O documento resume os principais desenvolvimentos na ciência regional ao longo de 40 anos, desde os anos 1940, incluindo teorias sobre localização industrial, crescimento urbano e desenvolvimento regional. Aborda temas como polos de crescimento, base econômica, e desenvolvimento endógeno.
2. A partir dos anos 40 a investigação torna-se mais sistemática:
passa das análises setoriais para o esquema geral do equilíbrio
espacial.
Estados Unidos inova no domínio dos custos de transporte e
elabora uma teoria geral da fronteira como elemento da
localização da empresa;
Modelos para medir as migrações populacionais e as zonas de
atração comercial, nascendo a lei da gravitação.
A noção de hierarquia urbana, a lei nível-dimensão de Zipf e a
relação densidade-distância são cada vez mais utilizadas.
Ultrapassam-se as primeiras barreiras da análise urbana.
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3. Walter Isard (1949) – traz novas ideias e faz a síntese de
diversas correntes de pensamento;
Americano que juntou-se com outras áreas de conhecimento
para “fundar” a ciência regional;
Conseguiu delimitar o âmbito desta ciência em 4 áreas:
1. Localização das atividades econômicas
2. Organização e estruturação do espaço
3. Interações espaciais
4. Desenvolvimento regional
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4. Importante para empresários porque afeta os custos de
produção;
Importante para o Estado pois lhe cabe a
responsabilidade de divisão harmoniosa das atividades no
espaço;
Anos 50:
Estudos feitos em torno da mobilidade, mais
concretamente dos capitais e dos investimentos;
Localização dos complexos de produção, considerada em
relação com o crescimento econômico;
Urbanização, indústria e desenvolvimento, analisados do
ponto de vista das economias externas e de escala.
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5. Anos 60
Utilização de teorias de localização weberianas;
Custos de obtenção de matéria prima, acesso ao mercado
e custos diferenciais da mão de obra influenciam a
decisão das empresas em relação a localização;
As empresas determinam a localização visando maximizar
os lucros;
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A
B
M
6. 6
Final dos anos 60 – Allan Pred: aperfeiçoamento das
teorias weberianas, considerando outros fatores
como imperfeição da informação, variáveis
psicológicas, restrições sociais e comportamento dos
decisores.
Paralelamente: teoria das decisões – os agentes não
tem todas as informações, não controlam a incerteza
e não conhecem todas as alternativas (Simon).
Ex. Se uma empresa tem 2 filiais em locais diferentes,
toda a decisão será diferente, até pq tem informações
que a concorrente com 1 filial não tem.
7. Início dos anos 70
Peter Dicken;
Inovador, define por decisão espacial:
Não só a escolha de uma localização enquanto
tal, mas também de forma mais vasta, todas as
decisões com expressão espacial: a expansão ou
a contração de uma empresa, as mudanças nos
inputs ou outputs, as políticas espaciais de
preços, a racionalização das operações, a
adoção de inovações, etc.
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O estudo do impacto espacial das decisões , partindo
de uma lógica intra-organizacional das empresas, dá
resposta a uma insatisfação sentida a propósito da
teoria clássica da localização.
Surgem os estudos da influência das ligações
organizacionais no desenvolvimento regional.
8. Anos 80
Philippe Aydalot desenvolve uma teoria de inspiração
marxista:
Grandes organizações dominam melhor a distância,
graças a sua capacidade financeira, técnica e
organizacional;
A empresa molda o espaço, e não o inverso: ela não
está livre das restrições do seu ambiente inicial;
Trabalho como fator estruturante do espaço;
A empresa escolhe uma localização com força de
trabalho desvalorizada – com baixo custo.
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9. Resumo:
Rapidez das modificações tecnológicas e aceleração do
processo de inovação;
Anos 70 e 80: Teoria da localização entrou em crise – não
dava informações sobre o comportamento industrial
contemporâneo;
Anos 80 – teorias que tentam explicar o aparecimento e
implantação dos novos espaços industriais;
1. Recenseamento de fatores de localização exógenos:
importância da mão de obra, investigação, transportes,
capital de risco, economias de aglomeração, transformação
da paisagem e ordenamento das zonas de atividade.
2. Problemas da localização em um quadro conceitual mais
geral: teoria de ciclo de vida do produto ( teoria da
localização das atividades de ponta).
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10. Resumo:
Outras reflexões:
Relacões entre formas de organização da produção,
dos mercados e hierarquias;
Aumento da produção gera atividades especializadas,
e cria condições de localização específicas;
Atividades transacionais muito intensas, surgem
conjuntos de empresa: concentração espacial.
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11. Anos 50 e 60 – estudos sobre crescimento urbano
e regional
Perroux - França: Teoria dos polos de crescimento: o
desenvolvimento é desequilibrado e faz-se a partir
de polos.
A teoria dos polos de crescimento explica que o
crescimento regional dependo do crescimento que
começa nos centros urbanos e da difusão desse
crescimento por toda a região.
O crescimento nacional depende do desempenho das
regiões.
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12. Anos 50 e 60
Teoria da base econômica (inspiração keynesiana):
Explica o crescimento da região em termos de
exportação de bens e serviços. Sem exportação não
há crescimento.
North – o começo desenvolvimento regional se dá
através da exportação de algum recurso natural ou
de alguma atividade primária.
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13. Anos 50 e 60
Países em desenvolvimento – dificuldades
encontradas pelas empresas:
Nurkse e Hirshman propuseram investimento em
setores estratégicos para obter um crescimento
rápido e duradouro e conseguir economia externa
(depende do desenvolvimento geral da indústria).
