O documento discute a saúde mental na terceira idade, identificando questões relacionadas à saúde mental em geral e de idosos especificamente. Aborda conceitos como envelhecimento normal versus patológico, transtornos psiquiátricos comuns como demência e depressão, e recursos comunitários de apoio à saúde mental de idosos.
2. OBJETIVOS
Identificar as questões relacionados com a saúde mental em geral e com a
saúde mental da pessoa idosa em particular.
Enunciar as noções de psicopatologia da pessoa idosa.
Diferenciar os recursos comunitários de apoio à pessoa idosa com doença
mental.
3. CONTEÚDOS
PROGRAMÁTICO
S
Saúde mental e recursos
- A saúde mental na 3.ª idade
- Definição
- Promoção
- Saúde mental e comunidade
Psicopatologia da pessoa idosa
- O normal e o patológico
- Conceito de doença mental
-Envelhecimento normal e patológico
-Depressão na pessoa idosa
-Psicopatologia do delírio
-Perturbações sensoriais e delírio
Recursos comunitários de apoio
-Respostas sociais à velhice
- Saúde e comunidade
- O hospital e o seu papel face à pessoa idosa
- Outros recursos
4. SAÚDE
MENTAL
“estado de bem estar no qual o indivíduo realiza as suas capacidades, pode fazer
face ao stress normal da vida, trabalhar de forma produtiva e frutífera e contribuir
para a comunidade em que se insere”
OMS
5. SAÚDE
MENTAL
A saúde mental é um equilíbrio da vida psíquica que se caracteriza por uma
auto-avaliação realista e uma boa capacidade de controlar as tensões normais a
que uma pessoa tem de fazer face.”
6. SAÚDE
MENTAL
A doença tem repercussões em todas as dimensões do indivíduo (física,
psicológica e social) despoletando desequilíbrio.
Desta forma, o contexto familiar, laboral e outros aos quais o indivíduo pertence
é afectado, daí decorre o facto do tratamento da doença não se poder
circunscrever ao indivíduo.
7. SAÚDE
MENTAL
Critérios que permitem definir a saúde mental
• O conhecimento e a aceitação de si próprio (sentido crítico) e dos outros;
• A perceção justa do ambiente e da realidade (bom senso);
• A capacidade de se manter sereno e de se interessar pela vida;
• As aptidões para a integração (acesso à maturidade).
8. SAÚDE
MENTAL
A explicação das causas associadas à doença mental estrutura-se em três
perspectivas predominantes:
• A da causalidade orgânica.
• A da causalidade.
• A da causalidade social.
9. SAÚDE
MENTAL
As perturbações mentais caracterizam-se por alterações do modo de pensar e
do humor ou por comportamentos associados à angustia pessoal e/ou
deterioração do funcionamento.
Uma incidência de comportamento anormal ou um curto período do estado de
anormalidade não determinam por si só a presença de uma perturbação mental,
é necessário que essa anormalidade seja sustentada e que resultem em certa
deterioração ou perturbação do funcionamento pessoal.
10. PROMOÇÃO
SAÚDE
MENTAL
É uma estratégia global e um conjunto de actividades positivas que têm como
objectivo:
a) Aumentar o valor e a visibilidade da saúde mental, nos diferentes níveis de
sociedades, dos grupos comunitários e nos indivíduos.
b) Proteger, manter e promover a saúde mental.
11. PROMOÇÃO
SAÚDE
MENTAL
Os objectivos da promoção de saúde mental estão concentrados em torno
de três grandes temas:
• As questões que dizem respeito à capacidade de cada pessoa em lidar com
o seu mundo interior – resiliência emocional – em pensar e sentir, em gerir a sua
vida e em enfrentar riscos;
• As questões que se relacionam com a capacidade de cada pessoa em lidar
com o seu mundo social – cidadania – um sentimento de pertença, a
participação, o reconhecimento da diversidade e a responsabilidade mútua;
• As questões que se relacionam com as comunidades saudáveis – que liga o
emocional e o social através de um sentimento de interligação e do
desenvolvimento de estruturas saudáveis.
.
