A Psicologia Social é definida como a ciência que estuda o comportamento humano influenciado pelo contexto social. O documento discute tópicos como como o ser humano se torna social através da necessidade de interação, o papel das normas e leis na determinação de papéis sociais, e a importância da linguagem e do pensamento crítico na formação da identidade e consciência de si. A entrevista trata da escolha da área, função, perspectivas, pontos positivos e negativos da Psicologia Social.
2. DEFINIÇÃO:
• A Psicologia Social seria a ciência que estuda o comportamento de
indivíduos no que ele é influenciado socialmente.
• Desde cedo o ser humano já nasce cercado por outros indivíduos,
desde cedo os grupos já fazem parte da vida do ser humano, assim
como as famílias, as escolas, o trabalho, a igreja, amigos e etc. Ou
seja, em todo tempo o indivíduo vive cercado de influências, seja
pelos outros, seja pelas culturas, seja pelos costumes.
3. Como o ser humano se torna social?
• Silvia Lane fala da necessidade do indivíduo de outras pessoas
por questão de sobrevivência e que sua vida será caracterizada
por participações em grupo.
4. Leis e Normas
• Desde o primeiro momento da vida, o indivíduo está inserido
num contexto histórico marcado por regras, leis, padrões de
vida. E que essas “Normas/Leis” é o que caracterizam os papeis
sociais.
5. Identidade Social
• Diante de uma diversidade de identidades, o indivíduo vai se
descobrindo como um indivíduo diferente, distinto dos outros.
• É neste sentido que questionamos quanto a “identidade
social” e “papéis” exercem uma mediação ideológica, ou
seja, criam uma ilusão” de que os papéis ao “naturais e
necessários” e que a identidade é conseqüência de “opções
livres” que fazemos no nosso conviver social, quando, de
fato, são as condições sociais decorrentes da produção da
vida material que determinam os papéis e a nossa
identidade social. (LANE, 2006)
6. Consciência de Si
• Ao invés do indivíduo apenas reproduzir o esperado pelos
grupos que os cercam e ser julgado bem ajustado, este indivíduo
o questiona a sua história de vida, questionando os papéis
quanto a sua determinação e suas funções históricas, somente
desta forma é que o indivíduo consegue ser um agente de
mudança sociais.
7. Linguagem
• A linguagem que está inserido em todas as atividades sociais:
artes, religião, modas, tecnologias, educação, formas de lazer,
etc.
• A linguagem surge para transmitir ao outro o resultado, os
detalhes de uma atividade ou da relação entre uma ação e uma
consequência.
• A linguagem tem o poder de manipulação,
meio de comunicação e influência.
8. A contra-arma do poder da palavra se
encontra na própria natureza do
significado: é ampliá-lo, é questioná-lo, é
pensar sobre ele e não, simplesmente,
agir em resposta a uma palavra. Entre a
palavra e a ação deverá sempre existir o
pensamento para não sermos dominados
por aqueles que detêm o poder da
palavra.(LANE, 2006)
9. Pensar a realidade e os significados
atribuídos a ela, questionando de forma a
desenvolver ações diferenciadas, isto é,
novas formas de agir, que por sua vez serão
objeto do seu pensar, é que o permitirá
desenvolver a consciência de si mesmo, de
seu grupo social e de sua classe como
produtos históricos da sociedade, cabendo a
este ser agente da sua história pessoal e
social, decidindo se manter ou transformar
a sociedade.
10. ENTREVISTA
• 01.O que lhe fez escolher a Psicologia Social?
•
Primeiro a ideia de que toda Psicologia ela é Social. A
ideia de que o lugar do psicólogo de fato é dentro dos
processos de coletividade e aí quando eu tive no 4°
semestre da faculdade, quando entrei em contato com os
textos da Sílvia Lane, desses primeiros psicólogos, da
SA... Baia,que traziam a Psicologia Social, dentro de uma
perspectiva desse compromisso de transformação, isso
me chamou muito atenção e quando eu entrei em contato
com Paulo Freire, ele não é psicólogo, mas trabalha com
a área da pedagogia, da pedagogia da Libertação e isso
fez com que eu me reconhece como psicólogo Social.
11. • 02. Sua função na Instituição é como Psicólogo Social?
Sou professor da Universidade dentro da área de
Psicologia Jurídica, mas minha experiência foi dentro do
campo Social, tanto do âmbito social vinculado com
direito penal, como também direito de família. Eu sempre
trabalhei na área social, mas voltado pra prática do
direito, pra prática judiciário.
ENTREVISTA
12. • 03. Falando um pouco dessa área Social, qual perspectiva de
crescimento? A Psicologia Social pode melhorar?
Sim, principalmente no Brasil e na América Latina de forma
Geral, a gente tem uma Psicologia Social que é muito
particular que é construída muito visceralmente e por conta
disso ela, ela tende, ela busca atender uma demanda de
processos que é muito maior e por tentar atender esse
processos maiores e ela acaba se especializando, ela acaba
se transformando, ela acaba entrando num lugar de constante
reflexão, de constante transformação. A Psicologia Social
desde a década de 80 ela já vem passando por transformação
significativas e acredito que ela vá continuar passando por
transformações significativas de 2015 pra frente.
ENTREVISTA
13. ENTREVISTA
• 04. Quais os pontos positivos da Psicologia Social?
