1) O documento discute a importância de se entender o fracasso escolar como um problema social e político produzido, e não como característica individual das crianças.
2) Defende-se que as causas do fracasso escolar estão ligadas a fatores estruturais do sistema educacional e não a aspectos individuais dos estudantes.
3) Argumenta-se que atribuir o fracasso escolar a problemas de saúde ou imaturidade das crianças serve para esconder as falhas do sistema de ensino.
3. Posicionamo-nos em defesa da escola
democrática que humanize e assegure a
aprendizagem. Uma escola que veja o
estudante em seu desenvolvimento – criança,
adolescente e jovem em crescimento
biopsicossocial; que considere seus interesses e
de
seus
pais,
suas
necessidades,
potencialidades, seus conhecimentos e sua
cultura.
4. Reconhecer
o aluno como sujeito de direitos
coloca os currículos, o conhecimento, a cultura,
a formação, a diversidade, o processo de
ensino-aprendizagem e a avaliação, os valores e
a cultura escolar e docente, a organização dos
tempos e espaços em um novo referente de
valor: o referente ético do direito. Isso muda
alguma coisa em nossa forma de atuar? O que?
5. Como reorientar o currículo visando buscar práticas
mais consequentes com a garantia do direito à
educação?
Como garantir, favorecer, oportunizar, o direito à
educação entendido como direito à formação e ao
desenvolvimento humano, como humanização, como
processo de apropriação das criações, saberes,
conhecimentos, sistemas de símbolos, ciências, artes,
memória, identidades, valores, culturas... resultantes do
desenvolvimento da humanidade em todos os seus
aspectos?
6. Como
viabilizar que o direito ao conhecimento
seja o eixo estruturante do currículo e da docência?
Como trabalhar com os educadores a questão da
centralidade para a docência e para o currículo dos
processos de apreensão do conhecimento, da
possibilidade de aprendizagem de todo ser
humano, da centralidade dos tempos de aprender,
das tensões entre conhecimento, aprendizagem e
diversidade etc.?
7. Como
avaliar se nossos currículos garantem
efetivamente o direito à cultura? Como convencer os
docentes que o dever do currículo, da escola e da
docência é garantir a cultura acumulada, devida às novas
gerações?
Como
recuperar os vínculos entre cultura,
conhecimento e aprendizagem?
A questão da diversidade, as diferenças e as
desigualdades que configuram nossa formação social,
política e cultural estão expressas em nossos currículos?
8. E
as diversidades que os educadores e educandos
levam para as escolas: sócio-étnico-racial, de
gênero, de território, de geração etc. também
estão expressas e sendo bem trabalhadas?
Nossos educadores conseguem ver a diversidade
como um dado positivo, liberá-la de olhares
preconceituosos? O que podemos fazer para
alcançar isso?
Temos
conseguido
superar
práticas
classificatórias? Essa reflexão tem sido uma
indagação nuclear dos nossos currículos?
9. Temos
visto o nosso currículo como uma opção
específica por uma organização temporal e
espacial? Estamos constantemente revendo essa
opção?
Temos clareza de que o que se avalia e como se
avalia está condicionado pelas competências,
habilidades, conhecimentos que o currículo
privilegia ou secundariza? Como lidamos com isso
no cotidiano de nossas escolas?
10. Temos
clareza de quais conhecimentos nosso
currículo privilegia ou secundariza? Fazemos
uma análise e reflexão constante sobre esses
aspectos com o coletivo da escola?
Reorganizamos nosso currículo? Estudamos
sobre o assunto?
Reorientar processos e critérios de avaliação
implica em reorientar a organização curricular e
vice-versa. Isso está suficientemente claro para
todos nós?
13. extra-escolares:
más condições de vida e
subsistência, péssimas condições econômicas,
responsáveis dentre outros fatores pela fome e
desnutrição; a falta de moradias adequadas e de
saneamento básico, etc.
intra-escolares: o currículo, os programas, o
trabalho desenvolvido pelos professores e
especialistas, e as avaliações do desempenho
dos alunos
14. A Produção do Fracasso Escolar. Histórias de
Submissão e Rebeldia, produzido por Maria Helena
de Souza PATTO, dentre muitas e relevantes
questões levantadas e analisadas, demonstra com
clareza que o "processo social de produção do
fracasso escolar" se realiza no quotidiano da escola.
