Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Aula 01
1. Administração Geral e Pública
Profª. Elisabete Moreira
Aula 1
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Bendito quem inventou o belo truque do
calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do
mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão
de que a vida não continua, mas apenas recomeça...
Mário Quintana
Bom começo!!!
SUMÁRIO
• Teorias administrativas: clássica, burocrática e sistêmica. Princípios gerais da
administração.
• Processo organizacional: planejamento, organização, direção, comunicação, controle e
avaliação.
• Planejamento estratégico, tático e operacional: Negócio, missão, visão de futuro, valores.
• Balanced Scorecard.
• Indicadores de desempenho: tipos de indicadores; variáveis componentes dos Indicadores.
• Características das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional,
natureza, finalidades e critérios de departamentalização.
• Gestão de projetos.
• Gestão por processos.
• A evolução da Administração Pública e as experiências de reforma do Estado :
administração patrimonial, burocrática e gerencial.
• Gestão por Resultados na produção dos serviços públicos e gestão pública
empreendedora.
• Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada.
• Governança, governabilidade e accountability.
• Gestão de Desempenho e indicadores de desempenho: eficiência, eficácia e efetividade.
• Governo Eletrônico e Transparência.
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• Gestão Estratégica: excelência nos serviços públicos.
• Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração
Pública. Gestão de Redes Organizacionais
Bibliografia
• Idalberto Chiavenato; Administração, teoria, processos e prática.
• Idalberto Chiavenato; Teoria Geral da Administração.
• Alketa Peci e Felipe Sobral; Administração no contexto brasileiro.
• Augustinho Paludo, Administração Pública.
1. Teorias administrativas: clássica, burocrática e sistêmica. Princípios gerais da
administração.
Define-se administração como a ciência que estuda a experiência prática das
organizações, a partir de teorias que explicam e interpretam a realidade.
É através das Organizações que se dá o exercício da administração. Administrar
constitui um processo de tomada de decisão acerca de objetivos a serem alcançados, levando-se
em conta a otimização dos recursos.
As principais teorias de administração são Abordagem Clássica, Burocrática e Sistêmica.
1.1. Abordagem Clássica
• Organização Formal
• Visão Mecanicista
• Homem Econômico (Homo economicus).
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• Sistema Fechado: foco nos processos internos e operacionais.
• Abordagem prescritiva e normativa.
• Ser humano egoísta, racional e material: homo economicus.
1.1.1. Administração Científica: Frederick Taylor
• Visão de baixo para cima; das partes para o todo.
• Estudo das Tarefas, Métodos, Tempo padrão.
• Salário, incentivos materiais e prêmios de produção.
• Padrão de Produção: eficiência, racionalidade.
• Divisão equitativa de trabalho e responsabilidade entre direção e operário.
Princípios da ORT – Organizações Racionais do Trabalho
• “The best way” - existe uma única maneira certa para o desempenho de cada tarefa.
• Estudo de Tempos e Movimentos e Métodos;
• Divisão do Trabalho e Especialização;
• Padronização de instrumentos de trabalho;
• Desenho de Cargos e Tarefas;
• Seleção Científica do Trabalhador (eliminação de todos que não adotem os métodos);
• Preocupação com Fadiga e com as condições de trabalho;
• Supervisão funcional: autoridade relativa e dividida a depender da especialização e da
divisão de trabalho.
Princípios de Taylor
• Princípio da separação entre o planejamento e a execução;
• Princípio do preparo;
• Princípio do controle;
• Princípio da exceção.
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Henry Ford
Divulgador da Administração Científica, precursor da produção em massa e da linha de
montagem móvel, cadeia contínua.
• Princípio da produtividade: aumentar a capacidade de produção do homem em
determinado período, através da especialização e linha de montagem.
• Princípio de intensificação: diminuir o tempo e o ciclo de duração do capital circulante,
com a utilização imediata dos equipamentos e rápida colocação no mercado;
• Princípio de economicidade: reduzir o volume de estoque de matéria-prima, para que o
carro fosse pago antes do pagamento de salários
1.1.2. Teoria Clássica ou Gestão Administrativa: Henry Fayol
• Anatomia – estrutura.
• Fisiologia – funcionamento.
• Visão de cima para baixo; do todo para as partes.
• Funções da Empresa: Técnica, Comercial, Financeira, Segurança, Contábil,
Administrativa (coordena as demais).
Funções da Administração – quando realizadas de forma cíclica formam o processo
organizacional
• Prever: perscrutar o futuro e traçar plano de ação;
• Organizar: constituir o organismo material e social da empresa;
• Comandar: dirigir o pessoal;
• Coordenar: ligar, unir e harmonizar os esforços;
• Controlar: tudo corra de acordo com as regras.
