SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente
(Sequência 4)
Teste de avaliação sumativa (Ver nota no final)
GRUPO I
A
Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário
apresentado.
Inês Jesu, Jesu! Manas minhas!1
Sois vós aquele que um dia
em casa de minha tia
me mandastes camarinhas2
,
5 e quando aprendia a lavrar
mandáveis-me tanta cousinha?
Eu era ainda Inêsinha3
não vos queria falar.
Erm. Señora, tengoos servido,
10 y vos a mi despreciado;
hazed que el tiempo pasado
no se cuente por perdido.
Inês Padre, mui bem vos entendo…
Ò demo que vos eu encomendo,
15 que bem sabeis vós pedir!
Eu determino lá d'ir
à ermida, Deos querendo.
Erm. E quando?
Inês I-vos, meu santo,
20 que eu irei um dia destes
muito cedo, muito prestes.
Erm. Señora, yo me voy en tanto.
[Inês Pereira torna para Pero Marques]
Inês Em tudo é boa a concrusão.
25 Marido, aquele ermitão
é um anjinho de Deos…
Pero Corregê-vos esses véos
e ponde-vos em feição4
.
1
A dupla exclamação mostra que Inês ficou feliz ao reconhecer o Ermitão;
2
frutos da camarinheira;
3
eu era ainda muito nova;
1
©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente
(Sequência 4)
Inês Sabeis vós o que eu queria?
30 Pero Que quereis, minha mulher?
Inês Que houvésseis por prazer
de irmos lá em romaria.
Pero Seja logo sem deter.
Inês Este caminho é comprido…
35 Contai ũa estória, marido.
Pero Bofá5
que me praz,6
mulher.
Inês Passemos primeiro o rio.
Descalçai-vos.
Pero E pois7
como?
40 Inês E levar-me-eis no ombro,
não me corte a madre o frio8
.
Põe-se Inês Pereira às costas do marido, e diz:
Inês Marido, assi me levade.
Pero Ides à vossa vontade?
45 Inês Como estar no Paraíso!
Pero Muito folgo eu com isso.
Inês Esperade, ora esperade!
Olhai que lousas9
aquelas,
pera poer as talhas nelas!
50 Pero Quereis que as leve?
Inês Si.
Ũa aqui e outra aqui.
Oh como folgo com elas!
Cantemos, marido, quereis?
55 Pero Eu não saberei entoar…
Inês Pois eu hei de só de cantar
e vós me respondereis
cada vez que eu acabar:
«pois assi se fazem as cousas».
60 Canta Inês Pereira:
Inês Marido cuco10
me levades
e mais duas lousas.
4
Pero Marques repara que as roupas da mulher estão desarranjadas e diz-lhe para
se arranjar;
5
interjeição: verdadeiramente;
6
me agrada;
7
depois;
8
de modo a que a água fria do rio não me enregele;
9
pedras achatadas e compridas sobre as quais se colocavam as «talhas», grandes
recipientes de barro para guardar vinho ou azeite;
10
na cultura popular, tal como o «cervo» e o «gamo», o «cuco» significa o marido
traído;
2
©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente
(Sequência 4)
Pero Pois assi se fazem as cousas.
Inês Bem sabedes vós, marido,
65 quanto vos amo:
sempre fostes percebido11
pera gamo.
Carregado ides, noss’amo
Com duas lousas.
70 Pero Pois assi se fazem as cousas.
Inês Bem sabedes vós, marido,
quanto vos quero.
Sempre fostes percebido
pera cervo.
75 Agora vos tomou o demo
com duas lousas.
Pero Pois assi se fazem as cousas.
E assi se vão, e se acaba o dito Auto.
Gil Vicente, «Auto de Inês Pereira», in Teatro de Gil Vicente, 6.a
edição, Lisboa,
Portugália Editora, s/d, pp. 198-200. (Apresentação e leitura de António José Saraiva)
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens
que se seguem.
1. Caracteriza Inês Pereira com base nas suas palavras e atitudes.
2. Comprova a dimensão satírica desta secção da farsa.
3. Comenta a cena final da farsa tendo como horizonte o ditado popular
que, segundo a lenda, estará na sua origem: «Antes quero asno que me
leve que cavalo que me derrube».
11
sempre tiveste predisposição.
3
©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente
(Sequência 4)
B
Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
CANTIGA DE MALDIZER
Roi Queimado morreu com amor
en seus cantares, par Santa Maria,
por ũa dona que gram bem queria:
e, por se meter por mais trobador1
,
por que lh’ela non quis [o] ben fazer2
,
feze-s'el em seus cantares morrer,
mais resurgiu3
depois, ao tercer dia.
Esto fez el por ũa sa senhor
que quer gran bem; e mais vos ém4
diria:
por que cuida que faz i5
maestria6
,
enos cantares que fez, á sabor
de morrer i e des i d'ar viver7
;
esto faz el, que x'o pode fazer,
mais outr'omem per rem8
nono9
faria.
[…]
Pero Garcia Burgalês, (CV 988, CBN 1380), A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial
Comunicação, 1983,
p. 230. (Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de Elsa
Gonçalves)
4. Refere o motivo da crítica apresentada no texto.
5. Comprova, com base na segunda estrofe, que é através de uma antítese
que se promove
o humor.
___________________________
1
v. 4: para se mostrar grande trovador;
2
v. 5: porque ela desdenhou do seu amor;
3
ressuscitou;
4
sobre este assunto;
5
nisso;
6
habilidade poética;
7
vv. 11-12: nas cantigas que faz gosta de morrer nelas e depois voltar a viver;
8
por nada, por coisa nenhuma;
4
©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente
(Sequência 4)
9
não o.
GRUPO II
Lê o texto seguinte.
O humor em Portugal
Em Portugal o humor, como representação da crítica moral e social,
teve a sua expressão mais comum através da palavra escrita, quer sob a
forma das cantigas de escárnio e maldizer quer sob a forma de teatro que
Gil Vicente tão acutilantemente1
revelou. A Inquisição2
surgiu como censora
da liberdade de expressão remetendo o riso e a ironia para a representação
iconográfica3
nas artes populares.
Como menciona Osvaldo de Sousa, o humor, expresso através do
desenho associado à palavra impressa, é referido em Portugal já nos séculos
XVII e XVIII (sobretudo de origem estrangeira) mas com maior incidência no
século XIX, no contexto da Guerra Peninsular4
. No entanto, só em meados
desse século é que emerge, com regularidade, na imprensa a publicação de
caricaturas e desenhos satíricos produzidos por autores portugueses que
refletem a política nacional ou a crítica de costumes. Este tipo de humor
passa a funcionar como uma forma de oposição ao poder instituído.
Nas décadas de 60 e 70 do século XIX, nomes como Manuel Macedo,
Manuel Maria Bordalo Pinheiro e sobretudo Raphael Bordalo Pinheiro,
inseridos na corrente naturalista, irão marcar uma nova visão da caricatura
e do humor em Portugal. A publicação dos seus trabalhos, bem como de
outros artistas, era divulgada através de periódicos como A Berlinda, O
Binóculo, O Sorvete, O Charivari ou o Pontos nos ii, entre outros. Dos temas
