SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 37
REALISMO E NATURALISMO
Realismo naturalismo
O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o
Romantismo era a apoteose do sentimento; – o Realismo
é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte
que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o
que houver de mau na nossa sociedade.
Eça de Queirós
Momento Histórico 
 Segunda metade do século XIX: sociedade europeia vive os
efeitos da Revolução Industrial e do amplo progresso científico
que a acompanha. É uma época de benefícios materiais e
econômicos para a burguesia industrial; contudo, o operário vive
um período de intensa crise e miséria.
 1848: o ano das revoluções: conturbações sociais produzidas
pelas camadas populares baseadas em ideias liberais,
nacionalistas e socialistas (movimentos revolucionários)
 Publicação do Manifesto Comunista, de Karl Marx e Frederick
Engels.
 Socialismo Científico: a sociedade igualitária só seria alcançada
por meio da luta de classes e da extinção da burguesia e do
sistema capitalista.
Karl Marx e a História da
Exploração do Homem
(1818 - 1883)
 Alemão, formou-se em Filosofia na
Universidade de Berlim, doutorando-se
também em Filosofia.

Em 1842 mudou-se para Paris onde conheceu
Friedrich Engels, companheiro de ideias e
publicações por toda a vida.

Em 1848, escreveu com Engels o Manifesto do
Partido Comunista, obra fundadora do
Marxismo enquanto movimento social a favor
do proletariado.
I - Burgueses e Proletários(3*)
A história de toda a sociedade até aqui(4*) é a
história de lutas de classes.
[Homem] livre e escravo, patrício e plebeu, barão
e servo [Leibeigener], burgueses de corporação
[Zunftbürger] (5*)e oficial, em suma, opressores e
oprimidos, estiveram em constante oposição uns
aos outros, travaram uma luta ininterrupta, ora
oculta ora aberta, uma luta que de cada vez
acabou por uma reconfiguração revolucionária
de toda a sociedade ou pelo declínio comum
das classes em luta.
Nas anteriores épocas da história encontramos quase
por toda a parte uma articulação completa da
sociedade em diversos estados [ou ordens sociais —
Stände], uma múltipla gradação das posições sociais.
Na Roma antiga temos patrícios, cavaleiros, plebeus,
escravos; na Idade Média: senhores feudais, vassalos,
burgueses de corporação, oficiais, servos, e ainda por
cima, quase em cada uma destas classes, de novo
gradações particulares.
A moderna sociedade burguesa, saída do declínio
da sociedade feudal, não aboliu as oposições de
classes. Apenas pôs novas classes, novas condições
de opressão, novas configurações de luta, no lugar
das antigas.
A nossa época, a época da burguesia, distingue-se,
contudo, por ter simplificado as oposições de classes.
A sociedade toda cinde-se, cada vez mais, em dois
grandes campos inimigos, em duas grandes classes
que directamente se enfrentam: burguesia e
proletariado. (...)
 O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo são
as correntes artísticas que refletem a consolidação
da burguesia e seu fortalecimento, em função da
“implementação” do capitalismo avançado.
 A exaltação da liberdade individual, da rebeldia, são
substituídas por novas palavras de ordem: ciência,
progresso, razão.
 O apogeu da Revolução Industrial marcou
profundas transformações na vida, na arte e no
pensamento.
 O capitalismo se estrutura em moldes
modernos, com o surgimento de grandes
complexos industriais – por outro lado, a
massa operária avolumava-se, formando
uma população marginalizada, que não
partilhava dos mesmos benefícios gerados
por esse progresso industrial, sendo
submetida a condições precárias de
trabalho.
 Essa nova sociedade serve de pano de
fundo para uma reinterpretação da
realidade, que gera teorias de variadas
correntes ideológicas.
Positivismo
 Augusto Comte defendia o cientificismo no
pensamento filosófico e a conciliação entre
“ordem” e “progresso” – o que originou a
expressão da bandeira do Brasil.
 Comte atribuía à constituição e ao processo
da ciência positiva importância capital para
o progresso de qualquer sociedade.
SOCIALISMO
 Marx e Engels, “Manifesto comunista”,
1848 – definição do materialismo histórico
e da luta de classes.
 “O que distingue nossa época – a época da
burguesia – é ter simplificado a oposição de
classes. Cada vez mais, a sociedade inteira
divide-se em dois grandes blocos inimigos,
em duas grandes classes que se enfrentam
diretamente: a burguesia e o proletariado.”
Evolucionismo
 Darwin, 1859, “A origami das species” – a
evolução das espécies pelo processo de
seleção natural, negando a origem divina
difundida pelo Cristianismo.
 O homem passa a ser tomado como um ser
animal, regido pelo instinto biológico.
Determinismo
 Taine propõe que o comportamente humano é
