O documento discute os conceitos de relativismo cultural, etnocentrismo e estereótipos. Apresenta que valores morais dependem do contexto cultural e nenhuma cultura deve julgar outra. Contudo, o etnocentrismo leva a ver a própria cultura como superior, rotulando outras de selvagens ou bárbaras. Isso constrói preconceitos e discriminação. A história mostra exemplos de conflitos devido a visões etnocêntricas impondo valores culturais.
2. 1. Relativismo cultural e etnocentrismo
o É a visão de que crenças, costumes e ética
são relativos ao indivíduo no seu próprio
contexto sócio – cultural.
o “Certo" e "errado" dependem de cada cultura,
o que é considerado moral em uma sociedade
pode ser considerado imoral em outra.
o Não existe um padrão universal de cultura,
ninguém tem o direito de julgar os costumes de
uma outra sociedade.
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5. 2. Relativismo e diversidade cultural
o Conhecer as culturas e sua diversidade
permite superar expressões como bárbaro,
selvagem, exótico, civilizado.
o As culturas são complexas e devem ser
compreendidas na capacidade humana de
criar, reinventar, adaptar – se e inserir – se na
natureza.
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8. 3. Etnocentrismo
Etnia: Identidade cultural de um povo
(aspectos biológicos, língua, religião, tradições)
o Quando uma cultura ou um grupo se coloca
como padrão, colocando seus valores, ideias e
comportamento como corretos.
o Qualquer outro grupo que seja diferente será
considerado bárbaro, selvagem, exótico.
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10. [...] a antiguidade confundia tudo o que não participava da
cultura grega, (depois greco – romana) sob o nome de
bárbaro; em seguida, a civilização ocidental utilizou o termo
de selvagem no mesmo sentido. Recusa-se a admitir a
diversidade cultural; preferimos repetir da cultura tudo
o que esteja conforme a norma sob a qual se vive.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e história.
11. Etnocentrismo, preconceito, discriminação:
o O etnocentrismo constrói uma visão de mundo
baseada no preconceito e na discriminação.
o Uma visão difícil de ser superada, pois cremos
que o que somos e fazemos é o melhor.
o Um grupo diferente é visto como ameaça de
perda de coesão e identidade ao grupo que é
tido como superior.
12. 4. Eurocentrismo e etnocentrismo
o No séc. XIX a Antropologia construiu teorias que
afirmavam uma Europa civilizada e superior.
o A expansão imperialista colocava as potências
capitalistas em busca de mercados (matérias –
primas e mercados), dominando África e Ásia.
o Foi difundida a ideia que tais continentes eram
cheios de tribos selvagens, bárbaras e carentes
de progresso e civilização.
13. Culturas diferentes:
o Qualquer cultura é resultado de um processo
que envolve intervenção, criação, reinvenção
dos homens na natureza.
o Tal conclusão vale pra qualquer etnia, seja na
África, Ásia ou na floresta amazônica.
o Esse processo civilizacional coloca grupos
humanos em estágios culturais diferentes.
21. “Civilizado” X “Selvagem”:
o Rotular um grupo de bárbaro, selvagem ou
exótico é assumir uma visão etnocêntrica.
o Quando o etnocêntrico convive com o não igual,
que não é simétrico, há uma relação de conflito
em que o diferente é assimilado ou destruído
pelo que se considera superior.
o A Europa “civilizada” construiu uma hierarquia
entre europeus e os outros.
22. Sobre os Índios:
“São ociosos, preguiçosos, de pouco trabalho,
melancólicos, covardes, sujos, de má
condição, rústicos, bestiais e vegetam como a
umidade dos trópicos, são infelizes, pois vivem
na escuridão das florestas.”
(Hans Staden – séc. XVI)
23. Sobre os Índios:
“As pessoas aqui são nuas, bonitas,
de pele escura e corpo elegante, são
mansos e vivem em condições de
igualdade, são cordiais e amáveis.”
(Bartolomé de Las Casas – Frei Espanhol)
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25. Etnocentrismo na prática:
o Culturas diferentes encontraram – se na história.
o Ações e reações foram guiadas pela intenção
na preservação de valores em relação ao outro,
visto como ameaça, um inimigo a ser vencido.
o O conflito foi inevitável, já que o superior teve
uma visão e uma intenção ao tentar destruir o
inferior para preservar – se.
26. Conquista da América
Quando espanhóis e portugueses “descobriram” a
América trataram os pré – colombianos como bárbaros
e selvagens. O Império Asteca foi conquistado e
Tenochtitlán, sua capital, destruída.
A cidade do México foi construída em moldes
europeus, numa intenção de impor a superioridade
da civilização europeia sobre a ameríndia.
27. Etnocentrismo e aculturação:
o Quando, em vez de aniquilar um povo “inferior”,
um grupo impõe valores, visão de mundo e seu
comportamento, ocorre a aculturação.
o A violência ocorre com a negação da alteridade
e sua identidade, obrigando o outro a ser igual
ao dominador.
o Exemplo dos jesuítas impondo o catolicismo ao
catequisar os índios brasileiros.
28. Um exemplo de ação etnocêntrica é atuação de
evangélicos levando a “salvação” aos índios do Mato
Grosso, Pará e Amazonas. A aproximação ocorre de
forma semelhante a dos portugueses católicos,
com muitos presentes, envolvendo e seduzindo – os.
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30. Estereótipos – atitude etnocêntrica:
oEstereótipos são imagens e/ou conceitos
preconcebidos (rótulos) que as pessoas fazem
sobre comportamentos e condutas.
oEstereótipo é um conceito infundado sobre algo,
um clichê geralmente depreciativo, baseado no
senso comum, tomado como verdadeiro.
oO Estereótipo alimenta o bullying, o racismo, a
xenofobia, a intolerância e o preconceito.