SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 39
ICTERÍCIA NEONATALICTERÍCIA NEONATAL
Ana Paula Ribeiro Gomes
Juliana Antunes Borba
Cristiana S. Campos
Coordenação: Luciana Sugai
Escola Superior de Ciências da Saúde
HRAS – Internato/Pediatria
Agosto, 2007
www.paulomargotto.com.br
ICTERÍCIA DO RNICTERÍCIA DO RN
 Metade a 2/3 do total dos RN têm icterícia
visível durante os primeiros dias de vida.
 Todos os RN têm bilirrubina plasmática
mais alta do que o adulto.
 A bilirrubinemia atinge um pico e
decresce em uma semana.
DEFINIÇÃO EDEFINIÇÃO E
ORIGEM DA BILIRRUBINAORIGEM DA BILIRRUBINA
 Pigmento amarelo-alaranjado, produto da
degradação da hemoglobina liberada dos
eritrócitos apreendidos pelas células do sistema
retículo-endotelial.
 Oxidação do grupo heme e saída do ferro
(hemoxigenase).
 Redução da biliverdina até bilirrubina
(biliverdina redutase).
 No adulto, 1% da hemoglobina existente é
degradada diariamente. No RN a produção é 2x
superior.
ORIGEM DAORIGEM DA
BILIRRUBINABILIRRUBINA
 Outras fontes que originam bilirrubina:
1. Destruição de eritrócitos imaturos recém-
formados.
2. Degradação intracorpuscular da
hemoglobina na medusa óssea.
3. Degradação do heme livre no fígado.
4. Destruição de outras proteínas que
contenham o grupo prostético heme
(mioglobina, catalase e peroxidases).
TRANSPORTE DATRANSPORTE DA
BILIRRUBINA NO PLASMABILIRRUBINA NO PLASMA
 Liberada na forma lipossolúvel, desconjugada
(bilirrubina indireta).
 Liga-se principalmente à albumina. Fatores que
interferem com o complexo:
 PH
 IG
 Substâncias presentes no soro(cefalosporinas,
furosemida, ácidos graxos, sulfas)
 Desligada da albumina = fração livre ( 1% da BI).
 Toxicidade.
CAPTAÇÃO E CONJUGAÇÃOCAPTAÇÃO E CONJUGAÇÃO
DA BILIRRUBINADA BILIRRUBINA
 Desliga-se da albumina.
 Levada pelas ligandinas Y e Z até o
retículo endoplasmático para conjugação.
 Combina-se com ácido glicurônico
(glicuroniltransferase) Pigmento
hidrossolúvel e polar ( bilirrubina direta).
EXCREÇÃO DAEXCREÇÃO DA
BILIRRUBINABILIRRUBINA
 Reduzida à estercobilina / urobilina no
intestino.
 Pequena quantidade é hidrolizada à BI (B-
glicuronidase) e reabsorvida pela
circulação entero-hepática.
 No RN há diminuição da flora bacteriana
e aumento da B-glicuronidase.
METABOLISMO FETALMETABOLISMO FETAL
E NO RECÉM-NASCIDOE NO RECÉM-NASCIDO
 Metabolismo fetal
 Na vida fetal precoce a BI é transportada ligada à alfa-
feto-proteína (pouca albumina).
 BI é excretada pela placenta.
 No RN
 Diminuição da captação hepática de bilirrubina.
 Diminuição da capacidade de conjugação
(glicuroniltransferase).
 Meia vida mais curta das hemácias.
 Maiores índices hematimétricos.
 Exacerbação da circulação entero-hepática
OUTROS FATORES ASSOCIADOS AOOUTROS FATORES ASSOCIADOS AO
AUMENTO DA BILIRRUBINA NEONATALAUMENTO DA BILIRRUBINA NEONATAL
 Inferência genética (orientais, indígenas Norte-
Americanos e gregos).
 Fatores maternos (diabetes, deficiência de Zn e
Mg; uso de ocitocina; diazepam; bupivacaína; e
betametasona).
 Fatores perinatais: Hipóxia, clampeamento
tardio do cordão; coleções sangüíneas; jejum;
deprivação calórica; estase meconial.
Icterícia neonatalIcterícia neonatal
 Mais visível quanto maior o tecido
celular subcutâneo.
 Aparente a partir de níveis de 5mg/dl
(zona I)
 15 mg/dl: Zona II
 A partir de 20mg/dl: Zona V
 Progressão crânio-caudal
Zonas de KramerZonas de Kramer
RN termo RN Baixo peso
Zona cutânea Bilirrubina (mg/100ml) Bilirrubina (mg/100ml)
Limites Média Limites Média
1 4,3 - 7,8 5,9 (±0,3) 4,1 - 7,5 -
2 5,4 - 12,2 8,9 (±1,7) 5,6 - 12,1 9,4 (±1,9)
3 8,1 - 16,5 11,8 (±1,8) 7,1 - 14,8 11,4 (±2,3)
4 11,1 - 18,3 15,0 (±1,7) 9,3 - 18,4 13,3 (±2,1)
5 15 - 10,5 -
Zonas dérmicas de progressão craniocaudal da icterícia.
-Cabeça e pescoço
-Tronco até umbigo
-Hipogástrico e coxas
-Mãos e pés incluindo palmas e plantas
Adaptado de: Kramer, L.: Advancement of dermal icterus in the jaundiced newborn, Am. J. Dis. Child. , 118:454-458,1969
EFEITOS NOCIVOS DAEFEITOS NOCIVOS DA
