O documento discute a avaliação do tubo digestivo com medicina nuclear, mencionando exames como cintilografia renal, óssea, de fígado e vias biliares. Apresenta um caso clínico de paciente com suspeita de colecistite aguda avaliada com cintilografia de vias biliares que mostrou retenção de contraste. Também aborda avaliação de hemorragia digestiva com hemácias marcadas e de motilidade gastrointestinal.
1. MEDICINA NUCLEAR
Avaliação do Tubo Digestivo
Dr. Cláudio Tinoco Mesquita
Coordenador do Serviço de Medicina Nuclear
Hospital Universitário Antônio Pedro
claudiotinocomesquita@gmail.com
6. Caso Clínico
• ASS, mulher, 34 anos
• HDA: 6º dia pós-operatório de troca valvar aórtica por prótese
biológica e plastia da válvula mitral (dç reumática).
• Apresentou febre, dor abdominal e HD de forte intensidade
constipação intestinal e distensão abdominal.
7. Caso Clínico
• Exame Físico:
• Dor abdominal a palpação em HD, com defesa voluntária. Peristalse
presente, mas reduzida.
• Exames laboratoriais:
• elevação da PCR-t e VHS
• 9.000 leucócitos sem desvio para a esquerda
8. Conduta
• Solicitado Ultrassonografia abdominal:
• Vesícula aumentada de tamanho, sem cálculos ou sinais sugestivos de
lâmina biliar, espessura da parede no limite superior da normalidade.
• Iniciado antibióticoterapia empírica
• Unasyn® (Sultamicilina)
13. Comparação
Homem, 49 anos, CRVM há 1 ano, IAM com ACTP primária há 15 dias.
Evoluiu com quadro de colecistite aguda e USG compatível com o
diagnóstico
17. Disida
• Captação e secreção semelhante a da bilirrubina
• Transportada no plasma ligada a albumina
• Captada pelos hepatócitos
• Secretada com a bile
• Cuidados:
• Jejum de 3-4 horas
• Cuidado com jejum prolongado
• Doença severa concomitante (função hepática)
18. Literatura
Seminars in Nuclear Medicine, Vol XXXIII, No 4 (October), 2003: pp 279-
296
Média para Cintilografia:
Sensibilidade=97% e Especificidade=94%
19. Retardo no Enchimento Biliar
• Colecistite aguda
• Colecistite crônica
• Variante do normal (20% dos casos)
• Obstrução Biliar
Alternativa a imagem de 4 horas:
Sulfato de Morfina
- Contração do esfincter de Oddi
- Aumenta a pressão intraductal
- Dose: 0,04 mg/Kg IV
20. Vantagens das Imagens Tardias
• Em casos onde não ocorra a visualização de vesícula em até 1
hora deve ser feita imagem tardia (4 horas)
1 hora 4 horas
Especificidade 88% 99%
Falso positivo 10% <1%
Sensibilidade 98% 95%
Falso negativo 2% 5%
Acurácia 93% 98%
24. Pesquisa de Hemorragia Digestiva
com Hemácias Marcadas
• Resultados positivos em 37% as 65% dos pacientes com
suspeita de hemorragia obscura
• Acurácia = 78%
• Taxa de falso positivo = 15%
• Taxa de falso negativo = 23%
25. Cintilografia com Hemácias Marcadas
Recomendações
Cintilografia com hemácias negativa
Não é necessária angiografia, pois, será negativa. Já que a
angiografia precisa de 0,5 ml/min para ser positiva.
Cintilografia com hemácias positiva
Confirmar os achados com angiografia/endoscopia antes de
submeter à intervenção cirúrgica, pois, há uma taxa de falso
positivos, em especial nos exames tardiamente positivos
American Gastroenterology Association Guidelines
37. Conceitos
• Refluxo gastro-esofágico = condição clínica funcional com
fluxo retrógrado e intermitente do conteúdo gástrico para
o esôfago ou orofaringe, que ocorre ao longo do dia em
lactentes saudáveis, crianças e adultos.
• Maioria dos episódios breves e assintomáticos.
38. Conceitos
• Regurgitação = passagem de conteúdo gástrico
refluído para orofaringe.
• Vômito = expulsão do conteúdo pela boca,
precedida ou não de náuseas, palidez,
taquicardia, taquipnéia, sudorese e sialorréia.
39. Conceitos
• Prevalência de regurgitação
Menores de 3 meses = 50%
4 a 6 meses = 67%
7 a 9 meses = 21%
40. Radiografia e imagem de tomografia computadorizada
de tórax de lactente com episódios recorrentes de
pneumonia em ápice de pulmão direito
41. Diagnóstico
• Estudo radiológico contrastado :
Não indicado rotineiramente no lactente exceto,
na suspeita de malformações congênitas e
distúrbios de deglutição
• Cintilografia – avalia esvaziamento gástrico,
refluxo não-ácido, microaspiração pulmonar.
- Ingestão oral de Tecnécio – esôfago, estômago,
pulmão são “escaneados”.
42. Estudo radiológico de esôfago, estômago e
duodeno mostrando aspiração do contraste para a traquéia
e brônquio principal esquerdo
43. Diagnóstico
• pH intra-esofágico de 24h – indicado na ausência de
vômitos ou de regurgitações, avaliação da resposta ao
tratamento clínico nos casos não-responsivos e da
cirurgia anti-refluxo.
