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O ISLÃO
Nos inícios do séc. VII, nasceu na Arábia, uma nova religião: o Islamismo.




                      Meca
   Maomé anunciou-se como profeta
    (enviado de Deus) em 612;

   Começou a pregar em Meca uma
    nova religião – o Islamismo;

   Os seguidores do Islamismo são
    conhecidos pelo nome de
    Muçulmanos;
Em 622, Maomé viu-se obrigado a fugir de Meca para Medina. Este
acontecimento marca o início do calendário muçulmano, é o ano da Hégira.
Nascimento do Islamismo: a
Hégira consiste na “fuga” do
profeta Maomé de Meca para
Medina. Essa fuga deve-se ao
facto das ideias monoteístas
desse profeta terem gerado
grande oposição na cidade de
Meca. Anos mais tarde Maomé
iria reconquistar a cidade de
Meca e fazer dela a capital do
seu      Império     religioso.
Considera-se a contagem do
tempo para o Islão a partir da
data da Hégira.
Corão ou Alcorão
Lê o documento da
      pág. 25
Convertidas todas as tribos ao Islamismo, os Árabes iniciam pouco tempo depois, em
todas as direcções , um forte movimento de expansão territorial.




       O Império Muçulmano ocupou territórios na Ásia,
       África e Europa.
 “Combatei todos
 aqueles que não
 acreditam em Alá e
 que não se privam do
 que Alá e o seu
 enviado proibiram
 (...).
 Combatei igualmente
 todos os que não
 professem a religião
 da verdade (...)”.
 Alcorão,Sourate, 9-29   Lê o documento da pág. 26
“A Jihad” , ou Guerra Santa, tinha começado.
No séc. VIII, o seu Império estendia-se já do Próximo
 Oriente à Península Ibérica passando pelos territórios do
 Norte de África.

Dominam todo o
Mediterrâneo Sul,
quando a entrada na
Europa pelo Reino
Franco lhes é vedada por
Carlos Martel que os
vence na Batalha de
Poitiers em 732.
Cristãos e muçulmanos durante a
                 reconquista




 Em 711, os mouros, a partir do Norte de África,
 atravessaram o estreito de Gibraltar e invadiram
 a P. I., vencendo os Visigodos cristãos na Batalha
 de Guadalete.
As mulheres e a
                         religião muçulmana
                        •As mulheres só podem casar com
                        muçulmanos
                        •A mulher só pode pedir o divórcio em casos
                        extremos
                        •A mulher perde a guarda dos filhos para o
                        homem
                        •As mulheres são sujeitas a penas tais como:
                        chicoteadas, apedrejamentos, morte em caso
                        de adultério
                        •Em caso de adultério , os homens se se
                        arrependerem não são castigados
                        •O Alcorão determina que as mulheres devem
                        cobrir o rosto com um véu ( chador) e usar
Mulheres trajadas com   vestes compridas (abaya)
                        •O testemunho de uma mulher vale menos
      Burqas
                        que o do homem
É absolutamente proibido às mulheres
. qualquer tipo de trabalho fora de casa,
  incluindo professoras, médicas,
  enfermeiras, engenheiras, etc.
   É proibido às mulheres andar nas ruas
  sem a companhia do pai, irmão ou
  marido.
  É proibido ser tratada por médicos
  homens, mesmo que em risco de vida.
  É permitido chicotear mulheres em
  público se não estiverem com os
  calcanhares cobertos.
  É proibido às mulheres qualquer tipo de
  desporto ou mesmo entrar em clubes e
  locais desportivos.
  As mulheres são proibidas de aparecer
  nas varandas das suas casas.
  Todas as janelas devem ser pintadas de
  modo a que as mulheres não sejam vistas
  dentro de casa por quem estiver fora.
A mulher ocupa uma posição de inferioridade na sociedade muçulmana. Quando
falamos na mulher muçulmana, dois símbolos logo nos ocorrem: o harém e o véu.
Estes sinais distintivos das mulheres muçulmanas sugerem a sua subordinação ao
homem, apesar da igualdade espiritual das mulheres estar expressa no Corão: "...e
os homens que se lembram constantemente de Deus, tal como as mulheres que o
fazem, para todos eles Deus preparou o perdão e uma enorme recompensa" (33:35)
A subordinação da mulher é demonstrada e justificada pela lei, costumes e tradições
da Civilização Muçulmana, dizendo mesmo que há apenas um reconhecimento dos
diferentes papéis dos dois sexos e não uma inferioridade efectiva.
A mulher árabe tem uma prática de vida completamente diferente da mulher
ocidental, tendo de obedecer a regras muito estritas. No entanto, a forma de viver das
mulheres não é igual em todo o mundo árabe. Em alguns países árabes as mulheres
vivem enjauladas e maltratadas e noutros alcançaram a sua emancipação.
A história de Miriam Ali e das suas duas filhas Nádia e Zana