Todo campo da Psicologia ela vem se modificando, o que
acontece com a Psicologia Social é que o Psicólogo
Social ele está com o pé no chão e no meio das pessoas
como mais frequência, de forma mais intensa. Essa
relação intensa que o Psicólogo estabelece com as
comunidades, através das políticas públicas isso
configura uma construção não tão idealizada da
Psicologia, mas uma construção que é crível, que é
material, que é completa que produz resultados
significativos.
14. • 05. Existe os pontos a melhorar na Psicologia Social, quais
seriam os pontos negativos?
•
Da Psicologia Social propriamente dito não, mas Como o
Estado, Como as políticas Públicas elas ligam com a questão
do Psicólogo Social, ou muitas vezes não ligam. Na ausência
de Políticas Públicas, na execução mal elaborada das políticas
públicas, isso meio que consome o profissional da área da
Psicologia, principalmente o Psicólogo Social a atuar de
maneira deturpada e algumas vezes não da espaço pra que o
Psicólogo atue de maneira correta, eu acho que não é do
campo científico da Psicologia Social, é muito mais as relações
que se estabelece com o poder público, ou que o poder
público estabelece com o campo da Psicologia Social.
ENTREVISTA
15. • 06. Qual a média salarial de um Psicólogo Social?
Vai depender de onde esse Psicólogo está inserido, por
exemplo que ele for pra assistência social a média
salarial é de 1.500,00 à 2.000,00. Mas se ela já entra
numa ONG, pode ser menos do que 1.500,00 ou como
pode ser mais do que 1.500,00. A gente tem relatos de
alguns Psicólogos que trabalha com questões de
Vulnerabilidade referente a Violência, que trabalha
com Apoio e Proteção a Vítima de Violência, que o
Psicólogo ganha mais de 3.000,00 à 4.000,00. Mas a
média salarial do estado do Ceará pra todos os
Psicólogos, boa parte deles é de 1.500,00 à 2.000,00.
ENTREVISTA
16. • 07. Como se da a Interdisciplinaridade dos demais
profissionais da Instituição com o Psicólogo Social?
Na época em que eu estava nas unidades prisionais e
dentro da vara de execução de penas alternativas, meu
trabalho era diretamente com o Serviço Social, todo
planejamento e cabeçamento de idéias ele era feito
através dessa relação dialógica e também tinha relação
com operadores do direitos, os advogados, as vezes os
advogados dificultando os serviços, mas a vezes
favorecendo ou facilitando, Juízes, Defensores Públicos,
Promotores Públicos. A relação basicamente entre o
Serviço Social, Psicologia e o Direito.
ENTREVISTA
17. • 08. Qual a estatística de formandos escolherem a Psicologia Social e a
Psicologia Clínica? Como o você avalia isso?
Eu acho que é um defeito da nossa formação acadêmica, por exemplo a
gente tem hoje dados que boa parte dos (proximais) formandos do
Estado do Ceará eles vão trabalhar com as Políticas Públicas e
especialmente as Políticas Públicas de Assistência Social, ou seja, vão
pra CRAS e pra CREAS. E os Psicólogos que saem das Universidades,
ainda saem com a visão muito clínica, de achar que o trabalho clínico
dentro do setting terapêutico vai favorecer, fornecer o sustento da
família. Isso é um grande engano,a clínica ela acaba sendo um paralelo,
a um complemento de renda. Mas a grande fonte de renda dos
profissionais hoje é dentro das Políticas Públicas, não só de Assistência
Social, mas de família, de saúde, enfim... De todos os pontos onde a
Psicologia ela pode estar entrando, ela vem entrando ao longo desse
tempo e os profissionais eles saem com essa visão clínica e vão para
esse espaços que são coletivos e sociais com essa visão clínica e as
vezes querem fazer atendimento individual no CRAS e isso é erro, isso
vai contra a LOAS Lei Orgânica da Assistência Social, vai contra os
próprios manuais de referências técnicas que são adotados pelo
conselho federal de Psicologia. É preciso ter cuidado, que a clínica é um
dos campos de atuação, hoje no Brasil não é o prioritário e esse modelo
de atuação clínica ele não pode ser reproduzido dentro das Políticas
Públicas.
ENTREVISTA
18. • 09. Como você avalia hoje a possibilidade da entrada no mercado de
trabalho na Psicologia Social?
Hoje dentro do trabalho da Psicologia Social, principalmente dentro
das Políticas Públicas é o campo que mais emprega Profissionais.
Hoje no Estado do Ceará a gente não tem, aí eu falo baseado na
pesquisa do Conselho Regional, a gente não tem altos índices de
desemprego pra categoria, o que a gente vai ter são altos índices de
precarização com baixos salários, com falta de equipamentos
necessário e de terceirização de profissional de Psicologia. ou seja é
um profissional que tem campo de trabalho, mas que é um campo de
trabalho que precisa ser melhor qualificado, existe campo de trabalho
para todas as pessoas, mas nem todos os campos de trabalho são
adequados e fornecem condições muito objetivas pro Psicólogo ser
um bom profissional. As vezes o Psicólogo ele precisa se virar nos
trinta pra conseguir exercer sua profissão. Pensando nessa lógica do
Mercado de trabalho, existe espaço, mas não um espaço qualificado.
ENTREVISTA