tratados, com mais ironia, destacava-se a política monárquica, denotando-
se a tendência republicana de muitos caricaturistas que se acentuará no
final desse século.
A implantação da República e os tempos conturbados que se lhe
seguiram, assim como o facto de aquela não ser afinal a derradeira solução
para o país, tornaram-na alvo da sátira e da pena dos humoristas.
A partir de 1926, o Estado Novo5
veio refrear a crítica política,
condicionando os caricaturistas a abordarem sobretudo temas de crítica
social e de costumes. Apesar dos constrangimentos da censura, é por essa
altura que surge, no contexto das publicações humorísticas de caráter
periódico, um dos jornais de referência da ironia em Portugal no século XX, o
Sempre fixe, publicado até 1962. Os seus colaboradores zombavam dos
acontecimentos ou astutamente tratavam os temas políticos.
A par deste tipo de publicações, diários e semanários de outra índole
contavam também com o trabalho de caricaturistas. Para além destes,
surgiram jornais associados a instituições que, muitas vezes produzidos de
forma quase artesanal, refletiam a atualidade da organização que os
5
©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
5
10
15
20
25
30
35
Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente
(Sequência 4)
editava. Como exemplo, podem referir-se os inúmeros “jornais de caserna6
”
que durante o século XX foram sendo editados nas unidades, quer no
continente quer no ultramar, os quais tiveram uma larga divulgação durante
o período da Guerra Colonial7
. Embora não se tratassem de publicações de
caráter cómico, muitos eram os humoristas que, estando a prestar o serviço
militar, colaboravam com os seus trabalhos nestas edições, ironizando as
situações vividas na guerra e nos quartéis.
“O humor no Jornal do Exército 1961-1974” resultou de um desafio
lançado a dois jovens soldados com o objetivo de pesquisarem,
selecionarem e exporem caricaturas e cartoons que ao longo do período em
apreço pudessem caracterizar a expressão desta arte gráfica no âmbito da
sátira, da ironia, da irreverência, ou da crítica social que, entre outros
aspetos, refletissem o dia a dia de um meio profissional que,
particularmente no período em causa, atravessava e participava na
designada Guerra Colonial/Guerra do Ultramar.
http://www.exercito.pt/sites/MusMilPORTO/Actividades/Paginas/4297.aspx.
(Texto adaptado, consultado em janeiro de 2016)
______________________
1
tão acutilantemente – tão bem; 2
Inquisição – tribunal de natureza religiosa, fortemente
repressivo;
3
representação iconográfica – representação em imagens; 4
Guerra Peninsular – a guerra
entre os exércitos de Napoleão e os de Inglaterra, Portugal ou Espanha (1807-1814); 5
Estado
Novo – regime político ditatorial que vigorou em Portugal entre 1933 e 1974; 5
caserna –
quartel; 6
Guerra Colonial – guerra travada por Portugal em algumas das suas antigas colónias
(1961 – 1974).
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que
permite obter uma afirmação correta.
1.1 Este texto tem como função principal
(A) traçar a história do humor em Portugal.
(B) apresentar os principais humoristas militares portugueses.
(C) apresentar a história do humor em geral em Portugal e no exército
português em particular.
(D) indicar o contexto cultural de uma pesquisa efetuada por alguns
soldados portugueses relativa ao humor no exército português.
1.2 A censura da Inquisição sobre formas de humor em Portugal exerceu-se
principalmente sobre
(A) as imagens.
(B) a palavra escrita.
(C) a palavra dita.
(D) as artes populares.
1.3 Em meados do século XIX, o humor, em Portugal, assume forma
6
©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
40
Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente
(Sequência 4)
(A) oral.
(B) escrita.
(C) iconográfica.
(D) religiosa.
1.4 Em meados do século XIX, o humor, em Portugal, debruça-se
principalmente sobre temas
(A) religiosos.
(B) políticos.
(C) artísticos.
(D) sociais.
1.5 Durante os anos que se seguiram à implantação da República, o humor
satírico desenvolveu-se com base
(A) numa desilusão.
(B) numa oposição de ideias.
(C) numa ilusão.
(D) numa discrepância.
1.6 O Estado Novo procurou reprimir a crítica de natureza
(A) social.
(B) religiosa.
(C) de costumes.
(D) política.
1.7 «O humor no Jornal do Exército 1961-1964» é uma iniciativa cujo
objetivo principal é
(A) uma pesquisa de documentação humorística.
(B) uma seleção de documentação humorística.
(C) uma apresentação de documentação humorística.
(D) uma exposição de documentação humorística.
2. Responde, de forma correta aos itens apresentados.
2.1 O étimo latino UNITATE- deu origem à palavra «unidade». Indica o
processo fonológico presente na evolução de /t/ (no étimo latino) para
/d/ (na palavra portuguesa).
2.2 Refere a função sintática de «o humor» (linha 6).
2.3 Classifica a última oração iniciada pela palavra «que» presente no
texto.
GRUPO III
ALTERNATIVA I
7
©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente
(Sequência 4)
Escreve um texto no qual aprecies criticamente um livro recentemente
lido ou um filme visto há pouco.
O teu texto deve ter um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras.
ALTERNATIVA II
Escreve uma síntese do texto do Grupo II que tenha cerca de um
quarto das suas palavras.
Nota – Teste Farsa de Inês Pereira
1. Este teste e os seguintes terão uma estrutura diferente dos
anteriores: será idêntica aos exames nacionais – dois textos
literários (3 + 2 perguntas) + texto não literário (10 perguntas –
7 de escolha múltipla e 3 de resposta fechada) + produção de
texto.
Haverá sempre uma alternativa ao segundo texto literário, em
anexo, constituída pelo texto expositivo de temática literária
(130-170 palavras – MCP 10 Educação Literária) e poderá haver
ou não alternativas para a produção de texto.
2. Numa pergunta do Texto A ocorre a expressão «dimensão
satírica»: é um dos quatro tópicos de conteúdo do programa.
3. Outro tópico de conteúdo do programa ocorre na expressão
«representação do quotidiano» presente na proposta de escrita
alternativa ao Grupo B – que se anexa. Trata-se de uma
proposta baseada em MCP EL10 15.5 «Escrever exposições
(entre 120 e 150 palavras) sobre temas respeitantes às obras
estudadas, seguindo tópicos fornecidos.»
8
©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

sintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.pptsintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.pptcnlx
 
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemSebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemInesa M
 
Auto da Feira de Gil Vicente
Auto da Feira de Gil VicenteAuto da Feira de Gil Vicente
Auto da Feira de Gil VicenteGijasilvelitz 2
 
49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf
49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf
49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdfMarianaAlmeida674808
 
Um mover de olhos brando e piadoso
Um mover de olhos brando e piadosoUm mover de olhos brando e piadoso
Um mover de olhos brando e piadosoHelena Coutinho
 
Esparsa ao desconcerto mundo
Esparsa  ao desconcerto mundoEsparsa  ao desconcerto mundo
Esparsa ao desconcerto mundoMaria Góis
 
Ficha de orações subordinadas
Ficha de orações subordinadasFicha de orações subordinadas
Ficha de orações subordinadaszedobarco3
 
Resumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões líricoResumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões líricoRaffaella Ergün
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Lurdes Augusto
 
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros  meus, má fortuna, amor ardenteErros  meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardenteHelena Coutinho
 
Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lurdes Augusto
 
Ficha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjoFicha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjoJoão Teixeira
 
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IV
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IVAMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IV
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IVEmília Maij
 
Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos PeixesEstrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos PeixesAntónio Fernandes
 

Mais procurados (20)

sintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.pptsintese_farsa_ines.ppt
sintese_farsa_ines.ppt
 
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & MensagemSebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
Sebastianismo: Os Lusíadas & Mensagem
 
Auto da Feira de Gil Vicente
Auto da Feira de Gil VicenteAuto da Feira de Gil Vicente
Auto da Feira de Gil Vicente
 
Teste 9º os lusíadas
Teste 9º os lusíadasTeste 9º os lusíadas
Teste 9º os lusíadas
 
49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf
49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf
49461743-A-Farsa-de-Ines-Pereira-analise.pdf
 
Um mover de olhos brando e piadoso
Um mover de olhos brando e piadosoUm mover de olhos brando e piadoso
Um mover de olhos brando e piadoso
 
Verdes são os campos
Verdes são os camposVerdes são os campos
Verdes são os campos
 
Camões - contextualização
Camões - contextualizaçãoCamões - contextualização
Camões - contextualização
 
Esparsa ao desconcerto mundo
Esparsa  ao desconcerto mundoEsparsa  ao desconcerto mundo
Esparsa ao desconcerto mundo
 
Os Planos d'Os Lusíadas
Os Planos d'Os LusíadasOs Planos d'Os Lusíadas
Os Planos d'Os Lusíadas
 