determinado por forças biológicas, sociológicas
e ambientais e históricas.
 Todos os fatos psicológicos e sociais são
manifestações naturais que nada têm de
transcendência.
Na pintura
Fim das idealizações românticas.
Os Stonebreakers, de Coubert. 1849.
Características realistas
Autores realistas e naturalistas
portugueses
Antero de Quental
1842-1891
Cesário Verde
1855-1886
O pessimismo;
Angústias metafísicas;
Preferência pelos sonetos.
Antero de Quental
 Morbidez;
 Melancolia;
 Soturnidade.
O sentimento dum ocidental
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal
melancolia,
Que as sombras, o bulício, o
Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo
absurdo de sofrer.
[...]
Voltam os calafates*, aos
magotes*,
De jaquetão ao ombro,
enfarruscados*, secos;
Embrenho-me, a cismar, por
boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se
atracam botes
E evoco, então, as crônicas
navais.
[...]
Cesário Verde
Eça de Queirós Três fases:
Ironia, critica da
sociedade;
Tom caricatural;
Linguagem elegante.
2ª- Realista-Naturalista
O Crime do
Padre Amaro
O Primo Basílio
Os Maias
Ilustre casa de
Ramires
A cidade e as
Serras
REALISMO no Brasil
 Na década de 1870 surge a Escola de Recife, com Tobias
Barreto, Silvio Romero e outros, cujas ideias se
aproximavam do pensamento europeu.
 Considera-se 1881 como o ano inaugural do Realismo no
Brasil, com “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de
Machado de Assis.
 Na divisão tradicional da literatura brasileira, considera-se
como data final do Realismo o ano de 1893, com a
publicação de “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e Souza. Essas
obras registram o início do Simbolismo, mas não o término
do Realismo e suas manifestações.
Autores realistas brasileiros
Machado de Assis (1839-1908)
“...Marcela me amou durante quinze
meses e onze contos de réis; nada
menos.”
Contos, crônicas e romances;
Temas universais;
Capítulos curtos;
Metalinguagem e interlocução;
Digressão;
Correção gramatical;
Humor sutil e ironia.
Romance realista
 Narrativa voltada para a análise
psicológica e crítica da sociedade a
partir do comportamento dos
personagens.
 O romance realista é o retrato de uma
época.
 Raul Pompeia (1863-1895)
“Vais encontrar o mundo,
disse-me meu pai, à porta do
Ateneu. Coragem para a
luta.” (1888)
Digressão;
Vida em coletividade;
Zoomorfismo;
Alusões ao homossexualismo.
Origens do Naturalismo
Características
Adoção de tese científica
(Determinismo e Evolucionismo);
Zoomorfismo;
Detalhismo;
Temas relacionados à sexualidade e à degradação
humana;
Camadas sociais menos favorecidas;
Exploração brutal do homem.
Naturalismo
 É um desdobramento do Realismo – há
muitos pontos em comum entre ambos.
 A visão do naturalismo é mais
determinista, ressalta-se o aspecto
biofisiológico do homem, visto como
animal, regido pelo instinto e pela
fisiologia, não pelo espírito e pela razão.
 Tem início também em 1881, com a
publicação de “O mulato”, de Aluísio de
Azevedo.
Autores naturalistas brasileiros
Aluísio de Azevedo
(1857-1913)
Adolfo Caminha
(1867-1897)
Inglês de Souza
(1853-1918)
 Aluísio Azevedo (1857-1913)
• Crua linguagem naturalista;
• Personagens movidas pelo instinto;
• Descrições detalhadas;
• Foco na coletividade marginalizada.
Introdutor do Naturalismo e do
romance de tese no Brasil
 Adolfo Caminha (1867-1897)
Obras
A normalista / Bom-Crioulo
• A literatura como arma de denúncia social;
• Crítica feroz à sociedade de Fortaleza;
• Forte carga erótica;
• Homossexualismo;
• Incesto;
• Obsessões sexuais.
 Inglês de Sousa (1853-1918)
A linguagem de Eça e a tese naturalista de
Zola;
O poder de persuasão.
O missionário - o tema do celibato social
• Advogado;
• Jornalista;
• Político;
• Sócio fundador da ABL.
Romance naturalista
 Marcada pela vigorosa análise social a partir de
grupos humanos marginalizados, em que se valoriza o
coletivo.
 Autores: Aluísio de Azevedo, Júlio Ribeiro, Raul
Pompéia.
 Obras: “O mulato”, “O cortiço”, “Casa de pensão”, “O
Ateneu”.
Resumindo
• Realismo: os escritores voltavam-se para a observação
do mundo objetivo. Procuravam fazer arte com os
problemas concretos de seu tempo, sem preconceitos
ou convenções. Focalizavam o cotidiano.
• O adultério, o clero e a sociedade burguesa em crise
tornaram-se temas para as obras desse período.
• Naturalismo: radicalizou o Determinismo (o homem
como produto de leis físicas e sociais) do movimento
realista. 
O Realismo se tingirá de naturalismo, no
romance e no conto, sempre que fizer
personagens e enredos que submeterem-se ao
destino cego das “leis naturais” que a ciência
da época julgava ter codificado; ou se dirá
parnasianismo, na poesia, à medida que se
esgotar no lavor do verso tecnicamente perfeito.
Alfredo Bosi

