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PROJETO DESPERTAR: INTERVENÇÃO VIA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA
COM ADOLESCENTES DE BAIXA RENDA EM TERESINA - PIAUÍ.
JOSEANE PATRÍCIA LOPES DE MELO ARAÚJO, Faculdade Integral Diferencial - FACID,
joseanepati@hotmail.com
JUSCISLAYNE BIANCA TAVARES DE MORAIS, Faculdade Integral Diferencial - FACID,
juscystavares@hotmail.com
LIDIANE DE ARAÚJO SOUSA, Faculdade Integral Diferencial - FACID,
lidiannearaujo1@hotmail.com
NAIRA RAVANNY DE SOUZA LIMA, Faculdade Integral Diferencial - FACID,
Naira_ravanny@hotmail.com
NATHASSIA POLLYNE COLAÇO GONÇALVES, Faculdade Integral Diferencial - FACID,
nathpcg@hotmail.com
VALÉRIA SENA CARVALHO, FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL – FACID,
vasena@uol.com.br
RESUMO
A Psicologia Social Comunitária surge como uma nova abordagem dentro do movimento da
psicologia aplicada para lidar com os problemas de comportamento humano, desenvolvendo ações
de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde psicológica e psicossocial, tanto em nível
individual quanto coletivo, priorizando o coletivo. Valoriza, assim, a construção de práticas
comprometidas com a transformação social, em direção a uma ética voltada para a emancipação
humana (autogestão). O Projeto Despertar foi um trabalho de intervenção realizado pelas estagiárias
de psicologia no Núcleo de Atenção Intergeracional NAI Wall Ferraz, localizado no Bairro Santa
Maria da Codipi em Teresina - Piauí. A clientela da instituição é composta por crianças e
adolescentes de 07 a 17 anos de ambos os sexos. O Projeto teve como objetivo assistir o adolescente
em situação de vulnerabilidade social proporcionando um espaço de reflexão acerca de temas
relacionados à sua realidade. Como suporte metodológico utilizou-se para a coleta de dados e
desenvolvimento de atividades a observação-participante a qual consiste na assimilação e
compreensão do modo de vida através de uma ação direta (inserção e convivência real) e uma ação
intelectual (analítica, sistemática). No período de 04 meses foram realizados encontros semanais
que contavam com a participação de 27 adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos. As estagiárias
realizaram atividades de exposição de vídeos, dinâmicas de grupo, dramatizações e rodas de
discussão. Foram promovidas também ações a partir das necessidades do público-alvo, identificadas
através do diálogo e do entendimento das suas próprias necessidades e das formas de atendê-las. A
avaliação do trabalho desenvolvido evidenciou que a troca de informações entre estagiárias,
supervisores, funcionários e usuários da instituição foi mútua e positiva. O que predominou durante
o planejamento e realização das atividades foi o anseio de que estas fossem realmente
mobilizadoras e o mais próximas possível da realidade dos sujeitos envolvidos, constituindo-se em
um verdadeiro exercício de cidadania. Este projeto propôs ainda romper barreiras, desmistificar
concepções errôneas da atuação do psicólogo dentro da comunidade. Desta forma pode-se
considerar de grande importância o papel da Psicologia Social Comunitária, pois esta pode ajudar
no desenvolvimento do senso crítico, autonomia e da conscientização do papel de sujeito enquanto
cidadão e transformador da sua realidade.
Palavras chaves: adolescentes, comunidade, núcleo de atenção integeracional, psicologia social
comunitária.
1 INTRODUÇÃO
A Psicologia Social Comunitária surge como uma nova abordagem dentro do
movimento da psicologia aplicada para lidar com os problemas de comportamento humano,
desenvolvendo ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde psicológica e
psicossocial, tanto em nível individual quanto coletivo, priorizando o coletivo.
O Projeto Despertar foi um trabalho de intervenção realizado no Núcleo de Atenção
Intergeracional NAI Wall Ferraz, localizado em Teresina - Piauí. A clientela da instituição é
composta por crianças e adolescentes de 07 a 17 anos de ambos os sexos que se encontram em
situação de vulnerabilidade física ou social tendo passado ou passando por violência física, sexual
psicológica ou condições de pobreza.
O Projeto Despertar teve como objetivo assistir o adolescente em situação de
vulnerabilidade social proporcionando um espaço de reflexão acerca de temas relacionados à sua
realidade. Pretendeu-se ainda compreender os reflexos dos fenômenos sociais dentro do grupo de
adolescentes a partir do enfoque da psicologia social comunitária.
Desta forma pode-se considerar de grande importância o papel do psicólogo
comunitário, pois este pode ajudar a promover qualidade de vida na comunidade identificando,
definindo e compreendendo os fenômenos sociais no âmbito comunitário.
Participar de trabalhos de campo em áreas que possam articular conhecimento,
competências, habilidades e atitudes de intervenção comunitária no grupo de adolescentes visando
promover o desenvolvimento da consciência e do senso crítico bem como a ampliação da percepção
acerca das situações do cotidiano, além da autonomia dos sujeitos envolvidos colaborando, desta
forma, para a melhoria da qualidade de vida.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Psicologia Social Comunitária
Gomes (1999) aponta que qualquer instituição social mais ou menos importante como
matrimonio, família, parentesco, tribo, fabrica ou empresa é considerado comunidade, contudo isso
se aplica somente quando os membros que a compõem interagem entre si.
Freitas e Guareschi (apud COSTA & BRANDÃO, 2005) conceituam comunidade como
dimensão espaço/temporal na qual os sujeitos são compreendidos com foco em suas relações, sendo
constituídos por meio destas, em uma constante dialética entre individual e coletivo. Nesse contexto
a comunidade se expressa como espaço de construção de cidadania, no qual todas as falas trazem
elementos importantes de suas realidades sociais, que posteriormente subsidiaram a realização de
intervenções que sejam compatíveis com o modo de vida das pessoas que a compõem.
