2. INTRODUÇÃO
O Brasil é um dos três maiores produtores mundiais de frutas,
com uma produção que supera os 34 milhões de toneladas. A base
agrícola da cadeia produtiva das frutas abrange 2,2 milhões de
hectares, gera 4 milhões de empregos diretos e um PIB agrícola de
US$ 11 bilhões (IBRAF, 2005).
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3. Durante
o
período
denominado
pós-colheita,
os
produtos que não são manipulados adequadamente e/ou
tratados com inibidores microbianos eficientes, podem
perder
a
qualidade
(DHINGRA,
1985;
GUIZZARDI,1998)
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MARI
e
4. A agricultura moderna, ainda não conseguiu reduzir as
perdas que ocorrem entre a colheita e o processo de
comercialização, resultante da ação de patógenos. Na
maioria das vezes, a preocupação é apenas com a
produção e muito pouco com as perdas ocorrentes na póscolheita, que são 50% nos países tropicais (TORRES
FILHO et al, 1996).
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5. A agricultura, em que pese toda a
tecnologia disponível, ainda não conseguiu
eliminar as perdas que ocorrem entre a
colheita
e
o
processo
de
comercialização, principalmente àquelas
ocasionadas
por
fitomoléstias
(CHITARRA, 1990).
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6. A redução das perdas em pós-colheita na
cadeia produtiva de frutas representa um
constante desafio, considerando que as frutas são
órgãos que apresentam alto teor de água e
nutrientes e, mesmo depois da colheita até a
senescência, mantém vários processos biológicos
em atividade, apresentando desta forma maior
predisposição a distúrbios fisiológicos, danos
mecânicos e ocorrência de podridões (KADER,
2002).
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7. As perdas ocorrentes no período de póscolheita chegam a aproximadamente 24%
nas frutas e hortaliças nos Estados Unidos e
entre 25 e 50% nos países tropicais
(DHINGRA, 1985).
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9. DANOS PÓS-COLHEITA - Definição
Danos: qualquer redução na qualidade e/ou
quantidade da produção.
Faltam avaliações precisas da magnitude dos
danos causados por injúrias pós-colheita em
frutos tropicais ou subtropicais.
Estimativas de 10 a 50%, em função do
produto, da região produtora e da tecnologia
empregada na produção.
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10. Tipos de danos
Quantitativos e qualitativos
Danos
pós-colheita
desenvolvidos: 25%.
em
países
Danos em países em desenvolvimento:
50%.
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12. DOENÇAS PÓS-COLHEITA
• Doenças: uma das principais causas de
perdas pós-colheita.
• Agentes causais: fungos, bactérias e
vírus.
Tipos de doenças
• Típicas;
• Quiescentes ou latentes
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13. DOENÇAS QUIESCENTES
• Infecção em flor ou fruto jovem, com ou sem ferimento.
• Sintomas manifestam com determinado estádio de maturação.
Mofo cinzento - Botrytes
Pinta preta - Guignardia
Antracnose - Colletotrichum
Podridão Parda - Monilinia
14. DOENÇAS TÍPICAS PÓS-COLHEITA
• Infecção em fruto maduro, geralmente via ferimentos.
• Sintomas observados em pouco tempo.
Levedura
Penicillium
Rhizopus
15. CONTROLE DAS DOENÇAS PÓSCOLHEITA
Controle pré-colheita
Relacionado às condições climáticas durante a
produção e às práticas culturais adotadas.
Controle na colheita
planejamento da colheita (considerar previsão de
chuva e orvalho sobre os tecidos vegetais);
colheita do produto no estádio ideal;
colheita cuidadosa do fruto, evitando danos
mecânicos.
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17. CONTROLE NA COLHEITA
Uso de embalagens de colheita adequadas
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18. CONTROLE CULTURAL
• Transporte cuidadoso do produto do local
de colheita até a casa de embalagem.
• Condições adequadas de armazenamento.
• Limpeza dos equipamentos usados na
classificação e no armazenamento e da casa
de embalagens.
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19. CONTROLE CULTURAL
• Redução de danos mecânicos nas diferentes
etapas
Danos mecânicos: porta de entrada patógenos
• Retirada de produtos com podridões
• Trocas periódicas da água do Pré-resfriamento e da
lavagem e/ou adição de sanitizantes.
