SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 58
Caso Clínico
Narjara Dourado
MR1 – Clínica Médica
Identificação e Queixa principal

• Data da admissão: 29/06/12
• Identificação:
 ▫ RMS, 39 anos, sexo masculino, solteiro, pardo,
   ensino fundamental incompleto, desempregado,
   católico, natural e procedente de Salvador-BA.
• Queixa Principal:
 ▫ Hemoptise, tosse produtiva e dor pleurítica há 1
   mês.
História Clínica
• HMA:
 • Paciente refere que há mais de 1 mês vem
   apresentando tosse produtiva com expectoração
   amarelada associada a dor torácica ventilatório-
   dependente a direita de forte intensidade. Refere
   escarros hemoptóicos há 2 semanas. Nega febre e
   refere sudorese noturna. Relata perda ponderal de
   +- 2kg neste período.
História Clínica

• HMA
 ▫ Refere ainda internamento prévio há 2 meses, em
   hospital de Minas Gerais com quadro clínico
   semelhante, sendo tratado para tuberculose por 2
   meses (SIC)
Interrogatório Sistemático
• Geral: refere anorexia e astenia. Nega cefaléia e tontura.

• Pele: refere lesões pruriginosas difusas

• Seg cefálico: Nega cefaléia, turvação visual, odinofagia.
  Nega alterações oculares ou nasais.

• AR: vide HMA;

• ACV: nega síncope e palpitações
Interrogatório Sistemático
• TGI: evacuação diária, 1 X ao dia, sem alterações de cor
  ou consistência.

• AGU: Nega disúria, hematúria, uretrite, dor supra-
  púbica.

• Neurológico: Refere insônia, nega síncope ou episódios
  convulsivos.

• Osteoarticular: Dor no MSD, em queimação
História Clínica
• Antecedentes Médicos
 • HAS há 3 meses

 • Relata passado de pneumonia e TB

 • Nega DM, neoplasia e outras comorbidades

 • Refere alergia a abacaxi
História Clínica
• Antecedentes familiares
 • Pai falecido em acidente automobílisto. Mãe
   falecida devido a AVC.
 • Nega história de neoplasia na família

• Hábitos de vida
 • Etilista (2 litros de destilados/dia) desde os 14
   anos e tabagista (75 anos-maço). Abstêmio há 1
   mês
 • Nega uso de drogas ilícitas.
História Clínica
• História Social

 • É morador de rua há 20 anos (após falecimento da
   mãe). Define-se como andarilho que viaja pelo
   país. Há 1 mês estava morando em um albergue.
Exame Físico
• Geral
  ▫ REG, LOTE, fascies de dor, acianótico, anictérico,
    corado, hidratado, pouco colaborativo

• Sinais Vitais
  ▫ FC:68 bpm             FR: 20 irpm
  ▫ PA: 150x80mmHg

• Cabeça e pescoço
  ▫ ausência de estase de jugular, linfonodos não
    palpáveis.
Exame Físico
• Pele
  ▫ Lesões papulares e algumas crostosas, pruriginosas, em
    tronco, MMSS e MMII. Numerosas tatuagens no corpo.
    Baqueteamento digital ?

• Tórax/Aparelho respiratório
  ▫ Tórax simétrico de conformação habitual, expansibilidade
    diminuída, MV diminuído no 1/3 superior de HTX D, sem
    RA, FTV preservados. Tórax doloroso a palpação.

• Aparelho cardiovascular
  ▫ RCR em 2T, bulhas rítmicas e normofonéticas, sem sopros .
Exame Físico

• Abdome
 ▫ Plano, flácido, RHA presentes. Timpânico, doloroso a
   palpação profunda de FID, sem sinais de irritação.
   Fígado palpável a 2cm do rebordo costal D. Traube
   livre

• Extremidades
 ▫ Bem perfundidas, sem edemas.

• Sistema Nervoso
 ▫ Vigil, sem alterações em pares cranianos, linguagem
   articulada e adequada.
RESUMO
• Paciente masculino, 39 anos, com história de tosse
  produtiva com expectoração amarelada associada a dor
  torácica ventilatório-dependente a direita há 1 mês.
  Referia escarros hemoptóicos há 2 semanas. Nega febre
  e refere sudorese noturna e perda ponderal de +- 2kg
  neste período. Passado de TB(SIC). Tabagista e etilista
  importante. Morador de rua. Ao exame, REG, corado,
  eupneico. Lesões papulares e crostosas,pruriginosas em
  tronco, MMSS e MMII. AR: MV diminuído no 1/3
  superior de HTX D, sem RA, FTV preservados. Tórax
  doloroso a palpação.
SUSPEITAS DIAGNÓSTICAS
EXAMES COMPLEMENTARES
                  29/06/12
 Hemoglobina        14,2
 Hematócrito         44
 VGM / HGM        84,6/27,3
 Leucócitos        12300
 Bastões             0%
 Segmentados        61%
 Linfócitos         27%
 Linf. Atípicos      ---
 Eosinófilos         4%
 Monócitos           2%
 Plaquetas         413000
EXAMES COMPLEMENTARES
                   29/06/12
  Na                   136
  K                    4,4
  Uréia                23
  Creatinina           0,9
  Ca                   9,1
  FA                   146
  GGT                  28
  TGO                  36
  TGP                  19
  Bilirrubinas   T – 0,3 D – 0,2
EXAMES COMPLEMENTARES

