O documento discute o processo saúde-doença, definindo saúde, doença e seus determinantes sociais. Ao longo da história, predominaram diferentes teorias sobre o tema, como as teorias mágico-religiosa, hipocrática, miasmática, dos microrganismos e da multicausalidade. Promoção da saúde busca criar condições para o bem-estar físico, mental e social por meio de ações intersetoriais.
2. Definição de Saúde
Durante muito tempo, predominou o entendimento de que saúde
era sinônimo de ausência de doenças físicas e mentais. Com
isso os serviços de saúde privilegiavam na sua organização a
atenção médica curativa.
A OMS define que "saúde é o completo bem-estar físico,
mental e social e não a simples ausência de doença".
Essa definição aponta para a complexidade do tema, e a
reflexão mais aprofundada sobre seu significado nos leva a
considerar a necessidade de ações intersetoriais e
interdisciplinares no sentido de criar condições de vida
saudáveis.
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3. DIREITO À SAÚDELEI Nº 8080, DE 19 de SETEMBRO de 1990
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as
condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
o § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas
econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
o § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a
saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no
artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar
físico, mental e social.
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4. Definição de Doença
• A doença não pode ser compreendida apenas por meio
das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o
estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim
os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo
que adoece (CANGUILHEM; CAPONI apud BRÊTAS e
GAMBA, 2006).
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5. Processo Saúde-Doença
Em síntese, pode-se dizer que ele representa o conjunto
de relações e variáveis que produzem e condicionam o
estado de saúde e doença de uma população, que varia
nos diversos momentos históricos e do desenvolvimento
científico da humanidade.
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6. HISTÓRIA DO PROCESSO
SAÚDE-DOENÇA
• TEORIA MÁGICO/RELIGIOSO – IDADE ANTIGA
o Doença era resultado de forças externas que invadiam o corpo por algum pecado
cometido ou maldição;
o Cura se dava por Líderes espirituais que mantinham contato com o universo sobrenatural
e com as forças da natureza.
o Atualmente se mantém resquícios na sociedade com os chás curativos, simpatias,
benzedeiras, superstições...
• TEORIA MEDICINA HIPOCRÁTICA – IMPÉRIO GREGO
o Hipócrates defendia que a saúde resultava do bom equilíbrio entre o homem e o meio, e
a doença surgiria a partir de um desequilíbrio dos quatro elementos naturais com os
quatro humores do organismo.
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7. HISTÓRIA DO PROCESSO
SAÚDE-DOENÇA
• TEORIA MIASMÁTICA – IMPÉRIO GREGO-ROMANO
o Explicava o surgimento das doenças a partir da emanação do ar de regiões insalubres.
o Roma deu o primeiro importante passo na promoção da saúde quando tornou a higiene
pessoal acessível através dos banhos públicos
• TEORIA DO CASTIGO E REDENÇÃO – IDADE MÉDIA
o Cristianismo conexão entre a doença e o pecado.
o Mantinha a teoria miasmática.
o Cura: atribuição de religiosos.
o Proibição de novas descobertas da ciência pela Igreja.
o Descritas várias epidemias: varíola, difteria, sarampo, influenza, tuberculose, escabiose,
erisipela, a lepra e a peste bubônica.
o Utilizavam a prática da quarentena.
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8. HISTÓRIA DO PROCESSO
SAÚDE-DOENÇA
• TEORIA RENASCENTISTA – RENASCIMENTO
o Fracastoro propõe existência de agentes específicos para cada doença.
o Transmissão das doenças de pessoa a pessoa partículas imperceptíveis ou
germes de contágio.
o Desenvolvimento de anatomia, fisiologia, e de individualização da descrição das doenças
observação clínica e epidemiológica
• TEORIA DOS MICROORGANISMOS – SEC. XIX
o Investigação das doenças infecciosas e da microbiologia
Louis Pasteur
Joseph Lister
o Vetores ou hospedeiros intermediários na transmissão de doenças
o os portadores sadios na manutenção da cadeia epidemiológica.
o Várias vacinas e soros imunes foram produzidos para um número expressivo de doenças.
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9. HISTÓRIA DO PROCESSO
SAÚDE-DOENÇA
• TEORIA ONTOLÓGICA – Unicausalidade
o Existência de apenas uma causa (agente) para um agravo ou doença.
o Permitiu o sucesso na prevenção de diversas doenças.
o Prática médica é curativa e biologicista.
o Fonte:
Fonte:
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10. HISTÓRIA DO PROCESSO
SAÚDE-DOENÇA
• TEORIA MULTICASUALIDADE
o O modelo Unicausal não explica doenças com múltiplos fatores de risco
modelos multicausais.
o Transição epidemiológica: diminuição das doenças infecto-parasitárias
e incremento das doenças crônico-degenerativas.
o Tríade ecológica: doença desequilíbrio da auto-regulação do sistema
• Permitiu a investigação e avanços na prevenção de doenças.
Fonte:
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11. HISTÓRIA DO PROCESSO
SAÚDE-DOENÇA
• Leavell & Clark (1976)
o tríade ecológica que define o modelo de causalidade das doenças a
partir das relações entre agente, hospedeiro e meio-ambiente.
o O conceito de história natural das doenças é definido como “todas as
interrelações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente que
afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras
forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente ou em
qualquer outro lugar (pré-patogênese), passando pela resposta do
homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito,
invalidez, recuperação ou morte (patogênese).
