2. Parnasianismo
O Parnasianismo foi contemporâneo do
Realismo e do Naturalismo, estando, portanto,
marcado pelos ideais cientificistas e
revolucionários do período.
Juntamente com as escolas referidas
acima, o Parnasianismo constitui o grupo dos
movimentos literários que reagiram diretamente
contra os princípios do Romantismo:
REALISMO: ataca a subjetividade romântica.
NATURALISMO: ataca a idealização romântica.
PARNASIANISMO: ataca o sentimentalismo.
O Espelho de Vênus - Sir Edward Burne-Jones, Inglaterra, 1877, Óleo
Sobre Tela; A. 120 Cm; L. 200 Cm
3. Parnasianismo
O termo "parnasianismo" deriva de uma antologia, Le Parnasse
contemporain (O Parnaso contemporâneo), publicada em fascículos, de março a
junho de 1860, com os versos de alguns poetas franceses.
Esses poetas eram Théophile Gautier, Laconte de Lisle, entre outros. Eles
defendiam a necessidade de se tratar os temas poéticos de modo mais objetivo,
pondo fim às “lamúrias” do Romantismo. Segundo esses poetas, a arte não
existe para a humanidade, para a sociedade ou para a moral, mas para si
mesma. Em outras palavras: a finalidade da arte era, para ele, a própria arte.
Essa será a principal característica da estética parnasiana.
Théophile Gautier Laconte de Lisle
ARTE PELA ARTE
4. Parnasianismo
O Parnaso é um monte da Grécia central onde na
Antiguidade acreditava-se que habitariam o deus Apolo ( deus
das artes, do sol, e da profecia) e as musas.
5. Parnasianismo
O Parnasianismo pode ser associado à Belle Époque - época dourada das elites europeias. O
cancan, os cabarés e cafés parisienses, os janotas que bebem licor e as prostitutas de alta classe
formam a imagem frenética de um mundo enriquecido e alegre.
6. Parnasianismo
Uma certeza inabalável preside esse mundo: a de que ele é eterno e superior. Assim, o Parnasianismo será a tradução
poética de um período de euforia e de relativa tranquilidade social, no qual a forma se sobreporá às ideias.
7. Parnasianismo
Desde a década de 1870, as ideias parnasianas já
estavam sendo divulgadas.
No final desse década, o jornal carioca “Diário do
Rio de Janeiro” publicou uma polêmica em versos que
ficou conhecida como Batalha do Parnaso. De um lado,
os adeptos do Realismo e Parnasianismo, e de outro, os
seguidores do Romantismo.
O marco inicial do Parnasianismo brasileiro foi
em 1882 com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo
Dias.
8. Modelo Parnasiano
● Opção por uma poesia descritiva: uso de imagens que representam de modo mais imparcial
fenômenos naturais, fatos históricos;
● Preocupação com a técnica de composição: o metro, o ritmo, a rima, a estrofação. Tudo
precisava ser harmonizado de modo que se obtivesse a PERFEIÇÃO FORMAL.
● Tentativa de se manter uma postura impassível diante do objeto do poema, para evitar o
excesso de sentimentalismo romântico.
● Resgate de temas da Antiguidade clássica;
● Defesa da “arte pela arte”: a poesia deveria ser composta como um fim em si mesma;
● Busca da palavra exata que, muitas vezes, beirava o preciosismo.
9. Teófilo Dias (1854-1889)
Teófilo Odorico Dias de Mesquita foi um advogado, jornalista e poeta brasileiro.
Sua formação inicial deu-se de 1861 a 74, em São Luís, capital do estado, no Instituto de
Humanidades.
Mudou-se então para o Rio de Janeiro, onde morou, albergado no Convento de Santo Antônio,
por cerca dois anos (1875-76). Neste período na então capital do país relaciona-se com muitos
intelectuais, como Alberto de Oliveira, Artur de Oliveira, Aluísio Azevedo, Benjamin Constant, José do
Patrocínio e Machado de Assis.
Cursando a Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, conclui a formação em
1881. Ao largo da advocacia, exerce o jornalismo, colaborando com os jornais Província de São Paulo
e A República, e ainda na Revista Brasileira, de José Veríssimo. Em 1878 participa da chamada
"Batalha do Parnaso", formada por escritores que, no Rio e em São Paulo, reagiam contra o
romantismo, sob influência de Artur de Oliveira.