HIPERBILIRRUBINEMIAHIPERBILIRRUBINEMIA
 A bilirrubina indireta pode ser tóxica.
 Kernicterus: Impregnação de BI no
cérebro, associada a níveis superiores a 20
mg/dl.
 Encefalopatia bilirrubínica: Quadro
clínico neurológico relativo à impregnação
de bilirrubina.
FATORES COADJUVANTES NAFATORES COADJUVANTES NA
ENCEFALOPATIAENCEFALOPATIA
 Imaturidade.
 Hiper-hemólise de qualquer etiologia.
 Hipóxia neonatal.
 Acidose.
 Hipoalbuminemia.
 Infecções graves.
 Presença de certas drogas ou substâncias
no plasma.
CARACTERIZAÇÃO DACARACTERIZAÇÃO DA
ENCEFALOPATIAENCEFALOPATIA
 Fase 1: Hipotonia, letargia, má sucção,
choro agudo.
 Fase 2: Hipertonia, com tendência a
espasticidade e febre.
 Fase 3: Aparente melhora.
 Fase 4: Sinais de paralisia cerebral; perda
da audição; distúrbios extra-piramidais; e
mais raramente diminuição do QI.
TRATAMENTOTRATAMENTO
 Fototerapia: Metabolismo alternativo da
bilirrubina.
 Exsangüineotransfusão: Remoção da
bilirrubina intravascular.
FOTOTERAPIAFOTOTERAPIA
 É o tratamento mais utilizado.
 Torna a BI mais hidrossolúvel, sendo
eliminada sem conjugação.
 Indicações: Levar em consideração as
causas, a idade pós-natal e a concentração
de bilirrubina sérica.
Indicação de Fototerapia
 RN a termo, saudáveis, sem Doença Hemolítica
RN < 2500g ao nascer c/ 24 h de vida não são saudáveis
Horas de Vida BI
24 – 48 h > 15
> 48 h > 18
Indicação de Fototerapia
 RN < 2500 g ao nascer
Fototerapia Precoce: RN < 1000g – BI de 5 – 6 mg%
Peso (g) 24-48h 72-96h > 96 h
< 1500g 6 8 8
15001-2000 8 10 10
2001-2500 12 14 14
EXSANGÜINEOTRANSFUSÃOEXSANGÜINEOTRANSFUSÃO
 Remove parcialmente hemácias
hemolisadas; anticorpos ligados ou não às
hemácias; bilirrubina plasmática.
 Diminui rapidamente os níveis séricos de
bilirrubina.
 Indicação precoce nos casos em que ocorre
aumento da hemólise.
EXSANGÜINEOTRANSFUSÃOEXSANGÜINEOTRANSFUSÃO
IndicaçõesIndicações
 BI> 4,5 ou HT < 11mg/dl na vigência de Coombs
direto positivo.
 Velocidade de aumento da BI superior a 0,5mg/dl/h
se HT entre 11 e 13 ou superior a 1mg/dl/h.
 Elevação importante da BI.
 Refratariedade à fototerapia intensiva por 12h.
 Sinais de comprometimento neurológico.
 Indicações relativas
 Reticulocitose
 Hemoglobina = 13g/dl e caindo em 24h
 RNPT ou com comorbidades neonatais (asfixia perinatal,
hipotermia, hemólise, hipoalbuminemia,, infecções,
hipoglicemia)
 Indicação de Exsanguineotransfusão
Precoce: - Nascidos até 24 h de vida:
 Bilirrubina Indireta > 0,5 mg%/h
Campello (2004)
Horas de Vida BI
< 12 h > 10
< 18 h > 12
< 24 h > 14
 RN com peso ao nascer < 2500g
De Carvalho (2001), Maisels (2001)
Peso ao Nascer Sem Complicação Com complicação
Gramas Bilirrubina Indireta (mg%) Bilirrubina Indireta (mg%)*
< 1000 g 10 10
1000 – 1249 g 13 10
1250 – 1499 g 15 13
1500 – 1999 g 17 15
2000 – 2499 g 18 17
> 2500 g 22 20
De forma geral, para os RN pré-termos, a ET deve ser realizada
quando a bilirrubina sérica atingir a metade da idade gestacional
(Não realizamos ET com nível de bilirrubina abaixo de 10 mg%
* Complicação: Sepses, hipoxemia, acidose
Nível de Bilirrubina Total Plasmática
até 48 h (mg/dl)
Nível de Bilirrubina Total Plasmática
≥ 96 h (mg/dl)
Risco para DNIB*
(segundo AAP**)
Fototerapia Exsanguineo Fototerapia Exsanguineo
Alto Risco (presença de
risco para DNIB em RN de
35 – 37 sem IG)
11 18 15 19
Moderado Risco
(35 – 37 sem IG sem risco
de DNIB)
13 20 18 22,5
Baixo Risco (RN de termo
sem risco para DNIB)
15 22 21 25
OS NÍVEIS DE BILIRRUBINA TOTAL SÉRICA QUE DEFINEM INTERVENÇÃO EM RN PRÉ-
TERMO (Academia America de Pediatria, 2004)
*DNIB: disfunção neurológica induzida pela bilirrubina
**anemia hemolítica isoimune,deficiência de G6PD, significante letargia, sepses,
acidose, asfixia, instabilidade de temperatura e albumina sérica <3g%
Icterícia neonatalIcterícia neonatal
DiferenciaisDiferenciais
ESTUDO BASEADOESTUDO BASEADO
EM CASOS CLÍNICOSEM CASOS CLÍNICOS
CASO ICASO I
 RNT, AIG, do sexo masculino, nascido de
parto normal com 37 semanas e 4 dias de
idade gestacional (DUM), líquido amniótico
claro e sem grumos, chorou logo ao nascer,
não necessitando de manobras de
reanimação. Ao exame físico ainda na sala de
parto apresentava, bossa serossanguínea em
parietais, sem malformações evidentes.
Apgar de 7/9. Foi amamentado nas
primeiras 2 horas após o parto e após este
período foi encaminhado ao ALCON.
CASO I (Cont.)CASO I (Cont.)
 Mãe G2 P1 A1, refere ter feito pré-natal
(7 consultas), porém sem cartão de
acompanhamento.
 Teste rápido realizado na sala de parto:
não reagente.
 Colhido sangue de RN para Tipagem
sanguínea, Coombs direto e TORCHS.
Caso I (Cont.)Caso I (Cont.)
 No ALCON, RN evoluiu com boa
sucção ao seio materno, eliminação de
mecônio e diurese presente. Com cerca
de 18 horas de vida apresentou icterícia
zona III de Kramer.
Caso I (Cont.)Caso I (Cont.)
 Solicitado hemograma completo e
bioquímica sérica que revelaram:
Hemoglobina de 11 g/dl, HT: 38%,
Reticulócitos: 9%, leucócitos de 15.000,
Plaquetas: 250.000. BI: 17 mg%; BD:
0,5mg%.
Estratificação de riscoEstratificação de risco
em RN com > 35 semanasem RN com > 35 semanas
cc
Zona de alto riscoZona de alto risco
Caso I (Cont.)Caso I (Cont.)
 Colocado sob fototerapia azul e realizada
exsanguineotransfusão.
 Exames colhidos ao nascimento revelaram:
 Mãe: O +, CI positivo (1/64)
 RN: O Negativo, CD positivo.
 Exames laboratoriais sorológicos revelaram
sorologias não reagentes.
 Incompatibilidade por determinantes
antigênicos menores (Subgrupos)
ICTERÍCIA PRECOCEICTERÍCIA PRECOCE
 Antes de 24h de vida
 SEMPRE patológica
 Mais freqüentemente relacionada com
doença hemolítica.
 Investigação : Coombs direto;
Hemograma com contagem de
reticulócitos; alteração na forma das
hemácias; TSRN; e bilirrubinemia.
ICTERÍCIA PrecoceICTERÍCIA Precoce
 Hemólise
 Incompatibilidade ABO, RH ou por
determinantes antigênicos menores (subgrupos C.
E, Kell, Duffy etc).
 Hemoglobinopatias
 Deficiência de G6PD (glicose-6-fosfato-
desidrogenase)
 Infecções congênitas
 CMV, rubéola, toxoplasmose ...
 Sepse neonatal
 Hematomas, equimoses ...
Caso IICaso II
 RNPT de 34 semanas e 3 dias, AIG, do sexo
masculino, em aleitamento materno
exclusivo, desenvolve icterícia no segundo
dia de vida que se intensifica no dia
seguinte, zona II de Kramer.
 Exames laboratoriais revelam BI de
13mg/dl, BT de 13,7 mg/dl, hemoglobina de
16 g/dl e reticulócitos de 5%. Mãe A negativo
e RN O positivo, coombs direto e indireto
negativos.
 Icterícia fisiológica
ICTERÍCIA TARDIAICTERÍCIA TARDIA
 Após 24h
 Icterícia fisiológica
 Inicia-se após as primeiras 24 horas de vida,
apresenta um pico e regressão espontânea.
 É mais visível quanto maior o tecido celular
subcutâneo.
 Níveis de no máximo 12mg/dl para o RNT e de
15mg/dl no RNPT, com duração de 1 semana e 2
semanas respectivamente.
 Velocidade de aumento da bilirrubina inferior à
5mg/dl em 24h.
ICTERÍCIA TARDIAICTERÍCIA TARDIA
Formas mais prolongadasFormas mais prolongadas
 Icterícia pelo aleitamento materno
 Reabsorção intestinal de bilirrubina
aumentada.
 Icterícia do leite materno
 Após segunda semana (mais tardia e
exacerbada)
 Presença de inibidores da conjugação no leite
materno.
 Hipotireoidismo
Caso IIICaso III
 RN com 30 dias de vida, nascido de
parto normal, a termo, sem
intercorrência pré ou perinatais é
levado à consulta de rotina quando
observa-se ao exame físico icterícia
discreta. Mãe relata que lactente
apresenta urina escura que mancha
fralda.
 Exames laboratoriais revelam:
 BI: 1mg/dl e BT: 9mg/dl
Icterícia tardiaIcterícia tardia
ColestáticaColestática
 Após a segunda semana de vida
 Início insidioso
 > 20% da BT composta por BD ou BD >
2mg/dl
 Principais causas:
 Hepatite neonatal
 Atresia de vias biliares extra-hepáticas
 Na atresia de vias biliares estabelecer
diagnóstico antes de 8 semanas para
intervenção cirúrgica (Kasai) oportuna,
prevenindo a evolução irreversível para
cirrose biliar.
OBRIGADA!!!OBRIGADA!!!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

02 aula Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.
02 aula   Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.02 aula   Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.
02 aula Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.Edna Rúbia Paulino de Oliveira
 
AULA 1 - Neonatologia aplicada a Enfermagem
AULA 1 - Neonatologia aplicada a EnfermagemAULA 1 - Neonatologia aplicada a Enfermagem
AULA 1 - Neonatologia aplicada a EnfermagemBeatriz Cordeiro
 
Puericultura - Roteiro de Consulta
Puericultura - Roteiro de ConsultaPuericultura - Roteiro de Consulta
Puericultura - Roteiro de Consultablogped1
 
Estudo de caso
Estudo de casoEstudo de caso
Estudo de casoAna Moraes
 
Características recém nascidos: o que é normal e o que não é
Características recém nascidos: o que é normal e o que não éCaracterísticas recém nascidos: o que é normal e o que não é
Características recém nascidos: o que é normal e o que não éViviane da Silva
 
Icterícia neonatal
 Icterícia neonatal  Icterícia neonatal
Icterícia neonatal blogped1
 
Pediatria Aula Emergencias Pediatricas[ Revisado]
Pediatria Aula Emergencias Pediatricas[ Revisado]Pediatria Aula Emergencias Pediatricas[ Revisado]
Pediatria Aula Emergencias Pediatricas[ Revisado]Eduardo Gomes da Silva
 
Exame do Recém-Nascido
Exame do Recém-NascidoExame do Recém-Nascido
Exame do Recém-NascidoEnayad
 
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuro
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuroAssistência de enfermagem ao recém nascido prematuro
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuroJuliana Maciel
 

Mais procurados (20)

Hiperbilirrubinemia
HiperbilirrubinemiaHiperbilirrubinemia
Hiperbilirrubinemia
 
Cuidado ao Recém-nascido no Parto e Nascimento
Cuidado ao Recém-nascido no Parto e NascimentoCuidado ao Recém-nascido no Parto e Nascimento
Cuidado ao Recém-nascido no Parto e Nascimento
 
02 aula Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.
02 aula   Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.02 aula   Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.
02 aula Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.
 
AULA 1 - Neonatologia aplicada a Enfermagem
AULA 1 - Neonatologia aplicada a EnfermagemAULA 1 - Neonatologia aplicada a Enfermagem
AULA 1 - Neonatologia aplicada a Enfermagem
 
Puericultura - Roteiro de Consulta
Puericultura - Roteiro de ConsultaPuericultura - Roteiro de Consulta
Puericultura - Roteiro de Consulta
 
Triagem neonatal
Triagem neonatalTriagem neonatal
Triagem neonatal
 
Doenças frequentes da infancia - pediatria
Doenças frequentes da infancia - pediatriaDoenças frequentes da infancia - pediatria
Doenças frequentes da infancia - pediatria
 
Estudo de caso
Estudo de casoEstudo de caso
Estudo de caso
 
Características recém nascidos: o que é normal e o que não é
Características recém nascidos: o que é normal e o que não éCaracterísticas recém nascidos: o que é normal e o que não é
Características recém nascidos: o que é normal e o que não é
 
Icterícia neonatal
 Icterícia neonatal  Icterícia neonatal
Icterícia neonatal
 
Uti Neonatal Parte 1
Uti Neonatal Parte 1Uti Neonatal Parte 1
Uti Neonatal Parte 1
 
Aula 3 prénatal
Aula 3 prénatalAula 3 prénatal
Aula 3 prénatal
 
Cuidados ao recém nascido
Cuidados ao recém nascidoCuidados ao recém nascido
Cuidados ao recém nascido
 
Ictericia
IctericiaIctericia
Ictericia
 
Aula CCIH/CTI
Aula CCIH/CTIAula CCIH/CTI
Aula CCIH/CTI
 
Pediatria Aula Emergencias Pediatricas[ Revisado]
Pediatria Aula Emergencias Pediatricas[ Revisado]Pediatria Aula Emergencias Pediatricas[ Revisado]
Pediatria Aula Emergencias Pediatricas[ Revisado]
 
Desidratação infantil
Desidratação infantilDesidratação infantil
Desidratação infantil
 
Exame do Recém-Nascido
Exame do Recém-NascidoExame do Recém-Nascido
Exame do Recém-Nascido
 
Diabetes
DiabetesDiabetes
Diabetes
 
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuro
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuroAssistência de enfermagem ao recém nascido prematuro
Assistência de enfermagem ao recém nascido prematuro
 

Destaque

Destaque (20)

Ictericia neonatal
Ictericia neonatal Ictericia neonatal
Ictericia neonatal
 
Fototerapia neonatal
Fototerapia neonatalFototerapia neonatal
Fototerapia neonatal
 
Assistência de enfermagem em neonatologia
Assistência de enfermagem em neonatologiaAssistência de enfermagem em neonatologia
Assistência de enfermagem em neonatologia
 
Ictericia
IctericiaIctericia
Ictericia
 
Ictericia
IctericiaIctericia
Ictericia
 
Fototerapia, manejo de hiperbilirrubinemia neoanatl
Fototerapia, manejo de hiperbilirrubinemia neoanatlFototerapia, manejo de hiperbilirrubinemia neoanatl
Fototerapia, manejo de hiperbilirrubinemia neoanatl
 
Interpret4
Interpret4Interpret4
Interpret4
 
Fototerapia
FototerapiaFototerapia
Fototerapia
 
Bioquímica
BioquímicaBioquímica
Bioquímica
 
Aleitamento materno
Aleitamento materno Aleitamento materno
Aleitamento materno
 
Fototerapia
FototerapiaFototerapia
Fototerapia
 
Toxoplasmose
Toxoplasmose Toxoplasmose
Toxoplasmose
 
Assistência de enfermagem ao RN.
Assistência de enfermagem ao RN.Assistência de enfermagem ao RN.
Assistência de enfermagem ao RN.
 