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Prosa romântica
Prosa românticaProsa romântica
Prosa romântica
 
Romantismo no Brasil
Romantismo no BrasilRomantismo no Brasil
Romantismo no Brasil
 
O Realismo
O RealismoO Realismo
O Realismo
 
Variação linguística
Variação linguísticaVariação linguística
Variação linguística
 
Gêneros textuais
Gêneros textuaisGêneros textuais
Gêneros textuais
 
4. generos textuais aula 3
4. generos textuais   aula 34. generos textuais   aula 3
4. generos textuais aula 3
 
Variação linguística
Variação linguísticaVariação linguística
Variação linguística
 
Produção de Texto
Produção de TextoProdução de Texto
Produção de Texto
 
Modernismo no Brasil - Literatura
Modernismo no Brasil - LiteraturaModernismo no Brasil - Literatura
Modernismo no Brasil - Literatura
 
Arcadismo[1]..
Arcadismo[1]..Arcadismo[1]..
Arcadismo[1]..
 
O que é Literatura?
O que é Literatura?O que é Literatura?
O que é Literatura?
 
Crônica
CrônicaCrônica
Crônica
 
Texto literário e não literário
Texto literário e não literárioTexto literário e não literário
Texto literário e não literário
 
Gêneros Textuais
Gêneros TextuaisGêneros Textuais
Gêneros Textuais
 
Quinhentismo - Literatura de Informação
Quinhentismo - Literatura de InformaçãoQuinhentismo - Literatura de Informação
Quinhentismo - Literatura de Informação
 
Quinhentismo
Quinhentismo Quinhentismo
Quinhentismo
 
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIASLITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
 
Romantismo - As 3 gerações - Resumo Completo
Romantismo - As 3 gerações - Resumo CompletoRomantismo - As 3 gerações - Resumo Completo
Romantismo - As 3 gerações - Resumo Completo
 
Generos textuais
Generos textuaisGeneros textuais
Generos textuais
 
Resumo
ResumoResumo
Resumo
 

Semelhante a REALISMO E NATURALISMO: A ARTE COMO CRÍTICA SOCIAL

realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie (1).ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie (1).pptrealismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie (1).ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie (1).pptANDRESSASILVADESOUSA
 
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.pptrealismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.pptAliceEmanuelladeOliv
 
realismo-naturalismo resumo slides.ppt
realismo-naturalismo resumo slides.pptrealismo-naturalismo resumo slides.ppt
realismo-naturalismo resumo slides.pptCarlos100coliCoimbra
 
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.pptrealismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.pptLeandroBolivar1
 
Realismo narturalismo 2016
Realismo narturalismo 2016Realismo narturalismo 2016
Realismo narturalismo 2016Josi Motta
 