Neste contexto a Psicologia Social Comunitária surge como uma nova abordagem
dentro do movimento da psicologia aplicada para lidar com os problemas de comportamento
humano, enfatizando os fatores intrapsíquicos e determinantes da saúde mental no ambiente social.
Prado (2002) ressalta que a Psicologia Comunitária aponta a idéia de que valores morais
compartilhados definem a participação democrática, tornando os sujeitos mais políticos e
conscientes. Dessa maneira a vivência comunitária contribuiria para o crescimento individual e da
comunidade na conquista de seus direitos enfatizando valores como a ética da solidariedade.
Desta forma, essa vertente se caracteriza por trabalhar os sujeitos sociais com o objetivo
de conscientizá-los acerca de sua condição social tornando-os verdadeiros agentes transformadores
de sua realidade. Nessa perspectiva o trabalho do psicólogo social comunitário refere-se também a
mobilização da comunidade na busca de melhores condições de vida.
2.2 A Psicologia Social Comunitária através do tempo
A Psicologia Social Comunitária tem bases teóricas na psiquiatria social preventiva a
partir de práticas psicoterápicas que abordavam questões e objetos de estudo para o trabalho em
grupos no contexto social. Sob a influência da filosofia francesa e do movimento institucionalista,
as práticas dos psicólogos passaram a ser criticamente avaliadas a partir de referenciais
antropológicos, históricos e políticos (ARENDT, 1997).
Com surgimento na América Latina a Psicologia Social Comunitária fundamenta-se nos
movimentos comunitários e nos profissionais de Saúde Mental Comunitária, em meados da década
de 1960, insatisfeitos com o modelo biomédico de compreensão e atuação no campo da saúde
mental.
No Brasil, a Psicologia Social Comunitária surgiu para responder a uma demanda de
exclusão social na qual se encontrava grande parte da população no Regime Militar, sendo uma
reação ao pensamento liberal apresentando um caráter mais comunitarista pretendendo excluir os
antagonismos sociais (CAMPOS, 2007).
A Psicologia Social Comunitária sofreu forte influência do processo histórico e político
do Brasil, percorrendo também o desenvolvimento da própria Psicologia. Nos anos 50, os projetos
de cunho educativo de combate ao analfabetismo atendiam somente a elite. A partir dos anos 60,
começou-se a pensar sobre as necessidades básicas da população colocando do outro lado os
interesses da elite e do Estado. Essa perspectiva foi reforçada pelos trabalhos de Paulo Freire que
incentivavam a consciência crítica da população levando-a protestar pelos seus direitos.
Em 1962, há o reconhecimento da Psicologia como profissão no Brasil, seguido
modelos dos Estados Unidos da América (EUA). Ainda nesta década ocorreu o período do Regime
Militar, no qual houve forte censura da imprensa, opressão de sindicatos e a estudantes além da
perseguição a quem fosse contra ideais desse movimento político.
Na década de 70, ainda com a presença do regime militar, a psicologia começa a se
preocupar com a situação da população que vivia situação de miséria da população. Nessa
perspectiva a Psicologia começa a sair do individualismo e se tornar mais política.
Nos anos 80 surge a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) e com ela
se amplia as discussões sobre Psicologia Comunitária. Seguido este movimento amplia-se os
trabalhos dos psicólogos junto a população nos anos 90 atuando em instituições que visam o bem-
estar da comunidade em geral.
2.3 A inserção do psicólogo na comunidade
Segundo Campos (2007) o psicólogo atuando na área da psicologia social comunitária
poderá desenvolver seu trabalho em diversos locais da comunidade, tais como: postos de saúde,
creches, bairros populares, instituições de promoção do bem estar social, entre outros.
Entre os locais onde o psicólogo pode atuar em conjunto com outros profissionais como
em uma rede social é o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). O CRAS é uma
unidade pública da política de assistência social de base municipal, integrante do Serviço Único de
Assistência Social (SUAS). Ele se localiza em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco
social, destinado à prestação de serviços e programas de proteção social básica às famílias e
indivíduos, promovendo ainda a articulação destes serviços no seu território de abrangência, e uma
atuação intersetorial na perspectiva de potencializar a proteção social (Centro de Referência Técnica
em Psicologia e Políticas Públicas - CREPOP, 2007).
A inserção do psicólogo na comunidade, segundo Freitas (apud PRADO, 2002) deve
levar em conta três aspectos:
• Que as necessidades da população é que devem indicar os caminhos para a prática do
psicólogo em comunidade, significando portanto que os objetivos deveriam ser
definidos a posteriori;
• O trabalho deve implicar na construção conjunta de canais e alternativas para que a
população assuma seu cotidiano, fomentando relações mais solidárias e éticas e
desenvolvendo uma consciência crítica;
• Apesar das incertezas e das delimitações que vão acontecendo durante o processo de
inserção, o psicólogo tem um domínio específico para a sua ação, ligado aos
processos psicossociais que perpassam o cotidiano das pessoas.
O profissional poderá subsidiar sua intervenção em diferentes campos que envolvam
políticas e ações relacionadas à comunidade em geral e as ditas minorias compostas grupos étnico-
raciais, religiosos, de gênero, geracionais, de orientação sexual, de classes sociais e de outros
segmentos socioculturais, com vistas à realização de projetos da área social e/ou definição de
políticas públicas.