Camoes
CamoesCamoes
Camoes
 
Ficha de orações subordinadas
Ficha de orações subordinadasFicha de orações subordinadas
Ficha de orações subordinadas
 
Lusiadas 10º ano
Lusiadas 10º anoLusiadas 10º ano
Lusiadas 10º ano
 
Resumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões líricoResumos de Português: Camões lírico
Resumos de Português: Camões lírico
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas
 
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Erros  meus, má fortuna, amor ardenteErros  meus, má fortuna, amor ardente
Erros meus, má fortuna, amor ardente
 
Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões
 
Ficha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjoFicha de apoio_ queda_anjo
Ficha de apoio_ queda_anjo
 
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IV
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IVAMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IV
AMOR DE PERDIÇÃO análise capítulo IV
 
Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos PeixesEstrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
Estrutura do Sermão de Santo António aos Peixes
 

Semelhante a O humor em Portugal: da sátira à caricatura

Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismorosangelajoao
 
488939247-re-npl11-solucoes-unidade-3-docx.pdf
488939247-re-npl11-solucoes-unidade-3-docx.pdf488939247-re-npl11-solucoes-unidade-3-docx.pdf
488939247-re-npl11-solucoes-unidade-3-docx.pdfLeonorSoares13
 
toaz.info-re-npl11-solucoes-unidade-3-pr_a8df58330ffe93653f978a8843527a3d.pdf
toaz.info-re-npl11-solucoes-unidade-3-pr_a8df58330ffe93653f978a8843527a3d.pdftoaz.info-re-npl11-solucoes-unidade-3-pr_a8df58330ffe93653f978a8843527a3d.pdf
toaz.info-re-npl11-solucoes-unidade-3-pr_a8df58330ffe93653f978a8843527a3d.pdfpatriciasousa978346
 
literatura-romantismo-no-brasil.ppt
literatura-romantismo-no-brasil.pptliteratura-romantismo-no-brasil.ppt
literatura-romantismo-no-brasil.pptkeilaoliveira69
 
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesHerança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesCiceroMarcosSantos1
 
Romantismo no brasil segunda geração
Romantismo no brasil   segunda geraçãoRomantismo no brasil   segunda geração
Romantismo no brasil segunda geraçãoVilmar Vilaça
 
Resumos das obras derek e isabella 2º b
Resumos das obras   derek e isabella 2º bResumos das obras   derek e isabella 2º b
Resumos das obras derek e isabella 2º bteresakashino
 
VESTIBULAR UNICAP 2014.1 - PROVAS E GABARITOS
VESTIBULAR UNICAP 2014.1 - PROVAS E GABARITOSVESTIBULAR UNICAP 2014.1 - PROVAS E GABARITOS
VESTIBULAR UNICAP 2014.1 - PROVAS E GABARITOSIsaquel Silva
 
Provas gabarito-unicap-2014-1
Provas gabarito-unicap-2014-1Provas gabarito-unicap-2014-1
Provas gabarito-unicap-2014-1f t
 
Lista de exercícios de Literatura (Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Quih...
Lista de exercícios de Literatura (Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Quih...Lista de exercícios de Literatura (Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Quih...
Lista de exercícios de Literatura (Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Quih...Paula Meyer Piagentini
 

Semelhante a O humor em Portugal: da sátira à caricatura (20)

Trovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismoTrovadorismo e humanismo
Trovadorismo e humanismo
 
Toda a Literatura
Toda a LiteraturaToda a Literatura
Toda a Literatura
 
Classicismo
ClassicismoClassicismo
Classicismo
 
488939247-re-npl11-solucoes-unidade-3-docx.pdf
488939247-re-npl11-solucoes-unidade-3-docx.pdf488939247-re-npl11-solucoes-unidade-3-docx.pdf
488939247-re-npl11-solucoes-unidade-3-docx.pdf
 
toaz.info-re-npl11-solucoes-unidade-3-pr_a8df58330ffe93653f978a8843527a3d.pdf
toaz.info-re-npl11-solucoes-unidade-3-pr_a8df58330ffe93653f978a8843527a3d.pdftoaz.info-re-npl11-solucoes-unidade-3-pr_a8df58330ffe93653f978a8843527a3d.pdf
toaz.info-re-npl11-solucoes-unidade-3-pr_a8df58330ffe93653f978a8843527a3d.pdf
 
literatura-romantismo-no-brasil.ppt
literatura-romantismo-no-brasil.pptliteratura-romantismo-no-brasil.ppt
literatura-romantismo-no-brasil.ppt
 
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portuguesesHerança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
Herança portuguesa - resumo dos movimentos portugueses
 
Romantismo no brasil segunda geração
Romantismo no brasil   segunda geraçãoRomantismo no brasil   segunda geração
Romantismo no brasil segunda geração
 
Resumos das obras derek e isabella 2º b
Resumos das obras   derek e isabella 2º bResumos das obras   derek e isabella 2º b
Resumos das obras derek e isabella 2º b
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Biografia 4º B
Biografia 4º BBiografia 4º B
Biografia 4º B
 
Antologia poética
Antologia poéticaAntologia poética
Antologia poética
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Cronicas futuro
Cronicas futuroCronicas futuro
Cronicas futuro
 
VESTIBULAR UNICAP 2014.1 - PROVAS E GABARITOS
VESTIBULAR UNICAP 2014.1 - PROVAS E GABARITOSVESTIBULAR UNICAP 2014.1 - PROVAS E GABARITOS
VESTIBULAR UNICAP 2014.1 - PROVAS E GABARITOS
 
Provas gabarito-unicap-2014-1
Provas gabarito-unicap-2014-1Provas gabarito-unicap-2014-1
Provas gabarito-unicap-2014-1
 
Zai Gezunt 09
Zai Gezunt 09Zai Gezunt 09
Zai Gezunt 09
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
Lista de exercícios de Literatura (Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Quih...
Lista de exercícios de Literatura (Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Quih...Lista de exercícios de Literatura (Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Quih...
Lista de exercícios de Literatura (Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Quih...
 
