O documento discute procedimentos de biossegurança em laboratórios, definindo termos como biosegurança, agentes de risco e níveis de contenção biológica. Apresenta princípios como classificação de resíduos, equipamentos de proteção e simbologia utilizada. Tem como objetivo estabelecer normas que minimizem riscos à saúde de pessoas expostas a agentes biológicos.
2. Etiologia
O significado de Bio (do grego Bios) = Vida
e segurança se refere à qualidade de ser
ou estar seguro, protegido, preservado,
livre de risco ou perigo.
Processo progressivo, que não inclui
conclusão em sua terminologia.
3. O que é
Biossegurança?
“É a condiçãode segurança alcançada por um
conjunto de ações destinadas a prevenir,
controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes
às atividades que possam comprometer a
saúde humana, animal, vegetal e o ambiente.”
(CBS, 2010)
4. Objetivos: Instituir normas e medidas que
reduzam ao máximo a exposição a riscos que
afetam a saúde de todos os
trabalhadores,professores e estudantes nos
laboratórios da área básica que estão em
contato com equipamentos, substâncias
químicas e espécimes biológicos.
5. Importância
para
Abordar medidas de Controle de infecção
proteção da equipe em serviços de saúde.
Promoção da consciência sanitária na comunidade
onde atua.
Preservação do meio ambiente na manipulação e no
descarte de resíduos quimicos, toxicos e infectantes.
Redução geral de Risco à saúde e acidentes
ocupacionais.
6. AGENTES AMBIENTAIS: são elementos ou
substâncias presentes nos diversos ambientes
humanos que, quando encontrados acima dos
limites de tolerância, podem causar danos à
saúde das pessoas.
AGENTES BIOLÓGICOS: São introduzidos nos
processos de trabalho pela utilização de seres
vivos ( em geral microorganismos) como parte
integrante do processo produtivo, tais como
vírus, bacílos, bactérias, etc, potencialmente
nocivos ao ser humano.
7. AGENTES ERGONÔMICOS: são riscos
introduzidos no processo de trabalho por agentes
(máquinas, métodos, etc) inadequados às
limitações dos seus usuários.
AGENTES FÍSICOS: são os riscos gerados pelos
agentes que têm capacidade de modificar as
características físicas do meio ambiente.
AGENTES MECÂNICOS (Acidentes): São os riscos
gerados pelos agentes que derrancam o contato
físico direto com a vítima para manifestar a sua
nocividade.
8. AGENTES QUIMICOS: são as substâncias,
compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória, nas formas de
poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos
pelo organismo através da pele ou por ingestão.
São os riscos gerados por agentes que modificam
a composição química do meio ambiente.
10. ÁGUA ESTÉRIL: é aquela que sofreu
tratamento físico com a finalidade de
eliminar qualquer tipo de vida
microbiana ali presente (Água destilada,
Água deionizada,Água MileQ)
ÁGUA TRATADA: é aquela que sofreu
tratamento físico e/ou químico com a
finalidade de remover impurezas e
germes patogênicos.
11. ARTIGO CRÍTICO: é todo o instrumental pérfuro-
cortante que penetra em tecidos e entra em
contato com sangue e secreções
ARTIGO DESCARTÁVEL: é o produto que após o
uso perde as suas características originais e não
deve ser reutilizado e nem reprocessado.
ARTIGO NÃO-CRÍTICO: é todo artigo destinado
apenas ao contato com a pele íntegra do
paciente/trabalhador.
12. ANTI-SEPSIA: é a eliminação de formas
vegetativas de bactérias patogênicas de um
tecido vivo.
ASSEPSIA: é o conjunto de medidas adotadas
para impedir que determinado meio seja
contaminado.
DESCONTAMINAÇÃO: é o processo de
eliminação total ou parcial da carga microbiana
de artigos ou superfícies, tornando-os aptos para
o manuseio seguro. Este processo pode ser
aplicado através de limpeza, desinfecção e
esterilização.
13. LIMPEZA OU HIGIENE: é o asseio ou
retirada da sujidade de qualquer superfície.
E pode ser feito por:
Fricção mecânica com água e sabão;
Máquinas de limpeza com jatos de água
quente ou detergentes;
Máquinas de ultra-som com detergente
ou desencronstantes.