2.4 A adolescência em foco
Atualmente muitas das políticas públicas estão voltadas para os adolescentes que se
encontram em uma fase da vida na qual ocorre um conjunto de mudanças evolutivas na maturação
física e biológica, no ajustamento psicológico e social do indivíduo. É uma etapa da vida marcada
por escolhas e transformações em que os adolescentes enfrentam realidades diferentes das que já
enfrentaram; vivendo constantes desafios, com relação a problemas reais ou a situações imaginárias
perante o mundo, que espera dele respostas adequadas em várias situações (ABERASTURY, 1981).
Na adolescência se desenvolve um conjunto de mudanças evolutivas na maturação
física e biológica, no ajustamento psicológico e social do indivíduo. É uma etapa da vida marcada
por escolhas e transformações em que os adolescentes enfrentam realidades diferentes das que já
enfrentaram; vivendo constantes desafios, com relação a problemas reais ou a situações imaginárias
perante o mundo, que espera dele respostas adequadas em várias situações (PAPALIA, 2006).
Sabendo- se que nessa fase a personalidade do indivíduo é dinâmica e volátil, logo
torna-se importante que o psicólogo realize um verdadeiro trabalho de esclarecimento, pois somente
com a educação e os conhecimentos advindos desta, que o adolescente poderá agregar esses valores
à subjetividade ainda em construção. Trabalhar temáticas concernentes a realidade pessoal e social
desses sujeitos permitem-lhe o despertar critico e mobolizador em torno de sues contextos (LUNA
& SILVA, 2004).
Sabe-se que a violência, em suas inúmeras modalidades e expressões, vem se tornando
um problema banalizado em nossa sociedade, quer seja devido à divulgação de fatos do cotidiano
ou dados estatísticos, ou a uma sensação difusa de insegurança e desconfiança que se propaga.
Institui-se, assim, um círculo vicioso no qual “a violência gera o medo, mas este gera igualmente a
violência” (CHESNAIS apud MILANI, 1999).
Sabe-se que durante a crise da adolescência, o jovem necessita formar grupos. Muitas
vezes para mascarar sua fragilidade, alguns desses grupos de adolescentes adquirem uma postura
agressiva e estereotipada. Nesses casos, o adolescente torna-se agente de exclusão, sob o risco de
formar grupos rivais. Entre os fatores para que os adolescentes tenham sido incluídos nessa trama
da violência é a dificuldade dos pais, profissionais de educação e de saúde, e governantes em
compreenderem as características e necessidades dessa etapa (MARTINS, 2003).
Embora existam múltiplas formas de família em nossa sociedade, distintas dos moldes
tradicionais, o fato é que, independente de sua estrutura, a família é o primeiro grupo, a primeira
escola, a primeira comunidade e a primeira experiência de exercício da cidadania que todo
indivíduo vivência, sendo essa experiência profundamente marcante e, muitas vezes, determinante
da trajetória de vida. No entanto, freqüentemente o convívio familiar é marcado pela violência
doméstica – cujas principais vítimas são crianças, adolescentes e mulheres (SAFFIOTI apud
MILANI, 1999).
Essa fragilidade interior do adolescente, muitas vezes mascarada sob atitudes agressivas
e de desdém pelo outro, é uma das causas de sua vulnerabilidade a tantos fatores de risco – álcool,
drogas, DST/AIDS, violência etc. (MILANI, 1999). A desconstrução da violência exige o
envolvimento dos sujeitos, das instituições e da sociedade.
Diante da realidade que o jovem está exposto atualmente, o psicólogo pode trabalhar a
conscientização de seu papel de transformador da realidade na qual está inserido de forma mais
ativa e crítica possível. Neste espaço criado durante o estagio proporcionou os jovens momentos de
reflexão e crescimento.
3. METODOLOGIA
3.1 Público-alvo
No Núcleo de Atenção Intergeracional - NAI foram desenvolvidas atividades com
adolescentes de 12 a 17 anos, tanto do sexo masculino quanto feminino. A quantidade de
participantes por semana era variável, compreendendo uma média de 27 adolescentes por encontro.
3.2 Instrumentos
Durante o período de 04 meses foram realizados encontros semanais que contavam com
a participação de 27 adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos. Eram realizaram atividades de
exposição de vídeos, dinâmicas de grupo, dramatizações e rodas de discussão. As atividades foram
pensadas a partir das necessidades do público-alvo, identificadas através do diálogo e do
entendimento das suas próprias necessidades e das formas de atendê-las.
Como suporte metodológico utilizou-se para a coleta de dados e desenvolvimento de
atividades a observação, ação e pesquisa-participante. Durante a observação-participante buscou-se
assimilar e compreender a realidade dos adolescentes através da inserção na comunidade,
realizando visitas domiciliares e palestras com as mães.
A cada semana uma temática era discutida. Nos primeiros encontros foram feitos o
contrato grupal, a apresentação da psicologia e Psicologia Social Comunitária e o levantamento das
temáticas. Os temas trabalhados foram: preconceito; violência; adolescência; relacionamento
familiar; auto-estima; drogas; sexualidade. Ao final do trabalho, fora feita uma gincana com todos
os temas e um encontro para encerramento e feedbacks.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A avaliação do trabalho desenvolvido evidenciou que a troca de informações entre
estagiárias, supervisores, funcionários e usuários da instituição foi mútua e positiva. O que
predominou durante o planejamento e realização das atividades foi o anseio de que estas fossem
realmente mobilizadoras e o mais próximas possível da realidade dos sujeitos envolvidos,
constituindo-se em um verdadeiro exercício de cidadania, sendo realizado um trabalho não só de
repasse de informações, mas também um verdadeiro exercício de cidadania.
5 CONCLUSÃO
O psicólogo no contexto comunitário tem muito trabalho a realizar e contribuir. O
manejo das relações interpessoais entre os adolescentes, familiares e profissionais nesse processo é
essencial. A discussão de temas como adolescência, família, preconceito, sexualidade propiciam ao
adolescente a ampliação da sua percepção acerca do conhecimento de si e de sua realidade.