             29/06/12
  TP         114%
  RNI        0,93
EXAMES COMPLEMENTARES
• Sumário de Urina 10/07/12
    pH: 5; Prot: 1+; Hemoglobina 2+; Nitrito negativo;
     04 piócitos/campo; 20 hemácias/campo; raras
     bactérias, filamento de muco, presença de células
     epiteliais

• Proteinúria de 24 H 13/07/12
    223 g
EXAMES COMPLEMENTARES
• Rx do Tórax (29/06/12)

 ▫ Redução da transparência em terço superior do
   pulmão direito com cavidade de parede espessa
   em permeio. Avaliar processo granulomatoso em
   atividade.
 ▫ Seios costo frênicos livres e coração e vasos da
   base sem alterações.
EXAMES COMPLEMENTARES

• Pesquisa de BAAR no escarro (23/07/10):
  negativa

• PPD (27/07/12): Não reator
Evolução
EXAMES COMPLEMENTARES
• TC de crânio:
 ▫ Normal


• TC de tórax
EXAMES COMPLEMENTARES
• TC de Tórax (03/07/12)
    Massa heterogênea com áreas de necrose em permeio
     medindo cerca de 9,0x 12 cm, localizada em ápice de pulmão
     direito, sem planos de clivagem com estruturas mediastinais
     adjacentes
    Notam-se lesões osteolíticas em corpos vertebrais dorsais
     superiores e costelas adjacentes, além de invasão da parede
     torácica deste lado
    Linfonodos aumentados predominantemente em espaço pré-
     traqueal
    Achados descritos sugestivos de processo blastomatoso
     primário de pulmão
EXAMES COMPLEMENTARES
• RNM de coluna torácica (07/08/12)
    Lesão expansiva sólida e heterogênea de provável
     natureza neoplásica com contornos regulares e
     limites imprecisos localizada no ápice do hemitórax
     direito e envolvendo os corpos vertebrais de T1, T2 e
     T3 em alguns arcos costais ipsilaterais, projetando-
     se para o interior do canal vertebral e determinando
     efeito compressivo sobre a medula espinhal.
EXAMES COMPLEMENTARES
• Biópsia de pulmão (19/09/12):

 ▫ Carcinoma de não pequenas células
SUSPEITA DIAGNÓSTICA ?



• TUMOR DE PANCOAST
SÍNDROME DE PANCOAST
Tumor de Pancoast
• Introdução
 ▫ Tumor do sulco superior
 ▫ Tumor do sulco pulmonar superior

    Neoplasia localizada na região apical
     pleuropulmonar, adjacente aos vasos subclávios
Síndrome de Pancoast
• Patologia

 ▫ A maioria dos tumores de sulco superior são
   câncer de pulmão não pequenas células
    Carcinoma de células escamosas principalmente

 ▫ Carcinoma de pequenas células são responsáveis
   por 5%
Síndrome de Pancoast
• Patologia
 ▫ Outros mais raros
      Mesotelioma
      Linfoma
      Plasmocitoma
      Metástases
      Nódulos amilóides
      Infecções – tuberculose, fungos, cisto hidático,
       sequela de pneumonia
Tumor de Pancoast
• Quadro Clínico
 ▫ Dor no ombro e no braço ipsilateral (na
   distribuição de C8, T1 e T2)
 ▫ Síndrome de Horner
    Ptose palpebral, miose, anidrose facial
 ▫ Fraqueza e atrofia dos músculos da mão
 ▫ Sintomas pulmonares como tosse, hemoptise e
   dispnéia são incomuns
Tumor de Pancoast
• Quadro Clínico
 ▫ Dor no ombro
    Presente em 44 a 96 % dos casos
    É o sintoma inicial mais comum
    Dor é provocada pela invasão do plexo braquial ou
     extensão do tumor até a pleura parietal, fáscia
     endotorácica, 1º e 2º arcos costais ou corpos
     vertebrais
Tumor de Pancoast
• Quadro Clínico
 ▫ Dor no ombro

    Pode irradiar-se para pescoço e cabeça, face medial
     da escápula, axila anterior, braço, trajeto do nervo
     ulnar

    Atraso no diagnóstico
Tumor de Pancoast
• Quadro Clínico
 ▫ Síndrome de Horner
    Ptose ipsilateral com estreitamento da fenda
     palpebral
    Miose
    Enoftalmia
    Anidrose
Tumor de Pancoast
• Quadro Clínico
 ▫ Síndrome de Horner
    É causada pelo envolvimento da cadeia simpática
     paravertebral e do gânglio cervical inferior
     (estrelado)
    Prevalência: 14 – 50% em pacientes com Tumor de
     Pancoast
    Rubor ipsilateral e aumento da transpiração pode
     ocorrer em fases iniciais
Tumor de Pancoast
• Quadro Clínico
 ▫ Síndrome de Horner