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Princípios Gerais da Administração
• Divisão do Trabalho: especializar funções;
• Autoridade e Responsabilidade: direito de mandar e poder de se fazer obedecer;
• Disciplina: estabelecer convenções, formais e informais com seus agentes, para trazer
obediência e respeito;
• Unidade de comando: recebimento de ordens de apenas um superior – princípio escalar;
• Unidade de direção: um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que
tenham o mesmo objetivo;
• Subordinação do particular ao geral: O interesse da empresa deve prevalecer ao
interesse individual;
• Remuneração do pessoal: premiar e recompensar;
• Centralização: concentrar autoridade no topo;
• Cadeia escalar ou linha de comando: linha de autoridade que vai do topo ao mais baixo
escalão;
• Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar;
• Equidade: tratar de forma benevolente e justa;
• Estabilidade: manter as pessoas em suas funções para que possam desempenhar bem;
• Iniciativa: liberdade de propor, conceber e executar;
• Espírito de equipe: harmonia e união entre as pessoas.
Enquanto a administração científica preocupava-se na melhoria da produtividade no nível
operacional, a gestão administrativa preocupava-se com a organização em geral e a busca da
efetividade.
Limitações:
• Organização como sistema fechado;
• Pressupostos motivacionais materiais e simplistas;
• Criava condições para alienação do trabalhador, com a elevada especialização e divisão
do trabalho (administração científica)
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1.2. Teoria da Burocracia
A Burocracia: bureau (escritório), kratia (poder, regra) – poder do escritório surge na década
de 40 em razão da fragilidade da teoria clássica e relações humanas; necessidade de um modelo
aplicado a todas as formas de organização; racionalização do direito e consolidação da sociedade
em massa e capitalista.
• Busca organizar de forma estável, duradoura e especializada a cooperação de
indivíduos.
• Abordagem descritiva e explicativa.
• Tem foco interno.
• Estuda a organização como um todo – estrutura organizacional.
Weber distingue três tipos sociedades e autoridades legítimas:
• Tradicional: patrimonial, patriarcal, hereditário e delegável.
• Carismática: personalística, mística.
• Legal, racional ou burocrática: impessoal, formal, meritocrática.
Além disso, Weber faz uma distinção entre os conceitos de Autoridade e Poder:
• Autoridade: probabilidade de que um comando ou ordem específica seja obedecido –
poder oficializado.
• Poder: potencial de exercer influência sobre outros, imposição de arbítrio de uma pessoa
sobre outras.
• Ter autoridade é ter poder: a autoridade depende de legitimação (aceitação), que explica
por que as pessoas obedecem às ordens de alguém, conferindo-lhe poder. Se a
autoridade proporciona poder, o poder conduz a dominação.
Características da Burocracia:
• Caráter legal das normas;
• Caráter formal das comunicações;
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• Divisão do trabalho e racionalidade;
• Impessoalidade do relacionamento;
• Hierarquização da autoridade;
• Rotinas e procedimentos padronizados;
• Competência técnica e mérito;
• Especialização da administração – separação do público e privado;
• Profissionalização: especialista, assalariado; segue carreira.
Consequências previstas: previsibilidade do comportamento humano e padronização do
desempenho.
Vantagens Principais:
• Racionalidade: alcance dos objetivos;
• Precisão na definição do cargo: conhecimento dos deveres;
• Rapidez nas decisões: cada um conhece o que deve ser feito;
• Univocidade de interpretação: regulamentação escrita;
• Continuidade da organização: substituição do pessoal afastado;
• Redução do atrito entre pessoas: conhecimento dos limites e responsabilidades;
• Constância: mesmas decisões em situações iguais;
• Confiabilidade: regras conhecidas;
• Benefícios para as pessoas: hierarquia formalizada, trabalho ordenado, treinamento de
especialistas, carreira em razão do mérito;
• O nepotismo é evitado, dificulta a corrupção.
• A maior vantagem é a democracia: impessoalidade e regras legais, que permitem
igualdade de acesso
Disfunções - Merton
• Internalização das normas;
• Excesso de formalismo e papelório;
• Resistência a mudanças;
• Despersonalização do relacionamento;
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• Categorização do relacionamento;
• Superconformidade às rotinas e procedimentos;
• Exibição de sinais de autoridade;
• Dificuldades com clientes.
Consequências imprevistas: imprevisibilidade do comportamento humano, ineficiência,
lentidão e rigidez. Incapacidade de resposta e adaptação, perda da visão do todo,
manutenção do status quo (não proatividade).