Enzimas hepaticas
Enzimas hepaticasEnzimas hepaticas
Enzimas hepaticas
 
Caso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASIL
Caso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASILCaso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASIL
Caso clínico icterícia neonatal. Goiânia - GO - BRASIL
 
CASO CLINICO HIPERBILIRRUBINEMIA
CASO CLINICO HIPERBILIRRUBINEMIA CASO CLINICO HIPERBILIRRUBINEMIA
CASO CLINICO HIPERBILIRRUBINEMIA
 
1.anamnese, exame físico e classificações do rn
1.anamnese, exame físico e classificações do rn1.anamnese, exame físico e classificações do rn
1.anamnese, exame físico e classificações do rn
 
Semninário Febre Amarela
Semninário Febre AmarelaSemninário Febre Amarela
Semninário Febre Amarela
 
Ictericia neonatal
Ictericia neonatalIctericia neonatal
Ictericia neonatal
 
Doenças virais
Doenças viraisDoenças virais
Doenças virais
 

Semelhante a Ictericia neonata l

2012 2_-_afecções_do_recém_na
2012  2_-_afecções_do_recém_na2012  2_-_afecções_do_recém_na
2012 2_-_afecções_do_recém_naRafaela Bulhões
 
Atraso do crescimento intra uterino (aciu) - tema
Atraso do crescimento intra uterino (aciu) - temaAtraso do crescimento intra uterino (aciu) - tema
Atraso do crescimento intra uterino (aciu) - temaUEM - Faculity of Medicine
 
Endocrinologia do ciclo gravídico puerperal zulivam para apresentar
Endocrinologia do ciclo gravídico puerperal zulivam para apresentarEndocrinologia do ciclo gravídico puerperal zulivam para apresentar
Endocrinologia do ciclo gravídico puerperal zulivam para apresentarZulivam Yaluzan
 
Anemia e Coagulopatias
Anemia e CoagulopatiasAnemia e Coagulopatias
Anemia e Coagulopatiastvf
 
Pre natal de baixo risco parte 1 Uesc Medicina
Pre natal de baixo risco parte 1  Uesc MedicinaPre natal de baixo risco parte 1  Uesc Medicina
Pre natal de baixo risco parte 1 Uesc MedicinaAuro Gonçalves
 
Bioquimica clinica roteiro
Bioquimica clinica   roteiroBioquimica clinica   roteiro
Bioquimica clinica roteiroCarolvet88
 
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidez
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da GravidezDoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidez
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidezchirlei ferreira
 
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidez
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da GravidezDoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidez
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidezchirlei ferreira
 
Síndromes ictéricas
Síndromes ictéricasSíndromes ictéricas
Síndromes ictéricaspauloalambert
 
Aula 4 - OBSTETRÍCIA - Alterações fisiológicas da gravidez, gravidez ectópica...
Aula 4 - OBSTETRÍCIA - Alterações fisiológicas da gravidez, gravidez ectópica...Aula 4 - OBSTETRÍCIA - Alterações fisiológicas da gravidez, gravidez ectópica...
Aula 4 - OBSTETRÍCIA - Alterações fisiológicas da gravidez, gravidez ectópica...Caroline Reis Gonçalves
 

Semelhante a Ictericia neonata l (20)

2012 2_-_afecções_do_recém_na
2012  2_-_afecções_do_recém_na2012  2_-_afecções_do_recém_na
2012 2_-_afecções_do_recém_na
 
Icterícia neonatal
Icterícia neonatalIcterícia neonatal
Icterícia neonatal
 
Patologia obstetricia 2016
Patologia obstetricia  2016Patologia obstetricia  2016
Patologia obstetricia 2016
 
Atraso do crescimento intra uterino (aciu) - tema
Atraso do crescimento intra uterino (aciu) - temaAtraso do crescimento intra uterino (aciu) - tema
Atraso do crescimento intra uterino (aciu) - tema
 
Estudo dirigido
Estudo dirigidoEstudo dirigido
Estudo dirigido
 
Patologias NN.pptx
Patologias NN.pptxPatologias NN.pptx
Patologias NN.pptx
 
Patologia obstetricia 2014
Patologia obstetricia  2014Patologia obstetricia  2014
Patologia obstetricia 2014
 
Endocrinologia do ciclo gravídico puerperal zulivam para apresentar
Endocrinologia do ciclo gravídico puerperal zulivam para apresentarEndocrinologia do ciclo gravídico puerperal zulivam para apresentar
Endocrinologia do ciclo gravídico puerperal zulivam para apresentar
 
Anemia e Coagulopatias
Anemia e CoagulopatiasAnemia e Coagulopatias
Anemia e Coagulopatias
 
Pre natal de baixo risco parte 1 Uesc Medicina
Pre natal de baixo risco parte 1  Uesc MedicinaPre natal de baixo risco parte 1  Uesc Medicina
Pre natal de baixo risco parte 1 Uesc Medicina
 
semináriocurso.pdf
semináriocurso.pdfsemináriocurso.pdf
semináriocurso.pdf
 
Uti Neonatal Parte 1
Uti Neonatal Parte 1Uti Neonatal Parte 1
Uti Neonatal Parte 1
 
Bioquimica clinica roteiro
Bioquimica clinica   roteiroBioquimica clinica   roteiro
Bioquimica clinica roteiro
 
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidez
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da GravidezDoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidez
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidez
 
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidez
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da GravidezDoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidez
DoençA Hipertensiva EspecíFica Da Gravidez
 
Síndromes ictéricas
Síndromes ictéricasSíndromes ictéricas
Síndromes ictéricas
 
Aspectos atuais no tratamento da infertilidade na SOP-março 2013
Aspectos atuais no tratamento da infertilidade na SOP-março 2013Aspectos atuais no tratamento da infertilidade na SOP-março 2013
Aspectos atuais no tratamento da infertilidade na SOP-março 2013
 
Aula 4 - OBSTETRÍCIA - Alterações fisiológicas da gravidez, gravidez ectópica...
Aula 4 - OBSTETRÍCIA - Alterações fisiológicas da gravidez, gravidez ectópica...Aula 4 - OBSTETRÍCIA - Alterações fisiológicas da gravidez, gravidez ectópica...
Aula 4 - OBSTETRÍCIA - Alterações fisiológicas da gravidez, gravidez ectópica...
 