No contato com a realidade Núcleo de Atenção Intergeracional NAI Wall Ferraz,
percebeu-se o empenho dos profissionais envolvidos com as instituições que sempre se mostravam
disponíveis e prontos a colaborarem com nosso trabalho.
Os conhecimentos da psicologia aplicados as instituições Centro de Referência em
Assistência Social (CRAS) e Núcleo de Atenção Intergeracional (NAI) permitiram um
aprofundamento acerca da psicologia social através do contato com a realidade de funcionamento e
dinamismo da rede da assistência social.
Trabalhos como esses são essenciais tanto na construção de novas práticas, como na
reformulação das já existentes. Uma vez que, promovendo um maior embasamento sobre a prática
da Psicologia Social Comunitária com essa realidade, servirá, ainda, como norteador para a atuação
dos futuros profissionais da área.
A atividade propôs ainda romper barreiras, desmistificar concepções errôneas da
atuação do psicólogo dentro da comunidade. Desta forma pode-se considerar de grande importância
o papel da Psicologia Social Comunitária, pois esta pode ajudar no desenvolvimento do senso
crítico, autonomia e da conscientização do papel de sujeito enquanto cidadão e transformador da
sua realidade.
ABSTRACT
Project Awaken: intervention through community social psychology with low-income
adolescents in Teresina - Piauí.
The Community Social Psychology emerged as a new approach within the movement of applied
psychology to deal with the problems of human behavior, developing prevention initiatives,
promotion, protection and rehabilitation of psychological and psychosocial health, both individually
and collectively, emphasizing the collective . Values, thus the construction of practices committed
to social change, toward an ethics focused on human emancipation (self). The Awakening Project
was an intervention conducted by psychology interns in the Center for Intergenerational Care NAI
Wall Ferraz, located in the Barrio Santa Maria Codipi in Teresina - Piauí. The clientele of the
institution is made up of children and adolescents from 07 to 17 years of both sexes. The project
aimed to assist the adolescents in situations of social vulnerability by providing a space for
reflection on themes related to their reality. As methodological support was used for data collection
and development activities of the participant observation which is the assimilation and
understanding of the way of life through direct action (insertion and real living) and an intellectual
action (analytical, systematic) . In the period of 04 months were held weekly meetings that counted
with the participation of 27 adolescents aged 12 to 17 years. The interns conducted activities
showing videos, group dynamics, drama and wheels thread. Actions were also promoted to the
needs of the audience, identified through dialogue and understanding their needs and ways to meet
them. The evaluation of the work showed that the exchange of information between trainees,
supervisors, employees and users of the institution was mutual and positive. What prevailed during
the planning and implementation of activities was the desire that these were really inspirational and
as closely as possible the reality of the individuals involved, thus becoming a true exercise of
citizenship. This project also proposed breaking down barriers, dispel misconceptions of a
psychologist working within the community. Thus it can be considered very important the role of
community social psychology as it can help in the development of critical thinking, autonomy and
awareness of the role of subject as a citizen and transforming their reality.
Key words: adolescents, community, intergenerational care center, community social psychology.
REFERÊNCIAS
ABERASTURY, A. Adolescência normal: um enfoque psicanalitico. Porto Alegre: Artes
Medicas, 1981.
ARENDT, R. J. J.. Psicologia Comunitária: teoria e metodologia. Psicol. Reflex. Crit. 1997, v.10,
n.1. Disponível em: <http://www.scielo.br/scieloOrg/php/translate.
www.scielo.br&lang=en&tlang=pt.> Acesso em 10 de junho de 2009.
CAMPOS, R. H. F. Psicologia Social e Comunitária. 2007. Disponível em:
<http://pt.shvoong.com/books/1696298-psicologia-social-comunit%C3%A1ria> Acesso em: 01
junho de 2009.
CENTRO DE REFERÊNCIA TÉCNICA EM PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS
(CREPOP): Referência técnica para atuação do(a) psicólogo(a) no CRAS/SUAS / Conselho Federal
de Psicologia (CFP). Brasília, 2007. (re-impressão 2008). Disponível em:
<http://crepop.pol.org.br/publique/media/referenciascras.pdf>. Acesso em: 04 de junho de 2009.
COSTA, L. F.; BRANDAO, S. N. Abordagem clínica no contexto comunitário: uma perspectiva
integradora. Psicol. Soc. 2005, v.17, n.2. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scieloOrg/php/translate.php?pid=S0102- =en&tlang=pt>. Acesso em: 04 de
junho de 2009.
GOMES, A. Psicologia Comunitária: Uma abordagem conceitual. In: ___________. Psicologia:
Teoria e Prática. 1999. Disponível em:
<http://www4.mackenzie.com.br/fileadmin/Editora/Revista_Psicologia/Teoria_e_Pratica_Volume_
1>. Acesso em: 04 de junho de 2009.
LUNA, M & SILVA, S. Psicologia Social Comunitaria: revisando a formação e a postura teórico-
pratica do psicólogo. Psicoutp. n. 04, Curitiba, jul. 2004 . disponível em:
<http://www.utp.br/PSICO.UTP.ONLINE/site4/psic_social.pdf> Acesso em: 01 junho de 2009.
MARTINS, P. O.; TRINDADE, Z. A.; ALMEIDA, Â. M. O. O Ter e o Ser: Representações Sociais
da adolescência entre adolescentes de inserção urbana e rural. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v.
16, n. 3, 2003. Disponível em: ›http://www.scielo.br‹.
MILANI, F. M. Adolescência e Violência: mais uma forma de exclusão. Educar: 1999.
PAPALIA, D. E. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artes Medicas, 2006.