Ingressa na política, pelo Partido Liberal, elegendo-se deputado provincial em 1885, em mandato que
durou até o ano seguinte.
Obra: “Flores e Amores", 1874; “Cantos Tropicais", 1878; "Fanfarras", 1882; "Lira dos
Verdes Anos", 1878; "A comédia dos deuses", 1888.
Caxias, 8 de
novembro de 1854
— São Paulo, 29
de março de 1889
10. A ESTÁTUA
Fosse-me dado, em mármor de Carrara,
Num arranco de gênio e de ardimento,
Às linhas do teu corpo o movimento
Suprimindo, fixar-te a forma rara,
Cheio de força, vida e sentimento,
Surgira-me o ideal da pedra clara,
E em fundo, eterno arroubo*, se prostrara,
Ante a estátua imortal, meu pensamento.
Do albor** de brandas formas eu vestira
Teus contornos gentis; eu te cobrira
Com marmóreo cendal*** os moles flancos,
E a sôfrega avidez dos meus desejos
Em mudo turbilhão de imóveis beijos
As curvas te enrolara em flocos brancos.
Do livro Fanfarras (1882). Poema integrante da série Flores Funestas
*êxtase, arrebatamento
**brancura
***tecido transparente e fino
11. Vicente de Carvalho (1866-1924)
Nasceu em Santos e publicou seu primeiro livro de poesias, Ardentias, em 1885.
Formou-se bacharel na Faculdade de Direito de São Paulo SP. Participou na Boemia
Abolicionista, encaminhando escravos fugitivos para o Quilombo Jabaquara.
Candidatou-se a deputado provincial no Congresso Republicano, em 1887, em São
Paulo. Foi redator do Diário de Santos, e fundou o Diário da Manhã em Santos.
Tornou-se Deputado no Congresso Constituinte do Estado em 1891, participando
então na Comissão Redatora da Constituinte.
Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 1909. No período de
1914 a 1920 foi Ministro do Tribunal de Justiça do Estado, em Santos. Em 1924
publicou Luizinha, comédia em dois atos.
Obra poética: Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, Rosa de Amor (1902),
Poemas e Canções (1908), Verso e Prosa (1909), Páginas Soltas (1911) e Versos
da Mocidade (1912).
12. SAUDADE
Bellos amores perdidos,
Muito fiz eu com perder-vos;
Deixar-vos, sim: esquecer-vos
Fôra de mais, não o fiz.
Tudo se arranca do seio,
— Amor, desejo, esperança...
Só não se arranca a lembrança
De quando se foi feliz.
Roseira cheia de rosas,
Roseira cheia de espinhos,
Que eu deixei pelos caminhos
Aberta em flor, e parti:
Por me não perder, perdi-te;
Mas mal posso assegurar-me
— Com te perder e ganhar-me,
Si ganhei, ou si perdi...
Poema publicado em Rosa, Rosa de Amor.
13. Luís Delfino (1834-1910)
Luís Delfino dos Santos nasceu em Desterro, Ilha de Santa Catarina, Brasil, e
1834 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1910. Político e poeta brasileiro, considerado
“o segundo poeta mais importante de Santa Catarina, superado apenas por Cruz e
Sousa.” Formado em Medicina, foi também senador por Santa Catarina no início da
República Velha.
Não publicou livros em vida, distribuindo-os em jornais e revistas da época.
Sua obra é, no entanto, vasta — mais de mil poemas —e considerada perfeita.
Foram reunidos em catorze volumes e publicados pelo filho, Tomás Delfino dos
Santos, entre 1926 e 1943.
Considerado um parnasiano, mas sua poesia chega até ao simbolismo.
14. Francisca Júlia (1871-1920)
Francisca Júlia da Silva Munster nasceu na antiga Vila de Xiririca,
hoje Eldourado, no vale do Ribeira, São Paulo. Poeta do Impassível,
valendo-se de uma linguagem e de figuras mitológicas e históricas
próprias de um gosto parnasiano, encantou os seus contemporâneos.
Seus últimos poemas já denotam algumas tendências ao simbolismo.
Sobre seu túmulo está a estátua da “Musa Impassível”, de Victor
Brecheret, em homenagem a um de seus poemas mais famosos.