• Quantifica a frequência dos episódios e sua duração no
esôfago distal, avalia os efeitos da refeição, da posição,
do estado de consciência e sua relação com sintomas
durante a queda do pH.
45. Diagnóstico
• Lactentes e pré-escolares – internação.
• Sonda da narina até 1/3 inferior do esôfago, onde
se posiciona o eletrodo distal.
• Ponta do eletrodo distal deve permanecer na
parte superior da terceira vértebra acima da
cúpula diafragmática.
51. Cintilografia com leucócitos marcados
• Marcação dos leucócitos autólogos utiliza a função
fisiológica dos neutrófilos para diagnosticar a infecção e
inflamação.
• Após a marcação in vitro e reinjeção no paciente, a
imagem da distribuição dos leucócitos é feita em uma
gama-câmara.
• Sítios de inflamação ficam radioativos devido à migração
dos leucócitos marcados.
52. Captação de 99mTc-HMPAO-LM
• Fatores importantes:
• Componente celular do processo inflamatório.
• Procedimento é mais útil na identificação de processos
bacterianos ( mediados por neutrófilos).
• Contagem total de leucócitos de no mínimo 2000/mm3
53. Leucócitos marcados com 99mTc-HMPAO
• Limitações:
• Processo de marcação in vitro traballhoso;
• Não disponível em todos os locais;
• Envolve manipulação direta de produtos de
sangue.
55. Abscesso abdominal
• US • Cintilografia com LM-HMPAO
• Específico, menos sensível na • menos específica, mais
ausência de sinais de sensível
localização
• Achados equívocos ou
• Investigação inicial
negativos do US/TC
Na suspeita alta de sepses intra-abdominal
diante de US e/ou TC negativos, a medicina
nuclear pode localizar um sítio não suspeito
de infecção.
61. Abscesso do trato gastrointestinal
• Mais comum no pós-operatório, especialmente
de ressecção intestinal;
• Doença de Crohn, diverticulite e apendicite são
susceptíveis;
• Diagnóstico difícil na ausência de sinais de
localização;
• Abscesso com comunicação direta com a luz
intestinal: cintilografia é o método de escolha.
65. Infecção oculta x febre de origem obscura
Cintilografia com LM-HMPAO x Ga-67 ou PET-FDG
66. Febre de origem indeterminada
Exames de imagem
• Exames anatômicos são os primeiros a serem
realizados.
• 99mTc-HMPAO-LM é mais sensível na fase
precoce e o 67Ga na fase tardia da doença.
67. Febre de origem indeterminada
• Infecção é responsável por 20-30% e as neoplasias
por 15-25% dos casos.
• 99mTc-HMPAO-LM tem alto valor preditivo negativo.
O exame negativo exclui com alto grau de certeza
uma infecção focal como causa da febre.
68. Infecção Pós-operatória
• Exames anatômicos:
• freqüentemente não diferenciam entre
abscesso e coleção líquida.
• Dificuldade em diferenciar alterações normais
pós-operatórias e infecção.
70. Febre pós-operatória
• Febre até 6 meses após cirurgia
• 50% é causada por infecção.
• A maioria das causas de febre no PO tem
origem no abdome.
• Cintilografia é realizada nos casos do US ou TC
negativos ou inconclusivos.
• Se for diagnosticado abscesso na ctg o exame
anatômico deve ser repetido.
71. FEM, 55 ANOS, RCU EM
ATIVIDADE.
Cintilografia com Leucócitos marcados com
Tecnécio99m
77. Características Fundamentais
dos Métodos de Imagem
Anatomia Fisiologia Metabolismo Molecular
CT
US
MRI
Nuclear
Optical
Nanosensor
Radiology 2001; 219:316-333; Ralph Weissleder, Umar Mahmood
79. Por que Multimodalidade?
Nenhum método de imagem
isoladamente fornece todas
informações desejadas.
Métodos de imagem
fornecem informações
complementares.
A tomada de decisão médica
requer o máximo de acurácia
e segurança.
88. Caso Clínico
• RP, 65 anos, fem, branca, do lar.
• Paciente com história de diarréia, flush e
obstrução intestinal secundária a tumor
carcinóide.
• TC com lesões hepáticas.
• Solicitada cintilografia para avaliação de
possibilidade cirúrgica.
95. Caso Clínico
• RS, 36 anos, fem, branca, atriz.
• Paciente com história de tumor carcinóide no íleo
ressecado há 3 meses.
• TC sugestiva lesões hepáticas.
• Solicitada cintilografia para avaliação de
possibilidade cirúrgica.
108. SPECT/CT altera a interpretação do exame
em até 32% e o manejo clínico em até 28%
dos pacientes com tumores
neuroendócrinos.
Quando o exame é negativo determina que o
tumor visto no CT não tem expressão de
receptores de somatostatina.
110. Números do SPEC/CT
Tumores neuroendócrinos
• 21 a 73%: Aumento da acurácia diagnóstica.
• 35 -47%: Modificação de tratamento.
• 20% : Evitar tto. Desnecesário.
• 25% : Modificação de estratificação de risco.
111. MEDICINA NUCLEAR É UMA
FERRAMENTA DE GRANDE
VALOR NA AVALIAÇÃO DAS
DOENÇAS DO TGI