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A contra reforma  parte 3
Em Portugal (…) o judaísmo praticamente monopolizou a actividade inquisitorial durante
todo o período de funcionamento
                                                                 Francisco Bethencourt




          Goya: O Tribunal da Inquisição; Museo de la Real Academia de San Fernando, Madrid; 1819
1-Que tipo de crimes eram julgados em Portugal pela inquisição?
2-Qual se destaca? Justifica.
Leitura do doc. Da pág
         124
Lê com
atenção as
 seguintes
denúncias
 feitas na
inquisição
“Têm comparecido muitas pessoas na Inquisição a denunciar pecados e
 costumes. Os cárceres estão cheios. As denúncias não param. Irmãos
 denunciam irmãos , mulheres denunciam os maridos, os filhos denunciam
 os pais. Uma sombra de terror trespassa a alma do país.
 Eis um pequeno sumário:


 António Correia denunciou Duarte
 Fernandes por não comer toucinho



Diogo Antunes disse que foi a casa de um
calceteiro e que este tinha na parede uma
estampa com um santinho com teias de aranha.




Compareceu Baltazar Gomes que denunciou um flamengo que não
tirou o barrete quando passava diante de uma cruz.
Fernando Afonso denunciou dois hereges de Ponte de Lima que disseram
que a hóstia era só pão



 Manuel Borges denunciou António Gonçalves por ter dito que dormir com
 uma mulher não era mal nenhum



 Maria Antunes denunciou um médico que disse que nosso
 Senhor era filho de um carpinteiro



   Garcia Mendes de Abreu acusou
   um cristão-novo de contestar a
   virgindade de Nossa Senhora ao
   dizer: como é que se pode tirar a
   gema ao ovo sem o quebrar.
A Inquisição em Portugal sofreu influência direta da sua atuação em Espanha, onde, por
insistência dos reis católicos espanhóis, Fernando e Isabel, o papa Sixto IV apoiou a
criação de uma Inquisição Espanhola Independente, presidida por um Conselho e um
inquisidor. Entre os mais famosos, está Tomás de Torquemada, um símbolo de crueldade,
intolerância e fanatismo religioso, que ajudou a escrever um capítulo especial do Santo
Ofício na Península Ibérica e em suas colónias, cujo alvo principal foram os judeus e, em
seguida, os cristãos-novos, ou os judeus convertidos à força ao cristianismo.
A 30 de Maio de 1492 é assinado o decreto que expulsa os judeus da Espanha, levando
cerca de 80 mil a procurarem abrigo em Portugal.
Para acolhê-los, o rei João II exigiu o pagamento de uma taxa que lhes permitia ficar no
país apenas oito meses, prometendo-lhes que, ao final desse período, poderiam partir em
navios cedidos pelo governo. Além de não cumprir a promessa, ainda os vendeu como
escravos para a nobreza portuguesa. Neste mesmo período, cerca de 700 crianças judias
foram separadas de suas famílias e enviadas para colonizar a ilha africana de St. Thomas,
onde a maioria morreu.
Em 1496, D. Manuel publicou o édito de expulsão, mas, diante de revoltas, resistências,
súplicas e também do receio de serem expatriados capitais necessários à expansão do
colonialismo luso, acabou permitindo a permanência dos judeus que concordassem em
se batizar.Surgiram, então, os "cristãos-novos.
Adaptado

1-Qual era o principal alvo da inquisição na península ibérica?
2-Que medidas foram tomadas em Portugal contra os judeus?
• A Inquisição em Portugal sofreu influência
      direta da Inquisição espanhola
1

    • O alvo principal foram os judeus e os cristãos-
      novos( judeus convertidos à força ao
2     cristianismo)



    • Os judeus foram expulsos de Espanha e vieram para
      Portugal
    • João II exigiu o pagamento de um imposto que
3     lhes permitia ficar no país apenas oito meses
• D. Manuel obrigou-os a converterem- se ao cristianismo, sob a
      pena de serem expulsos
4

    • o reinado de D Manuel foi marcado pela aliança com a Inquisição,
     responsável pela perseguição e morte de milhares de judeus:Condenações
     arbitrárias à morte, falsas ou forçadas conversões, fugas em massa do país e
5    a criação de um clima de medo que atingiu todas as minorias religiosas.