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida RomânticaTrabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida RomânticaLuisMagina
 
Resumo manifesto comunista
Resumo manifesto comunistaResumo manifesto comunista
Resumo manifesto comunistaBota95
 
Com geral 059
Com geral 059Com geral 059
Com geral 059YedaCarla
 
Realismo e Naturalismo Brasil e Portugal
Realismo e Naturalismo Brasil e PortugalRealismo e Naturalismo Brasil e Portugal
Realismo e Naturalismo Brasil e PortugalClaudia Ribeiro
 
As teorias socialistas 1
As teorias socialistas 1As teorias socialistas 1
As teorias socialistas 1Alan
 
Realismo e naturalismo brasil e portugal [salvo automaticamente]
Realismo e naturalismo brasil e portugal [salvo automaticamente]Realismo e naturalismo brasil e portugal [salvo automaticamente]
Realismo e naturalismo brasil e portugal [salvo automaticamente]Claudia Ribeiro
 
Realismo e naturalismo Brasil e Portugal [salvo automaticamente]
Realismo e naturalismo Brasil e Portugal [salvo automaticamente]Realismo e naturalismo Brasil e Portugal [salvo automaticamente]
Realismo e naturalismo Brasil e Portugal [salvo automaticamente]Claudia Ribeiro
 
Realismo e naturalismo
Realismo e naturalismoRealismo e naturalismo
Realismo e naturalismoLuciene Gomes
 

Semelhante a REALISMO E NATURALISMO: A ARTE COMO CRÍTICA SOCIAL (20)

Realismo-naturalismo.ppt
Realismo-naturalismo.pptRealismo-naturalismo.ppt
Realismo-naturalismo.ppt
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie (1).ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie (1).pptrealismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie (1).ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie (1).ppt
 
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.pptrealismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.ppt
 
realismo-naturalismo resumo slides.ppt
realismo-naturalismo resumo slides.pptrealismo-naturalismo resumo slides.ppt
realismo-naturalismo resumo slides.ppt
 
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.pptrealismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.ppt
realismo-naturalismo-2c2aa-sc3a9rie.ppt
 
Realismo narturalismo 2016
Realismo narturalismo 2016Realismo narturalismo 2016
Realismo narturalismo 2016
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida RomânticaTrabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
Trabalho sobre Os Maias - Episódios da Vida Romântica
 
Resumo manifesto comunista
Resumo manifesto comunistaResumo manifesto comunista
Resumo manifesto comunista
 
O realismo e o naturalismo na literatura
O realismo e o naturalismo na literaturaO realismo e o naturalismo na literatura
O realismo e o naturalismo na literatura
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
Com geral 059
Com geral 059Com geral 059
Com geral 059
 
Realismo e Naturalismo Brasil e Portugal
Realismo e Naturalismo Brasil e PortugalRealismo e Naturalismo Brasil e Portugal
Realismo e Naturalismo Brasil e Portugal
 
As teorias socialistas 1
As teorias socialistas 1As teorias socialistas 1
As teorias socialistas 1
 
Realismo e naturalismo brasil e portugal [salvo automaticamente]
Realismo e naturalismo brasil e portugal [salvo automaticamente]Realismo e naturalismo brasil e portugal [salvo automaticamente]
Realismo e naturalismo brasil e portugal [salvo automaticamente]
 
Realismo e naturalismo Brasil e Portugal [salvo automaticamente]
Realismo e naturalismo Brasil e Portugal [salvo automaticamente]Realismo e naturalismo Brasil e Portugal [salvo automaticamente]
Realismo e naturalismo Brasil e Portugal [salvo automaticamente]
 
Realismo e naturalismo
Realismo e naturalismoRealismo e naturalismo
Realismo e naturalismo
 
Realismo
Realismo Realismo
Realismo
 

Mais de Karin Cristine

Simbolismo vers ---o final
Simbolismo vers ---o finalSimbolismo vers ---o final
Simbolismo vers ---o finalKarin Cristine
 
Pronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativosPronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativosKarin Cristine
 
Hão de chorar por ela os cinamomos
Hão de chorar por ela os cinamomosHão de chorar por ela os cinamomos
Hão de chorar por ela os cinamomosKarin Cristine
 
