3. Introdução
O Tratamento de feridas se refere a proteção de lesões contra a ação de agentes
externos físicos, mecânicos ou biológicos, tendo com objetivo reduzir, prevenir
e/ou minimizar os riscos de complicações decorrentes. Antes da seleção e
aplicação de um curativo, é necessária uma avaliação completa da ferida, do seu
grau de contaminação, da maneira como esta ferida foi produzida, dos fatores
locais e sistêmicos e da presença de exsudato, como forma de agilizar o processo
de cicatrização e proteger a ferida.
• Ferida
Qualquer lesão da integridade da pele e tecidos adjacentes que pode ser
superficial ou profunda, que deve se fechar em até 2 semanas.
• Úlcera
A Ferida se torna uma úlcera após seis semanas de evolução sem intenção
de cicatrizar.
4. Definição de curativo
É um meio terapêutico que consiste na limpeza e aplicação de uma
cobertura estéril em uma ferida, quando necessário, com a finalidade de
promover a rápida cicatrização e prevenir a contaminação ou infecção.
Definição de Cicatrização
Cicatrização nada mais é do que uma cascata de eventos celulares e
moleculares, que envolvem processos bioquímicos e fisiológicos, sendo estes
dinâmicos e simultâneos.
5. •
•
•
•
•
•
•
•
Mantém a umidade;
Absorve a exsudação;
Permite a troca gasosa;
Fornece isolamento térmico;
Impermeável a bactérias;
Isento de partículas;
Removido sem trauma;
Custo acessível;
6. DESBRIDAMENTO
MÉTODO CIRÚRGICO
desbridamento é o processo de
remoção de corpos estranhos e
tecidos
desvitalizados
ou
necróticos com o objetivo de
limpeza, deixando em condições
adequadas para a cicatrização.
É a ressecção dos tecidos
necrosados,
utilizados
quando a área necrótica é
muito
extensa
e/ou
profunda, e quando o tecido
necrótico é mais desidratado,
mais firme, seco, petrificado
e caloso.
É
A
execução
é
de
responsabilidade
médica,
envolvendo
analgesia
ou
anestesia para a realização
do procedimento.
Técnica
Entretanto, existem algumas
situações
em
que
não
é
recomendado o desbridamento de
tecido desvitalizado, como em
feridas isquêmicas com necrose
seca. Estas necessitam que sua
condição vascular seja melhorada
antes de ser desbridada.
Cuidados de enfermagem
1.
Compressão
no
local
(curativo compressivo);
2.
Observar sinais de choque
(hipotensão,
sudorese,
palidez,
taquicardia
e
alteração
do
nível
de
consciência);
MÉTODO MECÂNICO
a remoção dos tecidos
necróticos
pela
limpeza
mecânica,
utilizando-se
de
fricção de gaze umedecida com
SF 0,9% ou da aplicação da gaze
umedecida sobre a necrose e após
a
secagem
retirá-la
com
consequente desbridamento.
Lesa
muito traumática;
tecidos viáveis próximos à
necrose.
7. MÉTODO ENZIMÁTICO
MÉTODO MECÂNICO
historicamente,
algumas 1. Úlcera de pressão em estágio
2, aguardando delimitar a
enzimas (colagenase, papaína,
necrose para desbridamento.
uroquinase), tem sido usadas
como agentes desbridantes de
escaras e crostas. Sua ação é
seletiva,
mas
é
lenta,
dispendiosas e trabalhosas. Em
muitos casos, estes agentes
podem
agravar
infecções
localizadas
nos
detritos
liquefeitos e aumentam ou
provocam
dor
local.
2.
Úlcera
com
tecido
necrótico pronta para
desbridamento.
MÉTODO CIRÚRGICO
8. MÉTODOS QUÍMICOS
PAPAÍNA
CONTRA-INDICAÇÃO:
Consiste na utilização de agentes
químico-enzimáticos. Dentre eles:
Ação:
Alergia ao produto;
•Colagenase;
•
Papaína.
A papaína é uma mistura
complexa
de
enzimas
proteolíticas e peroxidases, ou
seja,
capaz
de
decompor
substâncias protéicas.