    • a maioria dos Judeus convertidos em Cristãos–Novos conservou,
      secretamente, a sua religião, símbolos e costumes.
    • Designados pelos Cristãos -Velhos de Marranos ou Cripto-Judeus, foram
      sendo empurrados para zonas específicas das cidades (as Judiarias) onde

6     eram alvo de uma apertada vigilância por parte da Igreja, assente na
      denúncia dos que invejavam a sua relativa riqueza e instrução.
A matança de Lisboa
                                                             1506
                                             No mosteiro de São Domingos está uma capela
                                             a que chamam de Jesus, e nela há um
                                             Crucifixo, em que foi então visto um sinal, a
                                             que deram foros de milagre, embora os que se
                                             encontravam na igreja julgassem o contrário,
                                             dos quais um Cristão-novo disse que lhe
                                             parecia uma candeia acesa ao lado da imagem
                                             de Jesus. Ouvindo isto, alguns homens de
                                             baixa condição arrastaram-no pelos cabelos,
                                             para fora da igreja, e mataram-no e
                                             queimaram logo o corpo no Rossio.

Ao qual alvoroço acudiu muito povo a quem um frade fez uma pregação convocando-o
contra os cristãos-novos após o que sairam dois frades do mosteiro com um crucifixo nas
mãos bradando heresia, heresia (…) . Logo se juntou muito povo e começaram a matar
todos os cristãos-novos que achavam pelas ruas e os corpos mortos e meio vivos lançavam e
queimavam em fogueiras que tinham feitas na Ribeira e no Rossio (…). A esta turma de maus
homens (…) se juntaram mais de mil homens da terra (…) que todos juntos, continuaram a
maldade com maior crueza, e por já nas ruas não acharem nenhuns cristãos-novos, foram
cometer com vaivéns e escadas, as casas em que viviam, ou onde sabiam que estavam, e
tirando-os delas arrasto pelas ruas com seus filhos, mulheres e filhas, os lançavam de
mistura vivos e mortos nas fogueiras, sem nenhuma piedade, e era tamanha a crueza que
até nos meninos e nas crianças que estavam no berço as executavam, tomando-os pelas
pernas, fendendo-os em pedaços, e esborrachando-os de arremesso nas paredes.
Nas quais cruezas não se esqueciam de lhes meter a saque as casas, e roubar todo o ouro,
prata e enxovais que neles achavam. (…).
Nesse dia pereceram na cidade mais de mil almas sem haver quem ousasse de resistir.


1-A que se devia o ódio pelos cristãos- novos?
2- Redige um texto opinião sobre a intolerância religiosa.




