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A Romanização da Península Ibérica –
a integração de uma região periférica no
universo imperial.
Romanização
Transmissão da cultura romana aos povos conquistados;
Processo lento, atingiu de forma desigual todo o império.

A mesma cultura

As mesmas instituições

Os mesmos modelos artísticos

As mesmas leis (Direito romano)

O mesmo urbanismo

A mesma estrutura social

A mesma língua (na parte oriental do
império muitos falavam grego)

Os mesmos deuses (a liberdade religiosa
era a norma, mas existia em comum o culto
do imperador)
Prof. Susana Simões
Os Romanos chegam à Península Ibérica em 218 a.C. em consequência das
guerras púnicas (Cartago). Se no Sudeste os povos não apresentaram grande
resistência, o mesmo não aconteceu no Norte e Centro. A conquista da Península
Ibérica estendeu-se por dois séculos.

Instalada a Pax Romana, Octávio
procedeu à organização administrativa da
Península seguindo o exemplo romano:
Divisão da Península em três províncias e criação de conventos jurídicos conventus juridici (subdivisões administrativas organizadas em torno da cidade
onde se realizavam as reuniões- conventus):

Lusitanea- com capital em Emerita Augusta (Mérida);
Tarraconensis – com capital em Tarraco (Tarragona);
Baetica, centrada em Corduba (Córdova)
Prof. Susana Simões
Agentes da romanização/ instrumentos de aculturação das populações
submetidas ao domínio romano:

Exército e a imigração:
- Exército constituído por soldados romanos (contactos e miscigenação com os
povos locais facilitam a difusão da cultura romana);
- A população local integra o exército romano;
- Os italianos fugidos da crise política em Roma (séc. I a.C.) fixam residência na
Hispânia;

Prof. Susana Simões
Autoridades provinciais:
- Estabeleceram um clima de paz e segurança que atraiu as populações nativas
para as cidades e desenvolveu uma atração pela civilização romana;
- Fundaram escolas onde os filhos dos chefes indígenas eram educados à
maneira romana,( mais tarde constituiriam as elites locais com posições de
destaque na administração local);

Prof. Susana Simões
Língua, Religião e Direito:
- O latim tornou-se a língua comum (poderoso elemento de uniformização
cultural);

- Os deuses e cultos romanos acabaram por substituir as antigas divindades e
cultos locais (que não foram proibidos);
- Todo o Império rege-se pelas mesmas leis (garante da ordem da segurança e da
paz);
(o Direito/ leis romanas refletem o pensamento, os valores e a ideia de justiça dos
romanos);

Prof. Susana Simões
A romanização arrastou consigo o desenvolvimento da vida urbana;
As Cidades:
- eram polos de atração para os habitantes locais;
- foram renovadas ou fundadas (as novas tinham um estatuto jurídico diferente);
a) Colónias cidades novas povoadas por romanos:
- antigos militares reformados (emeritus) cuja carreira era recompensada com
terras – Emerita Augusta (Mérida);
- imigrantes que escolhiam viver nas regiões;
- As colónias tinham direitos e privilégios semelhantes aos de Roma – cidades de
Direito Romano e de cidadania plena (os seus habitantes podiam ser eleitos para
Roma);
- Contribuíam para a aculturação dos povos locais - os indígenas abandonavam as
suas antigas povoações para viver nestas colónias;
Prof. Susana Simões
b) Municípios eram cidades já existentes, habitadas por populações
nativas (que os romanos distinguiam com privilégios);
- os habitantes tinham o Direito Latino (cidadania incompleta) e só excecionalmente
podiam ter o Direito Romano;
- tinham autonomia administrativa (instituições semelhantes às de Roma);

c) Cidades estipendiárias tinham um estatuto jurídico inferior e eram
obrigadas a pagar um
imposto – stipendium (por terem resistido mais tempo ao
domínio romano);
- não tinham Direito Latino ou Romano, nem cidadania, nem autonomia
administrativa;
- na 2ª metade do séc. I algumas foram elevadas ao estatuto de municípios (um sinal
da romanização o que aproximou os conquistadores dos conquistados); - processo
concluído com a extensão do direito de cidadania em 212 (Édito de Caracala);
Prof. Susana Simões
Desenvolvimento económico e rede viária:
As cidades da Península Ibérica (sobretudo as do Norte e centro) desenvolveram-se
economicamente com a chegada dos romanos:
- produção de cereais, vinho, azeite e criação de gado dinamizada nas villae (grandes
unidades de exploração agrícola);
- crescimento das forjas, olarias, tecelagens, indústria conserveira, construção
naval, extração de sal, fabrico do garum (pasta feita a partir do peixe salgado);

Desenvolvimento do comércio nas feiras e
mercados (circulação da moeda) apoiado
por uma extensa rede viária que ligava os
principais centros de todo o Império.