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20. CONTROLE CULTURAL
• Revestimento do contentor com “saco-bolha”
• Higienização da mesa classificadora
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21. CONTROLE PÓS-COLHEITA
Métodos culturais (cuidados nas operações
realizadas na casa de embalagem e nas etapas
subsequentes)
Métodos físicos (temperatura, gases e radiação)
Métodos químicos
Métodos biológicos
Métodos alternativos
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22. CONTROLE FÍSICO (Temperatura) Termoterapia
• Água quente: imersão ou pulverização
• Vapor aquecido
• Ar seco aquecido
Normalmente: temperaturas de 50 a 55 ⁰C.
• Mamão: 47 - 49 ⁰C /20 min (imersão) 42 ⁰C /30 min + 49 ⁰C /20 min - EUA
• Manga: 50 ⁰C /10 min ou 55 ⁰C /5 min 46,1 ⁰C /70 a 90 min - EUA
• Maçã: ar quente antes do armazenamento
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23. CONTROLE FÍSICO (Temperatura) - Refrigeração
• Mais antigo método físico utilizado no controle de
doenças em produtos frescos.
Abacaxi - 10 ⁰C
Manga - 12 ⁰C
Banana - 14 ⁰C
Mamão - 10 ⁰C
Uva - 0-3 ⁰C
• As baixas temperaturas não destroem os patógenos,
retardam ou inibem o crescimento e as atividades.
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24. CONTROLE FÍSICO - Irradiação
A técnica consiste na Efeito da irradiação no
alimento
submissão de alimentos,
Ionização, resultando em
embalados ou a granel, a efeitos químicos e biológicos.
radiação ionizante.
Efeito sobre a
constituição
dos alimentos
Pode induzir a formação de
produtos radiolíticos (glicose,
ácido fórmico, dióxido de
carbono).
Pouco interfere nos nutrientes.
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25. CONTROLE FÍSICO - Irradiação
Técnica eficiente na conservação de
alimentos: reduz perdas por processos
fisiológicos (brotamento, maturação e
envelhecimento) e por microrganismos e
pragas.
Brasil: legislação sobre irradiação de
alimentos de 08/03/1985.
Resolução
RDC/Anvisa
nº
21
(26/01/2001)
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26. CONTROLE FÍSICO - Irradiação
Logotipo denominado radura é usado
pra identificar alimento irradiado.
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28. CONTROLE QUÍMICO – Produtos residuais
•
•
•
•
Biphenil : impregnação de embalagens de citros
Dicloran (Botran 750): pêssego (pulverização)
Cloreto de benzalcônio (Fegatex): café
Ortofenilfenol (registro ?): bolores verde e azul do
citros (resistência)
• Dióxido de enxofre (registro?): uva
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29. CONTROLE QUÍMICO – Produtos sistêmicos
Benzimidazóis:
• Thiabendazole (Tecto SC):
abacate, banana, citros, mamão, manga e melão
Carboximidas:
• Iprodione (Rovral): maçã
Imidazóis:
• Imazalil (Magnate 500): banana, citros, maçã, mamão, manga
e melão (imersão por 2 min).
• Procloraz (Sportak 450 CE): mamão (imersão por 2 min) e
manga (10 min).
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30. CONTROLE QUÍMICO- Desvantagens
• Permanência de resíduos e/ou odor nos
vegetais
• Surgimento de estirpes resistentes do
patógeno
• Fitotoxidez
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31. CONTROLE BIOLÓGICO
Uso de microorganismos saprófitas antagonistas aos patógenos
pós-colheita (Barkai-Golan, 2001).
Estratégias para uso do controle biológico
1) uso da microflora benéfica existente na superfície dos vegetais
2) introdução de antagonistas
Modo de ação do antagonista
• produção de antibióticos
• secreção de enzimas
• competição por nutrientes
• indução de mecanismos de defesa do hospedeiro
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32. CONTROLE BIOLÓGICO
Vantagens
• seguro para homem, animais e ambiente
(antagonistas biodegradáveis)
Desvantagens
• sensibilidade dos antagonistas as condições
ambientais
• eficácia limitada de biocontrole em situações
onde vários patógenos estão envolvidos; sob
alta pressão de doença
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33. MÉTODOS ALTERNATIVOS
Uso de produtos naturais (ex.: óleos
essenciais)
Biofungicidas não seletivos: bicarbonato
de sódio ou potássio, cloreto de cálcio
Cloro
Ceras
Etc.
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34. “Toda tecnologia pós-colheita não é capaz de
melhorar a qualidade do produto, mas visa
conservá-la!”
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