"... O fracasso da escola pública elementar é o
resultado inevitável de um sistema educacional
congenitamente gerador de obstáculos à
realização de seus objetivos”.
15. (...) quando entrevistamos professores, diretores e
especialistas que diretamente atuam nas Redes de Ensino,
ouvimos outra interpretação para o fracasso dessas
crianças, ou seja, o mesmo é sempre imputado a causas
extra-escolares.
(…) à desnutrição, às verminoses, enfim, a uma condição
adversa de saúde. Ignora-se o fato de que estas estudam
em escolas de periferia, onde se concentram todos os vícios
e distorções do sistema social e, especificamente, do
educacional, e tenta-se encontrar nestas crianças uma
causa orgânica, inerente a elas, que justifique seu mau
rendimento.
16. Para
as crianças pobres, assim, fracasso escolar é
sinônimo de deficiência intelectual.
Quais são as crianças desnutridas que estão hoje
frequentando nossas escolas? São aquelas portadoras de
desnutrição leve, a chamada pelos especialistas de
desnutrição de primeiro grau.
Entretanto, o que estamos querendo enfatizar é que este
grau de desnutrição não afeta o desenvolvimento do
sistema nervoso central, não o lesa irreversivelmente e,
portanto, não torna a criança deficiente mental, incapaz de
aprender o que a escola tem a lhe ensinar.
17. 02 escolas - não avaliaram negativamente
05 escolas – entre 20% a 50% avaliaram que precisa melhorar
09 escolas – entre 51% a 90% avaliaram que precisa melhorar
03 escolas – 100% avaliaram que precisa melhorar
Pensamos que colocar as causas desse mau
rendimento nas crianças, individualmente, é
uma forma de, até inconscientemente, se tentar
minimizar ou mesmo ocultar a falha da escola,
em particular, e de todo o sistema educacional
em geral.
18. "Tudo está indo muito bem, pena que 50% a 70%
de Joãozinhos e Mariazinhas, individualmente,
tenham problemas de saúde, sejam imaturos,
desajustados, carentes... e por isso fracassem logo
na primeira série (ano) do ensino fundamental."
Esta medicalização cumpre um papel ideológico
tão preponderante, que temos observado que nem
mesmo professores com grande compromisso
político conseguem rompê-lo.
19. A nosso ver o fracasso escolar é uma dura realidade
com a qual convivemos há muitas décadas, porém,
é um mito, muito bem engendrado, o fato de não
conseguirmos dar conta dele.
É necessário que desmistifiquemos as "famosas"
causas externas desse fracasso escolar, pela
articulação destas àquelas existentes no próprio
âmbito escolar, e que tenhamos clareza dos fatores
que as determinam e as articulam.
25. Entre
1998 e 2010, o aumento no número de
alunos especiais matriculados em escolas
comuns foi de 1.000%.
Conheça
a
Legislação
Específica
/
Documentos Internacionais
45. Os
HECs (de maneira geral) foram muito bem
avaliados pela equipe da escola;
Paradoxo: “a despeito de todo o investimento
e esforço realizado para a implementação de
programas inovadores de formação de
professores, o retorno verificado tem estado
sempre aquém do esperado”
Fato: é fundamental, necessária, precisa ser
contínua, planejada, bem organizada,
46. Qual é a preocupação da sua escola?
❶ Deve tentar modificar a relação ensino /
aprendizagem nas escolas e, por isso, deve emanar
das necessidades sentidas pelos próprios
professores e focar as situações cotidianas que eles
vivem junto aos alunos.
47. ① Por outro lado, alguns estudos indicam que
centrar tanta atenção na figura do professor
pode impedir e/ou levar ao fracasso a
implementação de propostas mais sistêmicas,
que focam a organização da escola como um
todo, as quais são percebidas como mais
importantes do que as questões pessoais dos
docentes;
48. ❷ Tem de ser uma iniciativa que parta dos
próprios professores e que seja, igualmente,
levada a cabo por eles mesmos e/ou por pessoas
que atuem no espaço escolar.
