O documento discute esquizofrenia e transtorno bipolar, comparando seus sintomas, causas e tratamentos. A esquizofrenia é causada por fatores biopsicossociais e se inicia principalmente antes dos 20 anos, enquanto o transtorno bipolar envolve oscilações de humor entre mania, hipomania e depressão. Ambos requerem tratamento farmacológico com antipsicóticos ou estabilizadores de humor respectivamente.
2. A Esquizofrenia é uma
doença mental causado
por diversos fatores
biopsicossociais que
interagem, criando
situações, as quais
podem ser favoráveis
ou não ao aparecimento
do transtorno.
3. Ansiedade muito intensa,
estado de estresse elevado,
fobia social e situações
sociais e emocionais
intensas.
Ligados à genética, lesão
ou anormalidade de
estruturas cerebrais e
deficiência em
neurotransmissores.
4. Epidemiologia
A idade de início é tradicionalmente considerada como
um fator importante para o prognóstico.
Quando a doença
se inicia antes dos
20 anos, o
prognóstico é pior!
O final da adolescência e
início da vida adulta é
uma fase bastante
conturbada, pois envolve
transformações físicas,
emocionais e aquisição
de novas
responsabilidades e
papéis, da pessoa, em
seu ambiente social.
5. Epidemiologia
A idade de início no
homem é menor que na
mulher, 15 a 25 anos e 25
a 35 anos
respectivamente.
Os rapazes sofrem estresse mais cedo que as
moças, que apresentam taxas de hormônios
contínuas. Os hormônios femininos têm efeitos
parecidos com os neurolépticos, por isso os
sintomas aparecem mais tardiamente, somente
quando as taxas hormonais começam a
6. Manifestaçõ
es
Os primeiros sinais da esquizofrenia
aparecem em geral sob a forma de
mudanças do COMPORTAMENTO.
Surto
psicótico Caracterizado pela
manifestação mais intensa de
sintomas como alucinações e
delírios.
7. Sintomas
Positivos
Os sintomas da esquizofrenia são muito
variados e podem envolver:
Alucinações: são percepções que ocorrem sem
que haja um estímulo sensorial correspondente.
Delírios: são crenças falsas que não cedem
frente à argumentação lógica ou evidências
contrárias.
8. Sintomas Negativos
Expressão Emocional: uma pessoa com
esquizofrenia pode não mostrar os sinais de uma
emoção normal; pode falar com voz monótona, ter as
expressões faciais diminuídas e parecer
extremamente apática.
Retração social: a pessoa pode retrair-se
socialmente, evitando contato com os outros. Em
alguns casos graves, a pessoa pode passar dias
inteiros sem fazer nada, chegando a negligenciar a
higiene básica.
Desorganização do pensamento: a esquizofrenia
comumente afeta a capacidade da pessoa de pensar
“corretamente”.
9. Diagnóstic
o
Para diagnosticar a esquizofrenia é importante:
Descartar
outras
doenças.
O abuso de certas drogas
pode provocar sintomas
semelhantes ao da
esquizofrenia.
Por esse motivo:
A avaliação médica, o exame físico e exames
laboratoriais devem ser feitos para afastar outras
causas possíveis dos sintomas antes de se concluir
que a pessoa tem esquizofrenia.
10. Tratamento Farmacológico
O tratamento farmacológico no primeiro
episódio da esquizofrenia consiste no uso de
medicamentos antipsicóticos, CHAMADOS DE
NEUROLÉPTICOS.
Existem dois tipos de drogas antipsicóticas:
os antipsicóticos típicos ou convencionais e
11. Tratamento Farmacológico
Os antipsicóticos típicos ou convencionais são
antagonistas da dopamina e seu efeito resulta na
diminuição dos sintomas positivos (delírios,
alucinações, pensamento incoerente).
Os principais medicamentos usados em nosso meio
são a CLORPROMAZINA e o HALOPERIDOL.
12. Tratamento Farmacológico
Os atípicos ou recentes inibem receptores de
dopamina e serotonina, melhorando sintomas
positivos e ajudando no tratamento de sintomas
negativos sem efeitos extrapiramidais significativos.
Os principais medicamentos são a CLOZAPINA,
RISPERIDONE E O OLANZAPINA.
13. Intervenção Familiar
A intervenção familiar vem sendo uma alternativa
indispensável no primeiro episódio esquizofrênico.
