O documento discute a doutrina espírita da reencarnação em três pontos principais: 1) A alma que não alcançou a perfeição em uma vida precisa passar por novas existências corporais para continuar seu processo de evolução; 2) A reencarnação permite a expiação de erros e o progresso contínuo da humanidade, de acordo com a justiça divina; 3) Cada nova existência representa um passo adiante no caminho do progresso espiritual, até que a alma se purifique completamente e não precise mais de provas
1. O LIVRO DOS ESPÍRITOS
PARTE SEGUNDA:
Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos
C. E. “Joana D’arc”
2. C. E. “Joana D’arc”
CAPÍTULO IV:
Pluralidade das Existências
• Da Reencarnação
• Justiça da Reencarnação
Questões
166 à 171
3. C. E. “Joana D’arc”
166 – A alma que não alcançou a
perfeição na vida corpórea, como
acaba de depurar-se?
Suportando a prova de uma nova existência.
a) Como a alma realiza essa nova
existência? É por sua transformação
como Espírito?
Depurando-se, a alma sofre, sem dúvida, uma
transformação; mas para isso lhe é necessária
a prova da vida material.
4. C. E. “Joana D’arc”
b) A alma passa, pois, por várias
existências corporais?
Sim, todos nós passamos por várias
existências físicas. Os que dizem o contrário,
pretendem manter-vos na ignorância em que
eles próprios se encontram; esse é o desejo
deles.
c) Parece resultar desse princípio que
a alma, depois de deixar um corpo
toma outro, ou, então, ela se reencarna
em novo corpo; é assim que se deve
entender?
É evidente.
5. C. E. “Joana D’arc”
167 – Qual é o objetivo da reencarnação?
Expiação, aprimoramento progressivo da
Humanidade, sem o que, onde estaria a justiça?
6. C. E. “Joana D’arc”
168 – O número de existências
corporais é limitado, ou o Espírito se
reencarna perpetuamente?
A cada nova existência, o Espírito dá um passo
para diante no caminho do progresso. Quando se
despojou de todas as suas impurezas, não tem
mais necessidade das provas da vida corporal.
7. C. E. “Joana D’arc”
169 – O número de encarnações é o
mesmo para todos os Espíritos?
Não, aquele que caminha depressa se poupa das
provas. Todavia, as encarnações sucessivas são
sempre muito numerosas porque o progresso é quase
infinito.
8. C. E. “Joana D’arc”
170 – Em que se transforma o Espírito
depois da sua última encarnação?
Espírito bem-aventurado; é um Espírito puro.
9. C. E. “Joana D’arc”
171 – Sobre o que está baseado o
dogma da reencarnação?
Sobre a justiça de Deus e a revelação, pois,
repetimos sempre: Um bom pai deixa sempre
aos seus filhos uma porta aberta ao
arrependimento. Não lhe diz a razão que seria
injusto privar para sempre, da felicidade eterna,
todos aqueles cujo progresso não dependeu
deles mesmos? Não são todos os homens filhos
de Deus? Somente entre os egoístas se
encontram a iniquidade, o ódio implacável e os
castigos sem perdão.
JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO
10. C. E. “Joana D’arc”
Todos os Espíritos tendem à perfeição e Deus
lhes fornece os meios pelas provas da vida corpórea;
mas, em sua justiça, lhes faculta realizar, em novas
existências, o que não puderam fazer ou concluir
numa primeira prova.
Não estaria de acordo com a equidade, nem
com a bondade de Deus, castigar para sempre
aqueles que encontraram obstáculos ao seu
progresso, independentemente da sua vontade, no
próprio meio onde foram colocados. Se o destino do
homem está irrevogavelmente fixado após a sua
morte, Deus não teria pesado as ações de todos na
mesma balança, e não os teria tratado com
imparcialidade.
11. C. E. “Joana D’arc”
A doutrina da reencarnação, isto é, aquela que
admite para o homem várias existências sucessivas, é
a única que responde à ideia que fazemos da justiça
de Deus em relação aos homens colocados em uma
condição moral inferior, a única que nos explica o
futuro e fundamenta nossas esperanças, pois que
nos oferece o meio de resgatar nossos erros através
de novas provas. A razão indica essa doutrina e os
Espíritos no-la ensinam.
12. C. E. “Joana D’arc”
O homem, consciente da sua inferioridade,
tem, na doutrina da reencarnação, uma esperança
consoladora. Se acredita na justiça de Deus, não
pode esperar, por toda a eternidade, estar em pé de
igualdade com aqueles que agiram melhor do que
ele. O pensamento de que essa inferioridade não o
deserdará para sempre do bem supremo, e que ele
poderá superá-la por meio de novos esforços, o
sustenta e lhe reanima a coragem. Qual é aquele
que, no fim do seu caminho, não lamenta ter
adquirido muito tarde uma experiência que não
pode mais aproveitar? Essa experiência tardia não
ficará perdida; ele a aproveitará numa nova
existência.
13. CRÉDITOS
Formatação: Marta Gomes P. Miranda
Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador
Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. Pág. 82 e 83.
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