2. Romantismo no Brasil
O Romantismo nasce, no Brasil, poucos anos depois da
nossa independência política. Por isso, as primeiras obras e os
primeiros artistas românticos estão empenhados em definir um perfil
da cultura brasileira em vários aspectos: a língua, a etnia, as
tradições, o passado histórico, as diferenças regionais, a religião,
etc.
Pode-se dizer que o
nacionalismo é o traço essencial que caracteriza a produção de
nossos primeiros escritores românticos.
3. Momento histórico
A Coroa portuguesa muda-se para o Brasil, em 1808, e eleva a
colônia à categoria de Reino Unido.
As consequências desse fato são inúmeras. A vida brasileira altera-se
profundamente, o que de certa forma contribui para o processo de
Independência política da nação.
As dinamizações da vida cultural da colônia e a criação de um
público leitor criam algumas das condições necessárias para o
florescimento de uma literatura mais consistente e orgânica do que
eram as manifestações literárias dos séculos XVII e XVIII.
4. Particularidades do nosso Romantismo
A Independência política, em 1822, desperta na consciência de
intelectuais e artistas nacionais a necessidade de criar uma cultura
brasileira identificada com suas próprias raízes históricas, linguísticas
E culturais.
O Romantismo assume em nossa literatura a conotação de um
movimento anticolonialista e antilusitano. Portanto, um dos traços
essenciais do nosso Romantismo é o nacionalismo, abrindo um leque
de possibilidades a serem exploradas:
a) o indianismo.
b) o regionalismo.
c) a pesquisa histórica, folclórica e linguística.
d) crítica aos problemas nacionais.
Marco inicial do Romantismo no Brasil:
Suspiros poéticos e saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães.
5. As gerações do Romantismo
Primeira geração
Nacionalista, indianista e religiosa.
Poetas: Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
Segunda geração
Marcada pelo mal-do-século, apresenta egocen-
trimo exacerbado, pessimismo, e
atração pela morte.
Poetas: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu,
Fagundes Varela e Junqueira Freire.
Terceira geração
Marcada pelo condoreirismo: poesia de cunho político e social.
Poeta de maior expressão: Castro Alves.
6. Gonçalves Dias
“ Um projeto de cultura brasileira”
(1823 - 1864)
Filho de português com uma cafuza, o maranhense fez os
primeiros estudos em seu Estado natal e completou-os em Coimbra,
Onde cursou Direito. De volta ao Brasil (1845), trouxe em sua bagagem
boa parte de seus escritos. Fixa-se no Rio de Janeiro, e ali publica sua
primeira obra Primeiros contos (1846). Fez várias viagens pelo país,
incluindo a Amazônia, tendo chegado a escrever uma Dicionário da
Língua tupi.
Embora Gonçalves de Magalhães seja considerado o
introdutor do romantismo no Brasil, foi, na verdade, Gonçalves Dias
quem implantou e solidificou a poesia romântica em nossa literatura.
7. Gonçalves Dias
A obra de Gonçalves Dias pode ser considerada a realização
de um verdadeiro projeto de construção da cultura brasileira.
O autor, buscando captar a sensibilidade e os sentimentos de
nosso povo, criou uma poesia voltada para o índio e para a natureza
brasileira, numa linguagem simples e acessível.
Seus versos, tais como os de sua Canção do exílio, são
melódicos e exploram métricas e ritmos variados. Cultivou também
poemas religiosos, de fundo panteísta (adoração da natureza como
divindade).
Sua obra poética apresenta os gêneros lírico e épico. Na épica,
canta os feitos heroicos de índios valorosos que substituem a figura
do herói medieval europeu (I-Juca -Pirama e Os timbiras). Na lírica, os
temas mais comuns são a pátria, a natureza, Deus, o índio e o amor
não correspondido - em grande parte, decorrente de sua frustrada
paixão por Ana Amélia do Vale.
8. Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá:
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais
flores,
Nossos bosques têm mais
vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar sozinho à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu
morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as
palmeiras
Onde canta o Sábia.