Deve-se ter um conhecimento, primeiramente, da
família, suas características, limitações, medos e
inseguranças.
Sabe-se que, no momento em que a família se
depara com a nova situação, ocorre uma
14. Cuidado de
Enfermagem
A enfermagem psiquiátrica está fundamentada no
relacionamento interpessoal equipe/paciente, através do qual
observa os aspectos biopsicossociais do ser humano.
No aspecto biológico, a enfermagem observa efeitos colaterais
da medicação e acompanha a saúde geral do jovem paciente e de
sua família.
No campo psicossocial, pode se envolver em diversas
atividades, tais como a visita domiciliária, a coordenação de
grupos de pacientes em oficinas e outros temas.
15. Cuidado de
Enfermagem
A prática em enfermagem psiquiátrica se baseia em
ações que visam a melhorar a condição da qualidade
de vida do paciente e de sua família, a contribuir no
controle do surto da doença, torná-la estabilizada, a
ajudar na integração social após o aparecimento da
doença, e a cooperar na adesão ao tratamento e à
adaptação de sua nova condição.
16. TIPO PARANÓIDE
Presença de delírios ou alucinações auditivas
proeminentes no contexto de uma relativa
preservação do funcionamento cognitivo e do
afeto.
Os delírios são tipicamente persecutórios ou de
grandeza, Os delírios podem ser múltiplos, mas
geralmente são organizados em torno de um tema
coerente.
17. TIPO PARANÓIDE
Mostram menos regressão de suas faculdades
mentais, da resposta emocional e do comportamento
que os outros tipos de pacientes esquizofrênicos. Os
pacientes paranóides típicos são tensos,
desconfiados e reservados, e frequentemente hostis
e agressivos.
Nenhum dos seguintes sintomas é proeminente:
discurso desorganizado, comportamento
desorganizado ou catatônico, ou afeto embotado ou
inadequado.
18. TIPO DESORGANIZADO
Discurso desorganizado, comportamento
desorganizado e afeto embotado ou inadequado. O
discurso desorganizado pode ser acompanhado por
atitudes tolas e risos sem relação adequada com o
conteúdo do discurso, além de trejeitos faciais.
Geralmente são ativos, mas de um modo desprovido
de propósito, não-construtivo. Há um pronunciado
transtorno do pensamento e o contato com a
realidade é pobre. A aparência pessoal e o
comportamento social estão dilapidados.
19. TIPO CATATÔNICO
Acentuada perturbação psicomotora, que pode
envolver imobilidade motora, atividade motora
excessiva, extremo
negativismo, mutismo, peculiaridades dos
movimentos voluntários, ecolalia ou ecopraxia.
A imobilidade motora pode ser manifestada
por cataplexia (flexibilidade cérea) ou estupor. Às
vezes há uma rápida alternância entre os extremos
de excitação e estupor.
20. TIPO CATATÔNICO
A atividade motora excessiva é
aparentemente desprovida de sentido e não
é influenciada por estímulos externos.
Pode haver extremo negativismo,
manifestado pela manutenção de uma
postura rígida contra tentativas de
mobilização, ou resistência a toda e qualquer
instrução. Peculiaridades do movimento
voluntário são manifestadas pela adoção
voluntária de posturas inadequadas ou
bizarras ou por trejeitos faciais proeminentes
21. TIPO RESIDUAL
Ausência de delírios e alucinações, discurso
desorganizado e comportamento
amplamente desorganizado ou catatônico
proeminentes; existem evidências contínuas
da perturbação, indicadas pela presença de
sintomas negativos ou por dois ou mais
sintomas relacionados no Critério A
para Esquizofrenia, presentes de forma
atenuada (por ex., crenças estranhas,
experiências perceptuais incomuns).
22. Cuidado de
Enfermagem
Outra importante ação da enfermagem é a
estimulação dos pacientes de primeiro surto
esquizofrênico a usar recursos disponíveis na
sociedade como trabalhos voluntários, atividades em
grupos, exercícios físicos, lazer, entre outros.
23.
24. O Transtorno Afetivo Bipolar, antigamente
denominado de psicose maníaco-depressiva, é
caracterizado por oscilações ou mudanças
cíclicas de humor.
