Este documento discute os princípios gerais da proteção fitossanitária, incluindo a necessidade de planeamento e conhecimento do ciclo da cultura e pragas. Ele também descreve vários métodos de proteção como quarentena, luta genética, cultural, biológica, biotécnica e química.
2. Necessário planeamento.
Exige-se conhecimento:
do ciclo da cultura
da biologia de pragas e doenças potenciais
dos meios de protecção e das suas
capacidades
da influência do clima da região
…
PRINCÍPIOS GERAIS – PREVENIR
3. Vale mais prevenir que remediar:
criar condições para que os agentes nocivos
não atinjam níveis populacionais elevados
PRINCÍPIOS GERAIS – PREVENIR
Solo equilibrado, corrigido e nutrido
(preocupação com o teor de MO)
Enquadramento bio-diverso
Instalação correcta da cultura
Gestão adequada da canópia (arejamento)
6. A quarentena
visa prevenir a introdução e difusão de pragas
exóticas, através do controlo de vegetais
importados de outros países ou regiões suspeitas
O controlo deve ir além do material vegetal
plantas, partes de plantas, estacas, bolbos,
sementes,
também a meios de transporte, embalagens
7. O material vegetal é inspeccionado e tem de
vir acompanhado por documentos oficiais
A inspeção é feita nas fronteiras terrestres,
marítimas e aéreas e pode originar:
• proibição de entrada
• submissão a quarentena (sentido estrito)
• submissão a tratamento à entrada
• futura observação em cultura
8. 8
Legislação fitossanitária
Directiva nº 2000/29/CE, do Conselho, de 8 de
Maio e alterações seguintes
Regulamento (CE) nº 690/2008, da Comissão,
de 4 de Julho
Decreto-Lei nº 154/2005, de 6/Setembro
alterado pelo Decreto-Lei nº 4/2009, de
5/Janeiro
9. Decreto-Lei nº 154/2005
Anexo V
Vegetais, produtos vegetais e outros objectos que
devem ser submetidos a inspecção fitossanitária
no local de produção,
se originários da Comunidade, antes de
poderem circular na Comunidade
ou no país de origem ou no país expedidor, se
originários de países terceiros, antes de poderem
entrar na Comunidade
10. Anexo V
Parte A
Vegetais, produtos vegetais e outros objectos
originários da Comunidade
Secção I
portadores potenciais de organismos prejudiciais
importantes para toda a Comunidade
e que devem ser acompanhados de passaporte
fitossanitário
11. Anexo V
Parte A
Vegetais, produtos vegetais e outros objetos
originários da Comunidade
Secção II
portadores potenciais de organismos prejudiciais
importantes para determinadas zonas protegidas
e que devem ser acompanhados de passaporte
fitossanitário válido para a correspondente zona,
quando da sua entrada ou circulação na mesma
12. 12
Passaporte fitossanitário (Art 13º)
1 – Os vegetais, produtos vegetais e outros
objectos referidos na parte A do anexo V só
podem circular no País e na Comunidade se
forem acompanhados de um passaporte
fitossanitário
(com informações específicas)
13. Passaporte fitossanitário (Art 3º - definições)
uma etiqueta oficial, válida no interior da
Comunidade, que atesta o cumprimento das
disposições do presente diploma relativas a
normas fitossanitárias e exigências específicas, a
qual deve ser acompanhada, quando necessário,
por documento complementar
14. Anexo V
Parte B
Vegetais, produtos vegetais e outros objectos,
originários de países terceiros, que devem ser
acompanhados de certificado fitossanitário e
submetidos a inspecção fitossanitária, quando da
sua introdução no País
Secção I
portadores potenciais de organismos prejudiciais
importantes para toda a Comunidade
15. Anexo V
Parte B
Vegetais, produtos vegetais e outros objectos,
originários de países terceiros, que devem ser
acompanhados de certificado fitossanitário e
submetidos a inspecção fitossanitária, quando da
sua introdução no País
Secção II
portadores potenciais de organismos prejudiciais
importantes para determinadas zonas protegidas
16. Certificado fitossanitário (Art 3º - definições)
o documento oficial contendo as informações
definidas pela Convenção Fitossanitária
Internacional (CFI) que atesta o cumprimento
das exigências fitossanitárias do país a que se
destina a remessa
17. Inspeção fitossanitária de materiais
provenientes de países terceiros nos pontos de
entrada (Art 17º)
1- (…) os vegetais, produtos vegetais e outros
objetos constantes da parte B do anexo V
provenientes de países terceiros, bem como as
suas embalagens e os veículos que asseguram o
seu transporte, são sujeitos, antes do seu
desembaraço aduaneiro, e no ponto de entrada,
à inspecção fitossanitária (…)
18. Inspecção fitossanitária de materiais
provenientes de países terceiros nos pontos de
entrada (Art 17º)
2-Os vegetais, produtos vegetais e outros
objectos não considerados no nº anterior são
sujeitos a inspecção fitossanitária sempre que
existam razões que levem a supor estarem
contaminados por organismos prejudiciais,
devendo neste caso, e a pedido dos serviços de
inspecção, ficar sob fiscalização aduaneira até à
obtenção do resultado da inspecção
20. A utilização da resistência genética é um
dos métodos de controlo
mais eficientes,
de fácil acesso pelos produtores,
económico,
A resistência genética a doenças pode ser
definida como a capacidade do hospedeiro
em impedir o desenvolvimento do patogénio