Canção do Exílio – Gonçalves Dias
9. Este texto é uma espécie de síntese do indianismo de
Gonçalves Dias seja pela concepção épico-dramática da
bravura e da generosidade de tupis e timbiras, seja pela
ruptura, ainda que momentânea, da convencional coragem
guerreira, seja ainda pelo belíssimo jogo de ritmos que
ocorre no texto. I-Juca Pirama significa "aquele que vai
morrer" ou "aquele que é digno de ser morto". Em sua
abertura, o poeta apresenta o cenário onde transcorrerá
a história:
I-JUCA PIRAMA
No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos - cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos de altiva nação. (...)
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror!
10. Em seguida, inicia-se um ritual antropofágico: "Em fundos
vasos d'alvacenta argila / ferve o cauim. / Enchem-se as
copas, o prazer começa, / reina o festim." O jovem
prisioneiro tupi, que vai ser devorado, resolve falar antes
do desenlace, e com "triste voz" narra a sua vida
desventurada.
Ao metro anterior, de dez sílabas poéticas, plástico e
alegre, sucedem-se os versos de cinco sílabas, curtos,
rápidos, sincopados. Estas variações contínuas indicam que o
ritmo varia de uma parte do poema a outra, traduzindo a
multiplicidade de situações do argumento.
11. Meu canto de morte
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
12. O índio tupi no seu canto de morte lembra o velho pai, cego e
débil, vagando sozinho, sem amparo pela floresta, e pede
para viver:
Deixai-me viver! (...)
Não vil, não ignavo,*
Mas forte, mas bravo,
Serei vosso escravo:
Aqui virei ter.
Guerreiros, não choro;
Do pranto que choro;
Se a vida deploro,
Também sei morrer.
* Ignavo: preguiçoso.
13. O chefe timbira manda soltá-lo. Não quer "com carne vil
enfraquecer os fortes". Solto, o jovem tupi perambula pela
floresta até encontrar o pai. Este, pelo cheiro das tintas
utilizadas no ritual, pelo apalpar do crânio raspado do filho, e
por algumas perguntas sem resposta, desconfia de uma terrível
fraqueza diante dos inimigos. Pede então que o rapaz o leve até
a aldeia timbira. Lá chegando, exige, em nome da honra tupi, que
a cerimônia antropofágica ritual seja completada e que o filho
seja morto. Mas o chefe timbira recusa-se, acusando o guerreiro
tupi de ter chorado covardemente diante de toda a aldeia. Neste
momento, o velho cego amaldiçoa o seu descendente:
14. Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste?
Não descende o cobarde do forte;
Pois choraste, meu filho não és!
Possas tu, descendente maldito
De uma tribo de nobres guerreiros,
Implorando cruéis forasteiros,
Seres presa de vis Aimorés. (...)
Sê maldito, e sozinho na terra;
Pois que a tanta vileza chegaste,
Que em presença da morte choraste,
Tu, cobarde, meu filho não és.
15. Mal termina a maldição, o velho escuta o grito de guerra do filho.
Ouvindo o rumor da batalha, os sons de golpes, o pai percebe que o
filho está lutando para manter a honra tupi, até que o chefe
timbira manda seus guerreiros pararem, pois o jovem inimigo se
batia com tamanha coragem que se mostrava digno do ritual
antropofágico. Com lágrimas de alegria o velho tupi exclama: "Este,
sim, que é meu filho muito amado!"
16. Como chave de ouro do poema, ocorre uma transposição temporal
no seu último canto. O leitor fica sabendo que os acontecimentos
dramáticos vividos pelos dois tupis já tinham ocorrido muito
tempo e que tudo aquilo era matéria evocada pela memória de um
velho timbira:
Um velho timbira, coberto de glória,
guardou a memória
do moço guerreiro, do velho Tupi!
E à noite, nas tabas, se alguém duvidava
do que ele contava,
Dizia prudente: - Meninos, eu vi!