Aula 4 - B
Aula 4 - BAula 4 - B
Aula 4 - B
 
SEPSE NEONATAL.
SEPSE NEONATAL.SEPSE NEONATAL.
SEPSE NEONATAL.
 

Último

Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointwylliamthe
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 

Último (6)

Modelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power pointModelo de apresentação de TCC em power point
Modelo de apresentação de TCC em power point
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 

Ictericia neonata l

  • 1. ICTERÍCIA NEONATALICTERÍCIA NEONATAL Ana Paula Ribeiro Gomes Juliana Antunes Borba Cristiana S. Campos Coordenação: Luciana Sugai Escola Superior de Ciências da Saúde HRAS – Internato/Pediatria Agosto, 2007 www.paulomargotto.com.br
  • 2. ICTERÍCIA DO RNICTERÍCIA DO RN  Metade a 2/3 do total dos RN têm icterícia visível durante os primeiros dias de vida.  Todos os RN têm bilirrubina plasmática mais alta do que o adulto.  A bilirrubinemia atinge um pico e decresce em uma semana.
  • 3. DEFINIÇÃO EDEFINIÇÃO E ORIGEM DA BILIRRUBINAORIGEM DA BILIRRUBINA  Pigmento amarelo-alaranjado, produto da degradação da hemoglobina liberada dos eritrócitos apreendidos pelas células do sistema retículo-endotelial.  Oxidação do grupo heme e saída do ferro (hemoxigenase).  Redução da biliverdina até bilirrubina (biliverdina redutase).  No adulto, 1% da hemoglobina existente é degradada diariamente. No RN a produção é 2x superior.
  • 4. ORIGEM DAORIGEM DA BILIRRUBINABILIRRUBINA  Outras fontes que originam bilirrubina: 1. Destruição de eritrócitos imaturos recém- formados. 2. Degradação intracorpuscular da hemoglobina na medusa óssea. 3. Degradação do heme livre no fígado. 4. Destruição de outras proteínas que contenham o grupo prostético heme (mioglobina, catalase e peroxidases).
  • 5. TRANSPORTE DATRANSPORTE DA BILIRRUBINA NO PLASMABILIRRUBINA NO PLASMA  Liberada na forma lipossolúvel, desconjugada (bilirrubina indireta).  Liga-se principalmente à albumina. Fatores que interferem com o complexo:  PH  IG  Substâncias presentes no soro(cefalosporinas, furosemida, ácidos graxos, sulfas)  Desligada da albumina = fração livre ( 1% da BI).  Toxicidade.
  • 6. CAPTAÇÃO E CONJUGAÇÃOCAPTAÇÃO E CONJUGAÇÃO DA BILIRRUBINADA BILIRRUBINA  Desliga-se da albumina.  Levada pelas ligandinas Y e Z até o retículo endoplasmático para conjugação.  Combina-se com ácido glicurônico (glicuroniltransferase) Pigmento hidrossolúvel e polar ( bilirrubina direta).
  • 7. EXCREÇÃO DAEXCREÇÃO DA BILIRRUBINABILIRRUBINA  Reduzida à estercobilina / urobilina no intestino.  Pequena quantidade é hidrolizada à BI (B- glicuronidase) e reabsorvida pela circulação entero-hepática.  No RN há diminuição da flora bacteriana e aumento da B-glicuronidase.
  • 8.
  • 9. METABOLISMO FETALMETABOLISMO FETAL E NO RECÉM-NASCIDOE NO RECÉM-NASCIDO  Metabolismo fetal  Na vida fetal precoce a BI é transportada ligada à alfa- feto-proteína (pouca albumina).  BI é excretada pela placenta.  No RN  Diminuição da captação hepática de bilirrubina.  Diminuição da capacidade de conjugação (glicuroniltransferase).  Meia vida mais curta das hemácias.  Maiores índices hematimétricos.  Exacerbação da circulação entero-hepática
  • 10. OUTROS FATORES ASSOCIADOS AOOUTROS FATORES ASSOCIADOS AO AUMENTO DA BILIRRUBINA NEONATALAUMENTO DA BILIRRUBINA NEONATAL  Inferência genética (orientais, indígenas Norte- Americanos e gregos).  Fatores maternos (diabetes, deficiência de Zn e Mg; uso de ocitocina; diazepam; bupivacaína; e betametasona).  Fatores perinatais: Hipóxia, clampeamento tardio do cordão; coleções sangüíneas; jejum; deprivação calórica; estase meconial.
  • 11. Icterícia neonatalIcterícia neonatal  Mais visível quanto maior o tecido celular subcutâneo.  Aparente a partir de níveis de 5mg/dl (zona I)  15 mg/dl: Zona II  A partir de 20mg/dl: Zona V  Progressão crânio-caudal
  • 12. Zonas de KramerZonas de Kramer RN termo RN Baixo peso Zona cutânea Bilirrubina (mg/100ml) Bilirrubina (mg/100ml) Limites Média Limites Média 1 4,3 - 7,8 5,9 (±0,3) 4,1 - 7,5 - 2 5,4 - 12,2 8,9 (±1,7) 5,6 - 12,1 9,4 (±1,9) 3 8,1 - 16,5 11,8 (±1,8) 7,1 - 14,8 11,4 (±2,3) 4 11,1 - 18,3 15,0 (±1,7) 9,3 - 18,4 13,3 (±2,1) 5 15 - 10,5 - Zonas dérmicas de progressão craniocaudal da icterícia. -Cabeça e pescoço -Tronco até umbigo -Hipogástrico e coxas -Mãos e pés incluindo palmas e plantas Adaptado de: Kramer, L.: Advancement of dermal icterus in the jaundiced newborn, Am. J. Dis. Child. , 118:454-458,1969