    Sinal de Harlequin – rubor e suor contra-lateral,
     especialmente durante o exercício
Tumor de Pancoast
• Quadro Clínico
 ▫ Complicações neurológicas
    Extensão do tumor para C8 e raízes nervosas de T1 e
     T2
      Fraqueza e atrofia dos músculos intrínsecos da mão
      Dor e parestesia do 4º e 5º quirodáctilos e da região
       medial do braço e antebraço

    Invasão da medula em 25 % - paraplegia
Tumor de Pancoast
• Quadro Clínico
 ▫ Outros achados

    Perda de peso importante – 25 a 35%

    Neuropatia do frênico ou laríngeo recorrente
Tumor de Pancoast
• Avaliação radiológica

 ▫ Rx do tórax:
    Opacidade apical > 5mm
    Destruição óssea
Tumor de Pancoast
• Avaliação radiológica
 ▫ TC de Tórax
      Informações adicionais sobre extensão do tumor
      Presença de nódulos pulmonares satélite
      Doença Parenquimatosa
      Linfadenopatia cervical
Tumor de Pancoast
• Avaliação radiológica
 ▫ RNM do tórax

    Envolvimento do plexo braquial e vasos subclávios
    Avaliar invasão de corpos vertebrais e canal medular

 ▫ PET – CT é mais precisa para avaliação de
   linfonodos mediastinais
Tumor de Pancoast
• Diagnóstico

 ▫ Biópsia percutânea por agulha – promove o
   diagnóstico em 90% dos casos
    Abordagem posterior ou cervical
Tumor de Pancoast
• Diagnóstico

 ▫ Videotoracoscopia ou toracotomia podem ser
   realizadas

 ▫ Localização periférica do tumor diminui o
   rendimento diagnóstico da broncoscopia e
   citologia do escarro
Tumor de Pancoast
• Estadiamento
 ▫ TC de abdome e tórax
    Avaliar mediastino, fígado, glandulas supra-renais
     para possíveis focos de metástases

 ▫ TC de crânio
    Elevada propensão para metástase cerebral do
     carcinoma broncogênico
Tumor de Pancoast
• Estadiamento

 ▫ PET-scan
    Linfonodos mediastinais e metástases à distância

 ▫ Mediastinoscopia
    Estadiamento cirúrgico do mediastino se o PET scan
     não está disponível
Tumor de Pancoast
• Tratamento
 ▫ Pacientes sem doença metastática:
    Quimiorradioterapia seguida por ressecção cirurgica

 ▫ Doença localmente avançada, inoperável:
    Quimiorradioterapia

 ▫ Doença metastática
    Radioterapia ou quimioterapia para atenuar os
     sintomas
Tumor de Pancoast
• Fatores Prognósticos
 ▫ Estágio do tumor

 ▫ Mau prognóstico:
    Síndrome de Horner
    Extensão do tumor para base do pescoço, corpos
     vertebrais ou grandes vasos
    Envolvimento de linfonodos do mediastino
Tumor de Pancoast
• Fatores Prognósticos

 ▫ Bom prognóstico:
    Perda de peso menor do 5%
    Controle local do tumor por radiação ou cirurgia
    Alívio da dor após tratamento
Referências Bibliográficas
• Pancoast's syndrome and superior (pulmonary)
  sulcus tumors – Uptodate

• Horner's syndrome – Uptodate

• Cecil – Tratado de Medicina Interna, 22 edição
OBRIGADA!!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Crise febril e crise febril plus
Crise febril e crise febril plusCrise febril e crise febril plus
Crise febril e crise febril plusLeandro Junior
 
Introdução ao Estudo da Cefaléias
Introdução ao Estudo da CefaléiasIntrodução ao Estudo da Cefaléias
Introdução ao Estudo da CefaléiasDr. Rafael Higashi
 
Infecções do Sistema Nervoso Central
Infecções do Sistema Nervoso CentralInfecções do Sistema Nervoso Central
Infecções do Sistema Nervoso Centralmarianagusmao39
 
TABELA de Sinais Vitais - EEEP WALFRIDO 2017
TABELA de Sinais Vitais - EEEP WALFRIDO 2017TABELA de Sinais Vitais - EEEP WALFRIDO 2017
TABELA de Sinais Vitais - EEEP WALFRIDO 2017WALFRIDO Farias Gomes
 
LILIANA MENDES CIRROSE HEPÁTICA E SUAS COMPLICAÇÕES JOVEM GASTRO DF 2016
LILIANA MENDES CIRROSE HEPÁTICA E SUAS COMPLICAÇÕES JOVEM GASTRO DF 2016LILIANA MENDES CIRROSE HEPÁTICA E SUAS COMPLICAÇÕES JOVEM GASTRO DF 2016
LILIANA MENDES CIRROSE HEPÁTICA E SUAS COMPLICAÇÕES JOVEM GASTRO DF 2016Liliana Mendes
 