17. Segunda fase: O Ultra-Romantismo
“Desinteresse pela vida político-social, retorno a si
mesmo, atitude profundamente pessimista diante
da vida, tédio, falta de perspectivas, sonho com
amores impossíveis, espera da morte.”
18. O Ultra-Romantismo
Nas décadas de 50 e 60 do século XIX, forma-se nos meios
universitários de São Paulo e Rio de Janeiro um novo grupo de poetas,
que vai dar origem à segunda geração da poesia romântica brasileira.
Esses poetas, na maioria, eram jovens que levavam uma vida
desregrada, dividida entre os estudos acadêmicos, o ócio, o caos
amoroso e a leitura de obras literárias europeias.
Com estilo de Byron e Musset, essa geração caracterizava-se
pelo espírito do “mal-do-século”, uma onda de pessimismo doentio
diante do mundo que se traduzia no apego a certos valores decadentes
tais como a bebida, o vício, e na atração pela noite e pela morte.
Os ultra-românticos desprezavam certos temas e posturas da
primeira geração, como o nacionalismo e o indianismo. Acentuavam
traços como o subjetivismo, o egocentrismo e o sentimentalismo,
ampliando a experiência da sondagem interior e preparando terreno
para a investigação psicológica que caracterizará o Realismo.
19. O medo de amar
Quanto ao amor, os ultra-românticos possuem uma visão
dualista, que envolve atração e medo, desejo e culpa.
Os ultra-românticos temem a realização amorosa. O ideal
feminino é normalmente associado a figuras incorpóreas ou assexuadas,
como anjo, criança, virgem, etc., e as referências ao amor físico se dão
apenas de modo indireto, sugestivo ou superficialmente.
No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
Ébrio e sedento na fugaz vertigem
Vil, machucava com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!
Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço
Anjo enlodado nos pauis da terra
Se de ti fujo é que te adoro e muito,
És bela - eu moço; tens amor, eu - medo!...
Lascivo: sensual
pauis: brejo
20. Álvares de Azevedo
É a principal expressão da geração ultra-
romântica de nossa poesia. Paulista, fez os estu
dos básicos no Rio de janeiro e cursava o quinto
ano de Direito em São Paulo quando sofreu um
acidente, cujas complicações o levaram à morte,
aos 20 anos de idade.
O escritor cultivou a poesia, a prosa
e o teatro. Toda a sua produção - sete livros,
discursos e cartas - foi escrita em apenas
quatro anos, período em que era estudante
universitário.
(1831 - 1852)
21. As faces de Ariel e Caliban
A característica intrigante de sua obra reside na arti-
culação consciente de um projeto literário baseado na con
tradição, talvez a contradição que ele próprio sentido como
adolescente. Esse aspecto é visível nas partes que formam
sua principal obra poética: Lira dos vinte anos. A primeira
e a terceira partes mostram um Álvares de Azevedo adoles-
cente, casto, sentimental e ingênuo. Ele mesmo chama a
essas partes de as faces de Ariel, isto, é a face do bem.
Quando se abre a segunda parte da Lira dos vinte anos, contudo, o leitor
depara com um segundo prefácio da obra, com os seguintes dizeres:
Cuidado, leitor, ao voltar esta página!
Aqui dissipa-se o mundo viosionário e platônico. Vamos entrar num
mundo novo (...) Quase que depois de Ariel esbarramos em Caliban. (...) Nos meu lábios
onde suspirava a monotonia amorosa, vem a sátira que morde.
Com esse comentário o poeta introduz o leitor no mundo de Caliban, que
retratam um mundo decadente, povoado de viciados, bêbados e prostitutas, de
andarilhos solitários, sem vínculos e sem destino: Noite na taverna e Macário.