14. DESINFECÇÃO: é o processo de eliminação de
vírus, fungos e formas vegetativas de
bactérias, porém não seus esporos, mediante
a aplicação de agentes físicos ou químicos,
sendo principalmente utilizados:
Hipoclorito de Sódio a 0,5% (meio químico líquido)
Álcool Etílico a 70% (meio qúimico Líquido)
Formaldeído a 4% (Meio químico líquido)
Glutaraldéido a 2% (meio químico líquido)
Pasteurização de 60 a 90ºC por 30 min (meio físico
líquido)
15. ESTERILIZAÇÃO: é o processo de eliminação
de todos os microorganismos presentes no
instrumental, tais como vírus, fungos e
bactérias, inclusive seus esporos.
Autoclavagem- 121ºC por 30 min (meio físico);
Estufa ou forno de Pasteur – 170ºC por 120min
(meio
físico);
Glutaraldeído a 2% por 10 h (meio químico líquido);
Fomaldeído a 4% por 18 h (meio químico líquido);
ET – Óxido de Etileno – tempo de aeração 6 a 24 h
(meio químico gasoso).
17. Biossegurança
PERIGO: Fonte ou situação com potencial
para provocar danos em termos de lesão,
doença, dano à propriedade, meio ambiente,
local de trabalho ou a combinação destes.
ocorrência e da consequência de
RISCO: Combinação da probabilidade de
um
determinado evento perigoso.
20. De onde vêm o Risco
Instrução inadequada;
Supervisão ineficiente;
Práticas inadequadas;
Mau uso de EPI;
Trabalho falho;
Não observação de normas.
21. O que é Risco?
Entende-se por agente de risco qualquer
componente de natureza Física, Química ou
Biológica que possa “Comprometer a saúde
do homem, dos animais, do meio ambiente
ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos”
Para que tenhamos AÇÃO em Biossegurança,
é imprescindível realizar uma AVALIAÇÃO DE
RISCO!
37. Barreiras de contenção primária
Barreiras de contenção secundária
- Desenho e estrutura física dos laboratórios
- Equipamentos de proteção individual (EPI)
-Portaria 3214-NR6 (08/06/78)
“Todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou
estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física
do trabalhador”.
-Equipamentos de proteção coletiva (EPC)
-Cabines de segurança biológica (CSB)
38. Equipamentos de Proteção Individual
(EPI)
Luvas
Máscara
Jaleco
Viseiras de proteção
Óculos
Gorro
39. Equipamentos de proteção coletiva (EPC)
Chuveiro de emergência
Lava-olhos
Equipamentos complementares
Cabines de segurança
Fluxo laminar de ar
Capela química NB
Manta ou cobertor
Vaso de areia
Mangueira de incêndio
Extintores de incêndio
42. Classificação de Risco Biológico
Os riscos biológicos podem ser classificados
em “Classes de Risco 1, 2, 3 e 4” segundo a
OMS.
Esses riscos são classificados segundo:
Patogenicidade para o homem
Virulência
Modos de transmissão
Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes
Disponibilidade de tratamento eficaz
Endemicidade
43. Normas e condutas no ambiente laboratorial
As instalações laboratoriais designam-se por: (NR-32)
Laboratório de base 1 (lab. escola) – Nível 1 de segurança
biológica;
Laboratório de base 2 (Hospitais e lab. clínicos) – Nível 2 de
segurança biológica,
Laboratório de confinamento – Nível 3 de segurança
biológica.(grandes quantidades e [ ] de microrganismos Cl.2)
Laboratório de confinamento máximo – Nível 4 de segurança
biológica
44. Níveis de Biossegurança(Agente Biológico)
RISCO 1: NB1: baixo risco individual e coletivo
Ex: bascillus subtilis
RISCO 2: NB2: moderado risco individual e risco coletivo
limitado
Ex: HBV, HIV
RISCO 3: NB3: elevado risco individual e risco coletivo baixo
Mycrobacterium tuberculosis
RISCO 4: NB4: Agentes que causam doenças graves para o
homem e representa sério risco para os profissionais
(individual) e para a coletividade.
Ex:Vírus Ebola
45. Níveis de Biossegurança
AComissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) normatizou
os níveis de Biossegurança crescentes no maior grau de contenção e
complexidade do nível de proteção
N B A G E N T E S P R Á T I C A S I N S T A L A Ç Õ E S (Barreiras
Secundárias)
1
Que não são conhecidos por
causarem doenças e m adultos
sadios.
Práticas Padrões de microbiologia Bancadas abertas com pias
próximas.
2
Associados com doenças
humanas, risco = lesão
percutânea, ingestão, exposição
da membrana mucosa.
Prática de NB-1 mais:
- Acesso limitado
- Aviso de Risco Biológico
-Precauções com objetos
perfurocor-tantes.
-Manual de Biossegurança que
defina qualquer descontaminação de
dejetos ou normas de vigilância
médica.
NB-1 mais: Autoclave disponível.
3
Agentes exóticos co m potencial
para transmissão via aerossol; a
doença pode ter conseqüências
sérias ou até fatais.
Práticas de NB-2 mais:
- Acesso controlado
- Descontaminação de todo o lixo
-Descontaminação da roupa usada
no laboratório antes de ser lavada.
- Amostra sorológica
NB-2 mais:
-Separação física dos corredores de
acesso.
-Portas de acesso dupla com
fechamen-to automático.
- Ar de exaustão não recirculante.
-Fluxo de ar negativo dentro do
laborató-rio.
4
Agentes exóticos ou perigosos
que impõem u m alto riso de
doenças que ameaçam a vida,
infecções laboratoriais
transmitidas via aerossol; ou
relacionadas a agentes com
risco desconhecido de
transmissão
NB-3 mais:
-Mudança de roupa antes de entrar.
-Banho de ducha na saída.
-Todo o material descontaminado na
saída das instalações.
NB-3 mais:
- Edifício separado ou área isolada.
-Sistemas de abastecimento e
escape, a vácuo, e de
descontaminação.
-Outros requisitos sublinhados no
texto.
46. Classificação dos resíduosde serviçosde saúde
Grupo A1: Culturas e estoques de microrganismos; descarte de vacinas,
amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos.
Grupo A2 :Carcaças, peças anatômicas
vísceras e outros resíduos submetidos a
processos de experimentação com ino-
culação de microorganismos.
GrupoA3 :Peças anatômicas (membros)
do ser humano
Grupo A4 :resíduos que não necessitam de tratamento. Sobras de
amostras de laboratório e seus recipientes etc.
47. Grupo B
Resíduos contendo substâncias químicas que podem
apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente.
48. Grupo C
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que
contenham radionuclídeos e para os quais a reutilização é imprópria
ou não prevista.
49. Grupo D
Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou
radiológico à saúde ou ao meio ambiente. Suas características são
similares às dos resíduos domiciliares.
50. Grupo E
Materiais perfuro cortantes ou escarificantes: objetos instrumentos
contendo cantos, bordas, pontas ou protuberâncias rígidas e agudas,
capazes de cortar ou perfurar.
“As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as
seringas, quando descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou
proceder a sua retirada manualmente” (ANVISA, 2004)”
71. Condutas mediante a um acidente com
material biológico em Lab.Escola
Comunicar imediatamente ao professor
Cuidados com o ferimento:
-Exposição percutânea ou cutânea: Lavagem com água corrente e
sabão
-Exposição em mucosas:lavagem com soro fisiológico ou água
destilada.
Identificaçao da fonte
Determinaçao do material biologico envolvido
Classificaçao da gravidade da lesao
Exames solicitados
Acompanhamento do acidentado e notificaçao CIPA
72. Biossegurança em saúde
Para que as ações de biossegurança sejam efetivas é necessário
que todos os envolvidos em atividades de risco estejam
devidamente informados acerca das diretrizes atuais, bem como
aptos a colocá-las em prática de maneira correta.
Para que as ações de biossegurança sejam efetivas é necessário
que todos os envolvidos em atividades de risco estejam
devidamente informados acerca das diretrizes atuais, bem como
aptos a colocá-las em prática de maneira correta.
73.
74. Referencias Bibliograficas
P.M.M. Penna et al. BIOSSEGURANÇA: UMA REVISÃO: Arq. Inst. Biol.,
São Paulo, v.77, n.3, p.555-465, jul./set., 2010
PALOS M , Acidentes com material biológico ocorridos com profissionais
de laboratórios de Análises Clínicas- DST – J bras Doenças Sex Transm
18(4): 231-234, 2006
UNESP
, Manual de Biossegurança – Laboratorio de Hemoglobina e
Genetica das doenças Hematologicas.
PUC-GOIAS, Manual de Biossegurança Laboratorios da Area Basica-
LAB,Departamento de Biomedicina,2008
Ministerio da saude-Manual de biossegurança,2 ediçao,SP 2003