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousaAcrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousaKarin Cristine
 
Outros elementos do jornal
Outros elementos do jornalOutros elementos do jornal
Outros elementos do jornalKarin Cristine
 
Simbolismo 2017 revisado
Simbolismo  2017 revisadoSimbolismo  2017 revisado
Simbolismo 2017 revisadoKarin Cristine
 
Vanguardas europeias 2016
Vanguardas europeias 2016Vanguardas europeias 2016
Vanguardas europeias 2016Karin Cristine
 
Dissertação esquema básico 2014
Dissertação esquema básico 2014Dissertação esquema básico 2014
Dissertação esquema básico 2014Karin Cristine
 
Livro capitães da areia, de jorge amado análise
Livro capitães da areia, de jorge amado análiseLivro capitães da areia, de jorge amado análise
Livro capitães da areia, de jorge amado análiseKarin Cristine
 
Período composto por coordenação
Período composto por coordenaçãoPeríodo composto por coordenação
Período composto por coordenaçãoKarin Cristine
 
Fragmentos pre modernistas
Fragmentos pre modernistasFragmentos pre modernistas
Fragmentos pre modernistasKarin Cristine
 

Mais de Karin Cristine (17)

Simbolismo vers ---o final
Simbolismo vers ---o finalSimbolismo vers ---o final
Simbolismo vers ---o final
 
Romantismo 2018
Romantismo 2018Romantismo 2018
Romantismo 2018
 
Pronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativosPronomes demonstrativos
Pronomes demonstrativos
 
Hão de chorar por ela os cinamomos
Hão de chorar por ela os cinamomosHão de chorar por ela os cinamomos
Hão de chorar por ela os cinamomos
 
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousaAcrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
Acrobata da dor e o morcego poemas de cruz e sousa
 
Outros elementos do jornal
Outros elementos do jornalOutros elementos do jornal
Outros elementos do jornal
 
Simbolismo 2017 revisado
Simbolismo  2017 revisadoSimbolismo  2017 revisado
Simbolismo 2017 revisado
 
Vanguardas europeias 2016
Vanguardas europeias 2016Vanguardas europeias 2016
Vanguardas europeias 2016
 
Dissertação esquema básico 2014
Dissertação esquema básico 2014Dissertação esquema básico 2014
Dissertação esquema básico 2014
 
Verbos
VerbosVerbos
Verbos
 
Claro enigma
Claro enigmaClaro enigma
Claro enigma
 
Livro capitães da areia, de jorge amado análise
Livro capitães da areia, de jorge amado análiseLivro capitães da areia, de jorge amado análise
Livro capitães da areia, de jorge amado análise
 
Vanguarda europeia
Vanguarda europeiaVanguarda europeia
Vanguarda europeia
 
Simbolismo autores
Simbolismo   autoresSimbolismo   autores
Simbolismo autores
 
Período composto por coordenação
Período composto por coordenaçãoPeríodo composto por coordenação
Período composto por coordenação
 
O Gênero Lírico
O Gênero LíricoO Gênero Lírico
O Gênero Lírico
 
Fragmentos pre modernistas
Fragmentos pre modernistasFragmentos pre modernistas
Fragmentos pre modernistas
 

Último

A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 

Último (20)