49. ② Em contraposição, os autores salientam a
presença de argumentos vigorosos contra isso,
mostrando que bons projetos de formação
continuada não podem ser elaborados nem por
professores nem por escolas, pois ambos
encontram-se tão imersos no cotidiano escolar que
não conseguem ter dele o necessário
distanciamento para precisar quais são suas
necessidades, hierarquizá-las e, sobretudo,
delinear propostas de como executá-las.
50. A recomendação é, assim, delegar o planejamento
e a execução de programas de Formação
Continuada a pessoas vinculadas à Educação que,
trabalhando com professores atuantes nas redes de
ensino, consigam discernir o central do irrelevante
na vivência das salas de aula e no interior das
escolas;
51. ❸ A melhor abordagem é aquela que tem em
vista que a mudança não ocorre de forma rápida
e em pouco tempo, mas de maneira gradual e
paulatina. Assim, a recomendação é não colocar
expectativas muito elevadas para os
professores, sob o risco de que elas impliquem
um efeito paralisante.
52. ③ Há também aqui quem discorde, afirmando a
necessidade de adotar, na formação
continuada, abordagens arrojadas, que exijam
mudanças drásticas por parte dos docentes.
53. Mostra a inutilidade de prescrever formas de
desenvolvimento profissional para professores
sem estabelecer, antes, por que e para quem os
professores ensinam. Com isso, o autor chama a
atenção para outras dimensões importantes do
magistério, além da técnica: a ética, a política e
o aspecto emocional.
55. só a reflexão não basta para construir um bom
professor: ele precisa aprender a refletir de
maneira crítica sobre si mesmo, sobre a
profissão e sobre seus alunos para poder lutar
melhor, na escola e fora dela, pela construção
do futuro almejado.
56. no que tange ao envolvimento emocional, Hargreaves
indica ser central recuperar a alegria de ensinar e aprender,
a surpresa diante do novo, a satisfação por conseguir
enfrentar novos desafios e por superar conflitos,
sentimentos que foram, aparentemente, excluídos da
escola, deixando em seu lugar a angústia, a ansiedade e a
frustração. Salienta, ainda, que essas dimensões não
devem ser tratadas isoladamente, mas em conjunto. Todas
precisam receber um tratamento integrado em programas
de formação continuada de docentes, para que professores
e alunos possam aprender continuamente nas escolas, com
contentamento e criatividade
68. Ao
propor cursos, especificar se é para
professores iniciantes ou experientes;
Trabalhar com outras áreas do conhecimento;
Disponibilizar mais de um horário;
Ampliar o número de vagas disponíveis;
Mais capacitações específicas por turma / ano;
Capacitações em período contrário;
Ampliar capacitações sobre educação inclusiva
(oficinas práticas);
69. Que
as sugestões de temas sejam dadas pelos
professores;
Chamar profissionais renomados de outras
Universidades;
Auxilio nas oficinas do projeto piloto da escola
de tempo integral;
Oferta de vagas para professor coordenador
em todos os cursos oferecidos;
Capacitação para professores de educação
física.
86. Garantir
vagas nos cursos para professores de
alunos com NEE;
Orientações individuais;
Palestras para os pais;
Profissional do AEE atender a somente uma
escola, nos dois períodos e mais de uma vez por
semana cada aluno;
Maior contato entre o professor da sala regular
e os profissionais que atendem a criança no
Centro escola;
87. Necessidade
de sensibilização da equipe
escolar em relação inclusão;
Maior comunicação entre o profissional do
AEE e a equipe da escola;
Atender alunos do primeiro ano também;
Cursos
relacionados a inclusão para
professores de educação física;
Oferecimento de oficinas práticas para o
trabalho com os alunos com NEE;
88. Priorizar
a observação e análise do aluno em
sala de aula para oferecer sugestões ao
professor sobre a postura e a prática docente,
em cada situação de inclusão;
Capacitar funcionários de forma técnica para
interagir com alunos com NEE de maneira
adequada;
Ampliação do horário do AEE (para atender
também os professores);
89. Maior
conhecimento das propostas e das
possibilidades de colaboração do Centro Escola;
Mais parâmetros para compreender e atuar
com os alunos com NEE;
90.
