser
baratos.
*124 bilhões inclui a Emarioamaral@gmail.com
7. III. ESTRATÉGIAS PARA MERCADOS DE PRODUTO POPULAR NA MÍDIA
Com base nos artigos de mídia impressa, foram definidos 9
fatores chaves de sucesso:
1 - os setores de atuação; massas, biscoitos, bebidas,
supermercados; carro popular e motocicleta 125 cc, higiene e
limpeza (sabão, fralda, xampu etc.).
2 - o preço baixo; preços significativamente menores e
condições de compra (pequenas prestações, sem garantias)
3 - a concepção do produto; modificação dos próprios
produtos. Ex: Gol, oferecendo preços baixos, utilizando só um
modelo de aeronave e eliminando serviços a bordo;
4 - a promoção; não abrem mão da qualidade. Um erro
cometido pelo Barateiro foi de introduzir 1000 artigos com
marca própria, com preços baixos mais qualidade sofrível.
5 - a praça; Os pontos de distribuição preferidos são as
pequenas lojas de varejo, fogem dos grandes pelo poder
de barganha fora dos grandes centros urbanos
marioamaral@gmail.com
8. III. ESTRATÉGIAS PARA MERCADOS DE PRODUTO POPULAR NA MÍDIA
6 - a distribuição física; deve ser de baixo custo e ter agilidade
na entrega.
7 - o processo produtivo; tendo em vista a enorme importância
do preço, é preciso tirar o máximo proveito das escalas e
eficiências de produção para reduzir custos unitários.
8 - a agilidade no desenvolvimento de produtos; a
capacidade de captar as alterações de preferências
populares e conseguir desenvolver e lançar rapidamente
produtos que atendam à demanda é essencial para o seu
crescimento.
9 - a tecnologia; não são setores de tecnologia de ponta nem
de inovações radicais. Utilizam, tecnologias disponíveis
para atender a necessidades específicas, buscando
maximizar as possibilidades de redução desse custo.
Tradeoff com
Segurança e
Qualidade
Menor, menos
burocracia e
hierarquia
marioamaral@gmail.com
9. ESTUDO DE CASO
Entrevistaram os gestores para saber a estratégia de inovação de pequenas empresas
tradicionais fundadas nos anos 50 e 60.
O primeiro elemento confirmado foi a extrema preocupação com custos
Convenção, a empresa verticalizou a produção de garrafas PET e reduziu o seu peso,
economizando matéria-prima e terceirizou a produção na baixa temporada
Alaska produz sorvetes com sua tecnologia para serem comercializados sob a marca de
terceiros, reduz custo aumentando a escala de produção
A Scala embala as pontas de macarrão que sobram no processo. Gera assim um produto
de baixo valor que seria descartado
Scala e Convenção, fogem dos grandes varejistas para evitar o poder de barganha
deles
As empresas não são dedicadas exclusivamente ao segmento popular.
Asseguram escala de produção, mas mantêm produtos para outros segmentos.
10. CASOS Na estratégia geral de
inovação, constata-se que
todas são empresas
seguidoras dos líderes
setoriais.
A Convenção e a Scala imitam
produtos importados.
Já a Mastra, dada a definição
pelo mercado de reposição,
persegue as montadoras de
automóveis e seus
fornecedores.
A atuação da Alaska é um
pouco mais original,
mas incorpora um elemento de
atendimento da demanda
expressa pelos seus
clientes, que pedem produtos
com características próprias.
O processo de inovação apesar de
“existir”, não são formalizados. As
empresas pequenas são informais e isso
favorece a integração e inovação mas
maneira desestrurada.
marioamaral@gmail.com
11. CONCLUSÃO - Custo o Elemento Central
As limitações de renda dos compradores de produtos
populares gera uma resposta das empresas de garantir
o preço mais baixo possível com uma qualidade
aceitável
Isso põe desafios próprios para a gestão da inovação. Por outro
lado, existe grande oportunidade nesse mercado dado o volume de
pessoas e financeiro envolvido e a concorrência baixa e local.
Cabe as empresas adotarem estratégias de inovação consistentes
para aproveitarem essa situação.
CUSTO!
marioamaral@gmail.com