2. Este estudo tem por finalidade a compreensão do
significado das provas e expiações e a razão pela qual
delas devemos tirar o máximo proveito, enfrentando-as
com dignidade, paciência, fé e resignação, com vistas a
apressar o processo — individual, intransferível e
inadiável — de nossa libertação espiritual.
3.
4. 1. Aceitar o mecanismo das provas e expiações como produto
eficaz da bondade divina, para o ressarcimento dos delitos
do passado ou o preparo do futuro, visando à felicidade do
Espírito imperecível.
2. Contribuir para a imprescindível renovação íntima ou
transformação moral, o mais precioso instrumento de
nossa evolução espiritual.
3. Assegurar que a vitória plena do Espírito sobre suas provas
e expiações é a condição indispensável e única para a
conquista do império sobre si mesmo.
5. 1. Você sabe qual a diferença entre provas e expiações?
2. O reconhecimento imparcial de suas tendências instintivas
facilita-lhe a compreensão das tribulações e infortúnios que
você, porventura, vem enfrentando?
3. Que consequências traria para o homem a lembrança
precisa de suas existências anteriores?
4. Considerando que Deus é soberanamente justo e bom, você
consegue explicar a origem das diferentes condições
humanas, mormente das doenças congênitas, abstraindo o
princípio da Reencarnação?
6. Provas ou provações são tribulações que guardam
relação com o futuro do Espírito.
Expiações são tribulações que se referem à quitação de
débitos do passado, contraídos pelo Espírito.
(Cap V, It 8 do ESE)
7. Deus não criou os Espíritos maus; criou-os simples e
ignorantes, isto é, com tanta aptidão para o bem quanta
para o mal. Os que são maus, assim se tornaram por vontade
própria, no uso do livre-arbítrio, que se desenvolve à medida
que o Espírito adquire a consciência de si mesmo.
A causa — das quedas morais — não está no Espírito, mas
fora dele, nas influências a que cede, em virtude da sua livre
vontade, e o acompanham na sua vida de Espírito, até que
haja conquistado tanto império sobre si mesmo, que os maus
desistem de obsidiá-lo (Q 121 e 122 do LE)
8. Todos os Espíritos passam pela fieira da ignorância, não
pela do mal, mas com o tempo todos se tornarão perfeitos.
Eles alcançam a perfeição mais ou menos rápido,
conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão
que testemunham à vontade de Deus. À medida que
avançam, compreendem o que os distancia da perfeição.
Concluindo uma prova, o Espírito fica com a ciência que
daí lhe veio e não a esquece. Pode permanecer
estacionário, mas não retrograda. (Q 116, 117, 118 e 120 do LE)
9. A provação é a luta que ensina ao discípulo
rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da
edificação espiritual. A expiação é a pena
imposta ao malfeitor que comete um crime.
“O Consolador” – Q 246
Emmanuel e Chico Xavier
10. Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado
neste mundo denote a existência de uma determinada
falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo
Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu
progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas
nem toda prova é uma expiação. Provas e expiações,
todavia, são sempre sinais de inferioridade, porquanto o
que é perfeito não precisa ser provado.
(Cap V, It 9 do ESE)
11. Desprendido da matéria e no estado de erraticidade, o
Espírito procede à escolha de suas futuras existências
corporais, de acordo com o grau de perfeição a que haja
chegado e é nisto que consiste sobretudo o seu livre-
arbítrio. Esta liberdade, a encarnação não a anula. Se ele
cede à influência da matéria, é que sucumbe nas provas
que ele mesmo escolheu. Para ter quem o ajude a vencê-las,
concedido lhe é invocar a assistência de Deus e dos bons
Espíritos. (Q 872 do LE)
12. Quando o Espírito é simples e ignorante, carecido de
experiência, Deus lhe supre a inexperiência, traçando-
lhe o caminho a seguir, como fazemos com uma
criancinha. Deixa-o, porém, pouco a pouco, à medida
que o seu livre-arbítrio se desenvolve, senhor de
proceder à escolha e, só então, é que muitas vezes lhe
acontece extraviar-se, tomando o mau caminho, por
desatender os conselhos dos bons Espíritos. A isso é o
que se pode chamar a queda do homem. (Q 262 do LE)
13. Deus sabe esperar, não apressa a expiação.
Todavia, pode impor certa existência a um
Espírito, quando este, pela sua inferioridade ou
má-vontade, não se mostra apto a compreender
o que lhe seria mais útil, e quando vê que tal
existência servirá para a purificação e o
progresso do Espírito, ao mesmo tempo que lhe
sirva de expiação. (Q 262 do LE)
14. Deus concede a uns as riquezas e o poder, e a outros, a miséria,
para experimentá-los de modos diferentes. Essas provas são
escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto,
sucumbem com freqüência. A miséria provoca queixas contra a
Providência e a riqueza incita a todos os excessos. Elas são
igualmente difíceis, mas, pelos arrastamentos a que dá causa,
pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza
constitui uma prova mais arriscada, mais perigosa que a miséria.
É o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual.
(Q 814 E 815 do LE e Cap XVI, It 7 do ESE)
15. A lembrança do passado traria gravíssimos inconvenientes.
Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou
então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-
arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável
perturbação nas relações sociais. Para nos melhoramos,
outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos
basta: a voz da consciência e os pendores instintivos. Priva-nos
do que nos seria prejudicial. Esquecido do seu passado, o
homem é mais senhor de si. (Q 392 do LE e Cap V, It 11 do ESE)
16. Ora, tudo o que se chama infelicidade, segundo as acanhadas vistas
humanas, cessa com a vida corporal e encontra a sua compensação
na vida futura. Agireis então como bravos soldados que, longe de
fugirem ao perigo, preferem as lutas dos combates arriscados à paz
que lhes não pode dar glória, nem promoção! Que importa ao
soldado perder na refrega armas, bagagens e uniforme, desde que
saia vencedor e com glória? Que importa ao que tem fé no futuro
deixar no campo de batalha da vida a riqueza e o manto de carne,
contanto que sua alma entre gloriosa no reino celeste? — Delfina
de Girardin (Paris, 1861.) (Cap V, It 24 do ESE)
17. Não há faltas irremissíveis que a expiação não possa
apagar. Meio de consegui-lo encontra o homem nas
diferentes existências que lhe permitem avançar,
conformemente aos seus desejos e esforços, na senda
do progresso, para a perfeição, que é o seu destino
final. (Introdução ao LE – Parte VI)
18. O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a
regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a
reparação. A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se
havia feito o mal. É na vida corpórea que o Espírito repara o mal de
anteriores existências, pondo em prática resoluções tomadas na
vida espiritual.
Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação
consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são conseqüentes,
seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em
nova existência corporal. “O Céu e o Inferno” – 1ª Parte, Cap 7
19. O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido
completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca
às conseqüências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas
momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo
que aquele que sofre está expiando o seu passado. O infortúnio
que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e
aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer:
“Perdoa-me, Senhor, porque pequei.” É uma alternativa a que
ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha
a justiça de Deus. (Cap V, It 6 do ESE)
20. Como todo efeito tem uma causa, as misérias humanas
são efeitos que devem ter a sua; se esta não estiver na
vida atual, deve estar numa vida anterior. Além disso,
admitindo a justiça de Deus, tais efeitos devem ter uma
relação mais ou menos íntima com os atos precedentes,
dos quais são, ao mesmo tempo, castigo para o passado e
prova para o futuro. São expiações no sentido de que são
conseqüência de uma falta e provas em relação ao
proveito delas tirado.
21. Mas , por vezes, a falta não se acha nesta vida. Então acusa-se a
justiça de Deus, nega-se a sua bondade, duvida-se, até, de sua
existência. Aí está a prova mais escabrosa: a dúvida sobre a
divindade. Quem quer que admita um Deus soberanamente justo
e bom deve dizer que só agirá com sabedoria, mesmo naquilo que
não compreendamos; e que se sofremos uma pena, é porque o
merecemos; é, pois, uma expiação. Pela Reencarnação, o
Espiritismo levanta completamente o véu sob o qual esta questão
deixava obscuridade.
Allan Kardec
Revista Espírita – 1863 – Vol 9
22. “Em várias existências passei por provas de trabalho
e miséria que voluntariamente havia escolhido para
fortalecer e depurar o meu Espírito; dessas provas
tive a dita de triunfar, vindo a faltar uma última,
porventura de todas a mais perigosa: a da fortuna e
bem-estar materiais, um bem-estar sem sombra de
desgosto. Nessa consistia o perigo. E antes de tentar,
eu quis sentir-me assaz forte para não sucumbir.”
23. “Como eu, também vós tereis a vossa prova da riqueza,
mas não vos apresseis em pedi-la muito cedo. E vós
outros, ricos, tende sempre em mente que a
verdadeira fortuna, a fortuna imorredoura, não existe
na Terra; procurai antes saber o preço pelo qual podeis
alcançar os benefícios do Todo-Poderoso.”
Paula, na Terra Condessa de ***
“O Céu e o Inferno” - 2ª Parte – Cap II
24. (1) O Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE) – Allan Kardec
(2) O Livro dos Espíritos (LE) – Allan Kardec
(3) O Céu e o Inferno (CI) – Allan Kardec
(4) Obras Póstumas (OP) – Allan Kardec
(5) Espiritismo passo a passo com Kardec (EK) – Cristiano Torchi
(6) REVISTA ESPÍRITA (RE) 1860 – Allan Kardec
(7) REVISTA ESPÍRITA (RE) 1861 – Allan Kardec
(8) REVISTA ESPÍRITA (RE) 1862 – Allan Kardec
(9) REVISTA ESPÍRITA (RE) 1863 – Allan Kardec
(10) REVISTA ESPÍRITA (RE) 1867 – Allan Kardec[/color][/size][/b]