12. PROMOÇÃO
SAÚDE
MENTAL
As pessoas mais velhas enfrentam riscos específicos em relação à saúde mental.
Assim, meios concretos para promover a saúde mental deste grupo etário
devem estar disponíveis.
Promover a participação social
Prevenir a solidão e o isolamento social
Proporcionar oportunidades para uma vida independente
Proporcionar serviços sociais e de saúde adequados
Combater as atitudes negativas e depreciativas em relação à velhice
13. PROMOÇÃO
SAÚDE MENTAL
MITOS
Na realidade, as pessoas afectadas por problemas de saúde mental são muitas
vezes incompreendidas, estigmatizadas, excluídas ou marginalizadas, devido a
falsos conceitos, que importa esclarecer e desmistificar, tais como:
• As doenças mentais são fruto da imaginação;
• As doenças mentais não têm cura;
• As pessoas com problemas mentais são pouco inteligentes, preguiçosas,
imprevisíveis ou perigosas.
Estes mitos, a par do estigma e da discriminação associados à doença mental,
fazem com que muitas pessoas tenham vergonha e medo de procurar apoio ou
tratamento, ou não queiram reconhecer os primeiros sinais ou sintomas de
doença.
14. PROMOÇÃO
SAÚDE
MENTAL
CARACTERÍSTICAS DE UMA PERSONALIDADE MENTALMENTE SAUDÁVEL:
1. Eficácia e competência funcional
2. Criatividade e capacidade de apreciar as experiências novas
3. Harmonia interior
4. Compaixão nas relações com os outros
5. Transferência
15. SAÚDE
MENTAL E
COMUNIDADE
Ao longo da vida, todos nós podemos ser afetados por problemas de saúde
mental, de maior ou menor gravidade;
Algumas fases, como a entrada na escola, a adolescência, a menopausa e o
envelhecimento, ou acontecimentos e dificuldades, tais como a perda de familiar
próximo, o divórcio, o desemprego, a reforma e a pobreza podem ser causa de
perturbações da saúde mental.
Fatores genéticos, infeciosos ou traumáticos podem também estar na origem de
doenças mentais graves.
16. ENVELHECIMENT
O NORMAL
VS.
ENVELHECIMENT
O PATOLÓGICO
Envelhecimento normal diz respeito à ausência de patologias tanto ao nível
mental como biológico; o envelhecimento óptimo/ com sucesso corresponde a
um estado de envelhecimento ideal, visto que as capacidades biológicas e
psicológicas permitem uma adaptação no âmbito social e pessoal bastante
satisfatória.
17. ENVELHECIMENT
O NORMAL
VS.
ENVELHECIMENT
O PATOLÓGICO
O envelhecimento patológico apresenta um carácter degenerativo e associa-se a
doenças crónicas, tanto do foro psíquico como físico, bem como a doenças
típicas da velhice de desorganização biológica.
19. ENVELHECIMENT
O NORMAL
VS.
ENVELHECIMENT
O PATOLÓGICO
Características do envelhecimento patológico
Alteração e deterioração da memória para registar, armazenar e recuperar
informação nova;
Perda de conteúdos referente a família e passado;
Alteração e deterioração do pensamento e raciocínio com redução do fluxo de
ideias e diminuição da atenção, etc.;
Défice significativo nas diversas áreas que permitem a execução de tarefas da
vida diária (vestir, comer, etc.);
Alterações da linguagem;
Alteração da “consciência clara”;
Sintomatologia presente durante pelos menos 6 meses.
20. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
• Demência
-Demência tipo Alzheimer
-Demência vascular
• Doença de Parkinson
• Esquizofrenia
• Transtornos depressivos
• Transtorno bipolar (do humor)
• Transtorno delirante
• Transtornos de ansiedade.
22. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DEMÊNCIA
Os sintomas incluem
Alterações na memória, na linguagem, na capacidade de orientar-se.
Há perturbações comportamentais como
• Agitação.
• Inquietação.
• Andar a esmo.
• Raiva
• Violência.
• Gritos.
• Desinibição sexual e social.
• Impulsividade.
• Alterações do sono.