91. 1. Elaboração, execução e avaliação do plano de
AEE do aluno;
2. Definição do cronograma e das atividades do
atendimento do aluno;
3. Organização de estratégias pedagógicas e
identificação e produção de recursos acessíveis;
92. 4. Ensino e desenvolvimento das atividades
próprias do AEE, tais como: Libras, Braille,
orientação e mobilidade, Língua Portuguesa
para alunos surdos; informática acessível;
Comunicação Alternativa e Aumentativa - CAA,
atividades de desenvolvimento das habilidades
mentais
superiores
e
atividades
de
enriquecimento curricular;
93. 5.
Acompanhamento da funcionalidade e
usabilidade dos recursos de tecnologia assistiva na
sala de aula comum e ambientes escolares;
6. Articulação com os professores das classes
comuns, nas diferentes etapas e modalidades de
ensino;
7. Orientação aos professores do ensino regular e às
famílias sobre os recursos utilizados pelo aluno;
8. Interface com as áreas da saúde, assistência,
trabalho e outras.
111. Apontadas pelas escolas (muitas não
colocaram como pretendem agir sobre a
questão).
Continuar / reformular / o projeto de disciplina;
Promover projetos e palestras para melhorar a
relação entre os alunos;
Reorganizar o horário do recreio, elaborando
atividades recreativas de interesse de cada
turma;
112. É preciso atuar junto aos professores da escola, no
sentido de promover reflexões para que eles se sintam
co-responsáveis no processo de enfrentamento da
indisciplina e se assumam como principais agentes de
transformação da realidade encontrada na escola.
Dessa forma, enfatizamos que através de relações
interpessoais bem estruturadas é possível formular
novas concepções, novas regras e provocar novas
formas de pensar e agir que venham contribuir para
transformações no interior da escola e favorecer uma
efetiva gestão democrática e compartilhada.
113. Será
que todos os segmentos da unidade
escolar compartilham do mesmo conceito de
indisciplina?
O que é indisciplina para os professores?
E para os alunos?
Por que os projetos implantados não surtem
os efeitos desejados?
O que precisamos mudar?
114. Levar
professores / alunos / pais / funcionários
a refletir: quais dos atos abaixo você considera
como indisciplina?
Falar durante a aula o
tempo todo
Não levar material
necessário
Ficar em pé durante a
aula
Interromper o professor
Gritar
Andar pela sala
Jogar papel nos colegas
e no professor
Não estudar
Desinteresse pelas
atividades
Desrespeito com o
professor e colegas
Não escutar
Brincar durante a aula
Agressões físicas e
verbais
Falta de limite
Falar de outro assunto
115. Questionar
os alunos: “como os professores
deveriam agir para que houvesse mais
aprendizado em sala de aula?”
“Qual a importância da escola para eles?”
Ampliar o debate com os demais segmentos
da escola. Como cada segmento conceitua e
observa a indisciplina na escola?
Depois de “mapeado” o “problema” pensar em
ações pontuais para cada situação detectada.
133. Acessibilidade:
portas adaptadas, rampas,
sinalização de solo (para alunos DV);
Cobertura na área externa (salas de aulas,
rampas);
Aumentar o número de funcionários (queixa
geral);
Realizar reformas previstas, mas não iniciadas;
Ampliação de espaços: biblioteca, refeitório,
sala de informática, sala de aula, etc.
134. Melhorar escoamento da água da quadra;
Troca de encanamentos
Instalação de ventiladores;
Podas e capinação mais constantes
Reforma de lousas das salas de aula;
OBS várias escolas não
necessidades mais urgentes.
colocaram
as
135.
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_0
6_p024-028_c.pdf Acesso em janeiro de 2014
http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/177/oimpasse-da-inclusaomudanca-na-meta-4-doplano-nacional-243674-1.asp Acesso em janeiro
de 2014
http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/
16_06_2011_8.42.43.47dc3016138057668971bf9
d26fe5d41.pdf Acesso em janeiro de 2014
136.
Manual de Orientação: Programa de
Implantação de Sala de Recursos
Multifuncionais 2010. Acesso em janeiro de
2014
http://www.fvc.org.br/pdf/relatorioformacao-continuada.pdf Acesso em janeiro
de 2014
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portal
s/pde/arquivos/2186-8.pdf Acesso em janeiro
de 2014