2. • Ciclo do Ouro foi o momento em que, no
século XVIII, a extração do ouro foi a
principal atividade econômica brasileira.
• No final do século XVII, as exportações de
açúcar brasileiro começaram a diminuir.
Com preços mais baixos e boa qualidade,
a Europa passou a dar preferência para o
açúcar holandês. Esta crise no mercado
brasileiro colocou Portugal numa situação
de buscar novas fontes de renda.
3. • Foi neste contexto que os bandeirantes
começaram a encontrar minas de ouro em
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. No
século XVII, o bandeirante Fernão Dias saiu
de São Paulo com seus seguidores em
busca de prata e esmeraldas em Sabará.
• Porém, foi só no fim do século XVII que
revelou-se em Minas Gerais a ocorrência de
ouro. Os diamantes, por sua vez, foram
descobertos na segunda década do século
XVIII.O primeiro ouro encontrado era
chamado “ouro de aluvião”, ou seja, o ouro
que se encontra nos vales dos rios.
7. Sociedade Mineradora
• O ciclo econômico da mineração
dinamizou a sociedade brasileira.
Diferente do ciclo do açúcar, a riqueza
proveniente do ouro não ficou
concentrada nas mãos de um único grupo
social.
• Como as riquezas passaram a se
concentrar na região sudeste, a capital da
colônia deixou de ser Salvador e passou a
ser o Rio de Janeiro. Rio de Janeiro
tornava mais fácil e rápido o acesso as
regiões mineradoras.
8. • Com o desenvolvimento de cidades como
Vila Rica, Mariana, Diamantina, entre
outras, apareceram os comerciantes,
artesãos, intelectuais, padres,
funcionários públicos e outros
profissionais liberais.
• Os escravos também ganharam
importância, e muitos deles conquistaram
junto a seus senhores o direito à liberdade
devido ao êxito das minerações. Eram
denominados negros alforriados ou forros.
Outros compravam sua liberdade.
11. • Um outro grupo que se destacou foram os
tropeiros, que faziam comércio de
alimentos e mercadorias. Muitos faziam o
transporte da carga entre Rio Grande do
Sul e São Paulo, seguindo depois para
Minas Gerais.
13. • O desenvolvimento da vida urbana trouxe
também mudanças culturais e intelectuais
na colônia, destacando-se a chamada
escola mineira, geralmente ligada ao
Barroco.
• São expoentes as obras esculturais e
arquitetônicas de Antônio Francisco
Lisboa, o "Aleijadinho", em Minas Gerais
e do Mestre Valentim, no Rio de Janeiro.
16. • Na música, destacou-se o estilo sacro do
mineiro José Mesquita, além da música
popular representada pela modinha e pela
cantiga de ninar de origem lusitana e pelo
lundu de origem africana.
• Na literatura, se destacaram grandes
poetas, como Cláudio Manoel da Costa,
Tomás Antônio Gonzaga, entre outros.
17. Exploração do Ouro
• Haviam duas formas principais de
exploração do ouro na região das minas:
a lavra e a faiscação.
• A lavra era o tipo mais frequente.
Consistia na extração em grandes jazidas,
utilizando mão-de-obra de escravos
africanos.
18. • Por sua vez, a faiscação – também
conhecida como faisqueira – era a
extração representada pelo trabalho do
próprio garimpeiro, raramente auxiliado
por ajudantes.
• Na segunda metade do século XVIII, a
mineração entrou em decadência como
esgotamento das jazidas.
19. Fiscalização e Impostos
• Portugal exerceu sobre a exploração do
ouro controle maior do que aquele
exercido no açúcar. Um dos motivos é o
fato de que, no decorrer do século XVIII, a
economia portuguesa estava muito
dependente da economia inglesa.
• Assim, para recuperar sua economia,
Portugal criou vários mecanismos de
controle e fiscalização, como a
Intendência de Minas e as Casas de
Fundição.
20. • A Intendência de Minas foi um órgão
criado em 1702. Controlado pelo rei, a
intendência tinha a função de distribuir
terras para exploração do ouro, fiscalizar
e cobrar impostos.
• As Casas de Fundição, por sua vez, eram
locais em que todo o ouro encontrado nas
minas era transformado em barras para
facilitar a cobrança de impostos.
• Dentre os principais impostos cobrados
sobre a exploração do ouro, podemos
destacar o quinto, a capitação e a
derrama.
23. • Como vimos anteriormente, a coroa
portuguesa lucrava muito com a cobrança
de taxas e impostos. Assim, quem
encontrava ouro na colônia deveria pagar
o quinto. Este imposto era cobrado nas
Casas de Fundição, que retiravam 20%
do total e enviavam para Portugal.
