O documento descreve os antigos reinos africanos de Gana, Mali e Songhai. Gana foi fundado pelos Soninkés no século IV e se tornou conhecido por seu comércio de ouro com os povos do deserto. Mali conquistou o território de Gana no século XIII sob a liderança de Sundiata e se expandiu sob Mansa Musa. O Império Songhai surgiu no século XV após a queda de Mali e alcançou seu auge sob Askia Mohammed Touré, até ser conquistado por Marro
5. • Gana foi provavelmente fundado durante os
anos 300. Do ano 300 até 770, os governantes
eram da dinastia dos Magas, uma família
berbere, mas o povo era composto por negros
das tribos Soninqué. Em 770 os Magas foram
derrubados pelos Soninqués, e o império
aumentou muito sob o domínio de Kaya
Maghan Sisse, que foi rei aproximadamente
em 790.
6. • Nessa altura o Gana começou a adquirir uma
reputação de ser uma terra de ouro. Atingiu o
máximo da sua glória durante os anos 900 e
atraiu a atenção dos Árabes. No começo
viviam da criação de animais, da agricultura e
da pesca. Mas como habitavam uma região
com grandes reservas de ouro,
7. • extraíam o ouro para trocar por outros
produtos com os povos do deserto (bérberes).
A região de Gana, tornou-se com o tempo,
uma área de intenso comércio.
8. • O Antigo Império Gana teve seu apogeu entre
os anos 700 e 1200 d.C. Acredita-se que o
surgimento deste império foi no século IV. O
antigo nome desse império era Uagadu, que
ocupava uma área tão vasta quanto à da
moderna Nigéria e, incluía os territórios que
hoje constituem o Mali ocidental e o sudeste
da Mauritânia.
9. • Este império era comandado por reis
conhecidos como caia-maga. Os habitantes do
império deviam pagar impostos para a
nobreza, que era formada pelo caia-maga,
seus parentes e amigos.
10. • Um exército poderoso fazia a proteção das
terras e do comércio que era praticado na
região. Além de pagar impostos, as aldeias
deviam contribuir com soldados e lavradores,
que trabalhavam nas terras da nobreza.
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12. • Kumbi Saleh foi uma das suas últimas capitais.
Segundo relatos históricos, o Antigo Império
de Gana era tão rico em ouro, que seu
imperador, adepto da religião tradicional
africana, tal como seus súditos, eram
denominados “o senhor de ouro”.
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14. • Com a concorrência de outras potências no
comércio do ouro, o Antigo Império Gana
começou a declinar. Até que, por volta de
1076 d.C., em nome de uma fé islâmica
ortodoxa, os berberes da dinastia dos
almorávidas, vindos do Magrebe (norte da
África – África Branca), atacam e conquista
Kumbi Saleh, capital do Império de Gana.
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18. • Depois de muitos anos de luta, a dinastia dos
Almorávidas berberes tomou o poder por
pouco tempo. O império entrou em declínio e
em 1240 foi destruído pelo povo de Mali.
24. • O Reino de Mali, no começo, era uma região
do Império de Gana habitada pelos
mandingas. Era composto por 12 reinos
menores ligados entre si, e tinha como capital
Kangaba. Os mandingas chamavam seu
território de Manden (= terra dos mandingas).
25. • Após anos de guerras entre os soninqués de Gana e os
almorávidas (século XI), e depois das guerras com os
sossos (século XII), Mali conseguiu sua independência
e adotou o islamismo. E, apesar de passar por um
período de crise política e econômica, conseguiu se
restabelecer e, em 1235, os mandingas de Mali
conquistaram o território do antigo Império de Gana,
sob a liderança de Maghan Sundiata, que recebeu o
título de Mansa, que na língua mandinga significa
"imperador".
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29. • Ao contrário do Império de Gana, que
somente se preocupava em manter os povos
dominados, a fim de controlar o comércio
regional, o Império de Mali se impôs de forma
centralista, estabelecendo fronteiras bem
definidas e formulando leis por meio de uma
assembleia chamada Gbara, composta por
diversos povos do império.
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33. • A aplicação da justiça era implacável, tanto
que vários viajantes se referiam aos povos
negros como "os que mais odeiam as
injustiças - e seu imperador não perdoa
ninguém que seja acusado de injusto".
Acredita-se que o Império de Mali tivesse a
extensão da Europa Ocidental.
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36. • O Império de Mali se tornou herdeiro do Império
de Gana, pois passou a controlar todo o comércio
local. O ouro extraído por Mali sustentava grande
parte do comércio no Mediterrâneo. Conta-se
que, entre 1324 e 1325, Mansa Mussa, em
peregrinação a Meca, parou para uma visita ao
Cairo e teria presenteado tantas pessoas com
ouro, que o valor desse metal se desvalorizou por
mais de 10 anos.
45. • Também sob o reinado de Mussa, a cidade de
Timbuktu se tornou uma das mais ricas e importantes
da região. Sua universidade era um dos maiores
centros de cultura muçulmana da época, e produziu
várias traduções de textos gregos que ainda circulavam
nos séculos 14 e 15. A grandiosidade de Timbuktu
atravessou os tempos e, no século 19, exploradores
europeus se embrenharam pelos caminhos africanos,
seguindo o rio Níger, em busca da lendária cidade.