Obra poética: Mármores (1895), Livro da Infância (1899), Esfinges
(1903), Alma Infantil (com Júlio César da Silva, 1912), Esfinges - 2º
ed. (ampliada, 1921), Poesias (organizadas por Péricles Eugênio
da Silva Ramos, 1962).
15. Musa Impassível I
Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero
Luto jamais te afeie* o cândido semblante!
Diante de um Jó, conserva o mesmo orgulho, e diante
De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero.
Em teus olhos não quero a lágrima; não quero
Em tua boca o suave o idílico descante.
Celebra ora um fantasma anguiforme** de Dante;
Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero.
Dá-me o hemistíquio*** d'ouro, a imagem atrativa;
A rima cujo som, de uma harmonia crebra,
Cante aos ouvidos d'alma; a estrofe limpa e viva;
Versos que lembrem, com seus bárbaros ruídos,
Ora o áspero rumor de um calhau**** que se quebra,
Ora o surdo rumor de mármores partidos.
Mármores (1895)
*desfigure
**forma de cobra
***cada uma das metades (iguais ou desiguais) em que a
cesura ('pausa') divide o verso, especialmente o verso
alexandrino.
*** pedaço de rocha dura
17. Olavo Bilac (1865-1918)
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac foi um jornalista, contista (vide ''Contos
Pátrios''), cronista e poeta brasileiro do período literário parnasiano, membro fundador da Academia
Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias.
Conhecido por sua atenção à literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica,
Bilac era um ativo republicano e nacionalista, também defensor do serviço militar obrigatório em um
período em que o exército usufruía de amplas faculdades políticas em virtude do golpe militar de 1889.
O poeta foi o responsável pela criação da letra do Hino à Bandeira, inicialmente criado para circulação
na capital federal da época (o Rio de Janeiro), e mais tarde sendo adotado em todo o Brasil. Também
ficou famoso pelas fortes convicções políticas, sobressaindo-se a ferrenha oposição ao governo militar
do marechal Floriano Peixoto. Em 1907 foi eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon-Fon.
Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de
nossos poetas parnasianos.
Rio de Janeiro,
16 de dezembro
de 1865 — 28 de
dezembro de
1918)
18. Olavo Bilac - Obras
Dentre os escritos de Olavo Bilac, destacam-se os seguintes:
● Através do Brasil;
● Conferências literárias (1906);
● Contos Pátrios;
● Crítica e fantasia (1904);
● Crônicas e novelas (1894);
● Dicionário de rimas (1913);
● Hino à Bandeira;
● Ironia e piedade, crônicas (1916);
● Língua Portuguesa, soneto sobre a língua portuguesa;
● Livro de Leitura;
● Poesias (1888);
● Tarde (1919) - Poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957);
● Teatro Infantil;
● Tratado de Versificação, em colaboração com Guimarães Passos;
● Tratado de versificação (1910);
19. LÍNGUA PORTUGUESA
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor*, lira singela,
Que tens o trom** e o silvo da procela***
E o arrolo**** da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu
filho!"
E em que Camões chorou, no exílio
amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem
brilho!
No soneto “Língua Portuguesa”, o poeta brasileiro Olavo
Bilac (1865-1918) escreve no primeiro verso “Última flor
do Lácio, inculta e bela”, se referindo ao idioma
Português como a última língua derivada do Latim Vulgar
falado no Lácio, uma região italiana.
As línguas latinas (também chamadas de românicas ou
neolatinas) são aquelas que derivaram do Latim, sendo
as mais faladas: Francês, Espanhol, Italiano e Português.
O termo "inculta" se refere ao Latim Vulgar falado por
soldados, camponeses e camadas populares. Era
diferente do Latim Clássico, empregado pelas classes
superiores. Para Olavo Bilac, a Língua Portuguesa
continuava a ser bela, mesmo sendo originada de uma
linguagem popular.
*som forte
**canhão
***forte tempestade
****cantiga
20. PROFISSÃO DE FÉ
Não quero o Zeus Capitolino
Hercúleo e belo,
Talhar no mármore divino
Com o camartelo.
Que outro - não eu! - a pedra corte
Para, brutal,
Erguer de Atene o altivo porte
Descomunal.
Mais que esse vulto extraordinário,
Que assombra a vista,
Seduz-me um leve relicário
De fino artista.