• Este era o procedimento legal e exigido
pela coroa portuguesa. Porém, muitos
sonegavam mesmo correndo riscos de
prisão ou degredo, ou seja, expulsão do
país.
24. • Outro imposto era a Capitação, valor
cobrado por cada escravo utilizado como
mão-de-obra na extração das minas.
• Portugal cobrava de cada região aurífera
uma certa quantidade de ouro,
aproximadamente 1500 kg anuais.
Quando esta taxa não era paga, havia a
execução da derrama. Neste caso,
soldados entravam nas residências e
retiravam os bens dos moradores até
completar o valor devido.
25. • As cobranças excessivas de impostos, as
punições e a forte fiscalização da coroa
portuguesa provocaram reações na
população. Várias revoltas ocorreram
neste período, como a Guerra dos
Emboabas, a Revolta de Felipe dos
Santos, a Inconfidência Mineira e a
Conjuração Baiana.
26.
27. Guerra dos Emboabas
• A Guerra dos Emboabas ocorreu entre
1707 e 1709, em Minas Gerais. Dentre as
causas, podemos destacar os embates
entre paulistas e portugueses pelo direito
de explorar ouro na região das minas.
• Pelo fato de terem sido os primeiros a
descobrir as minas, os paulistas queriam
ter mais direitos e benefícios sobre o ouro
que haviam encontrado.
28. • Por outro lado, os portugueses–também
denominados emboabas, ou forasteiros -
queriam o direito de exploração do ouro e
formaram comunidades dentro da região
que já era habitada pelos paulistas.
• Dentre os líderes estavam o bandeirante
Manuel de Borba Gato, que chefiava os
paulistas. O português Manuel Nunes
Viana, por sua vez, chefiava os
emboabas.
30. • Dentro desta rivalidade ocorreram muitos
conflitos e mortes que abalaram
consideravelmente as relações entre os
dois grupos. No fim, foi criada a capitania
de São Paulo.
32. Inconfidência Mineira
• A Inconfidência Mineira, também conhecida
como Conjuração Mineira, ocorreu em 1789,
em Minas Gerais. É considerada um
movimento separatista, pois tinha a intenção
de separar o Brasil de Portugal.
• Dentre as causas da revolta, podemos
destacar a cobrança excessiva de impostos,
em especial a derrama, além da proibição de
instalação de fábricas em território brasileiro.
Além disso, as idéias de liberdade, pregadas
pelo iluminismo europeu, contagiaram boa
parte do povo e da elite econômica mineira.
33. • Os principais líderes foram Tomas Antonio
Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e
Joaquim José da Silva Xavier, conhecido
como Tiradentes. Chamados de
inconfidentes, a ideia do grupo era
conquistar a liberdade de Portugal e
implantar o sistema de governo
republicano em nosso país. Vale ressaltar
que, sobre a escravidão, o grupo não
tinha posição definida.
34. • Os inconfidentes haviam marcado o dia
do movimento para uma data em que a
derrama seria executada. Desta forma,
poderiam contar com o apoio de parte da
população que estaria revoltada. Porém,
um dos inconfidentes, Joaquim Silvério
dos Reis, delatou o movimento para as
autoridades portuguesas, em troca do
perdão de suas dívidas com a coroa.
35. • Todos os inconfidentes foram
presos, enviados para o Rio de Janeiro e
acusados pelo crime de infidelidade ao
rei. Alguns inconfidentes ganharam como
punição o degredo para a África e outros
pena de prisão. Porém, Tiradentes, após
assumir a liderança do movimento, foi
condenado à forca em praça pública.
38. Conjuração Baiana
• A Conjuração Baiana, também chamada
de Revolta dos Alfaiates, ocorreu em
1798, em Salvador.
• Da mesma forma que a Conjuração
Mineira, também foi um movimento
separatista e desejava a proclamação da
República. Porém, ao contrário daquela,
esta teve maior participação popular e
defendia o fim da escravidão.
39. • Dentre as causas principais, podemos
destacar a mudança da capital da colônia
de Salvador para o Rio de Janeiro, os
altos impostos, a concentração de terras e
as imposições de Portugal.
• Além disso, o movimento foi influenciado
pela Independência dos Estados Unidos,
do Haiti e pela Revolução Francesa. As
idéias iluministas de liberdade, igualdade
e fraternidade estimulavam os
conjuradores.
.
40. • A conjuração contou com a participação
de sapateiros, alfaiates, bordadores, ex-
escravos e escravos. No fim, o movimento
foi sufocado por Portugal e os principais
líderes foram, presos, degredados ou
condenados à morte.