PRADO, M. A. M.. A psicologia comunitária nas Américas: o individualismo, o comunitarismo e a
exclusão do político. Psicol. Reflex. Crit.. Porto Alegre, v. 15, n. 1, 2002 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext-79722002000100021&lng=pt&nrm=iso>.
Acesso em: 01 junho de 2009.

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264. projeto despertar

  • 1. PROJETO DESPERTAR: INTERVENÇÃO VIA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA COM ADOLESCENTES DE BAIXA RENDA EM TERESINA - PIAUÍ. JOSEANE PATRÍCIA LOPES DE MELO ARAÚJO, Faculdade Integral Diferencial - FACID, joseanepati@hotmail.com JUSCISLAYNE BIANCA TAVARES DE MORAIS, Faculdade Integral Diferencial - FACID, juscystavares@hotmail.com LIDIANE DE ARAÚJO SOUSA, Faculdade Integral Diferencial - FACID, lidiannearaujo1@hotmail.com NAIRA RAVANNY DE SOUZA LIMA, Faculdade Integral Diferencial - FACID, Naira_ravanny@hotmail.com NATHASSIA POLLYNE COLAÇO GONÇALVES, Faculdade Integral Diferencial - FACID, nathpcg@hotmail.com VALÉRIA SENA CARVALHO, FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL – FACID, vasena@uol.com.br RESUMO A Psicologia Social Comunitária surge como uma nova abordagem dentro do movimento da psicologia aplicada para lidar com os problemas de comportamento humano, desenvolvendo ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde psicológica e psicossocial, tanto em nível individual quanto coletivo, priorizando o coletivo. Valoriza, assim, a construção de práticas comprometidas com a transformação social, em direção a uma ética voltada para a emancipação humana (autogestão). O Projeto Despertar foi um trabalho de intervenção realizado pelas estagiárias de psicologia no Núcleo de Atenção Intergeracional NAI Wall Ferraz, localizado no Bairro Santa Maria da Codipi em Teresina - Piauí. A clientela da instituição é composta por crianças e adolescentes de 07 a 17 anos de ambos os sexos. O Projeto teve como objetivo assistir o adolescente em situação de vulnerabilidade social proporcionando um espaço de reflexão acerca de temas relacionados à sua realidade. Como suporte metodológico utilizou-se para a coleta de dados e desenvolvimento de atividades a observação-participante a qual consiste na assimilação e compreensão do modo de vida através de uma ação direta (inserção e convivência real) e uma ação intelectual (analítica, sistemática). No período de 04 meses foram realizados encontros semanais que contavam com a participação de 27 adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos. As estagiárias realizaram atividades de exposição de vídeos, dinâmicas de grupo, dramatizações e rodas de discussão. Foram promovidas também ações a partir das necessidades do público-alvo, identificadas através do diálogo e do entendimento das suas próprias necessidades e das formas de atendê-las. A avaliação do trabalho desenvolvido evidenciou que a troca de informações entre estagiárias, supervisores, funcionários e usuários da instituição foi mútua e positiva. O que predominou durante o planejamento e realização das atividades foi o anseio de que estas fossem realmente mobilizadoras e o mais próximas possível da realidade dos sujeitos envolvidos, constituindo-se em um verdadeiro exercício de cidadania. Este projeto propôs ainda romper barreiras, desmistificar concepções errôneas da atuação do psicólogo dentro da comunidade. Desta forma pode-se considerar de grande importância o papel da Psicologia Social Comunitária, pois esta pode ajudar no desenvolvimento do senso crítico, autonomia e da conscientização do papel de sujeito enquanto cidadão e transformador da sua realidade. Palavras chaves: adolescentes, comunidade, núcleo de atenção integeracional, psicologia social comunitária. 1 INTRODUÇÃO
  • 2. A Psicologia Social Comunitária surge como uma nova abordagem dentro do movimento da psicologia aplicada para lidar com os problemas de comportamento humano, desenvolvendo ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde psicológica e psicossocial, tanto em nível individual quanto coletivo, priorizando o coletivo. O Projeto Despertar foi um trabalho de intervenção realizado no Núcleo de Atenção Intergeracional NAI Wall Ferraz, localizado em Teresina - Piauí. A clientela da instituição é composta por crianças e adolescentes de 07 a 17 anos de ambos os sexos que se encontram em situação de vulnerabilidade física ou social tendo passado ou passando por violência física, sexual psicológica ou condições de pobreza. O Projeto Despertar teve como objetivo assistir o adolescente em situação de vulnerabilidade social proporcionando um espaço de reflexão acerca de temas relacionados à sua realidade. Pretendeu-se ainda compreender os reflexos dos fenômenos sociais dentro do grupo de adolescentes a partir do enfoque da psicologia social comunitária. Desta forma pode-se considerar de grande importância o papel do psicólogo comunitário, pois este pode ajudar a promover qualidade de vida na comunidade identificando, definindo e compreendendo os fenômenos sociais no âmbito comunitário. Participar de trabalhos de campo em áreas que possam articular conhecimento, competências, habilidades e atitudes de intervenção comunitária no grupo de adolescentes visando promover o desenvolvimento da consciência e do senso crítico bem como a ampliação da percepção acerca das situações do cotidiano, além da autonomia dos sujeitos envolvidos colaborando, desta forma, para a melhoria da qualidade de vida. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Psicologia Social Comunitária Gomes (1999) aponta que qualquer instituição social mais ou menos importante como matrimonio, família, parentesco, tribo, fabrica ou empresa é considerado comunidade, contudo isso se aplica somente quando os membros que a compõem interagem entre si. Freitas e Guareschi (apud COSTA & BRANDÃO, 2005) conceituam comunidade como dimensão espaço/temporal na qual os sujeitos são compreendidos com foco em suas relações, sendo constituídos por meio destas, em uma constante dialética entre individual e coletivo. Nesse contexto a comunidade se expressa como espaço de construção de cidadania, no qual todas as falas trazem elementos importantes de suas realidades sociais, que posteriormente subsidiaram a realização de intervenções que sejam compatíveis com o modo de vida das pessoas que a compõem. Neste contexto a Psicologia Social Comunitária surge como uma nova abordagem dentro do movimento da psicologia aplicada para lidar com os problemas de comportamento humano, enfatizando os fatores intrapsíquicos e determinantes da saúde mental no ambiente social. Prado (2002) ressalta que a Psicologia Comunitária aponta a idéia de que valores morais compartilhados definem a participação democrática, tornando os sujeitos mais políticos e conscientes. Dessa maneira a vivência comunitária contribuiria para o crescimento individual e da comunidade na conquista de seus direitos enfatizando valores como a ética da solidariedade. Desta forma, essa vertente se caracteriza por trabalhar os sujeitos sociais com o objetivo de conscientizá-los acerca de sua condição social tornando-os verdadeiros agentes transformadores de sua realidade. Nessa perspectiva o trabalho do psicólogo social comunitário refere-se também a mobilização da comunidade na busca de melhores condições de vida. 2.2 A Psicologia Social Comunitária através do tempo
  • 3. A Psicologia Social Comunitária tem bases teóricas na psiquiatria social preventiva a partir de práticas psicoterápicas que abordavam questões e objetos de estudo para o trabalho em grupos no contexto social. Sob a influência da filosofia francesa e do movimento institucionalista, as práticas dos psicólogos passaram a ser criticamente avaliadas a partir de referenciais antropológicos, históricos e políticos (ARENDT, 1997). Com surgimento na América Latina a Psicologia Social Comunitária fundamenta-se nos movimentos comunitários e nos profissionais de Saúde Mental Comunitária, em meados da década de 1960, insatisfeitos com o modelo biomédico de compreensão e atuação no campo da saúde mental. No Brasil, a Psicologia Social Comunitária surgiu para responder a uma demanda de exclusão social na qual se encontrava grande parte da população no Regime Militar, sendo uma reação ao pensamento liberal apresentando um caráter mais comunitarista pretendendo excluir os antagonismos sociais (CAMPOS, 2007). A Psicologia Social Comunitária sofreu forte influência do processo histórico e político do Brasil, percorrendo também o desenvolvimento da própria Psicologia. Nos anos 50, os projetos de cunho educativo de combate ao analfabetismo atendiam somente a elite. A partir dos anos 60, começou-se a pensar sobre as necessidades básicas da população colocando do outro lado os interesses da elite e do Estado. Essa perspectiva foi reforçada pelos trabalhos de Paulo Freire que incentivavam a consciência crítica da população levando-a protestar pelos seus direitos. Em 1962, há o reconhecimento da Psicologia como profissão no Brasil, seguido modelos dos Estados Unidos da América (EUA). Ainda nesta década ocorreu o período do Regime Militar, no qual houve forte censura da imprensa, opressão de sindicatos e a estudantes além da perseguição a quem fosse contra ideais desse movimento político. Na década de 70, ainda com a presença do regime militar, a psicologia começa a se preocupar com a situação da população que vivia situação de miséria da população. Nessa perspectiva a Psicologia começa a sair do individualismo e se tornar mais política. Nos anos 80 surge a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) e com ela se amplia as discussões sobre Psicologia Comunitária. Seguido este movimento amplia-se os trabalhos dos psicólogos junto a população nos anos 90 atuando em instituições que visam o bem- estar da comunidade em geral. 2.3 A inserção do psicólogo na comunidade Segundo Campos (2007) o psicólogo atuando na área da psicologia social comunitária poderá desenvolver seu trabalho em diversos locais da comunidade, tais como: postos de saúde, creches, bairros populares, instituições de promoção do bem estar social, entre outros. Entre os locais onde o psicólogo pode atuar em conjunto com outros profissionais como em uma rede social é o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). O CRAS é uma unidade pública da política de assistência social de base municipal, integrante do Serviço Único de Assistência Social (SUAS). Ele se localiza em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinado à prestação de serviços e programas de proteção social básica às famílias e indivíduos, promovendo ainda a articulação destes serviços no seu território de abrangência, e uma atuação intersetorial na perspectiva de potencializar a proteção social (Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas - CREPOP, 2007). A inserção do psicólogo na comunidade, segundo Freitas (apud PRADO, 2002) deve levar em conta três aspectos: • Que as necessidades da população é que devem indicar os caminhos para a prática do psicólogo em comunidade, significando portanto que os objetivos deveriam ser definidos a posteriori;
  • 4. • O trabalho deve implicar na construção conjunta de canais e alternativas para que a população assuma seu cotidiano, fomentando relações mais solidárias e éticas e desenvolvendo uma consciência crítica; • Apesar das incertezas e das delimitações que vão acontecendo durante o processo de inserção, o psicólogo tem um domínio específico para a sua ação, ligado aos processos psicossociais que perpassam o cotidiano das pessoas. O profissional poderá subsidiar sua intervenção em diferentes campos que envolvam políticas e ações relacionadas à comunidade em geral e as ditas minorias compostas grupos étnico- raciais, religiosos, de gênero, geracionais, de orientação sexual, de classes sociais e de outros segmentos socioculturais, com vistas à realização de projetos da área social e/ou definição de políticas públicas. 