                                                                       Ataque ao gueto de
                                                                       Varsóvia
                                                                       16 de Abril de 1943
A contra reforma  parte 3
Arrastadas das suas casas sem saberem ao certo do
que estavam a ser acusadas, as bruxas eram
despidas e submetidas a um criterioso exame em
busca das marcas de Satanás: Sardas, verrugas,
olhos azuis pálidos eram considerados sinais
seguros de que a mulher, travara contato com as
forças do mal. Informada sobre as suspeitas que
pesavam sobre ela, a mulher que resistisse às
lágrimas ou murmurasse olhando para baixo,
seguramente era uma seguidora dos espíritos
malignos. Escaldadas em água com cal, suspensas
pelos polegares com pesos nos tornozelos, sentadas
com os pés sobre brasas ou resistindo ao peso das
pedras colocadas sobre suas pernas, as rés não
tardavam a gritar aos seus inquisidores que sim, era
verdade`. Admitiam que sacrificavam animais e
criancinhas, que evocavam demónios nas noites de
lua cheia, e usavam ervas e feitiços para matar e
trazer infelicidade aos inimigos.
Convencidos que quando uma mulher pensa
sozinha, pensa maldades", os inquisidores não
hesitavam em condenar estas mulheres à morte na
fogueira.
A caça às bruxas teve por base um dos
maiores tratados sobre feitiçaria: “Malleus
Malificarum,” ou “O Martelo das
Feiticeiras” Trata-se de um exaustivo
manual sobre a caça às bruxas, publicado
primeiramente na Alemanha em 1487, e
que logo recebeu dezenas de novas
edições por toda a Europa provocando um
profundo impacto nos julgamentos das
bruxas durante 200 anos. A obra é notória
por seu uso no período de histeria da caça
às bruxas, que alcançou sua máxima
expressão entre o início do século XVI e
meados do século XVII.
Este documento foi compilado e escrito por
dois inquisidores dominicanos, Heinrich
Kraemer e James Sprenger
Nunca lhes terá l ocorrido que sobrenatural seria resistir a tudo isso negando-se a
   concordar com qualquer coisa que lhe dissessem?

Desde o momento em que a Igreja declarou que as antigas
religiões pagãs eram um ameaça ao cristianismo, em 1320, até
a última execução judicial, realizada em território polaco no final
do século XVIII, milhares de pessoas, sendo,80% mulheres,
foram acusadas, investigadas e punidas com base em
denúncias da vizinhança - "a acusação de feitiçaria foi usada em
muitas épocas, em muitas sociedades como uma forma de
perseguição a inimigos, o que podia lançar sobre qualquer
pessoa de hábitos invulgares (moças muito bonitas e solteiras,
anciãs que dividiam o lar apenas com animais, ou mães de
filhos deficientes, por exemplo) a culpa pela doença do filho, a
falta de leite da vaca, ou a ausência de desejo do marido. As
oportunidades de escapar sem sofrer qualquer punição eram
praticamente nulas
Também não estavam livres de serem condenados aqueles que
se negavam terminantemente a acreditar na existência da
bruxaria, pois, de acordo com o Martelo das Bruxas, essa era a
maior heresia.
A contra reforma  parte 3