21. cultivares resistentes a doenças
resistências geral, específica e retardante
tolerância
cultivares resistentes a pragas
cultivar imune
cultivar resistente por
não preferência, antibiose, tolerância
22. Portugal tem instituições de renome, na área
do melhoramento das plantas:
Estação Nacional de Fruticultura Vieira
Natividade – Alcobaça
Estação de Melhoramento de Plantas – Elvas
Núcleo de Melhoramento do Milho – Braga
Estação Agronómica Nacional – Oeiras
Centro de Investigação das Ferrugens do
Cafeeiro – Oeiras
23. No plano nacional, são êxitos conhecidos
linhas de cereais resistentes às ferrugens
variedades de meloeiro resistentes ao oídio
No plano internacional cita-se a criação de
linhas de cafeeiro com elevado potencial
produtivo e resistente à ferrugem (Hemileia
vastatrix),
doença responsável pela destruição de
plantações de cafeeiro em todo o mundo
24. 24
Cafeeiro – cultivar ‘Oeiras'
resistente a Hemileia
vastatrix
Exemplo
Centro de Investigação
das Ferrugens do Cafeeiro
- Oeiras
25. Métodos clássicos:
seleção massal
enxertia
hibridação
Métodos modernos (biologia celular):
micropropagação ou multiplicação
vegetativa in vitro
haploidização
cultura de embriões
fusão de protoplastos
26. A biologia celular (excetuando a cultura de
protoplastos) não faz mais que as técnicas
ancestrais de reprodução faziam ao nível da
planta
A transgenética permite hoje a manipulação
dos genes contidos no ADN e a alteração do
genoma de um ser vivo
27. 27
Exemplo
Em 1867 as vinhas durienses foram invadidas por uma praga
temível: a filoxera (Daktylosphaera vitifoliae , Homoptera)
28. Este grave problema só foi ultrapassado quando as videiras europeias
começaram a ser enxertadasem Vitis de origem norte-americana
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT87973-15259-87973-3934,00.html
30. 1) medidas diretas
eliminação de focos de praga, doença, ou
infestantes
eliminação de restos de cultura infetados
eliminação de plantas hospedeiras
eliminação de infestantes
redes (aves, afídios, moscas de hortícolas)
31. 2) medidas indiretas
qualidade sanitária das sementes
seleção da cultura
rotações, consociações
solo: preparação, trabalho, fertilização,
cobertura do solo
condução: compassos, podas, gestão da
copa
sementeira: profundidade, densidade,
compassos
32. 2) medidas indiretas
fertilização
a) Correcção do pH (calcário, enxofre, MO)
b) Adição de MO p/ suporte de antagonistas —
competição + supressividade
(bom controlo de podridões das raízes)
c) Adubos verdes, adubações equilibradas
35. Trabalho do solo e gestão de resíduos
a) Enterramento/destruição de resíduos
vegetais (pirale, pedrado, mineiras, nas
estufas, ...)
b) Lavoura de Verão contra pragas e
patogénios (alfinetes, fungos diversos, ...)
c) Supressão de órgãos doentes em árvores
(frutos mumificados, ramos c/ moniliose,
oídio, ...)
36. 36
2) medidas indirectas
Fruto com podridão, no processo de mumificação.
Os frutos mumificados nos ramos são importante
fonte de inóculo
p://www.ufrgs.br/agrofitossan/galeria/tipos.asp?id_nome=2&Pagina=2
42. exemplos clássicos
Rodolia cardinalis
1888, California Icerya purchasi (Austrália)
Aphelinus mali
anos 1920, Europa Eriosoma lanigerum
Encarsia perniciosi
1958-60, França Quadraspidiotus perniciosus
44. Conservação dos auxiliares nativos
COMO ?
Usando pesticidas não agressivos
Introduzindo diversidade no ecossistema
Bandas de compensação ecológica (BCE)
Bordaduras ervadas
Adubos verdes
Sebes
...
45. Sebes (de preferência compostas)
Efeito abrigo para auxiliares
— Cada espécie da sebe abriga uma fauna
particular
fauna auxiliar mais rica
Diversidade de plantas na sebe
Estrutura da copa mais complexa
Família botânica habitual na região
53. 1) RCI que interferem na cutícula – antiquitinas
interferem com a hormona que regula a síntese
da quitina – a bursicon
2) RCI miméticos da hormona juvenil (neotenina)
interferem com a hormona que regula o
desenvolvimento – a hormona juvenil
3) RCI miméticos das hormonas de muda ou MAC
Moulting Accelerating Compounds que
interferem com a ecdisona
54. 54
1) RCI que interferem na cutícula - antiquitinas
impossibilitam a renovação da cutícula do
inseto (mudas) e a consequente formação do
novo exoesqueleto – conduz à morte
Exemplos
Benzoilureias – diflubenzurão, flufenoxurão
hexaflumurão, lufenurão, teflubenzurão,
triflumurão (lepidópteros bichado da fruta,
mineiras e traças dos cachos)
ciromazina (larvas em muda e pupas Díptera)
55. 55
2) RCI miméticos das hormonas juvenis
o inseto não consegue atingir a muda nas fases
larvar ou ninfal – provoca-lhe a morte
Exemplos
fenoxicarbe (lepidópteros bichado da fruta,
mineiras e traças dos cachos), piriproxifeno,
diofenolão
56. 56
3) RCI miméticos das hormonas de muda ou MAC
acelera a muda num momento em que o inseto
ainda não está fisiologicamente preparado –
provoca a morte
Exemplos
tebufenozida, metoxifenozida, halofenozida,
azadiractina (esta substância activa também é
fago-inibidora) - todas contra lepidópteros
58. 58
injeções de vapor no solo
— desinfeção/desinfestação e monda
termoterapia
— desinfeção de sementes e plantas
monda térmica
— choque térmico sobre infestantes
solarização
ruídos sonoros