A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 

REALISMO E NATURALISMO: A ARTE COMO CRÍTICA SOCIAL

  • 2. O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; – o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houver de mau na nossa sociedade. Eça de Queirós
  • 3.
  • 4. Momento Histórico   Segunda metade do século XIX: sociedade europeia vive os efeitos da Revolução Industrial e do amplo progresso científico que a acompanha. É uma época de benefícios materiais e econômicos para a burguesia industrial; contudo, o operário vive um período de intensa crise e miséria.  1848: o ano das revoluções: conturbações sociais produzidas pelas camadas populares baseadas em ideias liberais, nacionalistas e socialistas (movimentos revolucionários)  Publicação do Manifesto Comunista, de Karl Marx e Frederick Engels.  Socialismo Científico: a sociedade igualitária só seria alcançada por meio da luta de classes e da extinção da burguesia e do sistema capitalista.
  • 5.
  • 6. Karl Marx e a História da Exploração do Homem (1818 - 1883)
  • 7.  Alemão, formou-se em Filosofia na Universidade de Berlim, doutorando-se também em Filosofia.  Em 1842 mudou-se para Paris onde conheceu Friedrich Engels, companheiro de ideias e publicações por toda a vida.  Em 1848, escreveu com Engels o Manifesto do Partido Comunista, obra fundadora do Marxismo enquanto movimento social a favor do proletariado.
  • 8.
  • 9. I - Burgueses e Proletários(3*) A história de toda a sociedade até aqui(4*) é a história de lutas de classes. [Homem] livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo [Leibeigener], burgueses de corporação [Zunftbürger] (5*)e oficial, em suma, opressores e oprimidos, estiveram em constante oposição uns aos outros, travaram uma luta ininterrupta, ora oculta ora aberta, uma luta que de cada vez acabou por uma reconfiguração revolucionária de toda a sociedade ou pelo declínio comum das classes em luta.
  • 10. Nas anteriores épocas da história encontramos quase por toda a parte uma articulação completa da sociedade em diversos estados [ou ordens sociais — Stände], uma múltipla gradação das posições sociais. Na Roma antiga temos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média: senhores feudais, vassalos, burgueses de corporação, oficiais, servos, e ainda por cima, quase em cada uma destas classes, de novo gradações particulares.
  • 11. A moderna sociedade burguesa, saída do declínio da sociedade feudal, não aboliu as oposições de classes. Apenas pôs novas classes, novas condições de opressão, novas configurações de luta, no lugar das antigas. A nossa época, a época da burguesia, distingue-se, contudo, por ter simplificado as oposições de classes. A sociedade toda cinde-se, cada vez mais, em dois grandes campos inimigos, em duas grandes classes que directamente se enfrentam: burguesia e proletariado. (...)
  • 12.  O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo são as correntes artísticas que refletem a consolidação da burguesia e seu fortalecimento, em função da “implementação” do capitalismo avançado.  A exaltação da liberdade individual, da rebeldia, são substituídas por novas palavras de ordem: ciência, progresso, razão.  O apogeu da Revolução Industrial marcou profundas transformações na vida, na arte e no pensamento.
  • 13.  O capitalismo se estrutura em moldes modernos, com o surgimento de grandes complexos industriais – por outro lado, a massa operária avolumava-se, formando uma população marginalizada, que não partilhava dos mesmos benefícios gerados por esse progresso industrial, sendo submetida a condições precárias de trabalho.  Essa nova sociedade serve de pano de fundo para uma reinterpretação da realidade, que gera teorias de variadas correntes ideológicas.
  • 14. Positivismo  Augusto Comte defendia o cientificismo no pensamento filosófico e a conciliação entre “ordem” e “progresso” – o que originou a expressão da bandeira do Brasil.  Comte atribuía à constituição e ao processo da ciência positiva importância capital para o progresso de qualquer sociedade.
  • 15. SOCIALISMO  Marx e Engels, “Manifesto comunista”, 1848 – definição do materialismo histórico e da luta de classes.  “O que distingue nossa época – a época da burguesia – é ter simplificado a oposição de classes. Cada vez mais, a sociedade inteira divide-se em dois grandes blocos inimigos, em duas grandes classes que se enfrentam diretamente: a burguesia e o proletariado.”
  • 16. Evolucionismo  Darwin, 1859, “A origami das species” – a evolução das espécies pelo processo de seleção natural, negando a origem divina difundida pelo Cristianismo.  O homem passa a ser tomado como um ser animal, regido pelo instinto biológico.