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12. DETERMINANTES
SOCIAIS DA SAÚDE
Os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) são os fatores
sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos
e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas
de saúde e seus fatores de risco na população.
Evidências mostram que a maioria da carga das doenças e
grande parte das desigualdades de saúde são causadas pelos
determinantes sociais.
(Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde - CNDSS )
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13. DETERMINANTES
SOCIAIS DA SAÚDE
• Auxiliam à produzir conhecimentos e informações sobre o
Brasil;
• Apoiar o desenvolvimento de políticas e programas para a
promoção da equidade em saúde;
• O principal desafio dos estudos sobre as relações entre
determinantes sociais e saúde consiste em:
Estabelecer uma hierarquia de determinações entre os fatores mais gerais de
natureza social, econômica e política;
Compreender o modo no qual esses fatores incidem sobre a situação de
saúde de grupos e pessoas.
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14. DETERMINANTES
SOCIAIS DA SAÚDE
• Deve ser feito a distinção entre os determinantes de saúde dos
indivíduos e os de grupos e populações.
• Como fatores que são importantes para explicar as diferenças no
estado de saúde dos indivíduos não explicam as diferenças entre
grupos de uma sociedade ou entre sociedades diversas.
• Existem diversos modelos que procuram esquematizar os diversos
fatores que influenciam o processo saúde doença.
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15. O modelo de
Dahlgren - Whitehead
Explica como as desigualdades sociais na saúde são
resultado das interações entre os diferentes níveis de
condições, desde o nível individual até o de comunidades
afetadas por políticas de saúde.
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16. O modelo de
Didericksen - Hallqvist
Este modelo enfatiza a criação da estratificação social pelo
contexto social, que delega aos indivíduos posições sociais
distintas. A posição social das pessoas determina suas
oportunidades de saúde
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17. Determinantes Sociais da
Saúde
A saúde possui muitos tipos de determinantes. A estrutura
genética é altamente influente, tendo evoluído por milhões
de anos, e determina os limites dentro do que os serviços
de saúde podem alcançar na melhora da saúde.
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19. Promoção da Saúde
A educação em saúde procura desencadear mudanças
de comportamento individual, enquanto a promoção em
saúde, muito embora inclua sempre a educação em
saúde, visa a provocar mudanças de comportamento
organizacional, capazes de beneficiar a saúde de camadas
mais amplas da população.
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20. Promoção da Saúde
• Conferência de Alma Ata (1978):
o metas para a promoção da saúde, que persistem até os dias atuais:
compromisso de “Saúde para Todos no ano 2000”oito elementos
essenciais para atingir tal meta:
1. Educação dirigida aos problemas de saúde prevalentes e métodos para sua
prevenção e controle;
2. Promoção do suprimento de alimentos e nutrição adequada;
3. Abastecimento de água e saneamento básico apropriados;
4. Atenção materno-infantil, incluindo o planejamento familiar;
5. Imunização contra as principais doenças infecciosas;
6. Prevenção e controle de doenças endêmicas;
7. Tratamento apropriado de doenças comuns e acidentes;
8. Distribuição de medicamentos básicos.
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21. Promoção da Saúde
• Iª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde
realizada em Ottawa, no Canadá, em 1986:
o Carta de Ottawa: referência para as demais Conferências
Internacionais de Promoção da Saúde realizadas pela OMS.
• A promoção da saúde é assumida pelo SUS no texto da
Lei 8080 (1990):
o Art. 2º § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na
formulação e execução de políticas econômicas e sociais que
visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção
e recuperação.
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22. PREVENÇÃO
• Prevenção é definido como “ação antecipada, baseada
no conhecimento da história natural a fim de tornar
improvável o progresso posterior da doença”.
• A prevenção apresenta-se em quatro fases:
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23. O Território e a
Promoção da Saúde
• O objetivo da promoção da saúde é adicionar anos à
vida e vida aos anos.
• Ela não é responsabilidade exclusiva do setor de saúde,
e vai para além de um estilo de vida saudável, na
direção de um bem-estar global.
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24. Referências Bibliográficas
• VIANNA, Lucila. Processo Saúde-Doença. Una-SUS Unifesp
• BUSS, Paulo. Promoção da Saúde da Família. Programa Saúde da
Família, 2002
• ARANTES, Rosalba et al. Processo Saúde-doença e Promoção da
Saúde: Aspectos Históricos e Conceituais. Rev APS, 2008
• CÂMARA, Ana Maria et al. Percepção do Processo Saúde-doença:
Significados e Valores da Educação em Saúde. Rev Bras de
Educação Médica, 2012
• http://cmdss2011.org/site/experiencias
• STARFIELD, Barbara. Atenção Primária: Equilíbrio entre
Necessidades de Saúde, Serviços e Tecnologia. UNESCO, 2002
• BUSS, Paulo; BELEGRINI, Alberto. A Saúde e seus Determinantes
Sociais. Rev Saúde Coletiva, 2007
• BARROS, José. Pensando o Processo Saúde Doença: A Que
Responde o Modelo Biomédico?. Saúde e Sociedade, 2002
• SILVA, Jorge. O Processo Saúde-doença e Sua Importância Para a
Promoção Da Saúde. Informe-se em Promoção da Saúde, 2006
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