    O pesadelo de Miriam Ali começou num dia de 1980, quando soube que as suas duas
filhas, ainda adolescentes, tinham sido vendidas a maridos no Iémen, pelo próprio pai.
    Mas, esse foi também um momento de viragem. Depois de muitos anos de submissão,
Miriam teve a coragem de começar uma campanha para salvar Zana e Nádia da miséria
em que ambas eram obrigadas a viver.
    Quando Miriam conseguiu chegar ao Iémen teve conhecimento da situação das filhas
através de uma gravação que Zana fez e a qual se transcreve de seguida:
    “Aqui fala Zana. Escrevi-lhe uma carta que penso que vai publicar e agora lembrei-
me de gravar esta fita. A minha mãe veio cá há um par de semanas, mas não gostou
disto, não gostou da maneira como aqui se vive. Eu e a minha irmã queríamos que a
mãe voltasse para Inglaterra, pois aqui não pode fazer nada.
    Quero sair daqui o mais depressa possível. Se pudesse ver como nós vivemos?!Estou
a sofrer há seis anos e não há nada que possa fazer porque estou enfiada numa aldeia e
não tenho ninguém que me ajude, mas quando a minha mãe me falou de si, que queria
publicar no seu jornal a nossa história, fiquei muito contente.
Eu…Eu nunca vi nada como isto. Não sei. É terrível. Conservam-nos aqui
contra a nossa vontade e eu não sei porquê!? Só quero ir para casa, para junto
de minha mãe. Abdul Khada, o homem que me trouxe para aqui, disse-me que
era só por umas curtas semanas, e que depois me levava para casa, mas
quando cá cheguei disseram-me que estava casada.
Quase fiquei histérica! Até tentei matar-me. Tomei uma grande dose de comprimidos,
mas eles meteram-me a mão na boca e obrigaram-me a vomitá-los. Eu escrevi uma
carta à minha irmã. Tentei avisá-la, mas ela nunca recebeu a carta. Ela também veio .
   Se visse os rapazes com quem estamos casadas, nem acreditava. É mais novo do
que eu. Diz que tem a minha certidão de casamento . Tem de ser falsa. Por que foi que
não nos deixaram ter uma cerimónia de casamento, ou pelo menos nos perguntaram se
queríamos casar? Eu só tinha quinze anos e a minha irmã catorze. Tivemos de viver
um inferno e hoje espero e rezo a Deus que nos venham buscar.
 Não quero ficar aqui, estou a enlouquecer.Vou até matar-me , se tiver de ser. Prefiro
morrer a ficar aqui.
   Não quero ficar aqui! Sou britânica. Nasci e cresci em Inglaterra. A minha mãe tomou
conta de nós até meu pai! Odeio-o! É tão mau. Nunca hei-de perdoar-lhe. Abdul Khada
bate-me sempre que lhe apetece. Ele obrigava-me a escrever cartas bonitas à minha
mãe a dizer que era feliz aqui. Eu tinha de obedecer!
   Pagaram dinheiro à polícia para não fazer nada.
   Quero ir para casa! Venham buscar-nos… a minha irmã ainda está a sofrer mais.
Eles estão sempre a tentar ameaçar a minha mãe. Adeus. Por favor, ajude-nos! Por
favor, por favor! Suplico-lhe ! Estamos a sofrer. Temos de sair daqui!”
   Após oito anos de luta Zana consegui fugir, mas o seu filho , a sua irmã e a filha
desta continuam ainda prisioneiros.

