2. É o fenómeno, que em Medicina, corresponde ao
baixo nível de glicose no sangue.
É definida pela tríade de Whiple:
• glicemia (nível de glicose no sangue)<50mg/dl;
• Sintomas associados à diminuição da
concentração sanguínea de glicose;
• Reversão ou melhoria desses sintomas com a
elevação da glicemia.
3. A glicose é a principal fonte de energia
do cérebro, sendo utilizada em grande
parte pelas células sem intervenção da
Insulina.
A concentração desta no sangue é um dos
factores mais importantes para a
manutenção do metabolismo cerebral
(dado que as reservas cerebrais de glicose
e glicogénio se esgotam cerca de 2 minutos
após a cessação do fornecimento de glicose
ao cérebro).
4. Os sinais e sintomas da Hipoglicemia,
são os decorrentes de alterações no
estado de consciência, e são de dois
tipos:
• Adrenérgicos: taquicardia e
hipertensão, taquipneia, palidez e pele fria,
sudorese, tremores e excitabilidade.
• Neuroglicopénicos: letargia,
discurso atrasado, comportamento bizarro,
sendo por vezes agressivo e hostil, agitação,
confusão, défices neurológicos, convulsões e
coma.
5. Foi avaliada pela 1ªvez em 1937.
Em 1949, um estudo envolvendo 289
recém-nascidos, permitiu definir a
Hipoglicemia como:
• Leve: 40 < níveis de glicemia > 50mg/dl
• Moderada: 20 < níveis de glicemia > 40mg/dl
• Grave: níveis de glicemia < 20mg/dl
6. Os bebés prematuros não possuem
muito glicogénio no coração,
principalmente os que estão com
dificuldades respiratórias.
Vão necessitar de níveis sanguíneos elevados de
glicose para compensar a falta de oxigénio,
aumentando assim o consumo cardíaco .
7. O coração é importante para a
manutenção imediata da vida, mas o
cérebro é o órgão mais importante em
termos do futuro do bebé.
Quanto mais baixos forem os níveis de
glicose no cérebro, mais riscos o bebé
corre, uma vez que este não armazena
glicose, particularmente os recém-nascidos de
baixo peso, pois possuem baixos substratos para
manter a concentração de glicose.
8. Os recém-nascidos com baixas
reservas de glicogénio, podem
apresentar hipoglicemia a qualquer
momento durante os primeiros dias de
vida, sobretudo quando as alimentações
são muito espaçadas ou quando a
ingestão de nutrientes é insuficiente.
Nos recém-nascidos, outras causas
comuns são a prematuridade, a pós-
maturidade, e a função anormal da
placenta durante a gestação.
9. Estudos realizados em modelos
animais, demonstram danos
neurológicos irreversíveis quando a
hipoglicemia ocorre simultaneamente
com outras doenças severas, tais como
Isquémia Hipóxica, sepses e choque.
10. Estudos evidenciaram que:
• O numero de dias em Hipoglicemia moderada
esteve fortemente relacionado com
deficiências a nível do desenvolvimento
mental e motor aos 18 meses de idade,
mesmo após se ajustarem vários factores
conhecidos como influentes no
desenvolvimento;
• A duração da hipoglicemia é o factor mais
importante relacionado com o prognóstico
neurológico.
11. Com a queda dos níveis de glicose, há um
aumento de ácidos gordos e de radicais livres,
com diminuição do substrato energético para
o cérebro, e diminuição do AMPc.
Mesmo na presença de baixos níveis de
glicose sanguínea, os recém-nascidos
prematuros apresentam baixas concentrações
de corpos cetónicos, o que significa que estes
têm uma habilidade limitada para mobilizar
fontes energéticas alternativas.
12.
13. Na hipoglicemia, o transporte de iões
fica prejudicado e activa os mecanismos
de perda de integridade da membrana
celular, permitindo a entrada de Cálcio e
Sódio na célula, levando a inchaço e
morte neuronal.
14.
15. O melhor tratamento é a prevenção,
através da identificação precoce dos
recém-nascidos de risco (recém-nascidos
macrossómicos, recém-nascidos cujas mães fizeram
uso de β-simpaticomiméticos e hipoglicemiantes orais,
recém-nascidos com restrição do crescimento intra-
uterino, e prematuros);
Bebés amamentados com leite materno
têm menores níveis sanguíneos de glicose,
no entanto, este tipo de nutrição é mais
facilmente digerido, e oferece substratos
alternativos.
16. glicemia inferior a 40mg/dl: administrar glicose
endovenosa;
Se a hipoglicemia persistir por um período
de 24 a 36 horas: fazer uso de corticosteróides, o
que leva à diminuição da utilização de glicose e
aumenta a Gluconeogénese;
Se a hipoglicemia persistir para além deste
período: deve-se utilizar Diazóxido, que inibe o canal
de Potássio, e inibe também a activação da secreção
da insulina pelas células β-pancreáticas. Caso não
se obtenha a resposta desejada, deve-se
agregar somestatina de acção prolongada.
17. Em casos de hipoglicemia persistente,
deve-se passar para a nutrição através
da via parentérica.
A utilização de Glucagon, apesar de
estimular a Glicogenólise, não é
recomendada, visto que os níveis de
glicose aumentam rapidamente com o
consequente aumento da produção de
Insulina, o que não resolve o problema.