Os lusíadas
Os lusíadasOs lusíadas
Os lusíadas
 

Mais de Aida Cunha

Trabalho Português.potx
Trabalho Português.potxTrabalho Português.potx
Trabalho Português.potxAida Cunha
 
UPGRADE 10 Grammar Plus.pdf
UPGRADE 10 Grammar Plus.pdfUPGRADE 10 Grammar Plus.pdf
UPGRADE 10 Grammar Plus.pdfAida Cunha
 
ae-i-t10-test2-recurso-do-professor-testes-20202021-submetido-por-email-para-...
ae-i-t10-test2-recurso-do-professor-testes-20202021-submetido-por-email-para-...ae-i-t10-test2-recurso-do-professor-testes-20202021-submetido-por-email-para-...
ae-i-t10-test2-recurso-do-professor-testes-20202021-submetido-por-email-para-...Aida Cunha
 
enga10_unit2_test1.docx
enga10_unit2_test1.docxenga10_unit2_test1.docx
enga10_unit2_test1.docxAida Cunha
 
1 - A Actividade Económica e a Ciência Económica-3.pdf
1 - A Actividade Económica e a Ciência Económica-3.pdf1 - A Actividade Económica e a Ciência Económica-3.pdf
1 - A Actividade Económica e a Ciência Económica-3.pdfAida Cunha
 
1.2_Condicoes_e_conjuntos.pdf
1.2_Condicoes_e_conjuntos.pdf1.2_Condicoes_e_conjuntos.pdf
1.2_Condicoes_e_conjuntos.pdfAida Cunha
 
GEOPORTUGAL 10 ANO - TESTES (1).pdf
GEOPORTUGAL 10 ANO - TESTES (1).pdfGEOPORTUGAL 10 ANO - TESTES (1).pdf
GEOPORTUGAL 10 ANO - TESTES (1).pdfAida Cunha
 
Geografia A - 10º ano (2).pdf
Geografia A - 10º ano (2).pdfGeografia A - 10º ano (2).pdf
Geografia A - 10º ano (2).pdfAida Cunha
 
recursosmaritimos_2.doc
recursosmaritimos_2.docrecursosmaritimos_2.doc
recursosmaritimos_2.docAida Cunha
 
recursoshidricos (1).doc
recursoshidricos (1).docrecursoshidricos (1).doc
recursoshidricos (1).docAida Cunha
 
ciclo-da-agua (1).docx
ciclo-da-agua (1).docxciclo-da-agua (1).docx
ciclo-da-agua (1).docxAida Cunha
 
recursoshidricos_2 (1).doc
recursoshidricos_2 (1).docrecursoshidricos_2 (1).doc
recursoshidricos_2 (1).docAida Cunha
 
Resumos_10ano (2).pdf
Resumos_10ano (2).pdfResumos_10ano (2).pdf
Resumos_10ano (2).pdfAida Cunha
 
Resumos_10ano (3).pdf
Resumos_10ano (3).pdfResumos_10ano (3).pdf
Resumos_10ano (3).pdfAida Cunha
 
recursoshidricos_3.doc
recursoshidricos_3.docrecursoshidricos_3.doc
recursoshidricos_3.docAida Cunha
 
Português matriz
Português matrizPortuguês matriz
Português matrizAida Cunha
 
Caderno de atividades
Caderno de atividadesCaderno de atividades
Caderno de atividadesAida Cunha
 
Piramides dados-portugal (5)
Piramides dados-portugal (5)Piramides dados-portugal (5)
Piramides dados-portugal (5)Aida Cunha
 
375143768 ondas-do-mar-de-vigo
375143768 ondas-do-mar-de-vigo375143768 ondas-do-mar-de-vigo
375143768 ondas-do-mar-de-vigoAida Cunha
 

Mais de Aida Cunha (20)

Trabalho Português.potx
Trabalho Português.potxTrabalho Português.potx
Trabalho Português.potx
 
UPGRADE 10 Grammar Plus.pdf
UPGRADE 10 Grammar Plus.pdfUPGRADE 10 Grammar Plus.pdf
UPGRADE 10 Grammar Plus.pdf
 
ae-i-t10-test2-recurso-do-professor-testes-20202021-submetido-por-email-para-...
ae-i-t10-test2-recurso-do-professor-testes-20202021-submetido-por-email-para-...ae-i-t10-test2-recurso-do-professor-testes-20202021-submetido-por-email-para-...
ae-i-t10-test2-recurso-do-professor-testes-20202021-submetido-por-email-para-...
 
enga10_unit2_test1.docx
enga10_unit2_test1.docxenga10_unit2_test1.docx
enga10_unit2_test1.docx
 