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  • 2. Em Portugal (…) o judaísmo praticamente monopolizou a actividade inquisitorial durante todo o período de funcionamento Francisco Bethencourt Goya: O Tribunal da Inquisição; Museo de la Real Academia de San Fernando, Madrid; 1819
  • 3. 1-Que tipo de crimes eram julgados em Portugal pela inquisição? 2-Qual se destaca? Justifica.
  • 4. Leitura do doc. Da pág 124
  • 5. Lê com atenção as seguintes denúncias feitas na inquisição
  • 6. “Têm comparecido muitas pessoas na Inquisição a denunciar pecados e costumes. Os cárceres estão cheios. As denúncias não param. Irmãos denunciam irmãos , mulheres denunciam os maridos, os filhos denunciam os pais. Uma sombra de terror trespassa a alma do país. Eis um pequeno sumário: António Correia denunciou Duarte Fernandes por não comer toucinho Diogo Antunes disse que foi a casa de um calceteiro e que este tinha na parede uma estampa com um santinho com teias de aranha. Compareceu Baltazar Gomes que denunciou um flamengo que não tirou o barrete quando passava diante de uma cruz.
  • 7. Fernando Afonso denunciou dois hereges de Ponte de Lima que disseram que a hóstia era só pão Manuel Borges denunciou António Gonçalves por ter dito que dormir com uma mulher não era mal nenhum Maria Antunes denunciou um médico que disse que nosso Senhor era filho de um carpinteiro Garcia Mendes de Abreu acusou um cristão-novo de contestar a virgindade de Nossa Senhora ao dizer: como é que se pode tirar a gema ao ovo sem o quebrar.
  • 8. A Inquisição em Portugal sofreu influência direta da sua atuação em Espanha, onde, por insistência dos reis católicos espanhóis, Fernando e Isabel, o papa Sixto IV apoiou a criação de uma Inquisição Espanhola Independente, presidida por um Conselho e um inquisidor. Entre os mais famosos, está Tomás de Torquemada, um símbolo de crueldade, intolerância e fanatismo religioso, que ajudou a escrever um capítulo especial do Santo Ofício na Península Ibérica e em suas colónias, cujo alvo principal foram os judeus e, em seguida, os cristãos-novos, ou os judeus convertidos à força ao cristianismo. A 30 de Maio de 1492 é assinado o decreto que expulsa os judeus da Espanha, levando cerca de 80 mil a procurarem abrigo em Portugal. Para acolhê-los, o rei João II exigiu o pagamento de uma taxa que lhes permitia ficar no país apenas oito meses, prometendo-lhes que, ao final desse período, poderiam partir em navios cedidos pelo governo. Além de não cumprir a promessa, ainda os vendeu como escravos para a nobreza portuguesa. Neste mesmo período, cerca de 700 crianças judias foram separadas de suas famílias e enviadas para colonizar a ilha africana de St. Thomas, onde a maioria morreu. Em 1496, D. Manuel publicou o édito de expulsão, mas, diante de revoltas, resistências, súplicas e também do receio de serem expatriados capitais necessários à expansão do colonialismo luso, acabou permitindo a permanência dos judeus que concordassem em se batizar.Surgiram, então, os "cristãos-novos. Adaptado 1-Qual era o principal alvo da inquisição na península ibérica? 2-Que medidas foram tomadas em Portugal contra os judeus?
  • 9. • A Inquisição em Portugal sofreu influência direta da Inquisição espanhola 1 • O alvo principal foram os judeus e os cristãos- novos( judeus convertidos à força ao 2 cristianismo) • Os judeus foram expulsos de Espanha e vieram para Portugal • João II exigiu o pagamento de um imposto que 3 lhes permitia ficar no país apenas oito meses
  • 10. • D. Manuel obrigou-os a converterem- se ao cristianismo, sob a pena de serem expulsos 4 • o reinado de D Manuel foi marcado pela aliança com a Inquisição, responsável pela perseguição e morte de milhares de judeus:Condenações arbitrárias à morte, falsas ou forçadas conversões, fugas em massa do país e 5 a criação de um clima de medo que atingiu todas as minorias religiosas. • a maioria dos Judeus convertidos em Cristãos–Novos conservou, secretamente, a sua religião, símbolos e costumes. • Designados pelos Cristãos -Velhos de Marranos ou Cripto-Judeus, foram sendo empurrados para zonas específicas das cidades (as Judiarias) onde 6 eram alvo de uma apertada vigilância por parte da Igreja, assente na denúncia dos que invejavam a sua relativa riqueza e instrução.