• Pensamento ilógico e alucinações.
23. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DEMÊNCIA TIPO
ALZHEIMER
É caracterizada por um início gradual e pelo declínio progressivo das funções
cognitivas.
A memória é a função cognitiva mais afectada, mas a linguagem e noção de
orientação do indivíduo também são afectadas.
Inicialmente, a pessoa pode apresentar uma incapacidade para aprender e
evocar novas informações.
24. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DEMÊNCIA TIPO
ALZHEIMER
As alterações do comportamento envolvem depressão, obsessão (pensamento,
sentimento, ideia ou sensação intrusiva e persistente) e desconfianças, surtos de
raiva com risco de actos violentos.
A desorientação leva a pessoa a andar sem rumo podendo ser encontrada longe de
casa em uma condição de total confusão. Aparecem também alterações
neurológicas como problemas na marcha, na fala, no desempenhar uma função
motora e na compreensão do que lhe é falado.
25. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DOENÇA DE
PARKINSON
A doença de Parkinson é uma desordem do cérebro que leva a agitação (tremores)
e dificuldade no andar, nos movimentos do corpo e na coordenação
A doença geralmente desenvolve-se após os 50 anos. É um dos mais comuns
distúrbios do sistema nervoso do idoso.
O distúrbio pode afectar um ou ambos os lados do corpo. Os sintomas podem ser
leves no início. Por exemplo, o paciente pode ter um tremor leve ou uma ligeira
sensação de que uma perna ou pé está endurecida e se arrasta.
26. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DOENÇA DE
PARKINSON
Os sintomas incluem:
• Movimentos automáticos e vagarosos
• Dificuldade em iniciar ou movimento contínuo, por exemplo, começar a andar
ou sair de uma cadeira
• Diminuição do equilíbrio e passos pequenos
• Falta de expressão no rosto
• Dores musculares e nas articulações (mialgia)
• Músculos rígidos ou duros (geralmente nas pernas)
• Agitação, tremores
• Voz baixa e arrastada
• Posição inclinada
27. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DOENÇA DE
PARKINSON
Não há cura conhecida para a doença de Parkinson. O objectivo do tratamento é
controlar os sintomas.
A doença de Parkinson é progressiva, vai piorando com o tempo, que pode
perdurar por décadas, levando o idoso numa fase mais avançada a ficar
imobilizado, restrito ao leito e à poltrona, causando todas as mazelas que uma
imobilidade pode afectar num idoso
28. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DOENÇA DE
PARKINSON
Mudanças no estilo de vida podem ser úteis para a doença de Parkinson:
• Boa nutrição e saúde geral
• Exercícios físicos
• Períodos de descanso
• Tratamento de fisioterapia, fono-audiologia e terapia ocupacional
29. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
TRANSTORNOS
DEPRESSIVOS
Sintomas incluem:
Redução da energia e concentração.
Problemas com o sono especialmente despertar precoce pela manhã e múltiplos
Diminuição do apetite.
Perda de peso.
Queixas somáticas (como dores pelo corpo).
ALERTA
Um aspecto importante nas pessoas idosas é a ênfase aumentada sobre as queixas
somáticas.
30. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
TRANSTORNOS
DEPRESSIVOS
Pode haver dificuldades de memória em idosos deprimidos que é chamado de
síndrome demencial da depressão que pode ser confundida com a verdadeira
demência. Além disso, a depressão pode estar associada com uma doença física e
com uso de medicamentos.
31. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
TRANSTORNOS
DEPRESSIVOS
Pode haver dificuldades de memória em idosos deprimidos que é chamado de
síndrome demencial da depressão que pode ser confundida com a verdadeira
demência. Além disso, a depressão pode estar associada com uma doença física e
com uso de medicamentos.
32. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DEPRESSÃO NA
PESSOA IDOSA
Na depressão, os sintomas tendem a persistir durante certo tempo e podem incluir,
em arranjos variáveis, os seguintes:
• Sentimentos de tristeza, vazio e aborrecimento;
• Sensações de irritabilidade, tensão ou agitação;
• Sensações de aflição, preocupação com tudo, receios infundados, insegurança
e medos;
• Diminuição da energia, fadiga e lentidão;
• Perda de interesse e prazer nas actividades diárias;
33. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DEPRESSÃO NA
PESSOA IDOSA
• Perturbação do apetite, do sono, do desejo sexual e variações significativas do
peso;
• Pessimismo e perda de esperança;
• Sentimentos de culpa, de auto desvalorização e ruína, que podem atingir uma
dimensão delirante;
• Alterações da concentração, memória e raciocínio;
• Sintomas físicos não devidos a outra doença (ex. dores de cabeça,
perturbações digestivas, dor crónica, mal-estar geral);
• Ideias de morte e tentativas de suicídio.
35. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DEPRESSÃO NA
PESSOA IDOSA
A tristeza é a reação que temos perante as perdas afetivas na nossa vida;
• A perda de alguém por morte é tristeza e não depressão
• O Funcionamento comportamental do organismo mantém-se e não existem
riscos de suicídio.
36. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DEPRESSÃO NA
PESSOA IDOSA
A depressão é um sentimento semelhante, mas poderá não ter uma causa
especifica inicialmente;
• A auto estima está comprometida, existindo um enorme risco de suicídio;
• Distúrbio da área afetiva ou do humor, com forte impacto funcional em
qualquer faixa etária e com repercussões para a vida: redução da capacidade
para pensar, sentir, interagir com o meio, trabalhar e etc…
37. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
DEPRESSÃO NA
PESSOA IDOSA
Tratamento:
“Remédios para os sintomas. Diálogo para os problemas.”
• Psicoterapia
• Farmacoterapia
• Associação das duas (ideal)
• (religião, suporte familiar, atividade física)
38. TRANSTORNOS
PSIQUIÁTRICOS
MAIS COMUNS
EM IDOSOS
ESQUIZOFRENIA
A esquizofrenia é uma perturbação mental grave caracterizada por uma perda de
contacto com a realidade (psicose), alucinações, delírios (crenças falsas),
pensamento anormal e alteração do funcionamento social e laboral.
Sintomas
• Inibição social;
• Comportamento excêntrico;
• Pensamento ilógico;
• Alucinações;
• Rigidez afetiva
39. RESPOSTAS
SOCIAIS À
VELHICE
A FAMÍLIA
A família é a primeira unidade social onde o indivíduo se insere, que contribui para
o seu desenvolvimento, socialização e formação da personalidade.
As redes de apoio informal visam a ajuda concreta às pessoas idosas, sendo
normalmente constituídas pelo cônjuge, familiares (filhos, netos, primos,
sobrinhos …), amigos e vizinhos, que tendem a possibilitar a permanência do idoso
na sua casa ou em ambiente familiar
40. RESPOSTAS
SOCIAIS À
VELHICE
APOIO
DOMICILIÁRIO
Consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio,
a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro
impedimento, não possam assegurar temporária ou permanentemente, a
satisfação das necessidades básicas e/ou as actividades de vida diárias.
41. RESPOSTAS
SOCIAIS À
VELHICE
APOIO
DOMICILIÁRIO
Esta resposta social tem como objectivos gerais:
• Contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e famílias;
• Contribuir para retardar ou evitar a institucionalização.
Os objectivos específicos são:
• Assegurar aos indivíduos e famílias a satisfação das necessidades básicas;
• Prestar cuidados de ordem física e apoio psicossocial aos indivíduos e família,
de modo a contribuir para o seu equilíbrio e bem-estar;
• Colaborar na prestação de cuidados de saúde.
42. RESPOSTAS
SOCIAIS À
VELHICE
LARES
Tem como objectivos:
• Atender e acolher pessoas cuja situação social, familiar, económica e/ou de
saúde, não permita uma outra resposta alternativa;
• Proporcionar serviços adequados à satisfação das necessidades dos
residentes;
• Proporcionar alojamento temporário como forma de apoio à família (por
exemplo, doença de um dos elementos);
• Prestar os apoios necessários às famílias dos idosos, para a preservação e
fortalecimento dos laços familiares.
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