  • 13. EFEITOS NOCIVOS DAEFEITOS NOCIVOS DA HIPERBILIRRUBINEMIAHIPERBILIRRUBINEMIA  A bilirrubina indireta pode ser tóxica.  Kernicterus: Impregnação de BI no cérebro, associada a níveis superiores a 20 mg/dl.  Encefalopatia bilirrubínica: Quadro clínico neurológico relativo à impregnação de bilirrubina.
  • 14. FATORES COADJUVANTES NAFATORES COADJUVANTES NA ENCEFALOPATIAENCEFALOPATIA  Imaturidade.  Hiper-hemólise de qualquer etiologia.  Hipóxia neonatal.  Acidose.  Hipoalbuminemia.  Infecções graves.  Presença de certas drogas ou substâncias no plasma.
  • 15. CARACTERIZAÇÃO DACARACTERIZAÇÃO DA ENCEFALOPATIAENCEFALOPATIA  Fase 1: Hipotonia, letargia, má sucção, choro agudo.  Fase 2: Hipertonia, com tendência a espasticidade e febre.  Fase 3: Aparente melhora.  Fase 4: Sinais de paralisia cerebral; perda da audição; distúrbios extra-piramidais; e mais raramente diminuição do QI.
  • 16. TRATAMENTOTRATAMENTO  Fototerapia: Metabolismo alternativo da bilirrubina.  Exsangüineotransfusão: Remoção da bilirrubina intravascular.
  • 17. FOTOTERAPIAFOTOTERAPIA  É o tratamento mais utilizado.  Torna a BI mais hidrossolúvel, sendo eliminada sem conjugação.  Indicações: Levar em consideração as causas, a idade pós-natal e a concentração de bilirrubina sérica.
  • 18. Indicação de Fototerapia  RN a termo, saudáveis, sem Doença Hemolítica RN < 2500g ao nascer c/ 24 h de vida não são saudáveis Horas de Vida BI 24 – 48 h > 15 > 48 h > 18
  • 19. Indicação de Fototerapia  RN < 2500 g ao nascer Fototerapia Precoce: RN < 1000g – BI de 5 – 6 mg% Peso (g) 24-48h 72-96h > 96 h < 1500g 6 8 8 15001-2000 8 10 10 2001-2500 12 14 14
  • 20. EXSANGÜINEOTRANSFUSÃOEXSANGÜINEOTRANSFUSÃO  Remove parcialmente hemácias hemolisadas; anticorpos ligados ou não às hemácias; bilirrubina plasmática.  Diminui rapidamente os níveis séricos de bilirrubina.  Indicação precoce nos casos em que ocorre aumento da hemólise.
  • 21. EXSANGÜINEOTRANSFUSÃOEXSANGÜINEOTRANSFUSÃO IndicaçõesIndicações  BI> 4,5 ou HT < 11mg/dl na vigência de Coombs direto positivo.  Velocidade de aumento da BI superior a 0,5mg/dl/h se HT entre 11 e 13 ou superior a 1mg/dl/h.  Elevação importante da BI.  Refratariedade à fototerapia intensiva por 12h.  Sinais de comprometimento neurológico.  Indicações relativas  Reticulocitose  Hemoglobina = 13g/dl e caindo em 24h  RNPT ou com comorbidades neonatais (asfixia perinatal, hipotermia, hemólise, hipoalbuminemia,, infecções, hipoglicemia)
  • 22.  Indicação de Exsanguineotransfusão Precoce: - Nascidos até 24 h de vida:  Bilirrubina Indireta > 0,5 mg%/h Campello (2004) Horas de Vida BI < 12 h > 10 < 18 h > 12 < 24 h > 14
  • 23.  RN com peso ao nascer < 2500g De Carvalho (2001), Maisels (2001) Peso ao Nascer Sem Complicação Com complicação Gramas Bilirrubina Indireta (mg%) Bilirrubina Indireta (mg%)* < 1000 g 10 10 1000 – 1249 g 13 10 1250 – 1499 g 15 13 1500 – 1999 g 17 15 2000 – 2499 g 18 17 > 2500 g 22 20 De forma geral, para os RN pré-termos, a ET deve ser realizada quando a bilirrubina sérica atingir a metade da idade gestacional (Não realizamos ET com nível de bilirrubina abaixo de 10 mg% * Complicação: Sepses, hipoxemia, acidose
  • 24. Nível de Bilirrubina Total Plasmática até 48 h (mg/dl) Nível de Bilirrubina Total Plasmática ≥ 96 h (mg/dl) Risco para DNIB* (segundo AAP**) Fototerapia Exsanguineo Fototerapia Exsanguineo Alto Risco (presença de risco para DNIB em RN de 35 – 37 sem IG) 11 18 15 19 Moderado Risco (35 – 37 sem IG sem risco de DNIB) 13 20 18 22,5 Baixo Risco (RN de termo sem risco para DNIB) 15 22 21 25 OS NÍVEIS DE BILIRRUBINA TOTAL SÉRICA QUE DEFINEM INTERVENÇÃO EM RN PRÉ- TERMO (Academia America de Pediatria, 2004) *DNIB: disfunção neurológica induzida pela bilirrubina **anemia hemolítica isoimune,deficiência de G6PD, significante letargia, sepses, acidose, asfixia, instabilidade de temperatura e albumina sérica <3g%