Controle crescimento-microbiano . esterilização
Controle crescimento-microbiano . esterilizaçãoControle crescimento-microbiano . esterilização
Controle crescimento-microbiano . esterilizaçãoGildo Crispim
 
Aula 5 - Sinusite / faringite e amigdalite
Aula 5 - Sinusite / faringite e amigdaliteAula 5 - Sinusite / faringite e amigdalite
Aula 5 - Sinusite / faringite e amigdaliteTaianyMelo
 
Exame Físico Ectoscopia (Davyson Sampaio Braga)
Exame Físico Ectoscopia (Davyson Sampaio Braga)Exame Físico Ectoscopia (Davyson Sampaio Braga)
Exame Físico Ectoscopia (Davyson Sampaio Braga)Davyson Sampaio
 
Gasometria Arterial- Distúrbios do Equilíbrio Ácido-base
Gasometria Arterial- Distúrbios do Equilíbrio Ácido-baseGasometria Arterial- Distúrbios do Equilíbrio Ácido-base
Gasometria Arterial- Distúrbios do Equilíbrio Ácido-baseFlávia Salame
 
S nefrotica x s nefritica e biopsia renal
S nefrotica x s nefritica e biopsia renalS nefrotica x s nefritica e biopsia renal
S nefrotica x s nefritica e biopsia renalTi Lima
 
Aula arritmias e interpretação de ECG
Aula arritmias e interpretação de ECGAula arritmias e interpretação de ECG
Aula arritmias e interpretação de ECGWesley Rogerio
 
Caso Clínico IRA
Caso Clínico IRACaso Clínico IRA
Caso Clínico IRAAna Nataly
 
Arritmias Cardiacas
Arritmias CardiacasArritmias Cardiacas
Arritmias CardiacasJP ABNT
 

Mais procurados (20)

Aula - SNC - Opioides
Aula  - SNC - OpioidesAula  - SNC - Opioides
Aula - SNC - Opioides
 
Crise febril e crise febril plus
Crise febril e crise febril plusCrise febril e crise febril plus
Crise febril e crise febril plus
 
Introdução ao Estudo da Cefaléias
Introdução ao Estudo da CefaléiasIntrodução ao Estudo da Cefaléias
Introdução ao Estudo da Cefaléias
 
Infecções do Sistema Nervoso Central
Infecções do Sistema Nervoso CentralInfecções do Sistema Nervoso Central
Infecções do Sistema Nervoso Central
 
TABELA de Sinais Vitais - EEEP WALFRIDO 2017
TABELA de Sinais Vitais - EEEP WALFRIDO 2017TABELA de Sinais Vitais - EEEP WALFRIDO 2017
TABELA de Sinais Vitais - EEEP WALFRIDO 2017
 
Cefaléias Primárias
Cefaléias PrimáriasCefaléias Primárias
Cefaléias Primárias
 
LILIANA MENDES CIRROSE HEPÁTICA E SUAS COMPLICAÇÕES JOVEM GASTRO DF 2016
LILIANA MENDES CIRROSE HEPÁTICA E SUAS COMPLICAÇÕES JOVEM GASTRO DF 2016LILIANA MENDES CIRROSE HEPÁTICA E SUAS COMPLICAÇÕES JOVEM GASTRO DF 2016
LILIANA MENDES CIRROSE HEPÁTICA E SUAS COMPLICAÇÕES JOVEM GASTRO DF 2016
 
Aula: Asma
Aula: AsmaAula: Asma
Aula: Asma
 
Controle crescimento-microbiano . esterilização
Controle crescimento-microbiano . esterilizaçãoControle crescimento-microbiano . esterilização
Controle crescimento-microbiano . esterilização
 
Aula 5 - Sinusite / faringite e amigdalite
Aula 5 - Sinusite / faringite e amigdaliteAula 5 - Sinusite / faringite e amigdalite
Aula 5 - Sinusite / faringite e amigdalite
 
Exame Físico Ectoscopia (Davyson Sampaio Braga)
Exame Físico Ectoscopia (Davyson Sampaio Braga)Exame Físico Ectoscopia (Davyson Sampaio Braga)
Exame Físico Ectoscopia (Davyson Sampaio Braga)
 
Gasometria Arterial- Distúrbios do Equilíbrio Ácido-base
Gasometria Arterial- Distúrbios do Equilíbrio Ácido-baseGasometria Arterial- Distúrbios do Equilíbrio Ácido-base
Gasometria Arterial- Distúrbios do Equilíbrio Ácido-base
 
S nefrotica x s nefritica e biopsia renal
S nefrotica x s nefritica e biopsia renalS nefrotica x s nefritica e biopsia renal
S nefrotica x s nefritica e biopsia renal
 
Aula arritmias e interpretação de ECG
Aula arritmias e interpretação de ECGAula arritmias e interpretação de ECG
Aula arritmias e interpretação de ECG
 