2.4 A adolescência em foco Atualmente muitas das políticas públicas estão voltadas para os adolescentes que se encontram em uma fase da vida na qual ocorre um conjunto de mudanças evolutivas na maturação física e biológica, no ajustamento psicológico e social do indivíduo. É uma etapa da vida marcada por escolhas e transformações em que os adolescentes enfrentam realidades diferentes das que já enfrentaram; vivendo constantes desafios, com relação a problemas reais ou a situações imaginárias perante o mundo, que espera dele respostas adequadas em várias situações (ABERASTURY, 1981). Na adolescência se desenvolve um conjunto de mudanças evolutivas na maturação física e biológica, no ajustamento psicológico e social do indivíduo. É uma etapa da vida marcada por escolhas e transformações em que os adolescentes enfrentam realidades diferentes das que já enfrentaram; vivendo constantes desafios, com relação a problemas reais ou a situações imaginárias perante o mundo, que espera dele respostas adequadas em várias situações (PAPALIA, 2006). Sabendo- se que nessa fase a personalidade do indivíduo é dinâmica e volátil, logo torna-se importante que o psicólogo realize um verdadeiro trabalho de esclarecimento, pois somente com a educação e os conhecimentos advindos desta, que o adolescente poderá agregar esses valores à subjetividade ainda em construção. Trabalhar temáticas concernentes a realidade pessoal e social desses sujeitos permitem-lhe o despertar critico e mobolizador em torno de sues contextos (LUNA & SILVA, 2004). Sabe-se que a violência, em suas inúmeras modalidades e expressões, vem se tornando um problema banalizado em nossa sociedade, quer seja devido à divulgação de fatos do cotidiano ou dados estatísticos, ou a uma sensação difusa de insegurança e desconfiança que se propaga. Institui-se, assim, um círculo vicioso no qual “a violência gera o medo, mas este gera igualmente a violência” (CHESNAIS apud MILANI, 1999). Sabe-se que durante a crise da adolescência, o jovem necessita formar grupos. Muitas vezes para mascarar sua fragilidade, alguns desses grupos de adolescentes adquirem uma postura agressiva e estereotipada. Nesses casos, o adolescente torna-se agente de exclusão, sob o risco de formar grupos rivais. Entre os fatores para que os adolescentes tenham sido incluídos nessa trama da violência é a dificuldade dos pais, profissionais de educação e de saúde, e governantes em compreenderem as características e necessidades dessa etapa (MARTINS, 2003). Embora existam múltiplas formas de família em nossa sociedade, distintas dos moldes tradicionais, o fato é que, independente de sua estrutura, a família é o primeiro grupo, a primeira escola, a primeira comunidade e a primeira experiência de exercício da cidadania que todo indivíduo vivência, sendo essa experiência profundamente marcante e, muitas vezes, determinante da trajetória de vida. No entanto, freqüentemente o convívio familiar é marcado pela violência doméstica – cujas principais vítimas são crianças, adolescentes e mulheres (SAFFIOTI apud MILANI, 1999). Essa fragilidade interior do adolescente, muitas vezes mascarada sob atitudes agressivas e de desdém pelo outro, é uma das causas de sua vulnerabilidade a tantos fatores de risco – álcool,
  • 5. drogas, DST/AIDS, violência etc. (MILANI, 1999). A desconstrução da violência exige o envolvimento dos sujeitos, das instituições e da sociedade. Diante da realidade que o jovem está exposto atualmente, o psicólogo pode trabalhar a conscientização de seu papel de transformador da realidade na qual está inserido de forma mais ativa e crítica possível. Neste espaço criado durante o estagio proporcionou os jovens momentos de reflexão e crescimento. 3. METODOLOGIA 3.1 Público-alvo No Núcleo de Atenção Intergeracional - NAI foram desenvolvidas atividades com adolescentes de 12 a 17 anos, tanto do sexo masculino quanto feminino. A quantidade de participantes por semana era variável, compreendendo uma média de 27 adolescentes por encontro. 3.2 Instrumentos Durante o período de 04 meses foram realizados encontros semanais que contavam com a participação de 27 adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos. Eram realizaram atividades de exposição de vídeos, dinâmicas de grupo, dramatizações e rodas de discussão. As atividades foram pensadas a partir das necessidades do público-alvo, identificadas através do diálogo e do entendimento das suas próprias necessidades e das formas de atendê-las. Como suporte metodológico utilizou-se para a coleta de dados e desenvolvimento de atividades a observação, ação e pesquisa-participante. Durante a observação-participante buscou-se assimilar e compreender a realidade dos adolescentes através da inserção na comunidade, realizando visitas domiciliares e palestras com as mães. A cada semana uma temática era discutida. Nos primeiros encontros foram feitos o contrato grupal, a apresentação da psicologia e Psicologia Social Comunitária e o levantamento das temáticas. Os temas trabalhados foram: preconceito; violência; adolescência; relacionamento familiar; auto-estima; drogas; sexualidade. Ao final do trabalho, fora feita uma gincana com todos os temas e um encontro para encerramento e feedbacks. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES A avaliação do trabalho desenvolvido evidenciou que a troca de informações entre estagiárias, supervisores, funcionários e usuários da instituição foi mútua e positiva. O que predominou durante o planejamento e realização das atividades foi o anseio de que estas fossem realmente mobilizadoras e o mais próximas possível da realidade dos sujeitos envolvidos, constituindo-se em um verdadeiro exercício de cidadania, sendo realizado um trabalho não só de repasse de informações, mas também um verdadeiro exercício de cidadania. 5 CONCLUSÃO O psicólogo no contexto comunitário tem muito trabalho a realizar e contribuir. O manejo das relações interpessoais entre os adolescentes, familiares e profissionais nesse processo é essencial. A discussão de temas como adolescência, família, preconceito, sexualidade propiciam ao adolescente a ampliação da sua percepção acerca do conhecimento de si e de sua realidade.