46. • O Império de Mali entrou em decadência a
partir do final do século XIV, em função das
disputas políticas internas e das invasões dos
tuaregues ( bérberes), sendo conquistado, no
século XV, pelos songais (povo africano até
então dominado por Mali). Foi nesse mesmo
século que os portugueses, em pleno processo
de expansão marítima, conheceram o já
decadente Mali.
60. • Este era o nome de um grande império que,
muito antes da chegada dos portugueses,
ocupava a região do atual Zimbabue e que
estendia as suas relações até às costas de
Sofala e de Moçambique. Com o
desenvolvimento do comércio costeiro, a
população autóctone começou a explorar os
depósitos de cobre e de ouro da região. A
exploração mineira tornou-se, assim, a sua
principal atividade econômica.
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64. • A importância do ouro no comércio da costa
oriental africana constituiu, durante século
XII, um fator primordial para a fixação de
mercadores árabes vindos da região do Golfo
Pérsico. Depois, no final do século XVI, foi o
mesmo ouro que levou os portugueses para
as terras de Sofala e de Moçambique.
65. • As famosas ruínas do Grande Zimbábue, perto
da moderna cidade de Masvingo (que já se
chamou de Forte Vitória), simbolizam uma das
mais notáveis transformações . Elas são
famosas tanto pela excelência de sua
arquitetura quanto pelas teorias
extravagantes que cercam sua origem.
66. • Hoje, todos os estudiosos sérios consideram que
o Grande Zimbábue foi uma realização
essencialmente africana, construído com
material e segundo princípios arquitetônicos
desenvolvidos durante muitos séculos. Por outro
lado, porém, as causas últimas para o surgimento
da organização econômica, política e religiosa
que deu origem a este sítio, e outros análogos
existentes entre os rios Zambeze e Limpopo,
permanecem envoltas em mistério.
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69. • Os vestígios da ocupação do Grande
Zimbábue no começo da Idade do Ferro
limitam-se aos estratos inferiores da longa
seqüência cultural que aparece na colina
chamada Acrópole (Acropolis Hill), que
domina o Grande Cercado (Great Enclosure),
certamente a mais impressionante das
construções do Grande Zimbábue, e a mais
uns restos de cerâmica espalhados pelo vale
que fica abaixo.
72. • Nas ruínas, distinguem-se três importantes construções:
um templo oval cercado por uma muralha de 2,5 km com
9m de altura e 4,5m de largura; no interior da muralha
erguem-se duas torres, a maior, com 10m de altura; e
mais, uma fortaleza e casas. A pesquisa arqueológica e
histórica também encontrou objetos de ouro, cobre,
bronze, jóias, marfim e gemas preciosas, alguns destes,
oriundos da Índia e da China, esculturas de pedra e
desenhos. Havia 58 cidades de pedra espalhadas por todo
o império. Os Monomotapa haviam alcançado uma
sofisticada técnica de construção em pedra e os objetos
de origem estrangeira indica que havia intercâmbio com
povos muito distantes
81. • Também chamado Songai, ou Sonrai, é um
antigo reino da África Ocidental que se
estendia pelas margens do Níger. Foi fundado
por um chefe berbere da Líbia, Za el-Ayamen,
no século VII na região de Gao, ao fugir dos
árabes, tendo-se estabelecido em Kukia (a sul
de Gao) e impondo a sua autoridade às
populações da região, formada por
pescadores e caçadores.
82. • A região ocupada pelo Império Songai,
corresponde à região do antigo Império do
Mali, que foi dominada pelo povo Songai.
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87. • A partir do século XI ( 1010), os reis que
viviam em Kukia estabeleceram-se em Gao e
converteram-se ao islamismo, ainda que a
maior parte dos súditos permanecesse pagã
até ao final do século XV.
No século XI, este reino estendia-se ao longo
do rio Níger (de Timbuctu a Niamey),
passando no final do século XIII a ser
dominado pelo Império do Mali.
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92. • No século XV, a decadência do império Mali
permitiu o ressurgimento do reino Songhai,
que invadiram a capital capital do Mali em
1400, sob o comando do rei de Kukia, Ma
Dogo, permitindo, no final do século XV, que o
novo reino de Songhai conhecesse um grande
desenvolvimento feito por dois reis: Sonni Ali
(1464) e por Ali Ber (1492).
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95. • Pouco adepto do islamismo, Ali Ber perseguiu os
Peules e os Tuaregues para defender a civilização
dos negros africanos contra os estrangeiros.
Apoderou-se de Timbuctu, Djenné e da região
dos Lagos e controlou as minas de ouro e a
permissão para navegar no rio Níger. Morreu em
combate, sendo seu sucessor um dos seus
generais, Mohammed Touré (1493-1528),
fundador da dinastia muçulmana dos Askias,
convertendo, finalmente desta forma, o reino
Songhai ao islamismo.
97. • Em 1496 este rei organizou uma peregrinação
a Meca, onde obteve o título de califa.
Foi durante o seu reinado que o reino Songhai
alcançou o seu apogeu.
Em 1591, este reino acabou por desaparecer
nas mãos do sultão de Marrocos Ahmed el-
Mansur que se instalou em Timbuctu e
acabou com o reino Songhai.