Ascite
Ascite Ascite
Ascite
 
Caso Clínico IRA
Caso Clínico IRACaso Clínico IRA
Caso Clínico IRA
 
Arritmias Cardiacas
Arritmias CardiacasArritmias Cardiacas
Arritmias Cardiacas
 
Sepse 3.0
Sepse 3.0Sepse 3.0
Sepse 3.0
 
Apresentacão meningite
Apresentacão meningiteApresentacão meningite
Apresentacão meningite
 
Aula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
Aula - SNC - Ansiolíticos e HipnóticosAula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
Aula - SNC - Ansiolíticos e Hipnóticos
 

Semelhante a Sessão caso

Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Larissa Torres
 
Um caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva AltaUm caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva AltaBruno Castro
 
Lesão litica sessão de raciocinio clínico
Lesão litica sessão de raciocinio clínicoLesão litica sessão de raciocinio clínico
Lesão litica sessão de raciocinio clínicojaninemagalhaes
 
Procedimentos Diagnósticos por Imagem.ppt
Procedimentos Diagnósticos por Imagem.pptProcedimentos Diagnósticos por Imagem.ppt
Procedimentos Diagnósticos por Imagem.pptDiagnostic Radiologist
 
Ca colorretal completo
Ca colorretal   completoCa colorretal   completo
Ca colorretal completoPedro Moura
 
Cintilografia do trato digestivo
Cintilografia do trato digestivoCintilografia do trato digestivo
Cintilografia do trato digestivomedNuclearHuap
 
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidadePneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidadeWevertRamaoCorreaDaS
 
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - SobralTransplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - SobralRenan Miranda Cavalcante
 
Caso clínico Hipertensão Arterial Pulmonar
Caso clínico Hipertensão Arterial PulmonarCaso clínico Hipertensão Arterial Pulmonar
Caso clínico Hipertensão Arterial Pulmonarresenfe2013
 
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignas
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignasAdrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignas
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignasUrovideo.org
 
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignas
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignasAdrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignas
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignasUrovideo.org
 

Semelhante a Sessão caso (20)

Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2Pneumonia da comunidade 2
Pneumonia da comunidade 2
 
Um caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva AltaUm caso de Hemorragia Digestiva Alta
Um caso de Hemorragia Digestiva Alta
 
Lesão litica sessão de raciocinio clínico
Lesão litica sessão de raciocinio clínicoLesão litica sessão de raciocinio clínico
Lesão litica sessão de raciocinio clínico
 
Procedimentos Diagnósticos por Imagem.ppt
Procedimentos Diagnósticos por Imagem.pptProcedimentos Diagnósticos por Imagem.ppt
Procedimentos Diagnósticos por Imagem.ppt
 
Acidente vascular encefálico
Acidente vascular encefálicoAcidente vascular encefálico
Acidente vascular encefálico
 
Tumores do estômago
Tumores do estômagoTumores do estômago
Tumores do estômago
 
Doenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdfDoenas granulomatosas -_pdf
Doenas granulomatosas -_pdf
 
Ca colorretal completo
Ca colorretal   completoCa colorretal   completo
Ca colorretal completo
 
Tu snc bruna
Tu snc  brunaTu snc  bruna
Tu snc bruna
 
Cintilografia do trato digestivo
Cintilografia do trato digestivoCintilografia do trato digestivo
Cintilografia do trato digestivo
 
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidadePneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
PneumoniaComunitaria_Bernardo.pdf pneumonia adquirida na comunidade
 
Otite Externa Maligna
Otite Externa MalignaOtite Externa Maligna
Otite Externa Maligna
 
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - SobralTransplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
 
PNEUMONIAS.pptx
PNEUMONIAS.pptxPNEUMONIAS.pptx
PNEUMONIAS.pptx
 
Evolução de UTI
Evolução de UTIEvolução de UTI
Evolução de UTI
 
Pancreatite
PancreatitePancreatite
Pancreatite
 
Caso clinico
Caso clinicoCaso clinico
Caso clinico
 
Caso clínico Hipertensão Arterial Pulmonar
Caso clínico Hipertensão Arterial PulmonarCaso clínico Hipertensão Arterial Pulmonar
Caso clínico Hipertensão Arterial Pulmonar
 
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignas
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignasAdrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignas
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignas
 
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignas
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignasAdrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignas
Adrenalectomia Laparoscópica nas doenças malignas
 

Mais de janinemagalhaes (20)

2 histp
2 histp2 histp
2 histp
 
Choque (1) 1
Choque (1) 1Choque (1) 1
Choque (1) 1
 
Choque (1) 1
Choque (1) 1Choque (1) 1
Choque (1) 1
 
Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3Caso clínico nefro 3
Caso clínico nefro 3
 
Coagulopatia na doença hepática crônica
Coagulopatia na doença hepática crônicaCoagulopatia na doença hepática crônica
Coagulopatia na doença hepática crônica
 
Ressucitação volêmica
Ressucitação volêmicaRessucitação volêmica
Ressucitação volêmica
 