25. Estas mudanças vão desde oscilações
normais, como nos estados de alegria e tristeza,
até mudanças patológicas acentuadas e
diferentes do normal, como episódios de MANIA,
HIPOMANIA, DEPRESSÃO e MISTOS.
26. A bipolaridade é relativamente comum, acometendo
aproximadamente 8 a cada 100 indivíduos, manifestando-
se igualmente em mulheres e homens.
O início desse transtorno geralmente se dá em torno
dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo
após os 70 anos.
Epidemiologia
27. O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase
maníaca.
Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os
quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos
maníacos) o que muitas vezes confunde os médicos
retardando o diagnóstico.
Epidemiologia
28. Fatores biológicos (genético, relativos a
neurotransmissores cerebrais).
Etiologia
Fatores sociais (ex. troca de emprego).
Fatores psicológicos (ex. fim de casamento, morte da
pessoa querida).
30. O diagnóstico da doença bipolar do
humor deve ser feito por um médico
psiquiátrico baseado nos sintomas do
paciente. Não há exames de imagem ou
laboratoriais que auxiliem o diagnóstico.
Diagnóstico
32. Tipo I - FASE MANÍACA
Extrema irritabilidade, impaciência ou “pavio muito curto”;
Agitação, inquietação física e mental;
Aumento de energia, da atividade, começando muitas
coisas ao mesmo tempo sem conseguir terminá-las;
Otimismo e confiança exagerados;
33. Tipo I - FASE MANÍACA
Pouca capacidade de julgamento, incapacidade de
discernir;
Crenças irreais sobre as próprias capacidades ou poderes,
acreditando possuir muitos dons ou poderes especiais;
Ideias grandiosas;
Pensamentos acelerados, fala muito rápida, pulando de
uma ideia para outra, tagarelice;
34. Tipo I - FASE MANÍACA
Facilidade em se distrair, incapacidade de se concentrar;
Comportamento inadequado, provocador, intrometido, agressivo ou
de risco;
Gastos excessivos;
Desinibição, aumento do contato social, expansividade;
Aumento do impulso sexual;
Agressividade física e/ou verbal;
Insônia e pouca necessidade de sono;
Uso de drogas, em especial cocaína, álcool e soníferos.
35. Tipo II- FASE
DEPRESSIVA Humor melancólico, depressivo;
Perda de interesse ou prazer em atividades habitualmente
interessantes;
Sentimentos de tristeza, vazio, ou aparência chorosa/melancólica;
Inquietação ou irritabilidade;
Perda ou aumento de apetite/peso, mesmo sem estar de dieta;
Excesso de sono ou incapacidade de dormir;
36. Tipo II- FASE
DEPRESSIVA Sentir-se ou estar agitado demais ou excessivamente devagar (lentidão);
Fadiga ou perda de energia;
Sentimentos de falta de esperança, culpa excessiva ou pessimismo;
Dificuldade de concentração, de se lembrar das coisas ou de tomar decisões;
Pensamentos de morte ou suicídio, planejamento ou tentativas de suicídio;
Dores ou outros sintomas corporais persistentes, não provocados por doenças
ou lesões físicas.
37. O tratamento, após o diagnóstico preciso, é
medicamentoso, envolvendo uma classe de
medicações chamada de ESTABILIZADORES DO
HUMOR.
Tratamento
A CARBAMAZEPINA
A OXCARBAZEPINA
O ÁCIDO VALPRÓICO
38. Um acompanhamento psiquiátrico deve
ser mantido por um longo período, sendo
que algumas formas de psicoterapia
podem colaborar para o tratamento.
Tratamento
40. “...Ele se sente bem, realmente bem..., na verdade quase invencível. Ele se sente
como não tendo limites para suas capacidades e energia. Poderia até passar dias
sem dormir. Ele está cheio de idéias, planos, conquistas e se sentiria muito
frustrado se a incapacidade dos outros não o deixasse ir além. Ele mal consegue
acabar de expressar uma idéia e já está falando de outra numa lista interminável
de novos assuntos. Em alguns momentos ele se aborrece para valer, não se
intimida com qualquer forma de cerceamento ou ameaça, não reconhece
qualquer forma de autoridade ou posição superior a sua. Com a mesma rapidez
com que se zanga, esquece o ocorrido negativo como se nunca tivesse
acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais lhe causam agora
prazer; mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento são para ele
amistosas e bondosas.”
Exemplo de como um paciente bipolar se
sente: