A reencarnação tem como objetivos a expiação e a melhoria progressiva da humanidade, permitindo que as almas se purifiquem através de novas existências corporais. A justiça divina concede às almas novas chances de progredir por meio de reencarnações sucessivas. A doutrina da reencarnação se baseia na justiça de Deus e na ideia de que Ele oferece a Sua misericórdia a todos, dando a possibilidade de arrependimento e evolução espiritual.
5. 166. A alma que não alcançou a perfeição na vida
corpórea, como acaba de depurar-se?
“Suportando a prova de uma nova existência. ”
a) Como a alma realiza essa nova existência? É por sua transformação como
Espírito?
“Depurando-se, a alma sofre, sem dúvida, uma transformação; mas para isso lhe é
necessária a prova da vida material.”
b) A alma passa, então, por muitas existências corporais?
“Sim, todos passamos por muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem
manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles.”
c) Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado um corpo,
toma outro, ou seja, reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?
“Evidentemente.”
6. 167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoria progressiva da humanidade. Sem isto, onde a
justiça?”
168. É limitado o número das existências corporais, ou o
Espírito reencarna perpetuamente?
“A cada nova existência o Espírito dá um passo adiante na senda do progresso.
Quando se ache despojado de todas as impurezas não tem mais necessidade das
provas da vida corporal.”
7. 169. O número de encarnações é o mesmo para
todos os espíritos?
“Não; aquele que caminha depressa se poupa das provas. Todavia,
as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas porque o
progresso é quase infinito.”
170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última
encarnação?
“Espírito bem-aventurado; Espírito puro.”
8. 171. Em que se funda o dogma da reencarnação?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente
repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta
para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar
para sempre, da felicidade eterna, todos aqueles de quem não
dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os
homens? Só entre os egoístas se encontram a iniquidade, o ódio
implacável e os castigos sem remissão.”
12. Todos os Espíritos tendem
para a perfeição e Deus lhes
faculta os meios de alcançá-la,
proporcionando-lhes as
provações da vida corporal.
Sua justiça, porém, lhes
concede realizar, em novas
existências, o que não
puderam fazer ou concluir
numa primeira prova.
Allan Kardec