Sessão de artigo
Sessão de artigoSessão de artigo
Sessão de artigo
 
Enxaqueca
Enxaqueca Enxaqueca
Enxaqueca
 
Enxaqueca
Enxaqueca Enxaqueca
Enxaqueca
 
Sessao clinica
Sessao clinicaSessao clinica
Sessao clinica
 
Sessao clinica
Sessao clinicaSessao clinica
Sessao clinica
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
 
Sessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinicoSessao de raciocinio clinico
Sessao de raciocinio clinico
 
Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13
 
Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13Sessão camila 22 1.07.13
Sessão camila 22 1.07.13
 
Colagenoses
ColagenosesColagenoses
Colagenoses
 
Hemoterapia 2
Hemoterapia 2Hemoterapia 2
Hemoterapia 2
 
Hemoterapia 1
Hemoterapia 1Hemoterapia 1
Hemoterapia 1
 
Amiloidose power point 2007
Amiloidose   power point 2007Amiloidose   power point 2007
Amiloidose power point 2007
 
Sindrome uremica trabalho.corrigido
Sindrome uremica trabalho.corrigidoSindrome uremica trabalho.corrigido
Sindrome uremica trabalho.corrigido
 

Sessão caso

  • 1. Caso Clínico Narjara Dourado MR1 – Clínica Médica
  • 2. Identificação e Queixa principal • Data da admissão: 29/06/12 • Identificação: ▫ RMS, 39 anos, sexo masculino, solteiro, pardo, ensino fundamental incompleto, desempregado, católico, natural e procedente de Salvador-BA. • Queixa Principal: ▫ Hemoptise, tosse produtiva e dor pleurítica há 1 mês.
  • 3. História Clínica • HMA: • Paciente refere que há mais de 1 mês vem apresentando tosse produtiva com expectoração amarelada associada a dor torácica ventilatório- dependente a direita de forte intensidade. Refere escarros hemoptóicos há 2 semanas. Nega febre e refere sudorese noturna. Relata perda ponderal de +- 2kg neste período.
  • 4. História Clínica • HMA ▫ Refere ainda internamento prévio há 2 meses, em hospital de Minas Gerais com quadro clínico semelhante, sendo tratado para tuberculose por 2 meses (SIC)
  • 5. Interrogatório Sistemático • Geral: refere anorexia e astenia. Nega cefaléia e tontura. • Pele: refere lesões pruriginosas difusas • Seg cefálico: Nega cefaléia, turvação visual, odinofagia. Nega alterações oculares ou nasais. • AR: vide HMA; • ACV: nega síncope e palpitações
  • 6. Interrogatório Sistemático • TGI: evacuação diária, 1 X ao dia, sem alterações de cor ou consistência. • AGU: Nega disúria, hematúria, uretrite, dor supra- púbica. • Neurológico: Refere insônia, nega síncope ou episódios convulsivos. • Osteoarticular: Dor no MSD, em queimação
  • 7. História Clínica • Antecedentes Médicos • HAS há 3 meses • Relata passado de pneumonia e TB • Nega DM, neoplasia e outras comorbidades • Refere alergia a abacaxi
  • 8. História Clínica • Antecedentes familiares • Pai falecido em acidente automobílisto. Mãe falecida devido a AVC. • Nega história de neoplasia na família • Hábitos de vida • Etilista (2 litros de destilados/dia) desde os 14 anos e tabagista (75 anos-maço). Abstêmio há 1 mês • Nega uso de drogas ilícitas.
  • 9. História Clínica • História Social • É morador de rua há 20 anos (após falecimento da mãe). Define-se como andarilho que viaja pelo país. Há 1 mês estava morando em um albergue.
  • 10. Exame Físico • Geral ▫ REG, LOTE, fascies de dor, acianótico, anictérico, corado, hidratado, pouco colaborativo • Sinais Vitais ▫ FC:68 bpm FR: 20 irpm ▫ PA: 150x80mmHg • Cabeça e pescoço ▫ ausência de estase de jugular, linfonodos não palpáveis.
  • 11. Exame Físico • Pele ▫ Lesões papulares e algumas crostosas, pruriginosas, em tronco, MMSS e MMII. Numerosas tatuagens no corpo. Baqueteamento digital ? • Tórax/Aparelho respiratório ▫ Tórax simétrico de conformação habitual, expansibilidade diminuída, MV diminuído no 1/3 superior de HTX D, sem RA, FTV preservados. Tórax doloroso a palpação. • Aparelho cardiovascular ▫ RCR em 2T, bulhas rítmicas e normofonéticas, sem sopros .
  • 12. Exame Físico • Abdome ▫ Plano, flácido, RHA presentes. Timpânico, doloroso a palpação profunda de FID, sem sinais de irritação. Fígado palpável a 2cm do rebordo costal D. Traube livre • Extremidades ▫ Bem perfundidas, sem edemas. • Sistema Nervoso ▫ Vigil, sem alterações em pares cranianos, linguagem articulada e adequada.