  • 25. Icterícia neonatalIcterícia neonatal DiferenciaisDiferenciais ESTUDO BASEADOESTUDO BASEADO EM CASOS CLÍNICOSEM CASOS CLÍNICOS
  • 26. CASO ICASO I  RNT, AIG, do sexo masculino, nascido de parto normal com 37 semanas e 4 dias de idade gestacional (DUM), líquido amniótico claro e sem grumos, chorou logo ao nascer, não necessitando de manobras de reanimação. Ao exame físico ainda na sala de parto apresentava, bossa serossanguínea em parietais, sem malformações evidentes. Apgar de 7/9. Foi amamentado nas primeiras 2 horas após o parto e após este período foi encaminhado ao ALCON.
  • 27. CASO I (Cont.)CASO I (Cont.)  Mãe G2 P1 A1, refere ter feito pré-natal (7 consultas), porém sem cartão de acompanhamento.  Teste rápido realizado na sala de parto: não reagente.  Colhido sangue de RN para Tipagem sanguínea, Coombs direto e TORCHS.
  • 28. Caso I (Cont.)Caso I (Cont.)  No ALCON, RN evoluiu com boa sucção ao seio materno, eliminação de mecônio e diurese presente. Com cerca de 18 horas de vida apresentou icterícia zona III de Kramer.
  • 29. Caso I (Cont.)Caso I (Cont.)  Solicitado hemograma completo e bioquímica sérica que revelaram: Hemoglobina de 11 g/dl, HT: 38%, Reticulócitos: 9%, leucócitos de 15.000, Plaquetas: 250.000. BI: 17 mg%; BD: 0,5mg%.
  • 30. Estratificação de riscoEstratificação de risco em RN com > 35 semanasem RN com > 35 semanas cc Zona de alto riscoZona de alto risco
  • 31. Caso I (Cont.)Caso I (Cont.)  Colocado sob fototerapia azul e realizada exsanguineotransfusão.  Exames colhidos ao nascimento revelaram:  Mãe: O +, CI positivo (1/64)  RN: O Negativo, CD positivo.  Exames laboratoriais sorológicos revelaram sorologias não reagentes.  Incompatibilidade por determinantes antigênicos menores (Subgrupos)
  • 32. ICTERÍCIA PRECOCEICTERÍCIA PRECOCE  Antes de 24h de vida  SEMPRE patológica  Mais freqüentemente relacionada com doença hemolítica.  Investigação : Coombs direto; Hemograma com contagem de reticulócitos; alteração na forma das hemácias; TSRN; e bilirrubinemia.
  • 33. ICTERÍCIA PrecoceICTERÍCIA Precoce  Hemólise  Incompatibilidade ABO, RH ou por determinantes antigênicos menores (subgrupos C. E, Kell, Duffy etc).  Hemoglobinopatias  Deficiência de G6PD (glicose-6-fosfato- desidrogenase)  Infecções congênitas  CMV, rubéola, toxoplasmose ...  Sepse neonatal  Hematomas, equimoses ...
  • 34. Caso IICaso II  RNPT de 34 semanas e 3 dias, AIG, do sexo masculino, em aleitamento materno exclusivo, desenvolve icterícia no segundo dia de vida que se intensifica no dia seguinte, zona II de Kramer.  Exames laboratoriais revelam BI de 13mg/dl, BT de 13,7 mg/dl, hemoglobina de 16 g/dl e reticulócitos de 5%. Mãe A negativo e RN O positivo, coombs direto e indireto negativos.  Icterícia fisiológica
  • 35. ICTERÍCIA TARDIAICTERÍCIA TARDIA  Após 24h  Icterícia fisiológica  Inicia-se após as primeiras 24 horas de vida, apresenta um pico e regressão espontânea.  É mais visível quanto maior o tecido celular subcutâneo.  Níveis de no máximo 12mg/dl para o RNT e de 15mg/dl no RNPT, com duração de 1 semana e 2 semanas respectivamente.  Velocidade de aumento da bilirrubina inferior à 5mg/dl em 24h.
  • 36. ICTERÍCIA TARDIAICTERÍCIA TARDIA Formas mais prolongadasFormas mais prolongadas  Icterícia pelo aleitamento materno  Reabsorção intestinal de bilirrubina aumentada.  Icterícia do leite materno  Após segunda semana (mais tardia e exacerbada)  Presença de inibidores da conjugação no leite materno.  Hipotireoidismo
  • 37. Caso IIICaso III  RN com 30 dias de vida, nascido de parto normal, a termo, sem intercorrência pré ou perinatais é levado à consulta de rotina quando observa-se ao exame físico icterícia discreta. Mãe relata que lactente apresenta urina escura que mancha fralda.  Exames laboratoriais revelam:  BI: 1mg/dl e BT: 9mg/dl
  • 38. Icterícia tardiaIcterícia tardia ColestáticaColestática  Após a segunda semana de vida  Início insidioso  > 20% da BT composta por BD ou BD > 2mg/dl  Principais causas:  Hepatite neonatal  Atresia de vias biliares extra-hepáticas  Na atresia de vias biliares estabelecer diagnóstico antes de 8 semanas para intervenção cirúrgica (Kasai) oportuna, prevenindo a evolução irreversível para cirrose biliar.