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A história de Miriam Ali e a luta para libertar as filhas do casamento forçado

  • 2. Nos inícios do séc. VII, nasceu na Arábia, uma nova religião: o Islamismo. Meca
  • 3.
  • 4. Maomé anunciou-se como profeta (enviado de Deus) em 612;  Começou a pregar em Meca uma nova religião – o Islamismo;  Os seguidores do Islamismo são conhecidos pelo nome de Muçulmanos;
  • 5. Em 622, Maomé viu-se obrigado a fugir de Meca para Medina. Este acontecimento marca o início do calendário muçulmano, é o ano da Hégira.
  • 6. Nascimento do Islamismo: a Hégira consiste na “fuga” do profeta Maomé de Meca para Medina. Essa fuga deve-se ao facto das ideias monoteístas desse profeta terem gerado grande oposição na cidade de Meca. Anos mais tarde Maomé iria reconquistar a cidade de Meca e fazer dela a capital do seu Império religioso. Considera-se a contagem do tempo para o Islão a partir da data da Hégira.
  • 8. Lê o documento da pág. 25
  • 9.
  • 10. Convertidas todas as tribos ao Islamismo, os Árabes iniciam pouco tempo depois, em todas as direcções , um forte movimento de expansão territorial. O Império Muçulmano ocupou territórios na Ásia, África e Europa.
  • 11.  “Combatei todos aqueles que não acreditam em Alá e que não se privam do que Alá e o seu enviado proibiram (...). Combatei igualmente todos os que não professem a religião da verdade (...)”. Alcorão,Sourate, 9-29 Lê o documento da pág. 26
  • 12. “A Jihad” , ou Guerra Santa, tinha começado. No séc. VIII, o seu Império estendia-se já do Próximo Oriente à Península Ibérica passando pelos territórios do Norte de África. Dominam todo o Mediterrâneo Sul, quando a entrada na Europa pelo Reino Franco lhes é vedada por Carlos Martel que os vence na Batalha de Poitiers em 732.
  • 13. Cristãos e muçulmanos durante a reconquista  Em 711, os mouros, a partir do Norte de África, atravessaram o estreito de Gibraltar e invadiram a P. I., vencendo os Visigodos cristãos na Batalha de Guadalete.
  • 14.
  • 15. As mulheres e a religião muçulmana •As mulheres só podem casar com muçulmanos •A mulher só pode pedir o divórcio em casos extremos •A mulher perde a guarda dos filhos para o homem •As mulheres são sujeitas a penas tais como: chicoteadas, apedrejamentos, morte em caso de adultério •Em caso de adultério , os homens se se arrependerem não são castigados •O Alcorão determina que as mulheres devem cobrir o rosto com um véu ( chador) e usar Mulheres trajadas com vestes compridas (abaya) •O testemunho de uma mulher vale menos Burqas que o do homem
  • 16. É absolutamente proibido às mulheres . qualquer tipo de trabalho fora de casa, incluindo professoras, médicas, enfermeiras, engenheiras, etc. É proibido às mulheres andar nas ruas sem a companhia do pai, irmão ou marido. É proibido ser tratada por médicos homens, mesmo que em risco de vida. É permitido chicotear mulheres em público se não estiverem com os calcanhares cobertos. É proibido às mulheres qualquer tipo de desporto ou mesmo entrar em clubes e locais desportivos. As mulheres são proibidas de aparecer nas varandas das suas casas. Todas as janelas devem ser pintadas de modo a que as mulheres não sejam vistas dentro de casa por quem estiver fora.