  • 6. No contato com a realidade Núcleo de Atenção Intergeracional NAI Wall Ferraz, percebeu-se o empenho dos profissionais envolvidos com as instituições que sempre se mostravam disponíveis e prontos a colaborarem com nosso trabalho. Os conhecimentos da psicologia aplicados as instituições Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) e Núcleo de Atenção Intergeracional (NAI) permitiram um aprofundamento acerca da psicologia social através do contato com a realidade de funcionamento e dinamismo da rede da assistência social. Trabalhos como esses são essenciais tanto na construção de novas práticas, como na reformulação das já existentes. Uma vez que, promovendo um maior embasamento sobre a prática da Psicologia Social Comunitária com essa realidade, servirá, ainda, como norteador para a atuação dos futuros profissionais da área. A atividade propôs ainda romper barreiras, desmistificar concepções errôneas da atuação do psicólogo dentro da comunidade. Desta forma pode-se considerar de grande importância o papel da Psicologia Social Comunitária, pois esta pode ajudar no desenvolvimento do senso crítico, autonomia e da conscientização do papel de sujeito enquanto cidadão e transformador da sua realidade. ABSTRACT Project Awaken: intervention through community social psychology with low-income adolescents in Teresina - Piauí. The Community Social Psychology emerged as a new approach within the movement of applied psychology to deal with the problems of human behavior, developing prevention initiatives, promotion, protection and rehabilitation of psychological and psychosocial health, both individually and collectively, emphasizing the collective . Values, thus the construction of practices committed to social change, toward an ethics focused on human emancipation (self). The Awakening Project was an intervention conducted by psychology interns in the Center for Intergenerational Care NAI Wall Ferraz, located in the Barrio Santa Maria Codipi in Teresina - Piauí. The clientele of the institution is made up of children and adolescents from 07 to 17 years of both sexes. The project aimed to assist the adolescents in situations of social vulnerability by providing a space for reflection on themes related to their reality. As methodological support was used for data collection and development activities of the participant observation which is the assimilation and understanding of the way of life through direct action (insertion and real living) and an intellectual action (analytical, systematic) . In the period of 04 months were held weekly meetings that counted with the participation of 27 adolescents aged 12 to 17 years. The interns conducted activities showing videos, group dynamics, drama and wheels thread. Actions were also promoted to the needs of the audience, identified through dialogue and understanding their needs and ways to meet them. The evaluation of the work showed that the exchange of information between trainees, supervisors, employees and users of the institution was mutual and positive. What prevailed during the planning and implementation of activities was the desire that these were really inspirational and as closely as possible the reality of the individuals involved, thus becoming a true exercise of citizenship. This project also proposed breaking down barriers, dispel misconceptions of a psychologist working within the community. Thus it can be considered very important the role of community social psychology as it can help in the development of critical thinking, autonomy and awareness of the role of subject as a citizen and transforming their reality. Key words: adolescents, community, intergenerational care center, community social psychology. REFERÊNCIAS
  • 7. ABERASTURY, A. Adolescência normal: um enfoque psicanalitico. Porto Alegre: Artes Medicas, 1981. ARENDT, R. J. J.. Psicologia Comunitária: teoria e metodologia. Psicol. Reflex. Crit. 1997, v.10, n.1. Disponível em: <http://www.scielo.br/scieloOrg/php/translate. www.scielo.br&lang=en&tlang=pt.> Acesso em 10 de junho de 2009. CAMPOS, R. H. F. Psicologia Social e Comunitária. 2007. Disponível em: <http://pt.shvoong.com/books/1696298-psicologia-social-comunit%C3%A1ria> Acesso em: 01 junho de 2009. CENTRO DE REFERÊNCIA TÉCNICA EM PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS (CREPOP): Referência técnica para atuação do(a) psicólogo(a) no CRAS/SUAS / Conselho Federal de Psicologia (CFP). Brasília, 2007. (re-impressão 2008). Disponível em: <http://crepop.pol.org.br/publique/media/referenciascras.pdf>. Acesso em: 04 de junho de 2009. COSTA, L. F.; BRANDAO, S. N. Abordagem clínica no contexto comunitário: uma perspectiva integradora. Psicol. Soc. 2005, v.17, n.2. Disponível em: <http://www.scielo.br/scieloOrg/php/translate.php?pid=S0102- =en&tlang=pt>. Acesso em: 04 de junho de 2009. GOMES, A. Psicologia Comunitária: Uma abordagem conceitual. In: ___________. Psicologia: Teoria e Prática. 1999. Disponível em: <http://www4.mackenzie.com.br/fileadmin/Editora/Revista_Psicologia/Teoria_e_Pratica_Volume_ 1>. Acesso em: 04 de junho de 2009. LUNA, M & SILVA, S. Psicologia Social Comunitaria: revisando a formação e a postura teórico- pratica do psicólogo. Psicoutp. n. 04, Curitiba, jul. 2004 . disponível em: <http://www.utp.br/PSICO.UTP.ONLINE/site4/psic_social.pdf> Acesso em: 01 junho de 2009. MARTINS, P. O.; TRINDADE, Z. A.; ALMEIDA, Â. M. O. O Ter e o Ser: Representações Sociais da adolescência entre adolescentes de inserção urbana e rural. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 16, n. 3, 2003. Disponível em: ›http://www.scielo.br‹. MILANI, F. M. Adolescência e Violência: mais uma forma de exclusão. Educar: 1999. PAPALIA, D. E. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artes Medicas, 2006. PRADO, M. A. M.. A psicologia comunitária nas Américas: o individualismo, o comunitarismo e a exclusão do político. Psicol. Reflex. Crit.. Porto Alegre, v. 15, n. 1, 2002 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext-79722002000100021&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 01 junho de 2009.