A expansão ultramarina permitiu conhecer um novo mundo e estabeleceu rotas que uniam as diferentes regiões entre si. O comercio assumiu dimensões mundiais.
2. Percurso da viagem de circum-navegação iniciada por Fernão de
Magalhães e concluída por Sebastião Elcano
Planisfério de Baptista Aguesa (c. 1543)
Fernão de Magalhães
Sebastião Elcano
3. As rotas comerciais na Idade Média
Até ao início do séc. XVI, as cidades italianas (Génova e Veneza) foram importantes centros de
comércio. Eram elas que abasteciam a Europa de especiarias e mercadorias orientais que os
muçulmanos iam buscar à Índia pela Rota do Levante.
5. “Os portugueses criaram uma economia à escala do globo.”
Jacques le Goff
As viagens marítimas dos portugueses e espanhóis permitiram a descoberta de novos territórios e
puseram em contacto povos que até então se desconheciam. Desses contactos resultou a abertura de
importantes rotas do comércio intercontinental.
As rotas do comércio intercontinental
6. As novas rotas do comércio intercontinental
Rotas atlânticas: Faziam a ligação entre Lisboa, África e Brasil; entre Cádis (Sevilha) e os territórios
espanhóis da América Central e do Sul;
Rota do Cabo: punha a Europa em contacto com o Oriente através da ligação Lisboa – Goa
(contornando o continente africano);
Rotas do Extremo Oriente: Ligavam
Goa a várias ilhas do sudeste asiático, à
China e ao Japão;
Rota de Manila: estabelecia a ligação entre Manila
(Filipinas) e Acapulco (México) através do Oceano
Pacífico;
http://ireneses.files.wordpress.com/2012/05/16th_century_portuguese_spanish_trade_routes.png
7. ”Entre as especiarias, a pimenta desempenhou sempre
um papel preponderante porque, ao invés das outras,
dá lugar a um comércio de massas... a pimenta, só por
si, excede em quantidade todas as outras especiarias
consideradas conjuntamente.”
Vitorino Magalhães Godinho, Os descobrimentos
e a Economia Mundial, Lisboa, 1983
Gravura dos finais do séc. XVI representando alguns dos novos
produtos que os portugueses encontraram no Oriente: ananás,
caju e manga.
Principais produtos do comércio intercontinental
(séc. XVI)
As novas rotas proporcionaram a circulação de
produtos e permitiram um intercâmbio de
plantas e culturas agrícolas entre os continentes.
9. In Atlas de Botanica, Antonio Xavier Pereira Coutinho, Companhia Nacional Editora, 1808
PLANTAS ORIGINÁRIAS DO CONTINENTE AMERICANO: MILHO/ANANÁS/FEIJÃO
10. PLANTAS ORIGINÁRIAS DO CONTINENTE AMERICANO: BATATA / TABACO
In COMPÊNDIO DE BOTÂNICA PARA O 2º CICLO LICEAL, SEOMARA DA COSTA PRIMO, PÁGS. 97 e 179
11. In Atlas de Botanica, Antonio Xavier Pereira Coutinho,
Companhia Nacional Editora, 1808
PLANTAS ORIGINÁRIAS DO CONTINENTE ASIÁTICO
Coqueiro
Cana de açúcar
Especiarias
Chá
Arroz
Algodão
Café
12. ”Esperavam-se as notícias de Portugal sobre a
chegada das suas caravelas, e aguardava-se
uma tal notícia com medo e apreensão [...].
Na feira alemã de Veneza, há muito poucos
negócios. E isto porque os Alemães não
querem comprar a altos preços correntes [...]
dado a pequena quantidade de especiarias
que se encontram em Veneza. [...] E, na
verdade, havia muito menos trocas do que se
poderia ter previsto. E isto provinha do facto
de os alemães não comprarem de imediato o
que necessitavam; porque não sabiam que
especiarias seriam trazidas pelas caravelas
portuguesas.”
Diário de um mercador veneziano, 1508, em
Les Mémoires de l´Europe, Paris, 1972
As rotas do comércio com
Antuérpia
Com a abertura das novas rotas comerciais, Lisboa e Sevilha tornaram-se importantes centros
económicos: Lisboa recebia o ouro africano, as especiarias orientais e o açúcar da Madeira e S. Tomé;
Sevilha recebia a prata e o ouro da América.