  • 17. A mulher ocupa uma posição de inferioridade na sociedade muçulmana. Quando falamos na mulher muçulmana, dois símbolos logo nos ocorrem: o harém e o véu. Estes sinais distintivos das mulheres muçulmanas sugerem a sua subordinação ao homem, apesar da igualdade espiritual das mulheres estar expressa no Corão: "...e os homens que se lembram constantemente de Deus, tal como as mulheres que o fazem, para todos eles Deus preparou o perdão e uma enorme recompensa" (33:35) A subordinação da mulher é demonstrada e justificada pela lei, costumes e tradições da Civilização Muçulmana, dizendo mesmo que há apenas um reconhecimento dos diferentes papéis dos dois sexos e não uma inferioridade efectiva. A mulher árabe tem uma prática de vida completamente diferente da mulher ocidental, tendo de obedecer a regras muito estritas. No entanto, a forma de viver das mulheres não é igual em todo o mundo árabe. Em alguns países árabes as mulheres vivem enjauladas e maltratadas e noutros alcançaram a sua emancipação.
  • 18.
  • 19.
  • 20. A história de Miriam Ali e das suas duas filhas Nádia e Zana O pesadelo de Miriam Ali começou num dia de 1980, quando soube que as suas duas filhas, ainda adolescentes, tinham sido vendidas a maridos no Iémen, pelo próprio pai. Mas, esse foi também um momento de viragem. Depois de muitos anos de submissão, Miriam teve a coragem de começar uma campanha para salvar Zana e Nádia da miséria em que ambas eram obrigadas a viver. Quando Miriam conseguiu chegar ao Iémen teve conhecimento da situação das filhas através de uma gravação que Zana fez e a qual se transcreve de seguida: “Aqui fala Zana. Escrevi-lhe uma carta que penso que vai publicar e agora lembrei- me de gravar esta fita. A minha mãe veio cá há um par de semanas, mas não gostou disto, não gostou da maneira como aqui se vive. Eu e a minha irmã queríamos que a mãe voltasse para Inglaterra, pois aqui não pode fazer nada. Quero sair daqui o mais depressa possível. Se pudesse ver como nós vivemos?!Estou a sofrer há seis anos e não há nada que possa fazer porque estou enfiada numa aldeia e não tenho ninguém que me ajude, mas quando a minha mãe me falou de si, que queria publicar no seu jornal a nossa história, fiquei muito contente. Eu…Eu nunca vi nada como isto. Não sei. É terrível. Conservam-nos aqui contra a nossa vontade e eu não sei porquê!? Só quero ir para casa, para junto de minha mãe. Abdul Khada, o homem que me trouxe para aqui, disse-me que era só por umas curtas semanas, e que depois me levava para casa, mas quando cá cheguei disseram-me que estava casada.
  • 21. Quase fiquei histérica! Até tentei matar-me. Tomei uma grande dose de comprimidos, mas eles meteram-me a mão na boca e obrigaram-me a vomitá-los. Eu escrevi uma carta à minha irmã. Tentei avisá-la, mas ela nunca recebeu a carta. Ela também veio . Se visse os rapazes com quem estamos casadas, nem acreditava. É mais novo do que eu. Diz que tem a minha certidão de casamento . Tem de ser falsa. Por que foi que não nos deixaram ter uma cerimónia de casamento, ou pelo menos nos perguntaram se queríamos casar? Eu só tinha quinze anos e a minha irmã catorze. Tivemos de viver um inferno e hoje espero e rezo a Deus que nos venham buscar. Não quero ficar aqui, estou a enlouquecer.Vou até matar-me , se tiver de ser. Prefiro morrer a ficar aqui. Não quero ficar aqui! Sou britânica. Nasci e cresci em Inglaterra. A minha mãe tomou conta de nós até meu pai! Odeio-o! É tão mau. Nunca hei-de perdoar-lhe. Abdul Khada bate-me sempre que lhe apetece. Ele obrigava-me a escrever cartas bonitas à minha mãe a dizer que era feliz aqui. Eu tinha de obedecer! Pagaram dinheiro à polícia para não fazer nada. Quero ir para casa! Venham buscar-nos… a minha irmã ainda está a sofrer mais. Eles estão sempre a tentar ameaçar a minha mãe. Adeus. Por favor, ajude-nos! Por favor, por favor! Suplico-lhe ! Estamos a sofrer. Temos de sair daqui!” Após oito anos de luta Zana consegui fugir, mas o seu filho , a sua irmã e a filha desta continuam ainda prisioneiros.