Myrdal – contribuição para compreensão do
desenvolvimento desigual: abordagem global que
integre todos os aspectos da realidade:
econômicos, sociais, políticos e culturais. Países
pobres produzem bens primários de menor valor agregado e
países ricos tem lucros associados à economia de escala.
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14. Anos 50 e 60
Países em desenvolvimento – dificuldades
encontradas pelas empresas:
Discussão ampla:
Friedman: propõe uma revolução cultural para
libertar a periferia;
Lewis: armadilha provocada pelo excesso de mão de
obra barata nas regiões pobres.
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15. Anos 50 e 60
Samir Amin – contribuição para o pensamento
econômico marxista;
Para ele o sistema econômico mundial divide-se em
2 polos:
1. Centro desenvolvido, que se apropria dos recursos das:
2. Periferias
O subdesenvolvimento vem das transferências entre
o centro e as periferias.
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16. Anos 70
Conceito de desenvolvimento local deu lugar a uma
explosão de escritos (desenvolvimento endógeno,
territorial, por baixo, comunitário, etc)
Stohr, Fraser Taylor, Friedman e Weaver:
propuseram o retorno a uma visão territorial do
desenvolvimento, valorizando os recursos locais,
com a participação da população, e integrando
dados dos vários meios (econômicos, sociais,
culturais e políticos)
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17. Anos 70
Contexto mundial:
Crise econômica;
Esgotamento do modelo fordista;
O Estado com dificuldade de levar a cabo uma
política de desenvolvimento regional;
Política baseada nos polos de crescimento não faz
sentido, pois não há crescimento e há declínio de
certos ramos industriais que antes eram dinâmicos.
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18. Anos 70
O novo modelo de organização industrial (desintegração
vertical, análise dos custos de transação, economias de
aglomeração, etc), explica o nascimento de novos
complexos de produção, fundados no crescimento das
indústrias de alta tecnologia.
Esse contexto é favorável ao aparecimento deste novo
modelo de desenvolvimento.
Mais tarde (anos 90) surge alerta quanto ao excesso,
lembrando que o global também depende do local.
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19. Anos 60 – interesse crescente dos geógrafos pela
economia;
Estudos sobre cidade e os problemas ligados ao
urbanismo;
Teoria dos lugares centrais e a análise das redes
urbanas são retomadas por Berry: estende sua
análise à estrutura dos espaços metropolitanos.
Utiliza análise fatorial para obter resultados sobre
a repartição das atividades e das categorias
sociais.
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20. Os transportes e acessibilidade tem influência
sobre a localização das atividades e resid~encia
das famílias;
Anos 70
Ambiente e ecologia entram em debates públicos e
ciência regional;
Abordagem crítica do espaço, de inspiração
marxista: justiça espacial, igualdade, equilíbrio do
ambiente, estratégias dos grupos dominantes.
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21. Lipietz – mostrava o papel dos preços imobiliários e
instituições de planejamento urbano e salientava a
existência de dois modos de regulação da produção
de espaço urbano:
1. Concorrencial
2. Monopolista
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22. Grande fraqueza da teoria da hierarquia dos lugares
centrais é o pressuposto da existência de um espaço
homogêneo;
Nos anos 60 acreditava-se que todas as áreas
geográficas passavam pelas mesmas etapas do esquema
histórico de Colin Clark: era pré-industrial, industrial e
pós industrial;
Nem todos os países arrancariam ao mesmo tempo. O
atraso de uns não é estrutural, apenas acaso da
história, por razões de estrutura interna – metodologia
individualista;
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23. Teoria da independência – causa do subdesenvolvimento
de uns era o desenvolvimento dos outros;
Consolidou-se duradouramente uma divisão
internacional do trabalho entre um centro dominante,
transformador e uma periferia dominada, exportadora
de bens primários, agrícolas e mineiros;
Fim dos anos 60 – certas periferias industrializavam-se
mas isso não significava homogeneidade do espaço.
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24. Anos 70: nova divisão internacional do trabalho
Os países desenvolvidos transformavam-se
simultaneamente nas regiões centrais da
organização do trabalho e nos principais mercados,
mas deslocalizavam para regiões mais pobres e
menos qualificadas as atividades de mão de obra
destinadas ao seu próprio mercado.
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25. Final dos anos 70 e anos 80: teoria da regulação
Preocupa-se não somente com as estruturas , mas
com o estabilidade em si.
Relação entre a estrutura e seus elementos.
Utiliza o regime de acumulação: conjunto de regras
do jogo e de procedimentos, que varia no tempo e
espaço.
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Notas do Editor
Uma lei de potências sobre a distribuição de valores de acordo com o nº de ordem numa lista. Numa lista, o membro n teria uma relação de valor com o 1º da lista segundo 1/n.
A matemática das cidades foi lançada em 1949 quando George Zipf, um linguista trabalhando em Harvard notou que se você tabular as maiores cidades de um dado país e e ranquear conforme sua população, a cidade maior é sempre cerca de duas vezes que a segunda maior e três vezes que a terceira maior e assim por diante. Em outras palavras, a população de uma cidade é, para uma boa aproximação, inversamente proporcional a sua classificação. Por que isto ocorre ninguém sabe.
Se uma empresa tem 2 filiais em locais diferentes, toda a decisão será diferente, até pq tem informações que a concorrente com 1 filial não tem.