Posologia:
cremes ou loções
cremosas a 2%. Estudos têm
demonstrado que a combinação
com uréia é duas vezes mais
eficaz que a papaína pura, pois a
uréia desnatura proteínas por
ação
solvente
e
desnatura
material necrosado permitindo
que fique mais susceptível a
digestão enzimática. Aplicar a
cada 12 – 24 horas, e cobrir com
um curativo.
Estimula
o desenvolvimento de
tecido de granulação e auxilia no
processo cicatricial através do
alinhamento dos fibroblastos,
reduzindo a possibilidade de
formação de queloides.
Dor não suportável à aplicação;
Maceração das bordas.
Precauções: Contato com
peróxido de hidrogênio ou
outro medicamento
contendo sais metálicos como
prata, mercúrio, chumbo,
podem inativar a papaína.
Vantagens:
1.
Desbridamento do tecido
necrótico de forma rápida e
não traumática;
2.
Não danifica o tecido sadio;
3.
Baixo custo.
9. Reações adversas
o
Provoca dor nos primeiros
20 minutos após a
aplicação;
o
É necessário a utilização
logo após diluição;
o
sensação de queimadura;
o
O exsudado liquefeito da
digestão enzimática pode
irritar a pele;
Modo de usar
o
Lavagens e limpeza
freqüente da área ao redor
da lesão pode aliviar o
desconforto.
o
Feridas com necrose de
coagulação, fazer
escarotomia e aplicar
fina camada de pó ou
gel;
o
Ferida exsudativa ou
presença de necrose de
liquefação; existem 2
opções:
o
Limpar a feridas com SF
0,9% morno e em jato e
depois com solução de
papaína;
o
Aplicar pó de papaína
limpando ao redor da
ferida com com SF
0,9%.
10. FILMES
o
o
o
CONTRA-INDICAÇÃO:
Cobertura para ferimentos
estéril, composta por um
filme
transparente
de
poliuretano semipermeável
associado a um
hipoalergênico.
adesivo
o
Feridas infectadas;
o
Com moderada à intensa
exsudação;
o
Queimaduras de 3º grau;
o
Lesão com vasculite ativa.
o
NOMES COMERCIAIS:
o
Opsite®,Hydrofilm®,Polyskin
®,Bioclusive®,TegadermSupra
sorb
F®,
Aquagard®,
Blisterfilm®, Mefilm®, Askina
Film®
11. Curativos de Drenagem
Procedimentos:
Procedimentos:
Feridas com drenos abertos: O
curativo do dreno deve ser realizado
separado
da
incisão,
e o primeiro a ser realizado será
sempre
o
do
local
menos
contaminado. O curativo deve ser
mantido limpo e seco, isto significa
que o número de trocas deve estar
diretamente
relacionado com quantidade de
drenagem.
Feridas com drenagem superior a
50ml quando possível deve-se aplicar
uma
bolsa
para coletar o excesso de drenagem.
Colocar bolsas em torno de feridas
permite
medir
com
exatidão a quantidade de drenagem,
restringe
a
disseminação
de
contaminação
e
aumenta
o
conforto
do
paciente.
1. Lavar as mãos com água e
sabão;
2. Reunir o material e levá-lo
próximo
ao
paciente;
3. Explicar ao paciente o que
será
feito;
4.
Fechar
a
porta
para
privacidade
do
paciente;
5. Colocar o paciente em posição
adequada expondo apenas a área
a
ser
tratada;
6. Abrir o pacote de curativo
com
técnica
asséptica;
7. Colocar gaze em quantidade
suficiente sobre o campo estéril;
8.
Calçar
luvas;
9. Remover o curativo anterior
com uma das pinças usando soro
fisiológico;
10. Desprezar esta pinça;
11. Com a outra pinça pegar
uma gaze e umedecê-la com
soro
fisiológico;
12. Limpar a incisão do dreno e
depois
o
dreno;
13. Limpar as regiões laterais
da
incisão
do
dreno;
14. Ainda com a mesma pinça
secar a incisão e as laterais;
15. Mobilizar dreno a critério
médico;
16. Ocluir o dreno mantendo
uma camada de gaze entre o
dreno e a pele ou quando
ocorrer
hipersecreção colocar bolsa
simples
para
colostomia;
17. Colocar o setor em ordem;
18.
Fazer
evolução
na
papeleta;
19. Fazer evolução da ferida e
anotação de materiais na
papeleta do paciente.