1 - A Actividade Económica e a Ciência Económica-3.pdf
1 - A Actividade Económica e a Ciência Económica-3.pdf1 - A Actividade Económica e a Ciência Económica-3.pdf
1 - A Actividade Económica e a Ciência Económica-3.pdf
 
1.2_Condicoes_e_conjuntos.pdf
1.2_Condicoes_e_conjuntos.pdf1.2_Condicoes_e_conjuntos.pdf
1.2_Condicoes_e_conjuntos.pdf
 
GEOPORTUGAL 10 ANO - TESTES (1).pdf
GEOPORTUGAL 10 ANO - TESTES (1).pdfGEOPORTUGAL 10 ANO - TESTES (1).pdf
GEOPORTUGAL 10 ANO - TESTES (1).pdf
 
Geografia A - 10º ano (2).pdf
Geografia A - 10º ano (2).pdfGeografia A - 10º ano (2).pdf
Geografia A - 10º ano (2).pdf
 
recursosmaritimos_2.doc
recursosmaritimos_2.docrecursosmaritimos_2.doc
recursosmaritimos_2.doc
 
recursoshidricos (1).doc
recursoshidricos (1).docrecursoshidricos (1).doc
recursoshidricos (1).doc
 
consulta.pdf
consulta.pdfconsulta.pdf
consulta.pdf
 
ciclo-da-agua (1).docx
ciclo-da-agua (1).docxciclo-da-agua (1).docx
ciclo-da-agua (1).docx
 
recursoshidricos_2 (1).doc
recursoshidricos_2 (1).docrecursoshidricos_2 (1).doc
recursoshidricos_2 (1).doc
 
Resumos_10ano (2).pdf
Resumos_10ano (2).pdfResumos_10ano (2).pdf
Resumos_10ano (2).pdf
 
Resumos_10ano (3).pdf
Resumos_10ano (3).pdfResumos_10ano (3).pdf
Resumos_10ano (3).pdf
 
recursoshidricos_3.doc
recursoshidricos_3.docrecursoshidricos_3.doc
recursoshidricos_3.doc
 
Português matriz
Português matrizPortuguês matriz
Português matriz
 
Caderno de atividades
Caderno de atividadesCaderno de atividades
Caderno de atividades
 
Piramides dados-portugal (5)
Piramides dados-portugal (5)Piramides dados-portugal (5)
Piramides dados-portugal (5)
 
375143768 ondas-do-mar-de-vigo
375143768 ondas-do-mar-de-vigo375143768 ondas-do-mar-de-vigo
375143768 ondas-do-mar-de-vigo
 

Último

Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaronaldojacademico
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfjanainadfsilva
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfMarianaMoraesMathias
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficasprofcamilamanz
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 

Último (20)

Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riquezaRotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
Rotas Transaarianas como o desrto prouz riqueza
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdfPortfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
Portfolio_Trilha_Meio_Ambiente_e_Sociedade.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdfPROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas GeográficasAtividades sobre Coordenadas Geográficas
Atividades sobre Coordenadas Geográficas
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 