Prof. Susana Simões

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Romanização da Península Ibérica

  • 1. A Romanização da Península Ibérica – a integração de uma região periférica no universo imperial.
  • 2. Romanização Transmissão da cultura romana aos povos conquistados; Processo lento, atingiu de forma desigual todo o império. A mesma cultura As mesmas instituições Os mesmos modelos artísticos As mesmas leis (Direito romano) O mesmo urbanismo A mesma estrutura social A mesma língua (na parte oriental do império muitos falavam grego) Os mesmos deuses (a liberdade religiosa era a norma, mas existia em comum o culto do imperador) Prof. Susana Simões
  • 3. Os Romanos chegam à Península Ibérica em 218 a.C. em consequência das guerras púnicas (Cartago). Se no Sudeste os povos não apresentaram grande resistência, o mesmo não aconteceu no Norte e Centro. A conquista da Península Ibérica estendeu-se por dois séculos. Instalada a Pax Romana, Octávio procedeu à organização administrativa da Península seguindo o exemplo romano: Divisão da Península em três províncias e criação de conventos jurídicos conventus juridici (subdivisões administrativas organizadas em torno da cidade onde se realizavam as reuniões- conventus): Lusitanea- com capital em Emerita Augusta (Mérida); Tarraconensis – com capital em Tarraco (Tarragona); Baetica, centrada em Corduba (Córdova) Prof. Susana Simões
  • 4. Agentes da romanização/ instrumentos de aculturação das populações submetidas ao domínio romano: Exército e a imigração: - Exército constituído por soldados romanos (contactos e miscigenação com os povos locais facilitam a difusão da cultura romana); - A população local integra o exército romano; - Os italianos fugidos da crise política em Roma (séc. I a.C.) fixam residência na Hispânia; Prof. Susana Simões
  • 5. Autoridades provinciais: - Estabeleceram um clima de paz e segurança que atraiu as populações nativas para as cidades e desenvolveu uma atração pela civilização romana; - Fundaram escolas onde os filhos dos chefes indígenas eram educados à maneira romana,( mais tarde constituiriam as elites locais com posições de destaque na administração local); Prof. Susana Simões
  • 6. Língua, Religião e Direito: - O latim tornou-se a língua comum (poderoso elemento de uniformização cultural); - Os deuses e cultos romanos acabaram por substituir as antigas divindades e cultos locais (que não foram proibidos); - Todo o Império rege-se pelas mesmas leis (garante da ordem da segurança e da paz); (o Direito/ leis romanas refletem o pensamento, os valores e a ideia de justiça dos romanos); Prof. Susana Simões
  • 7. A romanização arrastou consigo o desenvolvimento da vida urbana; As Cidades: - eram polos de atração para os habitantes locais; - foram renovadas ou fundadas (as novas tinham um estatuto jurídico diferente); a) Colónias cidades novas povoadas por romanos: - antigos militares reformados (emeritus) cuja carreira era recompensada com terras – Emerita Augusta (Mérida); - imigrantes que escolhiam viver nas regiões; - As colónias tinham direitos e privilégios semelhantes aos de Roma – cidades de Direito Romano e de cidadania plena (os seus habitantes podiam ser eleitos para Roma); - Contribuíam para a aculturação dos povos locais - os indígenas abandonavam as suas antigas povoações para viver nestas colónias; Prof. Susana Simões
  • 8. b) Municípios eram cidades já existentes, habitadas por populações nativas (que os romanos distinguiam com privilégios); - os habitantes tinham o Direito Latino (cidadania incompleta) e só excecionalmente podiam ter o Direito Romano; - tinham autonomia administrativa (instituições semelhantes às de Roma); c) Cidades estipendiárias tinham um estatuto jurídico inferior e eram obrigadas a pagar um imposto – stipendium (por terem resistido mais tempo ao domínio romano); - não tinham Direito Latino ou Romano, nem cidadania, nem autonomia administrativa; - na 2ª metade do séc. I algumas foram elevadas ao estatuto de municípios (um sinal da romanização o que aproximou os conquistadores dos conquistados); - processo concluído com a extensão do direito de cidadania em 212 (Édito de Caracala); Prof. Susana Simões
  • 9. Desenvolvimento económico e rede viária: As cidades da Península Ibérica (sobretudo as do Norte e centro) desenvolveram-se economicamente com a chegada dos romanos: - produção de cereais, vinho, azeite e criação de gado dinamizada nas villae (grandes unidades de exploração agrícola); - crescimento das forjas, olarias, tecelagens, indústria conserveira, construção naval, extração de sal, fabrico do garum (pasta feita a partir do peixe salgado); Desenvolvimento do comércio nas feiras e mercados (circulação da moeda) apoiado por uma extensa rede viária que ligava os principais centros de todo o Império. Prof. Susana Simões