1. TEMA 6
CONCEÇÕES DE SER HUMANO
CAPÍTULO 2
FREUD E O INCONSCIENTE
O INCONSCIENTE E AS SUAS MANIFESTAÇÕES
PSICOLOGIA B
2. O OBJECTO DE ESTUDO DA PSICOLOGIA
• O estudo da influência que os processos
psíquicos – sobretudo os inconscientes –
exercem sobre o comportamento e a
personalidade.
• A mente, o psiquismo humano, não se reduz à
consciência.
A consciência é apenas uma pequena dimensão
do nosso aparelho psíquico, pouca influência
exerce sobre o nosso comportamento.
3. O INCONSCIENTE
A grande novidade da revolução psicanalítica não
é a descoberta do Inconsciente mas a afirmação
de que este influencia muito mais do que a
consciência a nossa maneira de sentir, agir e
pensar.
4. O INCONSCIENTE
AS MANIFESTAÇÕES DO INCONSCIENTE
SONHOS ACTOS FALHADOS NEUROSES
O sonho é a realização
ilusória de desejos
recalcados. É a via real
de acesso ao
inconsciente porque
acontece quando a
censura está menos
activa
“Deslizes” quotidianos
com origem no
recalcamento de
desejos, sentimentos e
pensamentos .São a
forma disfarçada de
manifestação de pulsões
ou impulsos de que não
temos consciência, mas
que são indesejáveis, se
exprimirem.
Sintomas ou
manifestações de algo
que foi recalcado,
impedido de aceder à
consciência. São
doenças psíquicas que
traduzindo-se em
perturbações físicas
resistem à medicação.
Derivam da repressão
dos impulsos sexuais e
agressivos.
5. O INCONSCIENTE
Exemplo de um sonho
Uma paciente relatou a Freud um sonho em que
comprava num grande hipermercado um magnífico
chapéu muito caro e preto. É este o conteúdo
manifesto do sonho.
Freud sabia que a paciente estava casada com um
homem doente de idade muito avançada e
apaixonada por um homem rico, belo e
relativamente jovem.
6. O INCONSCIENTE
Exemplo de um sonho
A interpretação irá considerar cada um dos elementos do
sonho como símbolos de desejos inconscientes, recalcados:
– O belo chapéu simboliza uma necessidade de ostentação para
seduzir o homem amado.
– O preço custoso simboliza o desejo de riqueza.
– O chapéu negro, chapéu de luto, representa simbolicamente
a vontade de se ver livre do marido, obstáculo à satisfação
dos seus desejos.
O conteúdo latente do sonho, o seu significado profundo,
foi assim revelado: significava um desejo inconfessável e
inconsciente porque recalcado (ver o marido morto).
7. O INCONSCIENTE
Os atos falhados
Na vida psíquica não há lugar para o acaso. Os “atos falhados”
que poderíamos julgar insignificantes têm um sentido.
“O Inconsciente manifesta-se incessantemente” e os “atos
falhados” são o modo, por vezes grotesco mas nunca
doentio, de os conteúdos e representações inconscientes
vencerem a barreira da censura.
8. O INCONSCIENTE
Exemplos de atos falhados
Freud cita o exemplo de um amigo que escreveu uma
carta mas se esqueceu de a enviar durante vários
dias. Finalmente enviou-a mas os Correios
devolveram-na porque não tinha destinatário. Pôs a
morada no envelope e enviou-a de novo. Foi outra
vez devolvida porque não tinha selo. Tais “falhas”
exprimem inconscientemente o desejo de a carta
não chegar ao seu destino.
9. O INCONSCIENTE
Exemplos de atos falhados
- Um dos confrades de Freud: “Sou perfeitamente capaz de
tentar abrir a porta do laboratório do hospital com a chave
do meu domicílio, embora as duas sejam muito diferentes».
O erro revela inconscientemente o lugar onde preferiria
estar.
– Uma mulher, querendo saber notícias de uma amiga de longa
data, telefona-lhe e, por erro, chama-a pelo nome de
solteira. Descobriu-se que detestava o marido da sua amiga.
- Dizer I leave you em vez de I love you pode desencadear uma
tempestade….
10. O INCONSCIENTE
As neuroses
As neuroses são sintomas ou manifestações de algo
que foi recalcado, impedido de aceder à
consciência. O doente ignora aquilo que recalca,
não conhece os desejos escondidos do seu
Inconsciente.
São doenças psíquicas que traduzindo-se em
perturbações físicas resistem à medicação. Muitas
das neuroses derivam, segundo Freud, da repressão
dos impulsos sexuais e agressivos.
11. O INCONSCIENTE
Um caso de neurose
Quando em 1885 começou a tratar uma doente
chamada Anna O. (cujo nome real era Bertha
Pappenheim), Josef Breuer descobriu sintomas
surpreendentes.
Mesmo em dias de calor muito intenso e com imensa
sede, a paciente não conseguia beber; Só comia
fruta para saciar a sede.
Apresentava outros sintomas tais como cegueira
histérica e paralisia do braço.
12. O INCONSCIENTE
Um caso de neurose
Um dia submetida a hipnose começou a falar de recordações
da sua infância. Contou que entrando um dia no quarto da
governanta inglesa que seu pai doente contratara viu com
repugnância que o cão daquela estava a beber de um copo
que estava em cima da mesa-de-cabeceira. Por uma questão
de educação não fez qualquer comentário sobre um facto
que considerava horroroso, recalcando – o.
Mal acabou de relatar este acontecimento infantil, pediu água
e bebeu uma grande quantidade. Despertou da hipnose com
o copo nos lábios e com um ar bastante aliviado. A
perturbação emocional desaparecera.
13. O INCONSCIENTE
Um caso de neurose
Freud interpretou os factos assim:
Quando Anna falava de si mesma, muitas vezes lembrava-se
de factos há muito tempo reprimidos. O confronto com os
factos dolorosos ou embaraçosos produziu um alívio dos
seus sintomas. Podia pensar – se que Anna se tinha curado
pela palavra, mas a hipnose não era o meio terapêutico
certo. A hidrofobia desaparecera mas persistiam os outros
sintomas.
Apercebendo – se dos limites da hipnose, Freud inventou uma
psicoterapia a que chamaria psicanálise.