O humor em Portugal: da sátira à caricatura

  • 1. Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente (Sequência 4) Teste de avaliação sumativa (Ver nota no final) GRUPO I A Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado. Inês Jesu, Jesu! Manas minhas!1 Sois vós aquele que um dia em casa de minha tia me mandastes camarinhas2 , 5 e quando aprendia a lavrar mandáveis-me tanta cousinha? Eu era ainda Inêsinha3 não vos queria falar. Erm. Señora, tengoos servido, 10 y vos a mi despreciado; hazed que el tiempo pasado no se cuente por perdido. Inês Padre, mui bem vos entendo… Ò demo que vos eu encomendo, 15 que bem sabeis vós pedir! Eu determino lá d'ir à ermida, Deos querendo. Erm. E quando? Inês I-vos, meu santo, 20 que eu irei um dia destes muito cedo, muito prestes. Erm. Señora, yo me voy en tanto. [Inês Pereira torna para Pero Marques] Inês Em tudo é boa a concrusão. 25 Marido, aquele ermitão é um anjinho de Deos… Pero Corregê-vos esses véos e ponde-vos em feição4 . 1 A dupla exclamação mostra que Inês ficou feliz ao reconhecer o Ermitão; 2 frutos da camarinheira; 3 eu era ainda muito nova; 1 ©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
  • 2. Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente (Sequência 4) Inês Sabeis vós o que eu queria? 30 Pero Que quereis, minha mulher? Inês Que houvésseis por prazer de irmos lá em romaria. Pero Seja logo sem deter. Inês Este caminho é comprido… 35 Contai ũa estória, marido. Pero Bofá5 que me praz,6 mulher. Inês Passemos primeiro o rio. Descalçai-vos. Pero E pois7 como? 40 Inês E levar-me-eis no ombro, não me corte a madre o frio8 . Põe-se Inês Pereira às costas do marido, e diz: Inês Marido, assi me levade. Pero Ides à vossa vontade? 45 Inês Como estar no Paraíso! Pero Muito folgo eu com isso. Inês Esperade, ora esperade! Olhai que lousas9 aquelas, pera poer as talhas nelas! 50 Pero Quereis que as leve? Inês Si. Ũa aqui e outra aqui. Oh como folgo com elas! Cantemos, marido, quereis? 55 Pero Eu não saberei entoar… Inês Pois eu hei de só de cantar e vós me respondereis cada vez que eu acabar: «pois assi se fazem as cousas». 60 Canta Inês Pereira: Inês Marido cuco10 me levades e mais duas lousas. 4 Pero Marques repara que as roupas da mulher estão desarranjadas e diz-lhe para se arranjar; 5 interjeição: verdadeiramente; 6 me agrada; 7 depois; 8 de modo a que a água fria do rio não me enregele; 9 pedras achatadas e compridas sobre as quais se colocavam as «talhas», grandes recipientes de barro para guardar vinho ou azeite; 10 na cultura popular, tal como o «cervo» e o «gamo», o «cuco» significa o marido traído; 2 ©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
  • 3. Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente (Sequência 4) Pero Pois assi se fazem as cousas. Inês Bem sabedes vós, marido, 65 quanto vos amo: sempre fostes percebido11 pera gamo. Carregado ides, noss’amo Com duas lousas. 70 Pero Pois assi se fazem as cousas. Inês Bem sabedes vós, marido, quanto vos quero. Sempre fostes percebido pera cervo. 75 Agora vos tomou o demo com duas lousas. Pero Pois assi se fazem as cousas. E assi se vão, e se acaba o dito Auto. Gil Vicente, «Auto de Inês Pereira», in Teatro de Gil Vicente, 6.a edição, Lisboa, Portugália Editora, s/d, pp. 198-200. (Apresentação e leitura de António José Saraiva) Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Caracteriza Inês Pereira com base nas suas palavras e atitudes. 2. Comprova a dimensão satírica desta secção da farsa. 3. Comenta a cena final da farsa tendo como horizonte o ditado popular que, segundo a lenda, estará na sua origem: «Antes quero asno que me leve que cavalo que me derrube». 11 sempre tiveste predisposição. 3 ©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
  • 4. Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente (Sequência 4) B Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário. CANTIGA DE MALDIZER Roi Queimado morreu com amor en seus cantares, par Santa Maria, por ũa dona que gram bem queria: e, por se meter por mais trobador1 , por que lh’ela non quis [o] ben fazer2 , feze-s'el em seus cantares morrer, mais resurgiu3 depois, ao tercer dia. Esto fez el por ũa sa senhor que quer gran bem; e mais vos ém4 diria: por que cuida que faz i5 maestria6 , enos cantares que fez, á sabor de morrer i e des i d'ar viver7 ; esto faz el, que x'o pode fazer, mais outr'omem per rem8 nono9 faria. […] Pero Garcia Burgalês, (CV 988, CBN 1380), A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 230. (Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de Elsa Gonçalves) 4. Refere o motivo da crítica apresentada no texto. 5. Comprova, com base na segunda estrofe, que é através de uma antítese que se promove o humor. ___________________________ 1 v. 4: para se mostrar grande trovador; 2 v. 5: porque ela desdenhou do seu amor; 3 ressuscitou; 4 sobre este assunto; 5 nisso; 6 habilidade poética; 7 vv. 11-12: nas cantigas que faz gosta de morrer nelas e depois voltar a viver; 8 por nada, por coisa nenhuma; 4 ©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
  • 5. Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente (Sequência 4) 9 não o. GRUPO II Lê o texto seguinte. O humor em Portugal Em Portugal o humor, como representação da crítica moral e social, teve a sua expressão mais comum através da palavra escrita, quer sob a forma das cantigas de escárnio e maldizer quer sob a forma de teatro que Gil Vicente tão acutilantemente1 revelou. A Inquisição2 surgiu como censora da liberdade de expressão remetendo o riso e a ironia para a representação iconográfica3 nas artes populares. Como menciona Osvaldo de Sousa, o humor, expresso através do desenho associado à palavra impressa, é referido em Portugal já nos séculos XVII e XVIII (sobretudo de origem estrangeira) mas com maior incidência no século XIX, no contexto da Guerra Peninsular4 . No entanto, só em meados desse século é que emerge, com regularidade, na imprensa a publicação de caricaturas e desenhos satíricos produzidos por autores portugueses que refletem a política nacional ou a crítica de costumes. Este tipo de humor passa a funcionar como uma forma de oposição ao poder instituído. Nas décadas de 60 e 70 do século XIX, nomes como Manuel Macedo, Manuel Maria Bordalo Pinheiro e sobretudo Raphael Bordalo Pinheiro, inseridos na corrente naturalista, irão marcar uma nova visão da caricatura e do humor em Portugal. A publicação dos seus trabalhos, bem como de outros artistas, era divulgada através de periódicos como A