Antuérpia (Flandres) era o centro distribuidor desses
produtos para a Europa e era onde os países ibéricos se
abasteciam dos produtos que consumiam ou
transportavam para o Oriente e para a América
13. Para organizar o comércio colonial foram criados dois organismos :
Casa da Índia Casa de Contratación de Índias
Lisboa Sevilha
Organização do comércio intercontinental
14. O COMÉRCIO À ESCALA MUNDIAL
Expansão ibérica
Mundialização da economia
Novas rotas do comércio intercontinental
América
Rotas Atlânticas
Importantes centros económicos
Produtos
Rota do Cabo Rota de Manila
nomeadamente:
através das quais circulavam
África Ásia
deram início à
Lisboa Sevilha Antuérpia
Política de transporte Redistribuição dos produtos
originando
para
como
- Ouro
- Escravos
- Marfim
-Malagueta
A
Rota do Extremo Oriente
- Especiarias
- Tecidos de luxo
- Porcelanas
- Pedras preciosas
- Perfumes
- Metais preciosos
- Batata, Tomate
- Milho maís
- Frutos tropicais
-Tabaco
praticavam uma onde era feita a
abriu
15. Os hábitos alimentares europeus alteraram-se com a generalização do uso de especiarias, açúcar,
com a introdução do feijão, do tomate e de outros alimentos.
O consumo de tabaco, do café e do chá passaram a fazer parte dos hábitos europeus.
Nova moda: Os tecidos (algodão e seda) transformaram o modo de vestir dos mais ricos que
também tinham acesso a objetos de luxo: porcelanas, móveis, perfumes, etc.
Os europeus, particularmente os portugueses, tinham muitos escravos que desempenhavam
trabalhos muito diversificados.
Repercussões da circulação de produtos no quotidiano europeu
A entrada de metais preciosos provocou um aumento da cunhagem e da circulação da moeda,
bem como uma acentuada subida de preços.
Alterações no quotidiano:
16.
17. Não me temo de Castela
donde inda guerra não soa;
mas temo-me de Lisboa,
que, ao cheiro desta canela,
o Reino nos despovoa.
Sá de Miranda
A população começa a sentir-se atraída pelo Oriente e ambiciona lá viver;
A expansão Ibérica possibilitou o intercâmbio de culturas e a miscigenação. O contato
entre europeus, africanos, ameríndios e orientais permitiu uma troca de
conhecimentos, hábitos, costumes, língua, religiões... Todos estes povos beneficiaram
do processo de aculturação.
18. A MULTICULTURALIDADE NOS SÉCULOS XV E XVI
Durante a formação dos Impérios
Peninsulares verificaram-se
intercâmbios e interinfluências entre
dominadores e dominados. Tratou-se
de um período de um forte encontro
de culturas.
A evangelização de populações indígenas em África
Entre Portugueses e Africanos
desenvolveram-se interinfluências
culturais. No domínio religioso,
fizeram-se muitas conversões de
populações indígenas ao Cristianismo.
Também desenvolveram a transmissão
da língua portuguesa para essas
populações.
19. No que diz respeito ao Oriente, onde existiam civilizações mais desenvolvidas, os Portugueses
receberam mais influências culturais, nos domínios da literatura, das ciências, das artes decorativas
e até dos hábitos alimentares.
A. Martins Janeira, O impacto português sobre a
civilização japonesa, Lisboa, 1970
20. Os Portugueses tentaram a evangelizar populações asiáticas sobretudo através de missionários
jesuítas. Para além disso, desenvolveram uma política de promoção de casamentos entre
Portugueses e Indianas. Daí, poder-se afirmar que houve uma miscigenação de culturas.
Missionários jesuítas no Japão
(pormenor de biombo japonês do
século XVI)
Jovens indianas conversando com fidalgo
português (desenho colorido do século XVI)
21. A aculturação: Processo através do qual um grupo contacta com uma cultura diferente e começa
a adquirir os hábitos e costumes dos outros.
A assimilação: Apropriação de costumes e hábitos de outros.
O intercâmbio: Troca de experiências, valores, objetos e costumes entre diferentes culturas.
A expansão ultramarina tornou possível:
Com a expansão ultramarina o comercio passou a realizar-se à escala mundial e tornou possível
a construção de sociedades multiculturais.
A miscigenação: Mistura de raças e culturas.