  • 13. RESUMO • Paciente masculino, 39 anos, com história de tosse produtiva com expectoração amarelada associada a dor torácica ventilatório-dependente a direita há 1 mês. Referia escarros hemoptóicos há 2 semanas. Nega febre e refere sudorese noturna e perda ponderal de +- 2kg neste período. Passado de TB(SIC). Tabagista e etilista importante. Morador de rua. Ao exame, REG, corado, eupneico. Lesões papulares e crostosas,pruriginosas em tronco, MMSS e MMII. AR: MV diminuído no 1/3 superior de HTX D, sem RA, FTV preservados. Tórax doloroso a palpação.
  • 15. EXAMES COMPLEMENTARES 29/06/12 Hemoglobina 14,2 Hematócrito 44 VGM / HGM 84,6/27,3 Leucócitos 12300 Bastões 0% Segmentados 61% Linfócitos 27% Linf. Atípicos --- Eosinófilos 4% Monócitos 2% Plaquetas 413000
  • 16. EXAMES COMPLEMENTARES 29/06/12 Na 136 K 4,4 Uréia 23 Creatinina 0,9 Ca 9,1 FA 146 GGT 28 TGO 36 TGP 19 Bilirrubinas T – 0,3 D – 0,2
  • 17. EXAMES COMPLEMENTARES 29/06/12 TP 114% RNI 0,93
  • 18. EXAMES COMPLEMENTARES • Sumário de Urina 10/07/12  pH: 5; Prot: 1+; Hemoglobina 2+; Nitrito negativo; 04 piócitos/campo; 20 hemácias/campo; raras bactérias, filamento de muco, presença de células epiteliais • Proteinúria de 24 H 13/07/12  223 g
  • 19.
  • 20.
  • 21. EXAMES COMPLEMENTARES • Rx do Tórax (29/06/12) ▫ Redução da transparência em terço superior do pulmão direito com cavidade de parede espessa em permeio. Avaliar processo granulomatoso em atividade. ▫ Seios costo frênicos livres e coração e vasos da base sem alterações.
  • 22. EXAMES COMPLEMENTARES • Pesquisa de BAAR no escarro (23/07/10): negativa • PPD (27/07/12): Não reator
  • 24. EXAMES COMPLEMENTARES • TC de crânio: ▫ Normal • TC de tórax
  • 25.
  • 26. EXAMES COMPLEMENTARES • TC de Tórax (03/07/12)  Massa heterogênea com áreas de necrose em permeio medindo cerca de 9,0x 12 cm, localizada em ápice de pulmão direito, sem planos de clivagem com estruturas mediastinais adjacentes  Notam-se lesões osteolíticas em corpos vertebrais dorsais superiores e costelas adjacentes, além de invasão da parede torácica deste lado  Linfonodos aumentados predominantemente em espaço pré- traqueal  Achados descritos sugestivos de processo blastomatoso primário de pulmão
  • 27. EXAMES COMPLEMENTARES • RNM de coluna torácica (07/08/12)  Lesão expansiva sólida e heterogênea de provável natureza neoplásica com contornos regulares e limites imprecisos localizada no ápice do hemitórax direito e envolvendo os corpos vertebrais de T1, T2 e T3 em alguns arcos costais ipsilaterais, projetando- se para o interior do canal vertebral e determinando efeito compressivo sobre a medula espinhal.
  • 28. EXAMES COMPLEMENTARES • Biópsia de pulmão (19/09/12): ▫ Carcinoma de não pequenas células
  • 29. SUSPEITA DIAGNÓSTICA ? • TUMOR DE PANCOAST
  • 31. Tumor de Pancoast • Introdução ▫ Tumor do sulco superior ▫ Tumor do sulco pulmonar superior  Neoplasia localizada na região apical pleuropulmonar, adjacente aos vasos subclávios
  • 32. Síndrome de Pancoast • Patologia ▫ A maioria dos tumores de sulco superior são câncer de pulmão não pequenas células  Carcinoma de células escamosas principalmente ▫ Carcinoma de pequenas células são responsáveis por 5%
  • 33. Síndrome de Pancoast • Patologia ▫ Outros mais raros  Mesotelioma  Linfoma  Plasmocitoma  Metástases  Nódulos amilóides  Infecções – tuberculose, fungos, cisto hidático, sequela de pneumonia
  • 34. Tumor de Pancoast • Quadro Clínico ▫ Dor no ombro e no braço ipsilateral (na distribuição de C8, T1 e T2) ▫ Síndrome de Horner  Ptose palpebral, miose, anidrose facial ▫ Fraqueza e atrofia dos músculos da mão ▫ Sintomas pulmonares como tosse, hemoptise e dispnéia são incomuns
  • 35. Tumor de Pancoast • Quadro Clínico ▫ Dor no ombro  Presente em 44 a 96 % dos casos  É o sintoma inicial mais comum  Dor é provocada pela invasão do plexo braquial ou extensão do tumor até a pleura parietal, fáscia endotorácica, 1º e 2º arcos costais ou corpos vertebrais