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
Corre; desenha, enfeita a imagem,
A idéia veste:
Cinge-lhe ao corpo a ampla
roupagem
Azul-celeste.
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito: (...)
21. Alberto de Oliveira (1857-1937)
Antônio Mariano Alberto de Oliveira nasceu em Palmital de Saquarema, Rio de Janeiro, em
abril de 1857. Seus primeiros estudos foram realizados em escola pública. Formou-se em Farmácia
em 1884, frequentou o curso de Medicina, no qual conheceu Olavo Bilac, porém, ambos
abandonaram a faculdade.
Seu primeiro livro “Canções Românticas” é um compilado de poesias, publicado em 1878, com
propriedades ainda românticas, porém, com indícios de temática parnasiana. O Parnasianismo esteve
intrínseco em suas obras a partir das novas publicações, o que o levou a ser considerado o mestre
desta estética literária. O estilo parnasiano regozijava-se na estrutura descritiva e na exaltação da
forma rígida oriunda da Antiguidade Clássica no culto da “arte pela arte”.
O marco do reflexo das características parnasianas na obra de Alberto de Oliveira está no seu
segundo livro “Meridionais”, publicado em 1884. A partir dessa obra a temática parnasiana está cada
vez mais nítida em seus outros livros, como “Sonetos e Poemas” (1885).
O autor faleceu aos 19 de janeiro de 1937, em Niterói (RJ).
22. Obras
● Canções Românticas. Rio de Janeiro: Gazeta de
Notícias, 1878.
● Meridionais. Rio de Janeiro: Gazeta de Notícias, 1884.
● Sonetos e Poemas. Rio de Janeiro: Moreira Maximino,
1885.
● Relatório do Diretor da Instrução do Estado do Rio de
Janeiro: Assembléia Legislativa, 1893.
● Versos e Rimas. Rio de Janeiro: Etoile du Sud, 1895.
● Relatório do Diretor Geral da Instrução Pública:
Secretaria dos Negócios do Interior, 1895.
● Poesias (edição definitiva). Rio de Janeiro: Garnier,
1900. (com juízos críticos de Machado de Assis,
Araripe Júnior e Afonso Celso)
● Poesias, 2ª série. Rio de Janeiro: Garnier, 1905.
● Páginas de Ouro da Poesia Brasileira. Rio de Janeiro:
● Poesias, 1ª série (edição melhorada). Rio de Janeiro:
Garnier, 1912.
● Poesias, 2ª série (segunda edição). Rio de Janeiro:
Garnier, 1912.
● Poesias, 3ª série Rio de Janeiro: F. Alves, 1913.
● Céu, Terra e Mar. Rio de Janeiro: F. Alves, 1914.
● O Culto da Forma na Poesia Brasileira. São Paulo:
Levi, 1916.
● Ramo de Árvore. Rio de Janeiro: Anuário do Brasil,
1922.
● Poesias, 4ª série. Rio de Janeiro: F. Alves, 1927.
● Os Cem Melhores Sonetos Brasileiros. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, 1932.
● Poesias Escolhidas. Rio de Janeiro: Civ. Bras. 1933.
● Póstuma. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de
23. Vaso Grego (Alberto de Campos)
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos* que o suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada**.
Depois... Mas, o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora*** e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
* Anacreonte (poeta grego) celebra o vinho, o amor e os
prazeres sensuais.
**cheia
***cantante
24. Raimundo Correia (1859-1911)
Advogado e escritor, Raimundo da Mota de Azevedo Correia
nasceu no Maranhão em 13 de maio de 1859 e morreu em 13 de setembro
de 1911, em Paris.
Começou sua carreira como escritor romântico com seu livro Primeiros
Sonhos e recebeu influência de grandes escritores românticos como
Gonçalves Dias, Castro Alves, Fagundes Varela e Casimiro de Abreu.
Foi um escritor que pertenceu ao estilo de época chamado
Parnasianismo, mas somente a partir do livro Sinfonias é que o poeta se
assume realmente parnasiano. Como curiosidade, este livro tem prefácio de
Machado de Assis.
25. Obras
● Primeiros Sonhos (1879)
● Sinfonias (1883)
● Versos e Versões (1887)
● Aleluias (1891)
● Poesias (189
26. AS POMBAS
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...