Este documento discute a história e perspectivas da quarentena de germoplasma vegetal no Brasil. Descreve como o processo evoluiu desde 1909 com a criação do Serviço de Inspeção Agrícola, e como a Embrapa assumiu o papel de quarentena em 1977. Também destaca interceptações de pragas importantes, ameaças à produção agrícola, e a necessidade de novas instalações e metodologias para garantir a segurança fitossanitária do material vegetal importado.

1. Quarentena de germoplasma
vegetal para pesquisa
no Brasil:
perspectivas na mudança do
modelo de execução
Abi S.A. Marques

2. Histórico do processo
• 1909
Serviço de Inspeção Agrícola
• 1915
Serviço de Agricultura Prática
• 1934
“Regulamento de Defesa Sanitária
Vegetal” (Decreto 24.114)

3. Histórico do processo
• 1977 – Embrapa: intercâmbio e
quarentena de germoplasma vegetal
Portaria 224/77 do MAPA
• 2002 – Laboratório de Quarentena Vegetal
credenciado
“Estação Quarentenária de Germoplasma
Vegetal nível 1”
Portaria 11/2002

4. Interceptações de pragas
1977 – 2011
Movimento de germoplasma
Importação Exportação Trânsito Interno Total
464.285 63.692 91.968
Interceptações
619.945
75% 10% 15%
Ácaros Insetos Bactérias Fungos Nematóides Vírus/viróides Plantas infestantes
79

5. Interceptações
Foto: Vera Marinho
Batata, Phoma exigua var. foveata
Fotos: Vera Marinho
Crisântemo, Aster yellow phytoplasma

6. Soja, Curtobacterium flaccumfaciens pv.
flaccumfaciens
Fotos: Abi Marques
Interceptações

7. Interceptações
M 1 2 3 4 5
Fotos: Denise Návia
Citros, Panonychus citri
Foto: Ferragut, UPV

8. Ameaça de doenças quarentenárias
a sistemas produtivos - exemplos
Arroz
Xanthomonas oryzae pv. oryzae
Cana de açúcar
Fiji disease virus (FDV)

9. Sistema ameaçado
Arroz
Produção no Brasil 2010/2011 13.461.000 ton
Consumo interno / produção 2010/2011 12.800.000 ton
Consumo / habitante / ano 14,6 kg
Produtividade 4.735 kg/ha
Brasil entre os maiores
exportadores/importadores
em 2010
fonte: Santos et al. (2011) Anuário Brasileiro do Arroz

10. Xanthomonas oryzae pv. oryzae
Distribuição geográfica Ocorre
em
todos
os
continentes
América:
México
EUA
Costa Rica
El Salvador
Honduras
Panamá
Bolívia
Colômbia
Equador
Venezuela
*
*
****
**
*
*

11. X. oryzae pv. oryzae
Sintomas
• amarelecimento
foliar
• murcha entre
plântula/
perfilhamento
• a doença atinge
seu pico no
perfilhamento
• perdas: 30 a 50% fonte: http://www.knowledgebank.irri.org/ricedoctor

12. Sistema ameaçado
Cana de açúcar
Área cultivada no Brasil 8.920.000 ha
Processamento em 2008/2009 563.000.000 ton
Produção de etanol em 2008/2009 27.582.737 m3
Produção de açúcar em 2008/2009 31.335.830 ton
Empregos diretos e indiretos > 5.000.000
fonte: Brasil (2009) Anuário Estatístico da Agroenergia

13. Fiji disease virus (FDV)
Distribuição geográfica Austrália
Ilhas Fiji
Nova Caledônia
Papua Nova
Guiné
Samoa
Ilhas Salomão
Tonga
Vanuatu
Indonésia
Malásia
Filipinas
Tailândia
Madagascar

14. Fiji disease virus (FDV)
Perdas
100% na cana-soca na Austrália
1979, pico epidêmico, 70 milhões de
plantas infectadas

15. Desafio
Movimentar espécies vegetais sem
transferir pragas associadas
Produção agrícola limitada se restrita às
plantas nativas de cada região

16. FAO
Organizações regionais de proteção de plantas
(Regional Plant Protection Organizations - RPPO)
(Segundo Lepoivre, 2003)
Organização Ano de fundação
EPPO
European and Mediterranean Plant Protection Organization
1951
OIRSA
Organismo Internacional Regional de Sanidad Agropecuária
1953
IAPSC
Interafrican Phytossanitary Council
1954
APPPC
Asia and Pacific Plant Protection Commission
1956
CPPC
Caribbean Plant Protection Commission
1967
CA - Comunidad Andina 1969
NAPPO
1976
North American Plant Protection Organization
COSAVE
Comite Regional de Sanidad Vegetal para el Cono Sur
1980
PPPO
Pacific Plant Protection Organization
1995

17. Chave de avaliação dos riscos
fitossanitários pelo procedimento de
Análise de Risco de Pragas (ARP)
(Segundo Lepoivre, 2003)
Distribuição
limitada
no país
Sim
Organismo é objeto de
controle oficial ativo
Sim
Impacto econômico
potencialmente
importante
Sim
Elevada probabilidade
de introdução
Agente a ser avaliado
Presente no país em questão
Zona apresentando
risco de
estabelecimento
Impacto econômico
potencialmente
importante
Elevada probabilidade
de introdução
Interrupção do procedimento
Organismo de quarentena
Escolha das modalidades de quarentena
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Sim
Não Não
Não Não
Não Não
Não

18. Medidas quarentenárias
• Instalações
- longe das áreas de cultivo intenso
- especificações de segurança
• Procedimentos (amplos)
- interdição de lotes
- inspeção fitossanitária prévia
- análise laboratorial posterior
- tratamentos

19. Diagnósticos
• Ação prévia ao deslocamento
– Inspeção / interdição da importação
• Fiscalização aduaneira
– Impede a internalização
• Análise oficial
– Interceptação de pragas / destruição
• Tratamentos

20. Certificação: foco principal
• Importância dos jogos econômicos
• Validação dos testes: enquadrar os erros
possíveis (falso positivo e falso negativo)
• “Tolerância zero”
teórica para germoplasma vegetal
- diversidade genética
- mascarar características
- comprometer integridade

21. Ferramentas certificadoras adicionais
procedimentos
resultados
identificação de
fontes de erros
medidas de correção
conceitos
de
qualidade
rastreabilidade

22. Perspectivas
Cenário
Conceitos Ferramentas

23. Termos da Deliberação / aprova RI
Serviço de Intercâmbio e Quarentena de
Germoplasma Vegetal
Considerando a demanda crescente para o
intercâmbio de germoplasma vegetal, principalmente a
introdução de material vegetal do exterior para o Brasil;
Considerando a relevância da necessidade de
analisar em regime de quarentena o germoplasma
vegetal a ser internalizado no País, em cumprimento à
legislação vigente e em atendimento a acordos
internacionais;

24. Organograma da Embrapa Quarentena Vegetal
Gerência Geral
NIGV NGQ
Gerência
Adminstrativa
CAE
NQGV
CAE – Comitê Assessor Externo
NIGV – Núcleo de Gestão do Intercâmbio de Germoplasma Vegetal
NQGV – Núcleo de Gestão da Quarentena de Germoplasma Vegetal
NGQ – Núcleo de Gestão da Qualidade

25. Construção de novas instalações
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26. Perspectivas
• Construir a autonomia como serviço
• Incorporar constantemente novas
metodologias de análise
• Atuar na padronização de protocolos
diagnósticos
• Manter a parceria com o DSV
– para o estudo das políticas públicas
– para o treinamento de pessoal

27. abi.marques@embrapa.br