  • 36.
  • 37. Tumor de Pancoast • Quadro Clínico ▫ Dor no ombro  Pode irradiar-se para pescoço e cabeça, face medial da escápula, axila anterior, braço, trajeto do nervo ulnar  Atraso no diagnóstico
  • 38. Tumor de Pancoast • Quadro Clínico ▫ Síndrome de Horner  Ptose ipsilateral com estreitamento da fenda palpebral  Miose  Enoftalmia  Anidrose
  • 39.
  • 40. Tumor de Pancoast • Quadro Clínico ▫ Síndrome de Horner  É causada pelo envolvimento da cadeia simpática paravertebral e do gânglio cervical inferior (estrelado)  Prevalência: 14 – 50% em pacientes com Tumor de Pancoast  Rubor ipsilateral e aumento da transpiração pode ocorrer em fases iniciais
  • 41. Tumor de Pancoast • Quadro Clínico ▫ Síndrome de Horner  Sinal de Harlequin – rubor e suor contra-lateral, especialmente durante o exercício
  • 42.
  • 43. Tumor de Pancoast • Quadro Clínico ▫ Complicações neurológicas  Extensão do tumor para C8 e raízes nervosas de T1 e T2  Fraqueza e atrofia dos músculos intrínsecos da mão  Dor e parestesia do 4º e 5º quirodáctilos e da região medial do braço e antebraço  Invasão da medula em 25 % - paraplegia
  • 44. Tumor de Pancoast • Quadro Clínico ▫ Outros achados  Perda de peso importante – 25 a 35%  Neuropatia do frênico ou laríngeo recorrente
  • 45. Tumor de Pancoast • Avaliação radiológica ▫ Rx do tórax:  Opacidade apical > 5mm  Destruição óssea
  • 46.
  • 47. Tumor de Pancoast • Avaliação radiológica ▫ TC de Tórax  Informações adicionais sobre extensão do tumor  Presença de nódulos pulmonares satélite  Doença Parenquimatosa  Linfadenopatia cervical
  • 48. Tumor de Pancoast • Avaliação radiológica ▫ RNM do tórax  Envolvimento do plexo braquial e vasos subclávios  Avaliar invasão de corpos vertebrais e canal medular ▫ PET – CT é mais precisa para avaliação de linfonodos mediastinais
  • 49.
  • 50. Tumor de Pancoast • Diagnóstico ▫ Biópsia percutânea por agulha – promove o diagnóstico em 90% dos casos  Abordagem posterior ou cervical
  • 51. Tumor de Pancoast • Diagnóstico ▫ Videotoracoscopia ou toracotomia podem ser realizadas ▫ Localização periférica do tumor diminui o rendimento diagnóstico da broncoscopia e citologia do escarro
  • 52. Tumor de Pancoast • Estadiamento ▫ TC de abdome e tórax  Avaliar mediastino, fígado, glandulas supra-renais para possíveis focos de metástases ▫ TC de crânio  Elevada propensão para metástase cerebral do carcinoma broncogênico
  • 53. Tumor de Pancoast • Estadiamento ▫ PET-scan  Linfonodos mediastinais e metástases à distância ▫ Mediastinoscopia  Estadiamento cirúrgico do mediastino se o PET scan não está disponível
  • 54. Tumor de Pancoast • Tratamento ▫ Pacientes sem doença metastática:  Quimiorradioterapia seguida por ressecção cirurgica ▫ Doença localmente avançada, inoperável:  Quimiorradioterapia ▫ Doença metastática  Radioterapia ou quimioterapia para atenuar os sintomas
  • 55. Tumor de Pancoast • Fatores Prognósticos ▫ Estágio do tumor ▫ Mau prognóstico:  Síndrome de Horner  Extensão do tumor para base do pescoço, corpos vertebrais ou grandes vasos  Envolvimento de linfonodos do mediastino
  • 56. Tumor de Pancoast • Fatores Prognósticos ▫ Bom prognóstico:  Perda de peso menor do 5%  Controle local do tumor por radiação ou cirurgia  Alívio da dor após tratamento
  • 57. Referências Bibliográficas • Pancoast's syndrome and superior (pulmonary) sulcus tumors – Uptodate • Horner's syndrome – Uptodate • Cecil – Tratado de Medicina Interna, 22 edição

Notas do Editor

  1. Devido a localização periferica, sintomas pulmonares como tosse, hemoptise e dispnéia não são comuns
  2. Os pacientes frequentemente recebem tto para osteoartrite cervical ou bursite no ombro, levando a um atraso no diagnóstico de 5 a 10 meses.
  3. 3º: pode ocorrer antes do desenvolvimento completo da sd, devido a irritação da cadeia simpatica pelo tu, antes da invasão franca.
  4. Sinal de Harlequin: devido a resposta excessiva pela via simpatica intacta.
  5. Videotoracoscopia ou toracotomia podem ser realizadas se técnicas menos invasivas não são diagnósticas
  6. TC ou RNM do cranio