Este documento descreve o processo de romanização da Península Ibérica após a conquista romana. Os romanos trouxeram sua cultura, instituições, leis e língua, transformando gradualmente a região. Eles estabeleceram três províncias e cidades que serviram como centros do poder romano e da difusão de sua civilização.
A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder político
Romanização da Península Ibérica
1. A Romanização da Península Ibérica –
a integração de uma região periférica no
universo imperial.
2. Romanização
Transmissão da cultura romana aos povos conquistados;
Processo lento, atingiu de forma desigual todo o império.
A mesma cultura
As mesmas instituições
Os mesmos modelos artísticos
As mesmas leis (Direito romano)
O mesmo urbanismo
A mesma estrutura social
A mesma língua (na parte oriental do
império muitos falavam grego)
Os mesmos deuses (a liberdade religiosa
era a norma, mas existia em comum o culto
do imperador)
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3. Os Romanos chegam à Península Ibérica em 218 a.C. em consequência das
guerras púnicas (Cartago). Se no Sudeste os povos não apresentaram grande
resistência, o mesmo não aconteceu no Norte e Centro. A conquista da Península
Ibérica estendeu-se por dois séculos.
Instalada a Pax Romana, Octávio
procedeu à organização administrativa da
Península seguindo o exemplo romano:
Divisão da Península em três províncias e criação de conventos jurídicos conventus juridici (subdivisões administrativas organizadas em torno da cidade
onde se realizavam as reuniões- conventus):
Lusitanea- com capital em Emerita Augusta (Mérida);
Tarraconensis – com capital em Tarraco (Tarragona);
Baetica, centrada em Corduba (Córdova)
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4. Agentes da romanização/ instrumentos de aculturação das populações
submetidas ao domínio romano:
Exército e a imigração:
- Exército constituído por soldados romanos (contactos e miscigenação com os
povos locais facilitam a difusão da cultura romana);
- A população local integra o exército romano;
- Os italianos fugidos da crise política em Roma (séc. I a.C.) fixam residência na
Hispânia;
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5. Autoridades provinciais:
- Estabeleceram um clima de paz e segurança que atraiu as populações nativas
para as cidades e desenvolveu uma atração pela civilização romana;
- Fundaram escolas onde os filhos dos chefes indígenas eram educados à
maneira romana,( mais tarde constituiriam as elites locais com posições de
destaque na administração local);
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6. Língua, Religião e Direito:
- O latim tornou-se a língua comum (poderoso elemento de uniformização
cultural);
- Os deuses e cultos romanos acabaram por substituir as antigas divindades e
cultos locais (que não foram proibidos);
- Todo o Império rege-se pelas mesmas leis (garante da ordem da segurança e da
paz);
(o Direito/ leis romanas refletem o pensamento, os valores e a ideia de justiça dos
romanos);
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7. A romanização arrastou consigo o desenvolvimento da vida urbana;
As Cidades:
- eram polos de atração para os habitantes locais;
- foram renovadas ou fundadas (as novas tinham um estatuto jurídico diferente);
a) Colónias cidades novas povoadas por romanos:
- antigos militares reformados (emeritus) cuja carreira era recompensada com
terras – Emerita Augusta (Mérida);
- imigrantes que escolhiam viver nas regiões;
- As colónias tinham direitos e privilégios semelhantes aos de Roma – cidades de
Direito Romano e de cidadania plena (os seus habitantes podiam ser eleitos para
Roma);
- Contribuíam para a aculturação dos povos locais - os indígenas abandonavam as
suas antigas povoações para viver nestas colónias;
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8. b) Municípios eram cidades já existentes, habitadas por populações
nativas (que os romanos distinguiam com privilégios);
- os habitantes tinham o Direito Latino (cidadania incompleta) e só excecionalmente
podiam ter o Direito Romano;
- tinham autonomia administrativa (instituições semelhantes às de Roma);
c) Cidades estipendiárias tinham um estatuto jurídico inferior e eram
obrigadas a pagar um
imposto – stipendium (por terem resistido mais tempo ao
domínio romano);
- não tinham Direito Latino ou Romano, nem cidadania, nem autonomia
administrativa;
- na 2ª metade do séc. I algumas foram elevadas ao estatuto de municípios (um sinal
da romanização o que aproximou os conquistadores dos conquistados); - processo
concluído com a extensão do direito de cidadania em 212 (Édito de Caracala);
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9. Desenvolvimento económico e rede viária:
As cidades da Península Ibérica (sobretudo as do Norte e centro) desenvolveram-se
economicamente com a chegada dos romanos:
- produção de cereais, vinho, azeite e criação de gado dinamizada nas villae (grandes
unidades de exploração agrícola);
- crescimento das forjas, olarias, tecelagens, indústria conserveira, construção
naval, extração de sal, fabrico do garum (pasta feita a partir do peixe salgado);
Desenvolvimento do comércio nas feiras e
mercados (circulação da moeda) apoiado
por uma extensa rede viária que ligava os
principais centros de todo o Império.
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