22. Lira dos vinte anos
ARIEL E CALIBAN
As poesias são escritas sob o signo das entidades místicas Ariel e
Caliban, que foram tomadas emprestadas da peça A Tempestade, de
William Shakespeare. Pode-se dizer que, grosso modo, Ariel
representa a face do bem e Caliban, a do mal. Em Lira dos Vinte
Anos, esses personagens encarnam as duas facetas exploradas pelo
autor na primeira e na segunda partes do livro.
23. Lira dos vinte anos
Com Ariel estão os temas classicos ao Romantismo, como:
-o amor,
-a mulher,
-e Deus.
trabalhados num viés platônico e sentimental. A mulher assume
caráter sobre-humano de virgem angelical, objeto amoroso de um
encontro que, para a angústia do eu lírico, nunca se realiza.
24. Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! o seio palpitando
Negros olhos as pálpebras abrindo
Formas nuas no leito resvalando
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
25. Lira dos vinte anos
Caliban
Calibam, por sua vez, é a face sarcástica, irônica e
autocrítica do fazer poético. Sobressaem os temas:
-melancolia,
-tristeza,
-morbidez e
A primeira parte recebe uma influência mais idealizada e
terna, típica dos franceses Musset e Lamartine; a segunda,
irônica e satânica, vem diretamente do poeta Lord Byron.
26. Ela! É Ela! É Ela! É Ela!
É ela! é ela! murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou - é ela!
Eu a vi... minha fada aérea e pura -
A minha lavadeira na janela!
Dessas águas-furtadas onde eu moro
Eu a vejo estendendo no telhado
Os vestidos de chita, as saias brancas;
Eu a vejo e suspiro enamorado!
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
Como dormia! que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa e pura!...
Quase caí na rua desmaiado! [...]
27. O condoreirismo
• A terceira geração romântica foi chamada
de condoreira ou de poesia social, pois
buscava demonstrar em sua obra os
problemas sociais do Brasil da época, como
escravidão, proletariado e outros.O seu
principal representante foi
Castro Alves.
28. Condoreirismo
• O nome provém de condor, ave que voa à grande
altitude. Simboliza a liberdade. Os poetas dessa
geração manifestaram-se inconformados e lutaram
em defesa dos oprimidos e escravizados. A poesia
desse período ficou conhecida como poesia social.
Isso porque os temas defendiam os ideais do
abolicionismo e da República. Os poetas foram
bastante influenciados por Victor Hugo, poeta
francês, também preocupado com as causas sociais
(hugoanismo)
29.
30. Obra condoreira
Navio Negreiro
O navio negreiro é um poema de Castro Alves e um
dos mais conhecidos da literatura brasileira. O
poema descreve com imagens e expressões
terríveis a situação dos africanos arrancados de
suas terras, separados de suas famílias e tratados
como animais nos navios negreiros que os traziam
para ser propriedade de senhores e trabalhar sob as
ordens dos feitores.
31. Navio Negreiro
• IV
Era um sonho dantesco… O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros… estalar do açoite…
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar…
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças… mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
32. Navio Negreiro
• Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d’amplidão…
Hoje… o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar…
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar…
33. • A poesia lírico-amorosa de Castro Alves, reunida em
Espumas Flutuantes, diferencia-se dos românticos
anteriores pela visão poética do amor como
sentimento plenamente vivenciado e concretizado no
plano emocional e no plano físico. O amor é descrito
com vigor, desejo e sensualidade, através de
metáforas da natureza. A mulher amada é real, de
carne e osso e a paixão envolve e motiva o poeta a
traduzir o relacionamento amoroso em versos.
Sobre a poesia lírica de
Castro Alves
35. Adormecida
(Espumas Flutuantes)
Uma noite, eu me lembro...Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão...solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
'Stava aberta a janela.
Um cheiro forte de agreste.
Exalavam as silvas da campina
E ao longe, um pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.
36. Adormecida
(Espumas Flutuantes)
• (...)
Era um quadro celeste...A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
(...)
Eu fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
" Ó flor! - tu és a virgem das campinas! “ irgem!
- tu és a flor da minha vida!...
Castro Alves