Berlinda, O Binóculo, O Sorvete, O Charivari ou o Pontos nos ii, entre outros. Dos temas tratados, com mais ironia, destacava-se a política monárquica, denotando- se a tendência republicana de muitos caricaturistas que se acentuará no final desse século. A implantação da República e os tempos conturbados que se lhe seguiram, assim como o facto de aquela não ser afinal a derradeira solução para o país, tornaram-na alvo da sátira e da pena dos humoristas. A partir de 1926, o Estado Novo5 veio refrear a crítica política, condicionando os caricaturistas a abordarem sobretudo temas de crítica social e de costumes. Apesar dos constrangimentos da censura, é por essa altura que surge, no contexto das publicações humorísticas de caráter periódico, um dos jornais de referência da ironia em Portugal no século XX, o Sempre fixe, publicado até 1962. Os seus colaboradores zombavam dos acontecimentos ou astutamente tratavam os temas políticos. A par deste tipo de publicações, diários e semanários de outra índole contavam também com o trabalho de caricaturistas. Para além destes, surgiram jornais associados a instituições que, muitas vezes produzidos de forma quase artesanal, refletiam a atualidade da organização que os 5 ©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira 5 10 15 20 25 30 35
  • 6. Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente (Sequência 4) editava. Como exemplo, podem referir-se os inúmeros “jornais de caserna6 ” que durante o século XX foram sendo editados nas unidades, quer no continente quer no ultramar, os quais tiveram uma larga divulgação durante o período da Guerra Colonial7 . Embora não se tratassem de publicações de caráter cómico, muitos eram os humoristas que, estando a prestar o serviço militar, colaboravam com os seus trabalhos nestas edições, ironizando as situações vividas na guerra e nos quartéis. “O humor no Jornal do Exército 1961-1974” resultou de um desafio lançado a dois jovens soldados com o objetivo de pesquisarem, selecionarem e exporem caricaturas e cartoons que ao longo do período em apreço pudessem caracterizar a expressão desta arte gráfica no âmbito da sátira, da ironia, da irreverência, ou da crítica social que, entre outros aspetos, refletissem o dia a dia de um meio profissional que, particularmente no período em causa, atravessava e participava na designada Guerra Colonial/Guerra do Ultramar. http://www.exercito.pt/sites/MusMilPORTO/Actividades/Paginas/4297.aspx. (Texto adaptado, consultado em janeiro de 2016) ______________________ 1 tão acutilantemente – tão bem; 2 Inquisição – tribunal de natureza religiosa, fortemente repressivo; 3 representação iconográfica – representação em imagens; 4 Guerra Peninsular – a guerra entre os exércitos de Napoleão e os de Inglaterra, Portugal ou Espanha (1807-1814); 5 Estado Novo – regime político ditatorial que vigorou em Portugal entre 1933 e 1974; 5 caserna – quartel; 6 Guerra Colonial – guerra travada por Portugal em algumas das suas antigas colónias (1961 – 1974). 1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.7, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 Este texto tem como função principal (A) traçar a história do humor em Portugal. (B) apresentar os principais humoristas militares portugueses. (C) apresentar a história do humor em geral em Portugal e no exército português em particular. (D) indicar o contexto cultural de uma pesquisa efetuada por alguns soldados portugueses relativa ao humor no exército português. 1.2 A censura da Inquisição sobre formas de humor em Portugal exerceu-se principalmente sobre (A) as imagens. (B) a palavra escrita. (C) a palavra dita. (D) as artes populares. 1.3 Em meados do século XIX, o humor, em Portugal, assume forma 6 ©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira 40
  • 7. Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente (Sequência 4) (A) oral. (B) escrita. (C) iconográfica. (D) religiosa. 1.4 Em meados do século XIX, o humor, em Portugal, debruça-se principalmente sobre temas (A) religiosos. (B) políticos. (C) artísticos. (D) sociais. 1.5 Durante os anos que se seguiram à implantação da República, o humor satírico desenvolveu-se com base (A) numa desilusão. (B) numa oposição de ideias. (C) numa ilusão. (D) numa discrepância. 1.6 O Estado Novo procurou reprimir a crítica de natureza (A) social. (B) religiosa. (C) de costumes. (D) política. 1.7 «O humor no Jornal do Exército 1961-1964» é uma iniciativa cujo objetivo principal é (A) uma pesquisa de documentação humorística. (B) uma seleção de documentação humorística. (C) uma apresentação de documentação humorística. (D) uma exposição de documentação humorística. 2. Responde, de forma correta aos itens apresentados. 2.1 O étimo latino UNITATE- deu origem à palavra «unidade». Indica o processo fonológico presente na evolução de /t/ (no étimo latino) para /d/ (na palavra portuguesa). 2.2 Refere a função sintática de «o humor» (linha 6). 2.3 Classifica a última oração iniciada pela palavra «que» presente no texto. GRUPO III ALTERNATIVA I 7 ©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira
  • 8. Teste Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente (Sequência 4) Escreve um texto no qual aprecies criticamente um livro recentemente lido ou um filme visto há pouco. O teu texto deve ter um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras. ALTERNATIVA II Escreve uma síntese do texto do Grupo II que tenha cerca de um quarto das suas palavras. Nota – Teste Farsa de Inês Pereira 1. Este teste e os seguintes terão uma estrutura diferente dos anteriores: será idêntica aos exames nacionais – dois textos literários (3 + 2 perguntas) + texto não literário (10 perguntas – 7 de escolha múltipla e 3 de resposta fechada) + produção de texto. Haverá sempre uma alternativa ao segundo texto literário, em anexo, constituída pelo texto expositivo de temática literária (130-170 palavras – MCP 10 Educação Literária) e poderá haver ou não alternativas para a produção de texto. 2. Numa pergunta do Texto A ocorre a expressão «dimensão satírica»: é um dos quatro tópicos de conteúdo do programa. 3. Outro tópico de conteúdo do programa ocorre na expressão «representação do quotidiano» presente na proposta de escrita alternativa ao Grupo B – que se anexa. Trata-se de uma proposta baseada em MCP EL10 15.5 «Escrever exposições (entre 120 e 150 palavras) sobre temas respeitantes às obras estudadas, seguindo tópicos fornecidos.» 8 ©Edições ASA  2015  Entre Palavras 10  António Vilas-Boas e Manuel Vieira