O documento discute o Realismo como estética literária no século XIX, focando em seu desenvolvimento em Portugal. Apresenta o contexto histórico da Revolução Industrial e seus impactos sociais, além das características e objetivos da literatura Realista, como a representação da realidade contemporânea e a anatomia do caráter humano. Destaca a Geração de 70 e escritores portugueses como Antero de Quental e Eça de Queirós, que usaram a literatura para denunciar problemas sociais da época.
3.
Descreva a imagem que abre o capítulo sobre Realismo, tela
do pintor inglês Walter Langley, conforme as orientações a
seguir:
a) Que tipo de emoção esse retrato pode desencadear em seu
observador? Por quê?
b) Que aspectos da imagem podem causar impacto no
observador do quadro?
c) Você diria que esse é um retrato idealizado de uma
criança?
Justifique sua resposta. ( vale nota)
LEITURA DA IMAGEM
4.
A Revolução Industrial muda a face da Europa.
Mudanças profundas no modo de produção, resultando no
reordenação da economia mundial no séc.XIX.
Clima de otimismo, possibilidade de importantes reformas sociais
e esperança de prosperidade econômica, técnica e científica.
Mas...
A industrialização acarretou um efeito social contrário ao
esperado: acentuou a distinção entre a burguesia e a classe
trabalhadora (proletariado). Os trabalhadores, assalariados, foram
empurrados em direção à pobreza.
Livro, p.107
CONTEXTO HISTÓRICO 1
5. Um paradoxo capitalista: desenvolvimento e miséria
Aumento da população da Europa: de 190 milhões para 460 milhões, cem
anos mais tarde.
Declínio dos tipos de lavoura tradicional e aumento do uso de máquinas.
Êxodo dos camponeses do campo para as cidades em busca de emprego.
As grandes capitais, como Paris e Londres não foram capazes de absorver o
crescimento populacional cada vez maior.
A pobreza crescia.
A mendicância e a prostituição resultaram como subprodutos
indesejáveis dessa situação.
Assim, o avanço capitalista promove um agravamento dos problemas
sociais.
CONTEXTO HISTÓRICO 2
6.
7. Um mundo menor
As alterações trazidas pelo avanço tecnológico tiveram um efeito
imediato na vida dos europeus: o mundo ficou menor.
Como?
• A invenção do telégrafo permitiu comunicações extremamente
rápidas.
• A substituição dos cavalos pelas máquinas movidas a vapor
revolucionou o sistema de estradas de ferro.
Nesse contexto, surgem novas doutrinas para explicar a organização
capitalista ( Vide quadro no livro, pág. 108).
CONTEXTO HISTÓRICO 3
8.
REALISMO: a sociedade no centro da
obra literária
O REALISMO – Como estética literária- procura analisar a
nova organização social e econômica, detectando sua causas
e denunciando suas consequências
A realidade das máquinas, dos transportes e das novas teorias sociais
tornava inviável a visão de mundo romântica.
Os artistas procuravam um novo parâmetro de interpretação da
realidade.
ASSIM SENDO...
A objetividade ocupou o lugar do subjetivismo romântico e a valorização
desmedida da emoção foi abandonada. Em lugar de tratar dos dramas
individuais, o olhar realista focalizará a sociedade e os comportamentos
coletivos.
9.
“A literatura nova”- o realismo como nova
expressão da arte.
Eça de Queirós ( escritor português) define o projeto
literário da nova estética
O projeto literário do
REALISMO
“O Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do
homem. é a arte que nos pinta a nossos próprios olhos –
para condenar o que á de mau na nossa sociedade”.
( Eça de Queirós)
10.
Representação da realidade que permita compreender a
origem a origem de práticas e comportamentos sociais
negativos.
Objetivos que norteiam toda a literatura
realista
São como lentes através
das quais os escritores
Realistas observam a
realidade.
RAZÃO
OBJETIVIDADE
11.
O Realismo e o público ( reação de espanto: Madame Bovary;
Memórias Póstumas de Brás Cubas -desqualificação dos autores realistas)
Racionalismo e objetividade( O subjetivismo é substituído por
um olhar mais objetivo).
Contemporaneidade ( Interesse pela realidade presente ).
Materialismo (Procura a verdade na realidade concreta, material e
não nos sentimentos e na imaginação).
A anatomia do caráter( flagrantes do que é típico, sistemático,
recorrente)
O interesse coletivo e pauta (O retrato mais verdadeiro da
sociedade da época : a opressão, a corrupção, as futilidades da elite,a vida
após o casamento/adultério).
A SOCIEDADE NO CENTRO DA OBRA
LITERÁRIA
Livro, págs. 108 a 111
12. Há uma tentativa, por parte dos escritores realistas,
de oferecer descrições – em suas obras -
aparentemente isentas para que o leitor forme um
juízo das cenas apresentadas.
Como exemplo, temos um trecho do romance “O
primo Basílio”, de Eça de Queirós. Nessa obra, o
narrador dirige a atenção do leitor para os aspectos
e comportamentos mais e negativos e ridículos da
personagem D. Felicidade (vide livro didático, p.110).
LINGUAGEM: A FORÇA DAS DESCRIÇÕES
CRUÉIS
15.
Nesse país não haviam começado as grandes transformações
provocadas pelos processo de industrialização, porque a maior
parte da população portuguesa concentrava-se no campo, que
era a base da economia do país.
Em termos políticos, Portugal vive o período da Regeneração.
A alternância de conservadores e liberais no poder é outro fator
que dificulta o progresso.
A discrepância entre a vida no campo(atraso e analfabetismo) e
a vida na cidade(crescimento do comércio), contribui para
tornar gritantes as desigualdades sociais.
PORTUGAL: ATRASO E
ESTAGNAÇÃO
Tais condições políticas e econômicas favorecem o surgimento
de uma literatura de denúncia social e observação crítica da
realidade – São essas as características fundamentais do
REALISMO em Portugal.
31.
Antero de Quental: a “voz” da revolução
Livro, pp.113, 114
O líder da Geração de 70. Merece um lugar de destaque entre os
poetas portugueses, e é considerado, ao lado de Camões e
Bocage, um dos três maiores sonetistas de língua portuguesa.
32.
Em destaque, temos:
Ideal
Hino à razão
O palácio da Ventura
Na mão de Deus
(Livro, pp. 115, 116)
Alguns poemas de Antero de Quental
33.
34.
35. Seu projeto literário era claro : “pintar a sociedade portuguesa.”
Como escritor, José Maria Eça de Queirós (1845 -1900) dedicou boa parte de
sua vida à realização de seu projeto : escrever sobre:
As cenas da vida portuguesa
O retrato cruel de uma sociedade hipócrita
Uma igreja corrompida – O Crime do Padre Amaro
O enfado da burguesia lisboeta – O Primo Basílio
O retrato impiedoso da aristocracia – Os Maias
Os últimos romances “A ilustre casa de Ramires” e “A cidade e
as serras”. (Livro, p.118)
EÇA DE QUEIRÓS e a destruição das
ilusões românticas.