  • 17. Determinismo  Taine propõe que o comportamente humano é determinado por forças biológicas, sociológicas e ambientais e históricas.  Todos os fatos psicológicos e sociais são manifestações naturais que nada têm de transcendência.
  • 18. Na pintura Fim das idealizações românticas. Os Stonebreakers, de Coubert. 1849.
  • 20.
  • 21. Autores realistas e naturalistas portugueses Antero de Quental 1842-1891 Cesário Verde 1855-1886
  • 22. O pessimismo; Angústias metafísicas; Preferência pelos sonetos. Antero de Quental
  • 23.  Morbidez;  Melancolia;  Soturnidade. O sentimento dum ocidental Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. [...] Voltam os calafates*, aos magotes*, De jaquetão ao ombro, enfarruscados*, secos; Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes E evoco, então, as crônicas navais. [...] Cesário Verde
  • 24. Eça de Queirós Três fases: Ironia, critica da sociedade; Tom caricatural; Linguagem elegante. 2ª- Realista-Naturalista O Crime do Padre Amaro O Primo Basílio Os Maias Ilustre casa de Ramires A cidade e as Serras
  • 25. REALISMO no Brasil  Na década de 1870 surge a Escola de Recife, com Tobias Barreto, Silvio Romero e outros, cujas ideias se aproximavam do pensamento europeu.  Considera-se 1881 como o ano inaugural do Realismo no Brasil, com “Memórias póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis.  Na divisão tradicional da literatura brasileira, considera-se como data final do Realismo o ano de 1893, com a publicação de “Missal” e “Broquéis”, de Cruz e Souza. Essas obras registram o início do Simbolismo, mas não o término do Realismo e suas manifestações.
  • 26. Autores realistas brasileiros Machado de Assis (1839-1908) “...Marcela me amou durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos.” Contos, crônicas e romances; Temas universais; Capítulos curtos; Metalinguagem e interlocução; Digressão; Correção gramatical; Humor sutil e ironia.
  • 27. Romance realista  Narrativa voltada para a análise psicológica e crítica da sociedade a partir do comportamento dos personagens.  O romance realista é o retrato de uma época.
  • 28.  Raul Pompeia (1863-1895) “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.” (1888) Digressão; Vida em coletividade; Zoomorfismo; Alusões ao homossexualismo.
  • 29. Origens do Naturalismo Características Adoção de tese científica (Determinismo e Evolucionismo); Zoomorfismo; Detalhismo; Temas relacionados à sexualidade e à degradação humana; Camadas sociais menos favorecidas; Exploração brutal do homem.
  • 30. Naturalismo  É um desdobramento do Realismo – há muitos pontos em comum entre ambos.  A visão do naturalismo é mais determinista, ressalta-se o aspecto biofisiológico do homem, visto como animal, regido pelo instinto e pela fisiologia, não pelo espírito e pela razão.  Tem início também em 1881, com a publicação de “O mulato”, de Aluísio de Azevedo.
  • 31. Autores naturalistas brasileiros Aluísio de Azevedo (1857-1913) Adolfo Caminha (1867-1897) Inglês de Souza (1853-1918)
  • 32.  Aluísio Azevedo (1857-1913) • Crua linguagem naturalista; • Personagens movidas pelo instinto; • Descrições detalhadas; • Foco na coletividade marginalizada. Introdutor do Naturalismo e do romance de tese no Brasil
  • 33.  Adolfo Caminha (1867-1897) Obras A normalista / Bom-Crioulo • A literatura como arma de denúncia social; • Crítica feroz à sociedade de Fortaleza; • Forte carga erótica; • Homossexualismo; • Incesto; • Obsessões sexuais.
  • 34.  Inglês de Sousa (1853-1918) A linguagem de Eça e a tese naturalista de Zola; O poder de persuasão. O missionário - o tema do celibato social • Advogado; • Jornalista; • Político; • Sócio fundador da ABL.
  • 35. Romance naturalista  Marcada pela vigorosa análise social a partir de grupos humanos marginalizados, em que se valoriza o coletivo.  Autores: Aluísio de Azevedo, Júlio Ribeiro, Raul Pompéia.  Obras: “O mulato”, “O cortiço”, “Casa de pensão”, “O Ateneu”.
  • 36. Resumindo • Realismo: os escritores voltavam-se para a observação do mundo objetivo. Procuravam fazer arte com os problemas concretos de seu tempo, sem preconceitos ou convenções. Focalizavam o cotidiano. • O adultério, o clero e a sociedade burguesa em crise tornaram-se temas para as obras desse período. • Naturalismo: radicalizou o Determinismo (o homem como produto de leis físicas e sociais) do movimento realista. 
  • 37. O Realismo se tingirá de naturalismo, no romance e no conto, sempre que fizer personagens e enredos que submeterem-se ao destino cego das “leis naturais” que a ciência da época julgava ter codificado; ou se dirá parnasianismo, na poesia, à medida que se esgotar no lavor do verso tecnicamente perfeito. Alfredo Bosi