  • 11. A matança de Lisboa 1506 No mosteiro de São Domingos está uma capela a que chamam de Jesus, e nela há um Crucifixo, em que foi então visto um sinal, a que deram foros de milagre, embora os que se encontravam na igreja julgassem o contrário, dos quais um Cristão-novo disse que lhe parecia uma candeia acesa ao lado da imagem de Jesus. Ouvindo isto, alguns homens de baixa condição arrastaram-no pelos cabelos, para fora da igreja, e mataram-no e queimaram logo o corpo no Rossio. Ao qual alvoroço acudiu muito povo a quem um frade fez uma pregação convocando-o contra os cristãos-novos após o que sairam dois frades do mosteiro com um crucifixo nas mãos bradando heresia, heresia (…) . Logo se juntou muito povo e começaram a matar todos os cristãos-novos que achavam pelas ruas e os corpos mortos e meio vivos lançavam e queimavam em fogueiras que tinham feitas na Ribeira e no Rossio (…). A esta turma de maus homens (…) se juntaram mais de mil homens da terra (…) que todos juntos, continuaram a maldade com maior crueza, e por já nas ruas não acharem nenhuns cristãos-novos, foram cometer com vaivéns e escadas, as casas em que viviam, ou onde sabiam que estavam, e tirando-os delas arrasto pelas ruas com seus filhos, mulheres e filhas, os lançavam de
  • 12. mistura vivos e mortos nas fogueiras, sem nenhuma piedade, e era tamanha a crueza que até nos meninos e nas crianças que estavam no berço as executavam, tomando-os pelas pernas, fendendo-os em pedaços, e esborrachando-os de arremesso nas paredes. Nas quais cruezas não se esqueciam de lhes meter a saque as casas, e roubar todo o ouro, prata e enxovais que neles achavam. (…). Nesse dia pereceram na cidade mais de mil almas sem haver quem ousasse de resistir. 1-A que se devia o ódio pelos cristãos- novos? 2- Redige um texto opinião sobre a intolerância religiosa. Ataque ao gueto de Varsóvia 16 de Abril de 1943
  • 14. Arrastadas das suas casas sem saberem ao certo do que estavam a ser acusadas, as bruxas eram despidas e submetidas a um criterioso exame em busca das marcas de Satanás: Sardas, verrugas, olhos azuis pálidos eram considerados sinais seguros de que a mulher, travara contato com as forças do mal. Informada sobre as suspeitas que pesavam sobre ela, a mulher que resistisse às lágrimas ou murmurasse olhando para baixo, seguramente era uma seguidora dos espíritos malignos. Escaldadas em água com cal, suspensas pelos polegares com pesos nos tornozelos, sentadas com os pés sobre brasas ou resistindo ao peso das pedras colocadas sobre suas pernas, as rés não tardavam a gritar aos seus inquisidores que sim, era verdade`. Admitiam que sacrificavam animais e criancinhas, que evocavam demónios nas noites de lua cheia, e usavam ervas e feitiços para matar e trazer infelicidade aos inimigos. Convencidos que quando uma mulher pensa sozinha, pensa maldades", os inquisidores não hesitavam em condenar estas mulheres à morte na fogueira.
  • 15. A caça às bruxas teve por base um dos maiores tratados sobre feitiçaria: “Malleus Malificarum,” ou “O Martelo das Feiticeiras” Trata-se de um exaustivo manual sobre a caça às bruxas, publicado primeiramente na Alemanha em 1487, e que logo recebeu dezenas de novas edições por toda a Europa provocando um profundo impacto nos julgamentos das bruxas durante 200 anos. A obra é notória por seu uso no período de histeria da caça às bruxas, que alcançou sua máxima expressão entre o início do século XVI e meados do século XVII. Este documento foi compilado e escrito por dois inquisidores dominicanos, Heinrich Kraemer e James Sprenger
  • 16. Nunca lhes terá l ocorrido que sobrenatural seria resistir a tudo isso negando-se a concordar com qualquer coisa que lhe dissessem? Desde o momento em que a Igreja declarou que as antigas religiões pagãs eram um ameaça ao cristianismo, em 1320, até a última execução judicial, realizada em território polaco no final do século XVIII, milhares de pessoas, sendo,80% mulheres, foram acusadas, investigadas e punidas com base em denúncias da vizinhança - "a acusação de feitiçaria foi usada em muitas épocas, em muitas sociedades como uma forma de perseguição a inimigos, o que podia lançar sobre qualquer pessoa de hábitos invulgares (moças muito bonitas e solteiras, anciãs que dividiam o lar apenas com animais, ou mães de filhos deficientes, por exemplo) a culpa pela doença do filho, a falta de leite da vaca, ou a ausência de desejo do marido. As oportunidades de escapar sem sofrer qualquer punição eram praticamente nulas Também não estavam livres de serem condenados aqueles que se negavam terminantemente a acreditar na existência da bruxaria, pois, de acordo com o Martelo das Bruxas, essa era a maior heresia.